Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 1 Imposto de renda 1 Introdução ................................................................................................... 1 2 Regramento constitucional ......................................................................... 1 3 Regulação no CTN ...................................................................................... 6 4 IRPF ............................................................................................................ 8 4.1 Base de cálculo ............................................................................................................................ 8 4.1.1 Deduções: ........................................................................................................................ 9 4.1.2 Rendimentos isentos .................................................................................................... 12 4.1.3 Tributação em separado (definitiva ou exclusiva na fonte) ...................................... 15 4.1.3.1 Exclusiva na fonte ........................................................................................................ 15 4.1.3.2 Rendimentos sujeitos à tributação definitiva ............................................................ 15 4.1.3.3 Ganho de capital na alienação: ................................................................................... 16 4.1.4 Rendimentos provenientes do exterior (compensação) ............................................. 20 4.1.5 Pagamentos líquidos: reajustamento ......................................................................... 20 4.2 Rendimentos sujeitos a recolhimento mensal (carnê-leão) ................................................... 21 4.3 Retenção de valores pagos judicialmente ............................................................................... 21 4.4 Sujeitos passivos do IRPF ........................................................................................................ 21 5 IRPJ ........................................................................................................... 23 5.1 Sujeitos pasivos ......................................................................................................................... 23 5.2 Período de apuração ................................................................................................................. 23 5.3 Lucro presumido ...................................................................................................................... 24 5.4 Lucro real .................................................................................................................................. 26 5.5 Lucro arbitrado ........................................................................................................................ 30 5.6 Extraterritorialidade: tributação em bases universais .......................................................... 31 6 Contabilidade e direito tributário (lâmina) ............................................. 33 7 CSLL ......................................................................................................... 33 1 Introdução Criado em 1923, com base na competência residual da União. Trata-se do tributo com a maior aptidão para promover a isonomia e a justiça na imposição. Regulação: esparsa; regulamento desatualizado (Decreto 3000/1999); IN RFB 1500/2014 (IRPF); IN RFB 1515/2014 (IRPJ) 2 Regramento constitucional Base econômica: “renda e proventos de qualquer natureza” Reserva de lei: Absoluta Anterioridade: De exercício Princípios específicos: Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 2 Art. 153, § 2º - O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; - generalidade: amplitude subjetiva - universalidade: amplitude objetiva - progressividade no IR: Tabelas de Incidência Mensal - a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (em R$) Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Tabelas Progressivas Anuais Para os exercícios de 1993 a 2001: Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 3 A partir do exercício 2017, ano-calendário de 2016: Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) Até 22.847,76 - - De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57 De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51 Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32 Obrigatoriedade de apresentação da DIRPF: rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 Progressividade no IR sobre ganho de capital: Lei nº 13.259/2016: “Art. 1° O art. 21 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações: Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 4 Art. 21. O ganho de capital percebido por pessoa física em decorrência da alienação de bens e direitos de qualquer natureza sujeita-se à incidência do imposto sobre a renda, com as seguintes alíquotas: I - 15% (quinze por cento) sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais); II - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento) sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) e não ultrapassar R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); III - 20% (vinte por cento) sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e não ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais); e IV - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento) sobre a parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). - regressividade (no tempo) no IR: Rendimentos de Capital: Fundos de longo prazo e aplicações de renda fixa, em geral: - 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias; - 20,0% para aplicações com prazo de 181 até 360 dias; - 17,5% para aplicações com prazo de 361 até 720 dias; - 15,0% para aplicações com prazo acima de 720 dias; Fundos de curto prazo: - 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias; - 20,0% para aplicações com prazo acima de 180 dias; Fundos de ações: - 15%; Juros sobre o capital próprio: - 15% - Regime regressivo da previdência privada (PGBL) LEI No 11.053, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2004. Conversão da MPv nº 209, de 2004 Dispõe sobre a tributação dos planos de benefícios de caráter previdenciário e dá outras providências. Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 5 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o É facultada aos participantes que ingressarem a partir de 1o de janeiro de 2005 em planos de benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas modalidades de contribuição definida ou contribuição variável, das entidades de previdência complementar e das sociedades seguradoras, a opção por regime de tributação no qual os valores pagos aos próprios participantes ou aos assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores acumulados, sujeitam-se à incidência de imposto de renda na fonte às seguintes alíquotas: I - 35% (trinta e cinco por cento), para recursos com prazode acumulação inferior ou igual a 2 (dois) anos; II - 30% (trinta por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 2 (dois) anos e inferior ou igual a 4 (quatro) anos; III - 25% (vinte e cinco por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 4 (quatro) anos e inferior ou igual a 6 (seis) anos; IV - 20% (vinte por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 6 (seis) anos e inferior ou igual a 8 (oito) anos; V - 15% (quinze por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 8 (oito) anos e inferior ou igual a 10 (dez) anos; e VI - 10% (dez por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 10 (dez) anos. § 1o O disposto neste artigo aplica-se: I - aos quotistas que ingressarem em Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI a partir de 1o de janeiro de 2005; II - aos segurados que ingressarem a partir de 1o de janeiro de 2005 em planos de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência em relação aos rendimentos recebidos a qualquer título pelo beneficiário. § 2o O imposto de renda retido na fonte de que trata o caput deste artigo será definitivo. PGBL progressivo: tributação na fonte à alíquota de 15% e ajuste na declaração (isto é, se não há opção pelo regime regressivo) VGBL: tributação na fonte à alíquota de 15% e ajuste na declaração, mas apenas pelos rendimentos auferidos (art. 63, § 2º, da MP 2.158-35). A extinta imunidade das aposentadorias e pensões "II - não incidirá, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 6 rendimentos do trabalho." Revogado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98 Há a isenção das aposentadorias e pensões a maiores de 65 anos, prevista na Lei 7.713/1988 3 Regulação no CTN Fato gerador: SEÇÃO IV Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) - disponibilidade jurídica e econômica: - jurídica: direito à renda; - econômica: percepção da renda - conceitos de renda e de proventos de qualquer natureza Aplicação da teoria do acréscimo patrimonial: Renda: fruto do trabalho ou do capital Proventos de qualquer natureza: demais acréscimos patrimoniais - acréscimos patrimoniais x indenizações O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda (Súmula 125 do STJ). O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda (Súmula 136 do STJ) A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda (Súmula 215 do STJ). São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional (Súmula 386 do STJ) Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. (Súmula 498 do STJ) Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 7 Não está sujeita ao imposto de renda a indenização recebida por pessoa jurídica, em decorrência de desapropriação amigável ou judicial (Súmula 39 do extinto TFR) Controvérsias: - indenização por danos morais: alteração do patrimônio (econômico) - indenização por lucros cessantes - juros de mora Verbas pagas nas relações laborais: Indenizatórias: – as verbas rescisórias pagas quando da extinção de contrato de trabalho, a menos que decorram de mera liberalidade da empresa, e não de imposição legal;1 – as verbas pagas a título de reintegração laboral que seja tida por desaconselhada, diversamente da reintegração efetiva, com o pagamento dos salários em atraso;2 – as férias e a licença-prêmio não gozadas e convertidas em pecúnia (Súmulas 125 e 136 do STJ),3 bem como as férias proporcionais indenizadas e o respectivo terço constitucional (Súmula 386 do STJ);4 – a indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária (Súmula 215 do STJ);5 – o auxílio-condução, cuja finalidade é compensar o desgaste do patrimônio dos servidores que utilizam veículos próprios para o exercício de suas atividades profissionais;6 – o jetom pago aos parlamentares, a título de ajuda de custo pelo comparecimento às convocações extraordinárias e pelos gastos de início e fim de sessão legislativa.7 Remuneratórias: – as horas extraordinárias trabalhadas (Súmula 463);8 – as verbas rescisórias pagas por liberalidade das empresas, entendidas como as que não 1 STJ, 1ª Seção, AgRg no EREsp 887.132, rel. Min. Denise Arruda, 9.2007. 2 STJ, 1ª Seção, REsp 1.142.177, rel. Min. Luiz Fux, 8.2010. 3 Eis o seu texto: “O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda” (Súmula 125 do STJ); “O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda” (Súmula 136 do STJ). 4 Súmula 386 do STJ: “São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional”. Conferir STJ, 1ª Seção, REsp 1.111.223, rel. Min. Castro Meira, 4.2009. 5 Súmula 215 do STJ: “A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda”. 6 STJ, 1ª Seção, REsp 1.096.288, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12.2009. 7 STJ, 2ª Turma, REsp 1.141.761, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2.2010. 8 Súmula 463 do STJ: “Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo”. Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 8 decorrem de imposição normativa prévia ao ato de dispensa;9 – as verbas remuneratórias previstas em acordos coletivos, mesmo que indevidamente denominadas “indenizatórias” (como a “indenização por horas trabalhadas” paga pela Petrobrás)10 e devidas pela extinção ou pela renúncia expressa a benefícios laborais (como a jornada de trabalho limitada, estabelecida pelo art. 20 do Estatuto da Advocacia);11 – o abono de permanência.12 - Irrelevância da origem da renda: Para a tributação, “o dinheiro não tem cheiro” (pecunia non olet). Controvérsia sobre a tributação do produto do crime Base de cálculo: CTN: Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Sujeito passivo: Sujeitos passivos Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título,dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. Contribuintes: pessoas físicas residentes no Brasil Responsáveis: agentes de retenção 4 IRPF 4.1 Base de cálculo - Regra: regime de caixa STF, Pleno, RE 614.406, rel. p/ acórdão Min. Marco Aurélio, 10.2014 – Tema nº 368 da Repercussão Geral: “Incidência do imposto de renda de pessoa física sobre rendimentos percebidos acumuladamente” 9 STJ, 1ª Seção, REsp 1.112.745, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 9.2009. 10 STJ, 1ª Seção, EREsp 670.514, rel. Min. José Delgado, 5.2008. 11 STJ, 1ª Seção, EREsp 695.499, rel. Min. Herman Benjamin, 5.2007. 12 STJ, 1ª Seção, REsp 1.192.556, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 8.2010. Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 9 4.1.1 Deduções: Desconto simplificado: Lei 9.250/1995 Art. 10. O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie, limitada a: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) IX - R$ 16.754,34 (dezesseis mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e trinta e quatro centavos) a partir do ano-calendário de 2015. (Redação dada pela Lei nº 13.149, de 2015) Parágrafo único. O valor deduzido não poderá ser utilizado para comprovação de acréscimo patrimonial, sendo considerado rendimento consumido. (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) Deduções na declaração de ajuste: Lei 9.250/1995 Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [despesas médicas] b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e especialização); e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico, até o limite anual individual de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) [despesas com educação] 10. R$ 3.561,50 (três mil, quinhentos e sessenta e um reais e cinquenta centavos), a partir do ano-calendário de 2015; c) à quantia, por dependente, de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) [dedução fixa por dependente] 9. R$ 2.275,08 (dois mil, duzentos e setenta e cinco reais e oito centavos) a partir do ano-calendário de 2015; d) às contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; [contribuições previdenciárias] e) às contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social; [contribuições para entidades de previdência privada] Lei 9.532/1997: Art. 11. As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência privada, a que se refere a alínea e do inciso II do art. 8o da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e às contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual - Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de 24 de julho de 1997, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao recolhimento, Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 10 também, de contribuições para o regime geral de previdência social ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a contribuição mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos. f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) [pensão alimentícia] g) às despesas escrituradas no Livro Caixa, previstas nos incisos I a III do art. 6º da Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, no caso de trabalho não- assalariado, inclusive dos leiloeiros e dos titulares de serviços notariais e de registro. [despesas no Livro Caixa] h) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.469, de 2011) i) às contribuições para as entidades de previdência complementar de que trata a Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012. (Incluído pela Lei nº 12.832, de 2013) [previdência complementar dos servidores públicos] IN RFB 1500/2014: Seção VI Das Despesas Escrituradas no Livro Caixa Art. 104. O contribuinte que receber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os respectivos encargos trabalhistas e previdenciários; II - os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à retribuição pela execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais e extrajudiciais; III - as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1756, de 31 de outubro de 2017) IV - as importâncias pagas, devidas aos empregados em decorrência das relações de trabalho, ainda que não integrem a remuneração destes, caso configurem despesas necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, observado o disposto no § 5º. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1756, de 31 de outubro de 2017) Dependentes (L. 9250/95): Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea c, poderão ser considerados como dependentes: Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 11 I - o cônjuge; II - o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; III - a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; IV - o menor pobre, até 21 anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial;V - o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; VI - os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal; VII - o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. § 1º Os dependentes a que se referem os incisos III e V deste artigo poderão ser assim considerados quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau. § 2º Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges. § 3º No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. § 4º É vedada a dedução concomitante do montante referente a um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do imposto, por mais de um contribuinte. Deduções do imposto devido Lei 9.250/1995 Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, poderão ser deduzidos: I - as contribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional do Idoso; (Redação dada pela Lei nº 12.213, de 2010) (Vigência) II - as contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma da regulamentação do Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, instituído pelo art. 1º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; (“Lei Rouanet”) III - os investimentos feitos a título de incentivo às atividades audiovisuais, na forma e condições previstas nos arts. 1º e 4º da Lei nº 8.685, de 20 de julho de 1993 (Lei do Audiovisual); Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 12 IV - (VETADO) V - o imposto retido na fonte ou o pago, inclusive a título de recolhimento complementar, correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo; VI - o imposto pago no exterior de acordo com o previsto no art. 5º da Lei nº 4.862, de 29 de novembro de 1965. VII - até o exercício de 2012, ano-calendário de 2011, a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico incidente sobre o valor da remuneração do empregado. (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) VII - até o exercício de 2019, ano-calendário de 2018, a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico incidente sobre o valor da remuneração do empregado; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 2014) VIII - doações e patrocínios diretamente efetuados por pessoas físicas no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica - PRONON e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD, previamente aprovados pelo Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) § 1º A soma das deduções a que se referem os incisos I a IV não poderá reduzir o imposto devido em mais de doze por cento. [limite] Lei 9.532/97: Art. 22. A soma das deduções a que se referem os incisos I a III do art. 12 da Lei nº 9.250, de 1995, fica limitada a seis por cento do valor do imposto devido, não sendo aplicáveis limites específicos a quaisquer dessas deduções. § 2° (VETADO) § 3° - A dedução de que trata o inciso VII do caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) I - está limitada: (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) a) a 1 (um) empregado doméstico por declaração, inclusive no caso da declaração em conjunto; (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) b) ao valor recolhido no ano-calendário a que se referir a declaração; (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) II - aplica-se somente ao modelo completo de Declaração de Ajuste Anual; (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) III - não poderá exceder: (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) yu a) ao valor da contribuição patronal calculada sobre 1 (um) salário mínimo mensal, sobre o 13o (décimo terceiro) salário e sobre a remuneração adicional de férias, referidos também a 1 (um) salário mínimo; (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) b) ao valor do imposto apurado na forma do art. 11 desta Lei, deduzidos os valores de que tratam os incisos I a III do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) IV - fica condicionada à comprovação da regularidade do empregador doméstico perante o regime geral de previdência social quando se tratar de contribuinte individual. (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006) (Vide Medida provisória nº 284, de 2006) 4.1.2 Rendimentos isentos Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 13 Lei 7.713/1988 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: I - a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a diferença entre o preço cobrado e o valor de mercado; II - as diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de trabalho; III - o valor locativo do prédio construído, quando ocupado por seu proprietário ou cedido gratuitamente para uso do cônjuge ou de parentes de primeiro grau; IV - as indenizações por acidentes de trabalho; V - a indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o limite garantido por lei, bem como o montante recebido pelos empregados e diretores, ou respectivos beneficiários, referente aos depósitos, juros e correção monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; VI - o montante dos depósitos, juros, correção monetária e quotas-partes creditados em contas individuais pelo Programa de Integração Social e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público; VII - os seguros recebidos de entidades de previdência privada decorrentes de morte ou invalidez permanente do participante. (Redação dada pela Lei nº 9.250, de 1995) VIII - as contribuições pagas pelos empregadores relativas a programas de previdência privada em favor de seus empregados e dirigentes; IX - os valores resgatados dos Planos de Poupança e Investimento - PAIT, de que trata o Decreto-Lei nº 2.292, de 21 de novembro de 1986, relativamente à parcela correspondente às contribuições efetuadas pelo participante; X - as contribuições empresariais a Plano de Poupança e Investimento - PAIT, a que se refere o art. 5º, § 2º, do Decreto-Lei nº 2.292, de 21 de novembro de 1986; XI - o pecúlio recebido pelos aposentados que voltam a trabalhar em atividade sujeita ao regime previdenciário, quando dela se afastarem, e pelos trabalhadores que ingressarem nesse regime após completarem sessenta anos de idade, pago pelo Instituto Nacionalde Previdência Social ao segurado ou a seus dependentes, após sua morte, nos termos do art. 1º da Lei nº 6.243, de 24 de setembro de 1975; XII - as pensões e os proventos concedidos de acordo com os Decretos-Leis, nºs 8.794 e 8.795, de 23 de janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, e art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, em decorrência de reforma ou falecimento de ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira; XIII - capital das apólices de seguro ou pecúlio pago por morte do segurado, bem como os prêmios de seguro restituídos em qualquer caso, inclusive no de renúncia do contrato; XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 14 XV - os rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, de transferência para a reserva remunerada ou de reforma pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade de previdência privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sem prejuízo da parcela isenta prevista na tabela de incidência mensal do imposto, até o valor de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) h) R$ 1.787,77 (mil, setecentos e oitenta e sete reais e setenta e sete centavos), por mês, a partir do ano-calendário de 2014. (Incluída pela Lei nº 12.469, de 2011) (Vide Medida Provisória nº 644, de 2014) XVI - o valor dos bens adquiridos por doação ou herança; XVII - os valores decorrentes de aumento de capital: a) mediante a incorporação de reservas ou lucros que tenham sido tributados na forma do art. 36 desta Lei; b) efetuado com observância do disposto no art. 63 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, relativamente aos lucros apurados em períodos-base encerrados anteriormente à vigência desta Lei; XVIII - a correção monetária de investimentos, calculada aos mesmos índices aprovados para os Bônus do Tesouro Nacional - BTN, e desde que seu pagamento ou crédito ocorra em intervalos não inferiores a trinta dias; (Redação dada pela Lei nº 7.799, de 1989) XIX - a diferença entre o valor de aplicação e o de resgate de quotas de fundos de aplicações de curto prazo; XX - ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação posterior pelo contribuinte. XXI - os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) XXII - os valores pagos em espécie pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS e ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). XXIII - o valor recebido a título de vale-cultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012) Parágrafo único. O disposto no inciso XXII do caput deste artigo não se aplica aos prêmios recebidos por meio de sorteios, em espécie, bens ou serviços, no âmbito dos referidos programas. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009) (Produção de efeitos) IN 1500/2014: Seção VII Dos Demais Rendimentos Art. 11. São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos: I - bolsas de estudo e de pesquisa caracterizadas como doação, quando recebidas Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 15 exclusivamente para proceder a estudos ou pesquisas e desde que os resultados dessas atividades não representem vantagem para o doador, nem importem contraprestação de serviços; [...] VII - diferença a maior entre o valor de mercado de bens e direitos recebidos em devolução do capital social e o valor deste constante da declaração de bens do titular, sócio ou acionista, quando a devolução for realizada pelo valor de mercado; X - as remessas destinadas ao exterior para fins educacionais, científicos ou culturais, inclusive para pagamento de taxas escolares, de taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários ou assemelhados e de taxas de exame de proficiência, bem como as remessas efetuadas por pessoas físicas residentes no País para cobertura de despesas médico-hospitalares com tratamento de saúde, no exterior, do remetente ou de seus dependentes; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1756, de 31 de outubro de 2017) 4.1.3 Tributação em separado (definitiva ou exclusiva na fonte) 4.1.3.1 Exclusiva na fonte - aplicações financeiras; - 13º salário (tributação pela tabela mensal); - juros sobre o capital próprio - PLR; Participação nos lucros ou resultados A partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: Valor do PLR anual (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) De 0,00 a 6.677,55 0,0 - De 6.677,56 a 9.922,28 7,5 500,82 De 9.922,29 a 13.167,00 15 1.244,99 De 13.167,01 a 16.380,38 22,5 2.232,51 Acima de 16.380,38 27,5 3.051,53 - Não há deduções fiscais - rendimentos pagos a beneficiários não identificados 4.1.3.2 Rendimentos sujeitos à tributação definitiva Recolhimento é feito pelo contribuinte - ganho de capital na alienação Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 16 - lucros distribuídos que ultrapassarem o presumido (- tributos) ou o lucro contábil + lucro acumulado, quando houver escrituração contábil - rendimentos recebidos acumuladamente A partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) Até (1.903,98 x NM)* - - Acima de (1.903,98 x NM) até (2.826,65 x NM) 7,5 142,79850 x NM Acima de (2.826,65 x NM) até (3.751,05 x NM) 15 354,79725 x NM Acima de (3.751,05 x NM) até (4.664,68 x NM) 22,5 636,12600 x NM Acima de (4.664,68 x NM) 27,5 869,36000 x NM * NM = Número de meses a que se refere o pagamento acumulado IN 1500/2014: Art. 21. Estão sujeitos à tributação definitiva: IV - ganhos de capital referentes à diferença a maior entre o valor da integralização e o constante da declaração de bens, na transferência de bens e direitos da pessoa física a pessoa jurídica a título de integralização de capital; V - ganhos de capital apurados na transferência de propriedade de bens e direitos, por sucessão, a herdeiros, legatáriosou donatários como adiantamento da legítima, bem como a cada ex-cônjuge ou ex-companheiro, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, quando o sucessor optar pela inclusão dos referidos bens e direitos, na sua declaração de rendimentos, por valor superior àquele pelo qual constavam da declaração do de cujus, do doador ou do ex-cônjuge ou ex-companheiro declarante, antes da dissolução da sociedade conjugal ou da união estável; VI - ganhos líquidos auferidos nas operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; 4.1.3.3 Ganho de capital na alienação: Incidência: Seção I Incidência Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 17 Art. 117. Está sujeita ao pagamento do imposto de que trata este Título a pessoa física que auferir ganhos de capital na alienação de bens ou direitos de qualquer natureza (Lei nº 7.713, de 1988, arts. 2º e 3º, § 2º, e Lei nº 8.981, de 1995, art. 21). § 1º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, ao ganho de capital auferido em operações com ouro não considerado ativo financeiro (Lei nº 7.766, de 1989, art. 13, parágrafo único). § 2º Os ganhos serão apurados no mês em que forem auferidos e tributados em separado, não integrando a base de cálculo do imposto na declaração de rendimentos, e o valor do imposto pago não poderá ser deduzido do devido na declaração (Lei nº 8.134, de 1990, art. 18, § 2º, e Lei nº 8.981, de 1995, art. 21, § 2º). § 3º O ganho de capital auferido por residente ou domiciliado no exterior será apurado e tributado de acordo com as regras aplicáveis aos residentes no País (Lei nº 9.249, de 1995, art. 18). § 4º Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 3º). § 5º A tributação independe da localização dos bens ou direitos, observado o disposto no art. 997. Base de cálculo: Seção V Apuração do Ganho de Capital Art. 138. O ganho de capital será determinado pela diferença positiva, entre o valor de alienação e o custo de aquisição, apurado nos termos dos arts. 123 a 137 (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 2º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 2º, § 7º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 17). - corretagem é abatida, se suportada pelo vendedor (art. 123, § 5º) - juros não compõem o valor da alienação, sendo tributados em separado – carnê-leão (art. 123, § 6º) - imóvel rural – custo de aquisição e valor de venda: valor da terra nua constante no DIAT (art. 136) Correção monetária Subseção III Bens Adquiridos após 31 de dezembro de 1995 Art. 131. Não será atribuída qualquer atualização monetária ao custo dos bens e direitos adquiridos após 31 de dezembro de 1995 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 17, inciso II). Fatores de redução: Lei 11.196/2005: Art. 40. Para a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital por ocasião da alienação, a qualquer título, de bens imóveis realizada por pessoa física residente no País, serão aplicados fatores de redução (FR1 e FR2) do ganho de capital apurado. Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 18 § 1o A base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelos fatores de redução, que serão determinados pelas seguintes fórmulas: I - FR1 = 1/1,0060m1, onde "m1" corresponde ao número de meses-calendário ou fração decorridos entre a data de aquisição do imóvel e o mês da publicação desta Lei, inclusive na hipótese de a alienação ocorrer no referido mês; [período até o advento da lei] II - FR2 = 1/1,0035m2, onde "m2" corresponde ao número de meses-calendário ou fração decorridos entre o mês seguinte ao da publicação desta Lei ou o mês da aquisição do imóvel, se posterior, e o de sua alienação. [período posterior: 4,2% ao ano] § 2o Na hipótese de imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o fator de redução de que trata o inciso I do § 1o deste artigo será aplicado a partir de 1o de janeiro de 1996, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Isenções: Lei 9.250/1995 e 11.196/2005 CAPÍTULO VIII DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA – IRPF Valor de venda até R$ 35.000,00: Art. 22. Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Parágrafo único. No caso de alienação de diversos bens ou direitos da mesma natureza, será considerado, para os efeitos deste artigo, o valor do conjunto dos bens alienados no mês. Alienação do único imóvel de até R$ 440.000,00: Art. 23. Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja de até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha sido realizada qualquer outra alienação nos últimos cinco anos. Compra de outro imóvel em até 180 dias, isenção uma vez a cada cinco anos: Lei 11.196/2005 Art. 39. Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País. § 1o No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido neste artigo será contado a partir da data de celebração do contrato relativo à 1a (primeira) operação. § 2o A aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela não aplicada. Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 19 § 3o No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção de que trata este artigo aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais. § 4o A inobservância das condições estabelecidas neste artigo importará em exigência do imposto com base no ganho de capital, acrescido de: I - juros de mora, calculados a partir do 2o (segundo) mês subseqüente ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido; e II - multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2o (segundo) mês seguinte ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago até 30 (trinta) dias após o prazo de que trata o caput deste artigo. § 5o O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de que trata este artigo 1 (uma) vez a cada 5 (cinco) anos. Alienações a prazo RIR: Art. 140. Nas alienações a prazo, o ganho de capital deverá ser apurado como venda à vista e tributado na proporção das parcelas recebidas em cada mês, considerando-se a respectiva atualização monetária, se houver (Lei nº 7.713, de 1988, art. 21). § 1º Para efeito do disposto no caput, deverá ser calculada a relação percentual do ganho de capital sobre o valorde alienação que será aplicada sobre cada parcela recebida. § 2º O valor pago a título de corretagem poderá ser deduzido do valor da parcela recebida no mês do seu pagamento. Herança, doação ou dissolução de sociedade conjugal Herança, Legado ou Doação em Adiantamento da Legítima e Dissolução da Sociedade Conjugal Art. 119. Na transferência de direito de propriedade por sucessão, nos casos de herança, legado ou por doação em adiantamento da legítima, os bens e direitos poderão ser avaliados a valor de mercado ou pelo valor constante da declaração de bens do de cujus ou do doador (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23). § 1º Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus ou do doador sujeitar-se-á à incidência de imposto, observado o disposto nos arts. 138 a 142 (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23, § 1º). § 2º O herdeiro, o legatário ou o donatário deverá incluir os bens ou direitos, na sua declaração de bens correspondente à declaração de rendimentos do ano- calendário da homologação da partilha ou do recebimento da doação, pelo valor pelo qual houver sido efetuada a transferência (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23, § 3º). § 3º Para efeito de apuração de ganho de capital relativo aos bens e direitos de que trata este artigo, será considerado como custo de aquisição o valor pelo qual houverem sido transferidos (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23, § 4º). § 4º As disposições deste artigo aplicam-se, também, aos bens ou direitos atribuídos a cada cônjuge, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23, § 5º). § 5º O imposto a que se referem os §§ 1º e 4º deverá ser pago (Lei nº 9.532, de 1997, art. 23, § 2º , e Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, art. 10): I - pelo inventariante, até a data prevista para a entrega da declaração final de espólio, nas transmissões mortis causa, observado o disposto no art. 13; II - pelo doador, até o último dia útil do mês calendário subseqüente ao da doação, no caso de doação em aditamento da legítima; Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 20 III - pelo ex-cônjuge a quem for atribuído o bem ou direito, até o último dia útil do mês subseqüente à data da sentença homologatória do formal de partilha, no caso de dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar. Integralização de capital: Participações Societárias Adquiridas em Decorrência de Integralização de Capital com Bens ou Direitos: Art. 132. As pessoas físicas poderão transferir a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos, pelo valor constante da respectiva declaração de bens ou pelo valor de mercado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 23). § 1º Se a transferência for feita pelo valor constante da declaração de bens, as pessoas físicas deverão lançar nesta declaração as ações ou quotas subscritas pelo mesmo valor dos bens ou direitos transferidos, não se aplicando o disposto no art. 464 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 23, § 1º). § 2º Se a transferência não se fizer pelo valor constante da declaração de bens, a diferença a maior será tributável como ganho de capital (Lei nº 9.249, de 1995, art. 23, § 2º). Recebimento de Devolução de Capital Social em Bens ou Direitos Art. 133. Os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica que forem transferidos ao seu titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 22). Parágrafo único. Os bens ou direitos recebidos serão informados, na declaração de bens correspondente à declaração de rendimentos do respectivo ano-calendário, pelo valor contábil ou de mercado, conforme avaliado pela pessoa jurídica, observado o disposto no inciso XLVII do art. 39 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 22, § 3º). 4.1.4 Rendimentos provenientes do exterior (compensação) CAPÍTULO III IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR Art. 103. As pessoas físicas que declararem rendimentos provenientes de fontes situadas no exterior poderão deduzir, do imposto apurado na forma do art. 86, o cobrado pela nação de origem daqueles rendimentos, desde que (Lei nº 4.862, de 1965, art. 5º, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 98): I - em conformidade com o previsto em acordo ou convenção internacional firmado com o país de origem dos rendimentos, quando não houver sido restituído ou compensado naquele país; ou II - haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos produzidos no Brasil. § 1º A dedução não poderá exceder a diferença entre o imposto calculado com a inclusão daqueles rendimentos e o imposto devido sem a inclusão dos mesmos rendimentos. 4.1.5 Pagamentos líquidos: reajustamento IN 1500/2014 CAPÍTULO XIII DO REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 21 Art. 64. Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, é considerada líquida, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recai o imposto. 4.2 Rendimentos sujeitos a recolhimento mensal (carnê-leão) Não tributados na fonte, ou seja: - pagos por pessoas físicas (ex. locação) - provenientes do exterior - pensão alimentícia - de aluguéis (de pessoas físicas) 4.3 Retenção de valores pagos judicialmente IN RFB 1500/2014 Subseção I Dos Rendimentos Decorrentes de Decisão da Justiça Federal Art. 25. No caso de rendimentos pagos, em cumprimento de decisão da Justiça Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor, o IRRF deve ser retido pela instituição financeira responsável pelo pagamento e incide à alíquota de 3% (três por cento) sobre o montante pago, sem quaisquer deduções, no momento do pagamento ao beneficiário ou seu representante legal, ressalvado o disposto no Capítulo VII. § 1º Fica dispensada a retenção do imposto quando o beneficiário declarar à instituição financeira responsável pelo pagamento que os rendimentos recebidos são isentos ou não tributáveis. § 2º O IRRF de acordo com o caput será considerado antecipação do imposto apurado na DAA. Subseção II Dos Rendimentos Decorrentes de Decisão da Justiça do Trabalho Art. 26. Os rendimentos pagos em cumprimento de decisões da Justiça do Trabalho estão sujeitos ao IRRF com base na tabela progressiva constante do Anexo II a esta Instrução Normativa, observado o disposto no Capítulo VII. § 1º Cabe à fonte pagadora, no prazo de 15 (quinze) dias da data da retenção, comprovar, nos respectivos autos, o recolhimento do IRRF incidente sobre os rendimentos pagos. § 2º Na hipótese de omissão da fonte pagadora relativamente à comprovação de que trata o § 1º, e nos pagamentos de honorários periciais, compete ao Juízo do Trabalho calcular o IRRF e determinar o seu recolhimento à instituição financeira depositária do crédito. § 3º A não indicação pela fonte pagadora da natureza jurídica das parcelas objeto de acordo homologado perante a Justiça do Trabalho acarreta a incidência do IRRF sobre o valor total da avença. . 4.4 Sujeitos passivos do IRPF - residentes no Brasil - residentes no exterior (quanto a rendas provenientes do Brasil) Andrei Pitten Velloso Resumos das aulas – Direito Tributário II – tributos em espécie: 2018/1 22 - saída do País: declaração de saída definitiva - menores e incapazes: contribuintes – com opção de tributação em conjunto Tributação da família: - declaração em separado: rendimentos próprios; e50% ou 100% dos comuns (opção ou no caso de dispensa de declaração) - declaração em conjunto: opção. Rendimentos do dependente são somados; e imposto pago por este é compensado Ex1. Pais separados com filhos, ambos com renda igual, mas o pai abate a pensão paga ao filho. Pai Mãe Filho 1. Rendimentos tributáveis R$ 60.000,00 R$ 60.000,00 R$ 18.000,00 2. Deduções - - - 2.1. Dependente R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.2. Instrução R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.3. Despesa médica R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.4. Pensão alimentícia R$ 18.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.5. Total das deduções R$ 18.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 3. Base de cálculo R$ 42.000,00 R$ 60.000,00 R$ 18.000,00 4. Imposto R$ 3.643,92 R$ 8.544,63 R$ 58,86 5. Alíquota efetiva 6,07% 14,24% 0,32% Ex2. Famílias com duas fontes de renda x famílias com apenas uma fonte de renda Família 1 Família 2 Cônjuge 1 Cônjuge 2 1. Rendimentos tributáveis R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 R$ 60.000,00 2. Deduções - - - 2.1. Dependente R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.730,40 2.2. Instrução R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.3. Despesa médica R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0.000,00 2.4. Pensão alimentícia R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 2.5. Total das deduções R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.730,40 3. Base de cálculo R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 R$ 58.269,60 4. Imposto R$ 1.273,86 R$ 1.273,86 R$ 8.068,77 5. Alíquota efetiva 4,24% 4,24% 13,44%
Compartilhar