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ato administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS ADMINISTRATIVOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
	
	Quando se fala em atos administrativos, se está referindo a uma modalidade de ato jurídico. O ato administrativo nada mais é do que uma espécie do gênero ato jurídico.
	Entretanto, quando se fala em ato administrativo, estará presente uma espécie de ato jurídico que é qualificada por uma circunstância. 
	Alguns autores sustentavam que o que qualificava o ato administrativo era a presença Administração. Essa idéia foi vencida na medida em que se começou a constatar que, muitas vezes, a Administração não estava presente, mas mesmo assim poderia estar caracterizado o ato administrativo praticado, como, por exemplo, nos casos de alguns atos praticados por delegatários. 
	Começou, assim, a ser percebido que a qualificação de ato administrativo advinha da circunstância de perspectiva de se ter uma atuação realizada dentro de uma prerrogativa, dentro de um poder. 
	Diante desse fato, o ato administrativo passou a ser classificado como sendo o ato praticado pela Administração ou por quem lhe faça as vezes, usando da prerrogativa de Administração e voltado a adquirir, modificar ou extinguir direitos, sempre projetado ao interesse público (conceito de Hely Lopes Meirelles).
	Essa é a idéia de ato administrativo, sendo importante destacar que nem toda a conduta da Administração traz a presença de um ato administrativo. 
	Por conta disso, a doutrina passou a definir a conduta da Administração como ATOS DA ADMINISTRAÇÃO. Essa expressão é uma expressão abrangente de todas as condutas da Administração. Ela se refere aos atos administrativos; aos atos materiais (sinônimos de fatos materiais ou de fatos da administração, que traduzem a materialização de uma decisão administrativa – a realização de uma obra é um ato material ou fato material); aos outros atos que a Administração realiza na qualidade de particular, sem ter prerrogativas, incluídos os atos negociais (contratos privados realizados pela Administração).
Requisitos dos Atos Administrativos
	O ato jurídico tem três requisitos de validade: agente capaz; objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.
	No âmbito do direito administrativo há uma divergência muito grande, mas para concurso público, a melhor posição é a orientação que estabelece 05 requisitos ou elementos para a validade do ato: COMPETÊNCIA, FORMA, OBJETO, FINALIDADE E MOTIVO.
	Essa orientação é a que prevalece tanto no âmbito da magistratura federal quanto na estadual, sendo essa a posição do Des. Jessé Torres.
	Esses 5 requisitos constam na lei 4717/65 – Ação Popular (art. 2º).
Art. 2º da Lei 4717/65.
	Competência é a atribuição. Forma é o revestimento externo. Finalidade é o objetivo perseguido que autoriza a prática do ato. Motivo é a circunstância de fato ou de direito que enseja a prática do ato. Objeto é o conteúdo do ato. 
	Quando se observa tais requisitos, é possível constatar a diferença entre o direito privado e o público. No âmbito do direito privado, há a figura do agente capaz – o agente deve ter capacidade para a prática do ato. 
	Já no direito público, o que se indaga é quanto às atribuições do agente, se o agente tem atribuição para a prática do ato. Não interessa a sua capacidade, o que interessa é se o agente tem a atribuição para praticar aquele determinado ato. Daí surge uma questão muito importante, que pode ser indagada em concurso público:
Questão: Se um determinado ato administrativo é praticado por um agente absolutamente incapaz, o ato será válido ou não? 
Resposta: O mais importante é, primeiro, perquirir sobre as atribuições. Confirmadas as atribuições do agente, deve-se, então, indagar sobre a natureza do ato: se ele é discricionário ou se é vinculado.
Se o ato for vinculado, a vontade é prévia do legislador e o agente não terá vontade. No ato vinculado, o legislador, de forma prévia, estabelece que se verificada determinada situação o agente deve praticar o ato. Assim, deve-se verificar se o agente tinha competência e se o ato foi praticado dentro dos ditames da lei. Se preenchidos esses requisitos, o ato será válido, mesmo que o agente seja absolutamente incapaz. A doutrina é pacífica quanto a esse ponto.
No ato discricionário, o agente competente tem o juízo de valor quanto à conveniência ou oportunidade da prática do ato. Nesse caso, uma primeira corrente defende que deve ser verificado se o ato atingiu a finalidade pública. Deve-se checar se o ato se deu dentro de uma competência discricionária e se a valoração realizada foi adequada aos fins públicos. Se estiverem presentes tais situações, ou seja, sendo o agente competente, tendo sido observada a forma, buscando-se a finalidade pública constante na lei e sendo o motivo pertinente, não há ilegalidade no ato para essa corrente, devendo ser desconsiderada a incapacidade.
Mas há uma segunda corrente que reconhece que se o agente é absolutamente incapaz, ele não tem condições de realizar o juízo de valor inerente ao ato discricionário, sendo o ato inválido. Essa é posição de Celso Antônio Bandeira de Mello.
	
 
	 
				
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