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Direito Constitucional Prof. Fabio Tavares Matéria: Disposições Gerais (continuação) / Leis Delegadas 22/03/2011 3º Disposição: Casa Iniciadora X Casa Revisora: 3.1 Regra: Que a casa iniciadora seja a Câmara dos Deputados Federais. 3.2 A casa revisora será o Senado Federal. 3.3 Exceção: Quando a casa iniciadoria for o Senado Federal, consequentemente a casa revisora será Câmara dos Deputados Federais. A exceção só será aplicada quando o projeto for de autoria de qualquer um dos membros ou comissões do Senado Federal. Atenção: Se a PEC (Projeto de EC) for de autoria de mais da metade das Assembléias Legislativas – a casa iniciadora deverá ser o Senado Federal e a segunda casa a Câmara. 4º Disposição: Sanção e Veto – do Presidente da República. 4.1 Os únicos atos legislativos passíveis de sanção e veto – são as Leis Ordinárias e as Leis Complementares. 4.2 O que é uma sanção? Sanção: Além de ser um ato de anuência, pois o Presidente da República concorda com à aprovação dos projetos de leis – ordinária ou complementar. Uma vez aprovados os projetos são denominados de autógrafos. Natureza Jurídica da Sanção: É um ato de conversão, pois é o momento que o projeto de lei vira lei (ordinária ou complementar). Tudo o que for antes da sanção será submetido ao controle “apriori”, ou seja, controle preventivo da constitucionalidade (atua somente com projetos de leis – para impedir que uma lei entre no ordenamento jurídico com vício da inconstitucionalidade). Duas espécies de sançao: expressa ou tácita. - Expressa: É aquela que o Presidente lança a sua assinatura nos projetos aprovados, ora autógrafos. - Tácita: O Presidente não assina os autógrafos, ou seja, os projetos ficaram parados por 15 dias úteis, diante da inércia ou omissão. Após a sanção presidencial (expressa ou tácita) a lei será promulgada pelo Presidente da República e consequentemente será publicado no D.O.U (Diário Oficial da União). Veto: Tem natureza jurídica de descordância e principalmente – é o ato exclusivo que denuncia que o projeto de lei não será convertido em lei. Fundamentação do veto – o veto pode ser: político ou jurídico: - Político: Se o projeto está fundamentado por motivo político – é porque o projeto é constitucional, mas não atende o interesse público. - Jurídico: Se o projeto está fundamentado por motivo jurídico – o projeto é inconstitucional, ou seja, ofende a CF. Obs.: A função do veto jurídico é atuar diretamente no controle preventivo. Procedimento do veto: a) Havendo o veto, o Presidente deve comunicar em 48 horas o Presidente do Senado Federal (que é também Presidente do Congresso Nacional); b) O Presidente do Senado ao receber o comunicado deve convocar o Congresso Nacional – para no prazo de 30 dias o Poder Legislativo delibere/discuta sobre o veto; c) O Congresso Nacional poderá manter o veto – e o projeto será arquivado. Contudo, o Congresso poderá derrubar o veto – por decisão da maioria absoluta de seus membros; d) Se o veto for derrubado o ato legislativo será devolvido para o Presidente da República – para que ele promulgue em 48 horas, mas se ele não promulgar compete ao Presidente do Senado promulgar em 48 horas, mas se o mesmo se negar a promulgar – deve o Vice Presidente do Senado promulgar em 48 horas. Obs.: A sessão será realizada em conjunto e o voto – manifestação será secreta. Leis Delegadas: 1. Função típica: Todas as competências constitucionais são indelegáveis, logo toda função típica também será indelegável. Excepcionalmente as funções típicas serão delegadas somente pela CF. 2. Fenômeno da interpenetração dos poderes: É a delegabilidade de uma função típica para o outro Poder que internamente penetra na função típica do outro poder (atuando de forma atípica / exercício da função atípica). 3. Legitimidade: Somente o Presidente da República, desde que, solicite uma autorização do Congresso Nacional. 4. Forma da autorização: À autorização do Congresso Nacional terá forma de uma resolução. 5. Natureza jurídica da resolução que autoriza o Presidente a criar Lei Delegada: A resolução além de ser um ato legislativo irá limitar e estabelecer o campo de atuação do Presidente da República, não podendo o mesmo violar/afrontar a resolução. 6. Violação: Nos termos do Art. 49, V, da CF – compete exclusivamente ao Congresso Nacional sustar os atos normativos exorbitantes da delegação, em outras palavras o Presidente publicou a lei delegada em desconformidade com a resolução. 7. Natureza jurídica do ato de sustar (Art. 49, V, da CF): Neste caso, o Congresso Nacional excepcionalmente estará atuando no controle repressivo da constitucionalidade. Art. 49 – “É da Competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.” 8. Vedações: Jamais serão criadas leis delegadas, sobre: - Nacionalidade; - Matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional; - Matérias de competência privativa da Câmara e do Senado; - Matérias reservadas as Leis Complementares; - Cidadania; - Direitos Individuais; - Direitos Eleitorais; - Direitos Políticos; - Organização dos Poderes – Legislativo; Executivo e Judiciário; - Carreira do Ministério Público; - Planos Plurianuais; - Diretrizes Orçamentarias; - Orçamentos. 9. Controle preventivo das Leis Delegadas: Só será possível se a resolução determinar que o projeto da Lei Delegada seja encaminhado para a deliberação do Congresso Nacional. O Congresso Nacional não poderá emendar e a votação será única. 10. Leis Delegadas jamais serão promulgadas, apenas publicadas. Obs.: No Brasil temos 3 Leis Delegadas.
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