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As formas alternativas de cuidado em saúde mental e a inserção do enfermeiro. 
Prof.Enf.Esp. Tailma S. Lino 
A sucessão de conceitos e pré-conceitos acerca dos transtornos psiquiátricos confere estado diverso ao tratamento oferecido dos à pessoas com tais transtornos
As práticas terapêuticas exercidas ao longo da história estão calcadas em concepções de homem solidamente estabelecidas e culturalmente compartilhadas em âmbito social.
Discutir a doença mental, nos leva, obrigatoriamente, a trilhar os caminhos das concepções vigentes em cada período histórico.
INTRODUÇÃO
Dessa maneira, deve-se buscar compreender, sobretudo, alguns aspectos que envolvem o modo como a “loucura” é percebida através dos tempos, através da evolução do seu conceito e pelas significações diversas que a caracterizaram em cada período histórico e de acordo com a cultura – força sobrenatural, manifestação dos deuses, magia, doença e sofrimento psíquico.
A problemática da “loucura”, das formas de intervenção e de cuidados dispensados à pessoa com transtorno mental está baseado na história das sociedades – seus mitos, suas representações e sua organização material.
É nessa história que se encontram os significados para as tentativas de mudanças ou para a manutenção de normas, para o engajamento transformador ou para alienação dos diversos atores envolvidos na assistência dessa população.
Inicia-se uma fase de discussões sobre a “loucura”, a exclusão social do “louco” e os asilos como locais mantenedores da segregação do doente mental.
O movimento da Reforma Psiquiátrica iniciado no Brasil nos anos de 1980, foi precedido por uma movimentação social em prol dos direitos dos clientes psiquiátricos.
Esse movimento cumpre um importante papel nas transformações ocorridas na assistência prestada à pessoa mentalmente doente. é definido como um processo de crítica e de prática, no sentido de se elaborar propostas para a transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria.  
     
Neste processo, encontram-se vários responsáveis pela reconstrução de propostas inovadoras no campo da saúde mental, entre eles e, profissionais, usuários e familiares dos serviços de saúde mental. 
Nesse período, surgiu o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) na cidade de São Paulo e foram implantados os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) em Santos.
É a partir dos anos de 1990 que começa a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por outros tipos de serviços da atendimento, porém de forma tímida.
Em 2002 é criado o Programa Nacional de avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), que passa a descredenciar hospitais psiquiátricos que não tenham qualidade na assistência prestada.
O processo de avaliação inclui:
 estrutura física do hospital;
 dinâmica de funcionamento dos fluxos hospitalares;
 os processos e os recursos terapêuticos da instituição;
 a adequação e a inserção dos hospitais à rede de atenção em saúde mental em seu território e
 às normas técnicas gerais do Serviço Único de Saúde.
Surgem nesse contexto, os serviços residenciais terapêuticos(SRT), lares abrigos ou moradias, além da ampliação do número de CAPS e ambulatórios de saúde mental.
Logo no seu início, as ações de desinstitucionalização no Brasil depararam se com uma questão: o que fazer com pessoas que poderiam sair dos hospitais psiquiátricos, mas que não contavam com suporte familiar ou de qualquer outra natureza. 
Por esta razão, a II Conferência Nacional de Saúde Mental, em dezembro de 1992, ressaltou a importância estratégica da implementação dos então chamados "lares abrigados" para a reestruturação da assistência em saúde mental no País. 
O Ministério da Saúde, sanciona a Portaria n.º 106/2000, que introduz os SRTs no âmbito do SUS. 
SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS (SRT)
Por ser recente, a implantação dos SRTs vem sendo discutida em vários âmbitos, de modo a assegurar que esta alternativa seja a mais adequada possível para auxiliar o morador em seu processo – às vezes difícil – de reintegração à comunidade.
São moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar das pessoas com transtornos mentais, egressas de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social ou laços familiares e que viabilizam sua inserção social.
DEFINIÇÃO
Lei Federal n.º 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental (especialmente artigo 5º). 
Lei n.º 10.708/2003, que institui o auxílio reabilitação para pacientes egressos de internações psiquiátricas (Programa De Volta Para Casa).
 
Portaria n.º 106/2000, do Ministério da Saúde, que introduz os Serviços Residenciais Terapêuticos no SUS para egressos de longas internações. 
Portaria n.º 1.220/2000, que regulamenta a portaria 106/2000, para fins de cadastro e financiamento no SIA/SUS.
REGULAMENTAÇÃO DOS SRTs
Atualmente, existem 625 SRTs em quatorze estados e 45 municípios do País, onde moram 3.470 pessoas. 
Estimativas recentes da Coordenação-Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde apontam a existência de aproximadamente 12.000 pacientes internados que poderiam ser beneficiários dos SRTs.
 Tais dados evidenciam a necessidade de significativa expansão do número de residências, de modo a reduzir a segregação e aumentar a reinserção social dos pacientes
 Portadores de transtornos mentais, egressos de internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH/SUS, que permanecem no hospital por falta de alternativas que viabilizem sua reinserção no espaço comunitário.
 Egressos de internação em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em conformidade com decisão judicial (Juízo de Execução Penal).
 Pessoas em acompanhamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para as quais o problema da moradia é identificado, por sua equipe de referência, como especialmente estratégico no seu projeto terapêutico. 
 Moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos terapêuticos especiais acompanhados nos CAPS.
SRT I – O Este é o tipo mais comum de residências, onde é necessário apenas a ajuda de um cuidador. é destinado a pessoas com transtornos mentais, moradoras de hospitais psiquiátricos (mais de 01 ano de internação ininterrupto), devendo acolher no máximo oito moradores. 
O acompanhamento na residência é realizado conforme recomendado nos programas terapêuticos individualizados dos moradores e também pelos Agentes Comunitários de Saúde do PSF, quando houver.
 Devem ser desenvolvidas, junto aos moradores, estratégias para obtenção de moradias definitivas na comunidade
O SRT II é a casa de cuidados substitutivos familiares da população institucionalizada, muitas vezes, por uma vida inteira. 
Constituída para clientela carente de cuidados intensivos, com monitoramento técnico diário e pessoal auxiliar permanente na residência.
O tipo II é para pessoas com transtornos mentais, moradoras de hospitais psiquiátricos (mais de 01 de internação ininterrupto) que apresentem acentuado nível de dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, devendo acolher no máximo dez moradores.
 
TIPOS DE SRT´S
Os SRTs devem ser acompanhados pelos CAPS ou ambulatórios especializados em saúde mental, ou, ainda, equipe de saúde da família (com apoio matricial em saúde mental). A equipe técnica deve ser compatível com a necessidade dos moradores e segundo se aproximem mais de um dos dois tipos de STR´s. O cuidador tem uma tarefa importante na moradia.
Tais residências não são exatamente serviços de saúde, mas espaços para morar viver, articulados à rede de atenção psicossocial de cada município, ou seja, de natureza exclusivamente pública. Na legislação, está previsto que as residências terapêuticas deverão ter um Projeto Terapêutico centrado, nas necessidades do usuário, visando à construção progressiva dasua autonomia nas atividades da vida cotidiana e à ampliação da inserção social.
A equipe técnica deve ser qualificada para o atendimento das necessidades dos moradores e permitir a formação de hábitos e modo de conviver específicos dos habitantes de cada residência, considerando sempre que cidadania é composta de direitos e deveres dentro do processo de convivência comunitária. A atenção clínica geral pode ser feita por meio do Programa de Saúde da Família (PSF) e outros serviços e suportes da comunidade.
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CAPS
 Os NAPS/CAPS foram criados oficialmente a partir da Portaria GM 224/92 e eram definidos como 
“unidades de saúde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de quatro horas, por equipe multiprofissional”.
 
Atualmente os CAPS, os NAPS (Núcleos de Atenção Psicossocial), os CERSAMs (Centros de Referência em Saúde Mental) e outros tipos de serviços substitutivos que têm surgido no país, são regulamentados pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 e integram a rede do Sistema Único de Saúde, o SUS. Essa portaria reconheceu e ampliou o funcionamento e a complexidade dos CAPS. 
“que têm a missão de dar um atendimento diuturno às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias.” 
O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São Paulo: Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha Cerqueira
A criação desse CAPS e de tantos outros, fez parte de um intenso movimento social, inicialmente de trabalhadores de saúde mental, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam a situação precária dos hospitais psiquiátricos, que ainda eram o único recurso destinado aos usuários portadores de transtornos mentais.
 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Núcleo de Atenção Psicossocial é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). 
É um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. 
Neles são oferecidos alem de cuidados clínicos, atividades de reinserção social do cliente, são promovidos acesso ao trabalho, ao lazer, aos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e sociais.
DEFINIÇÃO
Oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos.
 
OBJETIVO
FUNÇÕES DO CAPS
prestar atendimento em regime de atenção diária;
• promover a inserção social dos usuários através de açõesintersetoriaisque envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território;
• dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde);
• regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;
• coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território;
• manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental;
• gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado.
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de vida. São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e adolescentes com transtornos mentais. 
Para ser atendido num CAPS pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pelo Programa de Saúde da Família ou por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora. O objetivo do primeiro contato é compreender a situação, de forma mais abrangente possível, da pessoa que procura o serviço e iniciar um vínculo terapêutico e de confiança com os profissionais que lá trabalham.
Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um conjunto de atendimentos que respeite a sua particularidade, que personalize o atendimento de cada pessoa na unidade. 
A depender do projeto terapêutico do usuário do serviço, o CAPS poderá oferecer, conforme as determinações da Portaria GM 336/02: 
Trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário; 
ATENDIMENTO INTENSIVO
Nessa modalidade de atendimento, o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento, mas a 
pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;
ATENDIMENTO SEMI-INTENSIVO
ATENDIMENTO NÃO-INTENSIVO
Oferecido quando a pessoa não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse atendimento também pode ser domiciliar 
 Quando uma pessoa é atendida em um CAPS, ela tem acesso a vários recursos terapêuticos:
 
ATENDIMENTO 
INDIVIDUAL
prescrição de medicamentos, psicoterapia, orientação;
ATENDIMENTO 
EM GRUPO
ATENDIMENTO 
P/ FAMÍLIA
oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal; 
atendimento nuclear e a grupo de familiares, atendimento individualizado a familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares; 
ATIVIDADES COMUNITÁRIAS
atividades desenvolvidas em conjunto com associações de bairro e outras instituições existentes na comunidade, que têm como objetivo as trocas sociais, a integração do serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral. Essas atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários;
um instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS como um lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam e propõem encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido.
ASSEMBLÉIAS OU REUNIÕES DE ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO
As oficinas terapêuticas são uma das principais formasde tratamento oferecido nos CAPS. Os CAPS têm, freqüentemente, mais de um tipo de oficina terapêutica. Essas oficinas são atividades realizadas em grupo com a presença e orientação de um ou mais profissionais, monitores e/ou estagiários:
 Oficinas expressivas: espaços de expressão plástica (pintura, argila, desenho etc.), expressão corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais), expressão verbal (poesia, contos, leitura e redação de textos, de peças teatrais e de letras de música), expressão musical (atividades musicais), fotografia, teatro. 
• Oficinas geradoras de renda: servem como instrumento de geração de renda através do aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou diferente da profissão do usuário. As oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária, marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, fabricação de velas, artesanato em geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc.
• Oficinas de alfabetização: esse tipo de oficina contribui para que os usuários que não tiveram acesso ou que não puderam permanecer na escola possam exercitar a escrita e a leitura, como um recurso importante na (re)construção da cidadania. 
TIPOS DE CAPS
• CAPS I e CAPS II: são CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população de abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.
• CAPS III: são CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias da semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e persistentes. Municípios com população acima de 200.000 habitantes
•CAPSi: CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais. Municípios com população acima de 200.000 habitantes
•CAPSad: CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação. Municípios com população acima de 100.000 habitantes
 Os usuários que permanecem um turno de quatro horas nos CAPS devem receber uma refeição diária; os assistidos em dois períodos (oito horas), duas refeições diárias; e os que estão em acolhimento noturno nos CAPS III e permanecem durante 24 horas contínuas devem receber quatro refeições diárias. 
 A freqüência dos usuários nos CAPS dependerá de seu projeto terapêutico. 
 O acolhimento noturno e a permanência nos fins de semana devem ser entendidos como mais um recurso terapêutico, visando proporcionar atenção integral aos usuários dos CAPS e evitar internações psiquiátricas. 
 A necessidade de medicação de cada usuário do CAPS deve ser avaliada constantemente com os profissionais do serviço. Os CAPS podem organizar a rotina de distribuição de medicamentos e/ou assessorar usuários e familiares quanto à sua aquisição e administração, observando-se o uso diferenciado e de acordo com o diagnóstico e com o projeto terapêutico de cada um.
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL (CAPSi)
O CAPSi é um serviço de atenção diária destinado ao atendimento de crianças e adolescentes gravemente comprometidos psiquicamente. 
Estão incluídos nessa categoria os portadores de autismo, psicoses, neuroses graves e todos aqueles que, por sua condição psíquica, estão impossibilitados de manter ou estabelecer laços sociais.
Em geral, as atividades desenvolvidas nos CAPSi são as mesmas oferecidas nos CAPS, como atendimento individual, atendimento grupal, atendimento familiar, visitas domiciliares, atividades de inserção social, oficinas terapêuticas, atividades socioculturais e esportivas, atividades externas.
 a experiência permite indicar algumas situações que favorecem as possibilidades de melhora, principalmente quando o atendimento tem início o mais cedo possível, observando-se as seguintes condições:
• O tratamento tem mais probabilidade de sucesso quando a criança ou adolescente é mantida em seu ambiente doméstico e familiar. 
 • As famílias devem fazer parte integrante do tratamento, quando possível, pois observa-se maior dificuldade de melhora quando se trata a criança ou adolescente isoladamente.
• O tratamento deve ter sempre estratégias e objetivos múltiplos, preocupando-se com a atenção integral a essas crianças e adolescentes, o que envolve ações não somente no âmbito da clínica, mas também ações intersetoriais. 
• As equipes técnicas devem atuar sempre de forma interdisciplinar, permitindo um enfoque ampliado dos problemas, recomendando-se a participação de médicos com experiência no atendimento infantil, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, para formar uma equipe mínima de trabalho. 
• Deve-se ter em mente que no tratamento dessas crianças e adolescentes, mesmo quando não é possível trabalhar com a hipótese de remissão total do problema, a obtenção de progressos no nível de desenvolvimento, em qualquer aspecto de sua vida mental, pode significar melhora importante nas condições de vida para eles e suas famílias.
 • Atividades de inclusão social em geral e escolar em particular devem ser parte integrante dos projetos terapêuticos.
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – ALCOOL E OUTRAS DROGAS (CAPS-ad)
Os CAPS I, II e III destinam-se a pacientes com transtornos mentais severos e persistentes, nos quais o uso de álcool e outras drogas é secundário à condição clínica de transtorno mental. 
Para pacientes cujo principal problema é o uso prejudicial de álcool e outras drogas passam a existir, a partir de 2002, os CAPSad.
Os CAPSad devem oferecer atendimento diário a pacientes que fazem um uso prejudicial de álcool e outras drogas, permitindo o planejamento terapêutico dentro de uma perspectiva individualizada de evolução contínua. Possibilita ainda intervenções precoces.
 Os CAPSad desenvolvem uma gama de atividades que vão desde o atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros) até atendimentos em grupo ou oficinas terapêuticas e visitas domiciliares. 
Também devem oferecer condições para o repouso, bem como para a desintoxicação ambulatorial de pacientes que necessitem desse tipo de cuidados e que não demandem por atenção clínica hospitalar.
Recebe as pessoas para tratamento e recuperação com ênfase na redução de danos e com o estímulo à aquisição de novos comportamentos em saúde, visando à diminuição de internações hospitalares para desintoxicação e outros tratamentos.
CAPS AD III –
Destinado ao atendimento de pessoas de todas as faixas etárias em sofrimento decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Indicado para municípios com população acima de 150.000 habitantes
É destinado a proporcionar atenção integral e contínua a usuários em sofrimento decorrente do uso e da dependência de substâncias psicoativas (incluindo o álcool), com funcionamento durante as 24 horas do dia, inclusive nos feriados e finais de semana.
Conta com equipe qualificada cada para cuidar das pessoas que apresentem quadros de abstinência, intoxicação aguda ou agravos clínicos relacionados ao consumo de álcool e outras drogas.
Além de tratamento psicoterápico e medicamentoso, o atendimento ao paciente inclui visita domiciliar e à família.
Funcionamento 24 horas, diariamente, inclusive feriados e fins de semana.
Atualmente, existem na Capital seis Caps, onde são atendidas, em média 450 pessoas, por mês. Unidade de acolhimento, há apenas uma.
O Caps infantil, localizado na Rua José Santiago, 121, Vila Santa Dorothéia, atende crianças e adolescente viciados em Álcool e Drogas e o Caps Margarida, localizado na Vila Rica, destinado a atendimentos de adultos com transtornos mentais.
Já o Caps Pós Traumático, que fica na Vila Almeida, e cuida de pessoas com problemas de estresse pós traumático já oferece amparos nas 24 horas. Assim como o centro AD, que atende adultos dependentede álcool e drogas.
Existe também uma unidade de acolhimento na Rua Joaquim Murtinho, destinada a adultos moradores de ruas e dependentes de álcool e drogas. No local, o paciente pode ficar até seis meses e tem 14 vagas.
Segundo a coordenadora de Saúde Mental da Sesau, Ana Carolina Ametela Guimarães, está previsto para o início do ano a inauguração da Residência Terapêutica, no Bairro Paulo Coelho Machado. A proposta é atender moradores do Hospital Nosso Lar e pacientes que estão provisoriamente em Caps à espera de vagas de residências.
INTERNAÇÃO HOSPITALAR (HOSPITAL GERAL E HOSPITAL ESPECIALIZADO)
Na concepção da reforma psiquiátrica, o modelo centralizado na atenção não promove a reabilitação total do cliente. A pessoa com transtorno mental, por enfrentar uma situação de isolamento e outros fatores relacionados à doença, não consegue se inserir na sociedade, podendo perder sua individualidade.
O movimento da Reforma Psiquiátrica ressalta que a pessoa com transtorno psíquico em fase aguda necessita de hospitalização e que esta deve ser feita em enfermarias de hospitais gerais, não em hospitais especializados, considerando que, uma vez tratada essa fase, a pessoa pode ter alta hospitalar e ter acompanhamento em outros serviços que não a internação.
Alguns hospitais gerais se adaptaram a essa nova realidade, inclusive com implantação de ambulatórios de saúde mental para acompanhamento dos egressos das internações hospitalares.
Considerar a utilização de hospitais psiquiátricos especializados com modelo assistencial reestruturado para tornar o tratamento, o cuidado e a convivência mais adequados.
Desde que as condições de internação sejam adequadas, cumpram as legislações nacional e internacional de direitos humanos, adequem os recursos humanos, tenham área física compatível com o número de leitos, é perfeitamente aceitável manter ativos os Hospitais Especializados. 
Não se está preconizado depósitos de pessoas com tratamento sub-humano, mas assistência àqueles que sofrem de transtornos mentais.
Considera-se a possibilidade da integração e da coexistência dos diferentes tipos de serviços desde que atendam aos princípios éticos-morais e de cidadania inerentes à assistência humanista.
GRUPOS DE AJUDA MÚTUA
São iniciativas voluntárias, algumas também de filiação religiosa, oriunda da população, que exercem importante papel de acolhimento aos dependentes de álcool e de outras drogas e sues familiares.
Os Alcoólicos Anônimos (AA) constituem a maioria dessas redes. Todos os serviços da rede de saúde devem buscar articulação adequada com esses grupos de ajuda mútua.
Acredita-se que tenha de haver uma reforma do modelo assistencial em saúde mental e psiquiatria no Brasil, com ênfase na prevenção primária possível e no oferecimento da prevenção secundária e terciária eficazes para reduzir a incapacitação e promover melhor distribuição de recursos, considerando o sofrimento, a sobrecarga e a eficiência dos serviços disponíveis.

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