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Direito – Primeiro Semestre – Matutino
A IDEOLOGIA E O DIREITO
Disciplina: Filosofia
Profesor: Mário Luiz Guide
Santana de Parnaíba – Abril/2018
Trabalho: “A Ideologia e o Direito” elaborado individualmente em forma de pesquisa e apresentado ao curso de Direito da UNIP – Universidade Paulista – Campus Alphaville, sobre a orientação do Professor Mário Luiz Guide da disciplina de
Filosofia.
Santana de Parnaíba – Abril/2018
1 - RESUMO:
Este trabalho objetiva debater as relações entre ideologia e direito. Para entendermos como a Ideologia e o Direito se relacionam, suas características e qual a consequência deste relacionamento, precisamos entender primeiramente o que é Ideologia e o que é Direito.
 A Ideologia objetiva a manutenção ou conservação de ideias, o Direito tem função conservadora e transformadora, esta duplicidade de características é a hipótese da qual parte este trabalho para buscar nos conceitos marxistas e outros uma crítica do direito. Esta distinção é a chave para nossa compreensão da aplicabilidade do conceito de ideologia para uma visão crítica do direito
2 - INTRODUÇÃO
Discutir a ideologia jurídica é assunto que exige muito cuidado para não cometer erros, se necessita fazer um discurso atentando para a construção do saber. Nossa intenção é que este contribua para o enriquecimento de uma discussão que se pretende transcender as perspectivas isoladas, de um lado cientistas sociais, de outro os juristas. Num primeiro momento abordaremos a noção de ideologia numa tentativa de delimitação, para a pretendida definição recorremos à origem do termo com a qual se facilitará a compreensão. 
Demonstradas as peculiaridades, passaremos à compreensão sobre a ideologia a partir da definição marxista de ideologia enquanto visão de mundo, valores e crenças de determinadas classes sociais e estabelecermos um elo de ligação entre as concepções de ideologia e sua aplicação no direito, remontando a Ideologia Jurídica e sua aplicação prática.
3 - IDEOLOGIA
Ideologia pode ser definida como um conjunto de convicções e conceitos (concretos e normativos) que pretende explicar fenômenos sociais complexos com o objetivo de orientar e simplificar as escolhas sócio políticas que se apresentam a indivíduos e grupos (Dicionário de Ciências Sociais, FGV, RJ, 1987). Pensadores marxistas viam ideologia como um conjunto de valores culturais, morais e religiosos que marcaram as contradições sociais e a dominação dos trabalhadores pelas elites, induzindo os proletários a acreditar que seus interesses seriam os mesmo da burguesia, promovendo assim a hegemonia desta. 
O termo foi criado por Destutt de Tracy (1754 – 1826) em Eléments d’idèologie, seria o estudo científico das ideias. Este considerava que "através de uma análise cuidadosa das ideias e das sensações, a ideologia possibilitaria a compreensão da natureza humana e, desse modo, possibilitaria a reestruturação da ordem social e política de acordo com as necessidades e aspirações dos seres humanos. A ideologia colocaria as ciências morais e políticas num fundamento firme e as preservaria do erro e do preconceito." Assim, para de Tracy, a ideologia deveria servir como base para todos os outros ramos do conhecimento, especialmente para as ciências humanas, mas foi Napoleão que fez o termo entrar para a história, fez vários ataques aos Ideólogos e ridicularizou as pretensões da ideologia de “de Traccy” a taxando de doutrina especulativa e abstrata fora das realidades políticas. 
Há duas tendências conceituais básicas: o significado forte e o fraco. Pelo forte temos a ideologia na conceituação de Marx, como falsa consciência das relações de domínio entre as classes, e se diferencia claramente da fraca – em que designa sistema de ideias, crenças e valores; um conceito que se pretende neutro e de caráter eventual e mistificante das crenças políticas – porque mantém, no próprio centro a noção de falsidade, de consciência ilusória. Este sentido forte detalhado pela tradição marxista é o que adotaremos.
Sob o prisma da ideologia é que a história se desenvolve como realização da consciência crítica e das ideias de liberdade e justiça. Assim, para Marx, tais ideias não possuem existência própria, ele entendia a ideologia vinculada às condições materiais de produção, sendo as ideias produzidas a partir do dinamismo das relações humanas. Apesar de objetivar ocultar a realidade, a ideologia faria parte dela, pois a vida determinaria a produção das ideias, e não o contrário. Marx acredita que o trabalho constitui a própria essência da atividade humana. É através do trabalho que e transforma a natureza e o próprio homem. É o mediador essencial da sociedade, a alienação do trabalho pelo modelo de produção capitalista consiste, portanto, em uma ameaça à liberdade dos homens e à sua realização plena.
“A alienação é a ação pela qual (ou estado no qual) um indivíduo, um grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim, alienados [1] aos resultados ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2] à natureza na qual vivem, e/ou [3] a outros seres humanos, e – além de, e através de, [1], [2] e [3] – também [4] a si mesmos (às suas possibilidades humanas constituídas historicamente). Assim concebida, a alienação é sempre alienação de si próprio ou auto alienação, isto é, alienação do homem (ou de seu ser próprio) em relação a si mesmo (às suas possibilidades humanas), através dele próprio (pela sua própria atividade). (BOTTOMORE et al., 1988), (extraída do Dicionário do Pensamento Marxista).
  Para a teoria marxista, o processo de exploração capitalista descoberto por Marx tem como base a alienação, seja social, auto alienação ou alienação do trabalho. 
 	Segundo Marx é preocupante a questão da alienação do homem. Ele procurava demonstrar a injustiça social que havia no capitalismo, afirmando que se tratava de um regime econômico de exploração, sendo a “mais-valia” uma grande arma do sistema. Assim, a alienação se manifesta a partir do momento que o objeto fabricado se torna alheio ao sujeito criador, ou seja, ao criar algo fora de si, o funcionário se nega no objeto criado. As indústrias utilizam de força de trabalho, sendo que os funcionários não necessitam ter o conhecimento do funcionamento da indústria inteira, a produção é totalmente coletivizada, necessitando de vários funcionários na obtenção de um produto, mas nenhum deles dominando todo o processo de individualização.
 	Por isso, a alienação no trabalho é gerada na sociedade devido à mercadoria, que são os produtos confeccionados pelos trabalhadores explorados, e o lucro, que vem a ser a usurpação do trabalhador para que mais mercadorias sejam produzidas e vendidas acima do preço investido no trabalhador, assim rompendo o homem de si mesmo. "A atividade produtiva é, portanto, a fonte da consciência, e a ‘consciência alienada’ é o reflexo da atividade alienada ou da alienação da atividade, isto é, da auto alienação do trabalho." De acordo com ele, “alienação é a situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade, e por ele caracterizadas, sobretudo no setor capitalista, em que o trabalho do homem se processa de modo a produzir coisas que imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de quem as produziu, para se transformarem indistintamente em mercadorias”.
A alienação social é resultado da separação entre trabalho e capital, quando o homem que trabalha torna-se estranho ao produto de seu trabalho. Seu caráter não é apenas descritivo, mas também prescritivo, pois contém em si mesmo um apelo em favor de uma modificação revolucionária do mundo (desalienação).
 	A alienação intelectual, resultante da separação social entre trabalho material (que produz mercadorias) e trabalho intelectual (que produz ideias). A divisão social entre as duas modalidades de trabalho leva a crer que o trabalho materialé uma tarefa que não exige conhecimentos, mas apenas habilidades manuais, enquanto o trabalho intelectual é responsável exclusivo pelos conhecimentos. Vivendo numa sociedade alienada, os intelectuais também se alienam. Sua alienação é tripla:
Primeiro, esquecem ou ignoram que suas ideias estão ligadas às opiniões e pontos de vista da classe a que pertencem, isto é, a classe dominante, e imaginam, ao contrário, que são ideias universais, válidas para todos, em todos os tempos e lugares.
Segundo, esquecem ou ignoram que as ideias são produzidas por eles para explicar a realidade e passam a crer que elas se encontram gravadas na própria realidade e que eles apenas as descobrem e descrevem sob a forma de teorias gerais.
Terceiro, esquecendo ou ignorando a origem social das ideias e seu próprio trabalho para criá-las, acreditam que as ideias existem em si e por si mesmas, criam a realidade e a controlam, dirigem e dominam. Pouco a pouco, passam a acreditar que as ideias se produzem umas às outras, são causas e efeitos umas das outras e que somos apenas receptáculos delas ou instrumentos delas. As ideias se tornam separadas de seus autores, externas a eles, transcendentes a eles: tornam-se um outro.
 	A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Em nossas sociedades modernas, a alienação econômica é dupla:
Em primeiro lugar, os trabalhadores, como classe social, vendem sua força de trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de ônibus ou de aviões, etc.). Vendendo sua força de trabalho no mercado da compra e venda de trabalho), os trabalhadores são mercadorias e, como toda mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não percebem que foram desumanizados e coisificados.
Em segundo lugar, os trabalhos produzem alimentos (pelo cultivo da terra e dos animais), objetos de consumo (pela indústria), instrumentos para a produção de outros trabalhos (máquinas), condições para a realização de outros trabalhos (transporte de matérias-primas, de produtos e de trabalhadores). A mercadoria-trabalhador produz mercadorias. Estas, ao deixarem as fazendas, as usinas, as fábricas, os escritórios e entrarem nas lojas, nas feiras, nos supermercados, nos shoppings centers parecem ali estar porque lá foram colocadas (não pensamos no trabalho humano que nelas está cristalizado e não pensamos no trabalho humano realizado para que chegassem até nós) e, como o trabalhador, elas também recebem um preço.
 	O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário.
 	Apesar disso, o trabalhador pode, cheio de orgulho, mostrar aos outros as coisas que ele fabrica, ou, se comerciário, que ele vende, aceitando não possuí las, como se isso fosse muito justo e natural. As mercadorias deixam de ser percebidas como produtos do trabalho e passam a ser vistas como bens em si e por si mesmas (como a propaganda as mostra e oferece). Na primeira forma de alienação econômica, o trabalhador está separado de seu trabalho - este é alguma coisa que tem um preço; é um outro (alienus), que não o trabalhador.
 	Na segunda forma da alienação econômica, as mercadorias não permitem que o trabalhador se reconheça nelas. Estão separadas dele, são exteriores a ele e podem mais do que ele. As mercadorias são um igualmente um outro, que não o trabalhador.
As três grandes formas da alienação (social, econômica e intelectual) são a causa do surgimento, da implantação e do fortalecimento da ideologia.
Mas, essa definição de ideologia foi sendo alterada nos escritos posteriores de Marx, à medida que a ideologia deixava de ser vista como um problema de certas correntes filosóficas e começava a ser encarada como um instrumento de dominação. Na obra de Marx, a ideologia deixou de designar apenas um modo "ingênuo" de pensar o mundo e passou a significar um modo de pensar derivado das relações de classe e das condições econômicas de produção: a ideologia era vista como um sistema de ideias que tem como função ocultar as relações de dominação.
Nesse sentido, a ideologia pode ser definida como um "sistema de representações que servem para sustentar relações existentes de dominação de classes através da orientação das pessoas para o passado em vez de para o futuro, ou para imagens e ideais que escondem as relações de classe e desviam da busca coletiva de mudança social”. 
A ideologia é, portanto, uma forma de produção do imaginário social que corresponde aos anseios da classe dominante como meio mais eficaz de controle social e de amenizar os conflitos de classe, seja invertendo a noção de causa e efeito, seja silenciando questões que por isso mesmo impedem a tomada de consciência do trabalhador de sua condição histórica, “formando ideias falsas sobre si mesmo, sobre o que é ou o que deveria ser”.
4 – A IDEOLOGIA E O DIREITO
	Os marxistas desenvolveram um interessante conceito para descrever a visão de mundo dominante nas sociedades capitalistas contemporâneas: a concepção jurídica do mundo. Opondo-se à concepção teológica do mundo dominante na idade média, a Europa assistiu nos últimos séculos a ascensão de uma concepção de mundo fundada na ideia de que o direito é o fundamento da vida social, concepção esta que foi disseminada juntamente com o liberalismo político e econômico.
 "No conteúdo da concepção jurídica do mundo destacam-se alguns traços principais. Para começar, a maneira de tratar o Direito como princípio da vida social. Não é a sociedade, com as suas necessidades e os seus interesses derivados do modo de produção em questão e do regime de relações de produção, que determina o direito e a lei, mas, pelo contrário, é o Direito que cria a sociedade." (Vladímir Tumánov).
A concepção jurídica do mundo estimula a ideia de que é o direito que organiza a sociedade e que ele é a única fonte possível de estabilidade e de justiça social. Assim, tal como os teólogos cristãos acreditam que seu Deus regula a vida de todas as pessoas, mesmo daquelas que nele não acreditam, as teorias jurídicas atuais acreditam que o direito regula efetivamente as atividades humanas, mesmo em relação às pessoas que desconhecem suas normas. Essa idéia é evidente no seguinte texto de Miguel Reale: “Há, em cada comportamento humano, a presença, embora indireta, do fenômeno jurídico: o Direito está pelo menos pressuposto em cada ação do homem que se relacione com outro homem. O médico, que receita para um doente, pratica um ato de ciência, mas exerce também um ato jurídico. Talvez não o perceba, nem tenha consciência disso, nem ordinariamente é necessário que haja percepção do Direito que está sendo praticado. Na realidade, porém, o médico que redige uma receita está no exercício de uma profissão garantida pelas leis do país e em virtude de um diploma que lhe faculta a possibilidade de examinar.”.
Qualquer categoria de sociedade necessita de regras que a regulamentem. Deixar a cada homem a liberdade de escolha de seu comportamento seria submeter a sociedade ao domínio do mais forte, do mais astuto e ambicioso. É o que estamos vendo em nosso país e no mundo inteiro: não se respeita o direito, a justiça não se exerce e ficam as populações inteiras massacradas pela lei do dinheiro e da força. As regras, as normas de comportamento impõem-se para que a sociedade tenha segurança, que a harmonia reine entre seus membros. Elaborar essas normas de boa convivência entre os membros da sociedade é função do direito.
Observe-se a repetição de noções ideológicasque são estatuídas como se fossem verdades absolutas. Sebastião José Roque afirma que dar liberdade aos homens levaria a sociedade ao domínio do mais forte e que, portanto, é preciso observar as regras jurídicas, que são os instrumentos de garantia da justiça. Afirma também que, já que o direito é imposto para garantir a harmonia social, as pessoas são exploradas e a justiça não se realiza porque as regras jurídicas não são obedecidas. Por mais que enunciados como esses traduzam uma justa indignação contra a exploração humana, eles contribuem para o ocultamento ideológico do ativo papel do direito na manutenção dessas relações de dominação. Embora seja um exagero afirmar que o direito é sempre um instrumento de exploração, parece bem mais adequada a postura assumida por Tercio Sampaio Ferraz Jr. nas primeiras páginas de sua Introdução ao estudo do direito, onde são ressaltadas as contradições inerentes à experiência jurídica:
O direito contém, ao mesmo tempo, as filosofias da obediência e da revolta, servindo para expressar e produzir a aceitação do status quo (“estado atual”), da situação existente, mas aparecendo também como sustentação moral da indignação e da rebelião. O direito, assim, de um lado, nos protege do poder arbitrário, exercido à margem de toda regulamentação, nos salva da maioria caótica e do tirano ditatorial, dá a todos oportunidades iguais e, ao mesmo tempo, ampara os desfavorecidos. Por outro lado, é também um instrumento manipulável que frustra aspirações dos menos privilegiados e permite o uso de técnicas de controle e de dominação e que, pela sua complexidade, é acessível apenas a uns poucos especialistas.
Percebe-se que várias das discussões ligadas à ciência do direito têm relações com a manutenção dos atuais modelos de organização social, não sendo raro que se cubra com um manto de racionalidade e tecnicidade meras opções valorativas, inspiradas por posturas acentuadamente ideológicas.
Luis Alberto Warat “ressaltou que não existem palavras inocentes, pois o espaço social onde elas são produzidas é condição da instauração das relações de poder”. Embora essa observação seja válida para a comunicação em geral, ela adquire especial relevância no campo do direito, pois, como o discurso jurídico orienta a utilização da violência politicamente organizada, a defesa de uma determinada concepção jurídica é sempre uma atividade com consequências práticas. Dessa forma, a cada vez que um jurista defende uma determinada concepção de propriedade, de casamento ou de união estável, além de posicionar-se frente a um problema teórico, ele influencia o modo como o direito regulará a vida das pessoas. Portanto, não há concepção jurídica inocente, pois, as questões jurídicas não são problemas meramente científicos, mas possuem também uma dimensão política e ideológica, que pode ser mais ou menos acentuada, conforme o caso.
Para Foucault, “o objeto de toda ideologia é o poder. O poder está vinculado à estrutura social e jurídica. Em nome do sistema jurídico, o poder é exercido na forma da sua legalidade. De certa forma o poder concebido pode ser considerado uma violência legalizada. O poder não é algo palpável, para ser específico. O poder se encontra nas relações práticas – o seu funcionamento se dá através da máquina social. Pode ser comparado como uma rede disposição ou mecanismos a que nada ou ninguém escapa.”.
Após o estudo de diversos exemplos, concluímos que, a ideologia está ligada ao direito, muito pela intelectualidade de seus conceitos, ambos tentam auxiliar e elucidar a sociedade para o bem comum. Convergem nas teorias de individualidade, liberdade, criticam a manipulação política, econômica e social. Buscam o mais justo para a sociedade e tentam através da prática científica encontrar uma ideologia mais abrangente, capaz de sensibilizar as pessoas na busca de uma política econômica mais justa, através da educação e pesquisa, tendo como base dados históricos, procurando não repetir os erros do passado, visando um futuro mais democrático e justo para todos.
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
http://www.iamg.org.br/lerpublicacao.php?publicacao=531
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=33ec1f50197cc4f7
http://www.arcos.org.br/livros/introducao-ao-direito/v-ideologia-e-direito
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/ideologia.htm
https://www.infoescola.com/sociologia/alienacao-social/
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-influencia-da-ideologia-na-aplicacao-do-direito,54601.html
Texto fornecido pelo Professor.

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