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Direitos Humanos

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Direitos Humanos 
 
Prof.: Nestor Sampaio 
 
Matéria: Convenções sobre eliminação de todas as formas de - discriminação racial/ 
discriminação contra as mulheres/ Convenção contra tortura e outros tratamentos ou 
penas crueis, desumanos ou degradantes/ Convenção sobre os direitos da criança/ Pacto 
de San José da Costa Rica. 
 
30/03/2011 
 
 
Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação 
racial: 
Referida convenção estabelece-se com base no princípio da igualdade relacionado com a 
dignidade da pessoa humana (constante da Declaração Universal) e volta sua aplicação 
contra a fobia racial (se a fobia for relacionada a crianças, mulheres etc, não se aplica esta 
convenção, pois existem convenções específicas para estes casos). 
Os antecedentes históricos remontam ao ano de 1960, quando do ingresso de 17 novos 
países africanos na ONU e da realização da 1ª Conferência de Cúpula dos Países não 
alinhados (Belgrado 1961) e o ressurgimento do neonazista. 
Esta convenção só tem aplicabilidade quanto a intolerância racial. 
 
Discriminação Racial (ONU, 1965): 
São caracteres importantes dessa convenção: 
- Assinala que toda doutrina de superioridade de raça é cientificamente falsa, moralmente 
condenável, socialmente injusta e perigosa, inexistindo qualquer forma de justificativa 
para a ocorrência da discriminação racial, tendo por finalidade evitar desastres na 
sociedade. 
Obs.: Cabe ressaltar que a engenharia genética definiu que a coloração da pele não é 
relevante para a classificação de um ser vivo. 
 
- Definição “discriminação racial”: Significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou 
preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade 
ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, 
aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, 
cultural ou qualquer outra área da vida pública. 
 
- Referida Convenção também impõe aos Estados signatários o reconhecimento da 
discriminação como prática condenável e a adoção de políticas públicas, ou seja, a 
postura discriminatória deve ser penalizada no plano interno dos Estado signatários. 
 
- A Convenção cria um Comitê sobre a eliminação da discriminação racial, cuja 
competência volta-se para o recebimento de relatórios ou denúncias de outros Estados 
e/ou relatórios ou denúncias de indivíduos, se o Estado neste último caso, declarar a 
competência do Comitê para apurar e eliminar a discriminação racial. 
 
- Esta Convenção entende que não há qualquer pratica de racismo quando a Constituição 
dos Estados signatários – estabelecem diferenças entre nacionais e estrangeiros. 
 
- Estabelece também medidas repressivas à discriminação racial, tais como o 
compromisso de não legalizar o preconceito, assim como de punir os violadores, de evitar 
propaganda racista etc. 
 
- De outra banda, olhando para o futuro, a Convenção aduz a necessidade da construção 
de uma cultura de tolerância (ex: promoção da igualdade). A tolerância está pautada na 
convivencia harmônica dos desiguais / convivencia pacífica. 
Portanto, a Convenção conclama aos Estados elucidar seus cidadãos que o racismo é um 
atraso de vida em todos os seus aspectos. 
 
- Prevê “discriminações positivas” ou “ações afirmativas”, são medidas de proteção 
especial ou incentivos a indivíduos ou grupos de indivíduos; com vistas a sua melhoria 
social, até um nível de igualdade, ou seja, visa estabelecer o reequilíbrio ou o equilíbrio 
inicial, são aplicadas temporariamente visando à recuperação a um passado 
preconceitoso. Ex.: Cota para negros em Universidades – visa reduzir desigualdades no 
ensino educacional. 
 
- Direitos protegidos: Isonomia diante da lei, sem qualquer distinção; direito a tratamento 
equânime nos Tribunais e perante todos os orgãos da administração da justiça; direito à 
segurança e proteção contra a violência; direito de votar (sufrágio universal); direito de 
acesso e ingresso aos serviços públicos etc. 
 
- Estabelece 3 mecanismos de implementação: 
1. Sistema de relatórios; 
2. Sistema de comunicação entre os Estados (nada impede que um Estado denúncie 
outro); 
3. Sistema de comunicação individual (vítima – pode acionar diretamente o Comitê). 
 
- Comitê é composto por 18 integrantes (experts/peritos) – eleito para um quadriênio. 
 
Convenção da eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres 
(ONU, 1979): 
Embora tenha sido um documento de ampla aceitação entre os países da ONU (só 
perdendo em números absolutos para a Convenção dos Direitos da Criança), a referida 
convençao foi um acordo internacional que recebeu maiores reservas dos Estados 
signatários. Sobretudo na cláusula de igualdade entre homens e mulheres. 
Essas reservas foram de origem religiosas, culturais ou mesmo legais. 
É fundamental esclarecer que essa convenção atenta para o respeito dos princípios da 
ONU, dentre os quais a dignidade humana e a igualdade, ressaltando ainda que o 
descumprimento desses preceitos produz danos à mulher (vítima como o bem-estar da 
família), razão pela qual isenta aos Estados signatários adotarem a igualdade entre sexos 
– em todos os setores. 
 
 
São caracteres importantes desta convenção: 
- Toda distinção, exclusão ou restrição fundada no sexo e que tenha por objetivo – 
prejudicar, destruir o reconhecimento, gozo ou exercício pelas mulheres 
(independentemente do seu estado civil), com base na igualdade dos homens e das 
mulheres. 
 
- Ações afirmativas de natureza temporária, visando remediar as desvantagens históricas 
enfrentadas, p.ex: até 62 a mulher dependia do homem para realizar negócios 
(procuração marital). 
- Adota medidas urgentes para erradicar todas as formas de discriminação. Estas medidas 
urgentes são concedidas através da análise do “periculum in mora” e o “fumus boni 
iuris”. Dentre estas medidas temos no Brasil, p.ex: Lei Maria da Penha e a Delegacia da 
Mulher. 
 
- Prevê a impossibilidade jurídica de invocação de preceitos religioso ou costumeiros 
para afastar as obrigações estatais pactuadas. 
 
- Determina o compromisso dos Estados: tornar efetivo o direito de igualdade; garantir o 
acesso amplo da mulher aos Tribunais e outros orgãos quando houver violência contra si; 
estabelecer medidas que eliminarem quaisquer discriminações individuais ou empresarias 
à mulher. 
 
- Criar o Comitê sobre a eliminação da discriminação contra a mulher (composto por 23 
peritos): incumbe analisar informações dos Estados referentes à implantação deste pacto, 
podendo ainda apresentar sugestões ou recomendações à Assembleia Geral da ONU. 
 
- Criar um mecanismo de petição individual que permite oferecer denúncias, informações 
– o Comitê possa instaurar um inquérito investigativo para apurar as denúncias de 
violações de direitos das mulheres. 
 
Observações: 
 - Os Estados tem que reconhecer a competência para que este Comitê realize o 
procedimento investigativo. 
- Cabe salientar também que o Comitê afasta a denúncia anônima – vazia. 
- Um dos pré-requisitos para invocar o Comitê é a inexistência de litispendência. 
- Referida Convenção invoca também a proteção dos direitos sociais de 2ª 
geração/dimensão. 
- TRE/ Tribunal Regional Eleitoral revela cota mínima de 30% a candidatura femina. 
Conforme a Lei 9.504/97, que estabelece normas para as eleições, cada partido político 
ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada 
sexo. No entanto, não há sanção prevista para o descumprimento da regra. Em eleições 
anteriores, a legislação previa apenas a reserva das vagas. No texto atual a palavra 
"reservará" foi substituída por "preencherá". Para o presidente do TRE, a norma é mais 
uma "exortação" para que as mulheres participemdo processo eleitoral e deve ser 
perseguida pelos partidos políticos. 
 
Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas crueis, desumanos ou 
degradantes (ONU, 1984): 
A convenção não é o único instrumento internacional que visa coibir a tortura. 
Exs.:Sistema Global: Declaração Universal; Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos – 1966; Princípios Básicos de Tratamentos Prisioneiros – 1990 etc. 
Exs.:Sistema Regional: Convenção Americana de Direitos Humanos – 1969; Carta 
Africana de Direitos Humanos e de Direitos dos Povos – 1981 etc. 
 
Nota-se que a tortura foi aplicada em vários momentos da história, p. ex: chicoteio de 
escravos e a santa inquisição. Sendo que, o que iniciou a Convenção foi a reunião da 
criação da Declaração de 1975. 
 
Definição de Tortura (Art.1º): Considera-se tortura qualquer ato pelo qual ocasione dores 
ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são inflingidos intencionalmente a uma pessoa 
a fim de obter dela ou de 3ª pessoa informações ou confissões; de castigá-la por ato que 
ela ou 3ª pessoa tenha cometido, ou seja, suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir 
esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de 
qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário 
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua investigação, ou 
com seu consentimento ou aquiescência. 
 
Dentre outros direitos, consagra a proteção contra atos de tortura e outras formas de 
tratamento cruel, desumano ou degradante; o direito de pessoa de não ser extraditada ou 
expulsa para um Estado onde corra risco de ser torturada; prevê indenização em caso de 
tortura; que a denúncia sobre tortura será analisada com imparcialidade; que não haverá 
tortura para obtenção de confissão. 
 
Referida Convenção veda a derrogação da cláusula de proibição da tortura (Art.2º). 
 
A Convenção dispõe que a tortura é crime contra o Direito Internacional, ou seja, é a 
idéia de responsabilizar os autores – obriga os Estados a punir torturadores e deverá 
também perseguir o praticante, onde quer que ele esteja (processando e extraditando, 
conforme as regras internacionais), inclusive os suspeitos de seu cometimento. 
 
Cria também um Comitê contra a tortura, formado por 10 especialistas, eleitos para um 
mandato de 4 anos, que goza de imunidades e privilégios em prol de sua imparcialidade. 
A dinâmica de seu funcionamento está delineada no próprio texto do Pacto (Arts. 18 e 
seguintes). 
 
Obs.: Este Comitê é eleito pela Assembléia da ONU. 
Obs.: O Comitê pode realizar todos instrumentos de prova – conhecidos. 
 
Determina que os Estados signatários devem declarar reconhecer a competência do 
Comitê contra a tortura para o recebimento de denúncias e instauração de apurações 
investigatórias. 
 
 
Estas denúncias são realizadas por relatório: 
- Pessoal da vítima ou a pedido de terceiros; 
- Ou pelo próprio Estado. 
 
Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989): 
Vigora desde 1990, destacando-se por ter sido o Tratado Internacional de Direitos 
Humanos com maior número de ratificações e o que mais rapidamente entrou em vigor. 
 
 
Dados importantes sobre esta Convenção: 
Conceito de Criança: Toda pessoa humana com idade inferior a 18 anos, salvo se o 
ordenamento jurídico do país em que ela viva estabeleça idade diferente; entretanto, 
veda-se qualquer forma de aplicação da pena de morte e a prisão perpétua para menores 
de 18 anos. 
Obs.: O conceito de criança para o Estatuto da Criança e do Adolescente é diferente do 
que dispõe esta Convenção, conforme o Art. 2º ECA (portanto se a questão da OAB 
mencionar “...conforme a Convenção sobre os Direitos da Criança – idade: menores de 
18 anos). 
Art. 2º /ECA“Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de 
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.” 
A Convenção versa como princípio fundamental a família. Logo, a família é considerada 
a unidade básica e fundamental da sociedade, razão pela qual as crianças devem ser 
protegidas, bem como as suas famílias. 
Proíbe o recrutamento e engajamento nas forças militares dos menores de 15 anos, 
através de orientações aos Estados – para adotarem esta norma, independetemente de 
justificativas para fins militares ou guerra. 
Protege a não discriminação; persecução dos interesses das crianças; vida e 
desenvolvimento plenos; participação nas decisões sobre sua vida. 
À criança assegura o direito de opinião e expressão em contejo com os mesmos direitos 
de seus pais. Ex.: Na legislação processual brasileira, ainda que em via indireta aplica-se 
o direito de opinião e expressão – nas audiências de guarda, separação e adoção, ou seja, 
o juiz escuta o que a criança pensa. 
Garante o direito a vida; proibição de pena capial; nacionalidade; liberdade de locomoção 
dentro e fora do país; proteção diante da separação dos pais; proteção contra tráfico de 
crianças; acesso aos serviços de saúde; nível de vida adequado; segurança social; 
educação primária compulsória e gratuita, proteção contra abuso e exploração sexual etc. 
A exploração sexual mencionada na Convenção é vista principalmente nos atos de 
pedofilia. 
 
A pedofilia existe em grupos de escolas, igrejas, escolinhas de futebol, grupo de 
escoteiros, ou seja, todo lugar em que exista crianças é possível a presença de um 
pedofolo. 
Conceito de pedofilia: É a perversão sexual, na qual a atração sexual de um indivíduo 
adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes (ou seja, 
antes da idade em que a criança entra na puberdade) ou no início da puberdade. A 
pedofilia é classificada como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e 
também como um desvio sexual, pela Organização Mundial de Saúde. 
Os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da idade de consentimento (resultantes em 
coito ou não) é um crime na legislação de inúmeros países. Em alguns países, o assédio 
sexual a tais crianças, por meio da Internet, também constitui crime. Outras práticas 
correlatas, como divulgar a pornografia infantil ou fazer sua apologia, também 
configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime. 
Portanto, a Convenção se preoucupa com estes crimes – escravidão de trabalho infantil, 
turismo sexual, engajamento de crianças em forças armadas e a investigação de cibernets. 
Referida Convenção cria Comitê – recebe relatórios periódicos enviados pelos Estados ou 
de forma individual. 
Pacto de San José da Costa Rica – Sistema Regional/(OEA,1969): 
Trata-se do instrumental mais importante no sistema interamericano. 
Foi assinado em 1969 – entrando em vigor em 1978, após a décima primeira ratificação 
(Peru). O Brasil somente o ratificou em 1992. 
 
Esta Convenção apenas pode ser ratificada por Estados americanos, que sejam membros 
da OEA (requisito obrigatório para integração). 
 
A Convenção Americana de Direitos Humanos assegura um catálogo de Direitos Civis e 
Políticos de forma semelhante ao que fez o Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos que são exs.: o direito à vida; à liberdade; à personalidade jurídica; a um 
julgamento justo; à privacidade; a integridade pessoal; à nacionalidade; à liberdade 
religiosa e de consciência; de resposta de participação do governo; à proteção judicial; à 
proibição da escravidão etc, 
Obs.: O Brasil em seu Art 5º, da CF – também menciona alguns destes direitos. Trata-se 
portanto de uma existência de dupla proteçao destes direitos. 
 
Esta Convenção veda hoje em caráter absoluto a pena de morte. 
Referida Convenção possui caráter de supralegalidade (ao entrar em vigor no direito 
interno brasileiro). Sendo que, diante de caso de guerra a pena de morte, prevista na CF e 
vedada na Convençãoé resolvida pelo princípio “pro omini” (este princípio resolve 
conflitos entre a Constituição e Tratados de Direitos Humanos). 
 
O Princípio do Nemo Tenetur Se Detegere (O Direito de não produzir prova contra si) 
parte do pressuposto de que nenhum indivíduo está obrigado a produzir provas contra si 
mesmo. Na conferência de São José da Costa Rica em 1969, o principio do nemo tenetur 
se detegere ganhou destaque no Art.8º, parágrafo 2, alínea "g", que diz que ninguém é 
obrigado a depor contra si mesmo e nem a se declarar culpado. Em 1976 entrou em vigor 
o Pacto internacional sobre Direito Civil e Políticos, que foi abrangido pela Assembléia 
Geral das Nações Unidas, estabelecendo que todo aquele que for acusado de prática de 
um crime não é obrigado a depor contra si mesmo e nem a se confessar culpado, com 
base no Art. 14, parágrafo 3, alínea "g". 
Nos dias atuais o principio do nemo tenetur se detegere, preserva o direito do acusado de 
não precisar produzir provas contra si mesmo, e podendo se preferir permanecer em 
silêncio sem que haja prejuízo com sua defesa. Obs.: Nota-se que este princípio é 
cláusula explícita no Pacto de San José da Costa Rica. 
Em outro sentido, a Convenção não declara direitos sociais, econômicos e culturais; 
limita-se a assinar o texto, mas orienta que os Estados devem agir de uma maneira 
paulatina na execução destes ideais. Obs.: A Convenção não declara os direitos sociais, 
tendo por finalidade fazer com que os EUA à aderi-se. 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos: 
Promove e ficaliza os Direitos Humanos, através de mecanismos para que sejam 
respeitados. 
 
Expede recomendações dos Estados – adotarem medidas adequadas, bem como solicitar 
informações – para realizar os relatórios. 
 
Esta Comissão é composta por 7 comissários/peritos eleitos, à titulo pessoal, para um 
mandato de 4 anos renováveis uma única vez por igual período (eleitos pela Assembléia 
da OEA). 
As petições pleiteadas podem ser realizadas: 
- Individualmente; 
- Grupos; 
- Ou por Oganizações não governamentais. 
 
A Comissão pode efetuar relatórios à Assembléia da OEA. 
Este relatório pode ser: 
- Temático; 
- Ou Geográfico. 
 
A Comissão tem competência para instaura processo, ou seja, levá-lo à Corte. 
No entanto, antes de remeter a Corte – deverá efetuar a análise dos pressupostos de 
admissibilidade – realizando uma prelibação para que seja remetido este relatório à 
Assembléia. 
 
 
Exs.: Pressupostos de Admissibilidade: petição deve ter sido realizada no prazo de 6 
meses (sendo imprescindível que a vítima ou seus representantes estejam identificados – 
evitando a denúncia anônima/vazia); e sem litispendência com outro Tratado etc. 
 
Corte Interamericana – sede: São José (Costa Rica): 
Orgão judicial autônomo; composto por 7 juizes eleitos (mandato de 6 anos) 
A competência é dividida em conteciosa e consultiva. 
- Competência Conteciosa: Está ligada a instauração dos processos. 
- Competência Consultiva: O Tribunal edita como deve ser interpretada a Convenção. 
 
Os indivíduos não têm capacidade postulatória para recorrer diretamente à Corte, salvo 
exceção com relação a cautelar – presente o “periculum in mora” e “fumus boni iuris”. 
 
Durante o processo é assegurado o direito de ampla defesa e contraditório. 
 
No julgamento é proferida uma sentença definitiva com caráter dúplice. 
Esta sentença impõe (obriga) o Estado - indenizar à vítima, bem como restaurar o direito 
violado (reequilibra os direitos). 
Esta sentença é inapelável, ou seja, irrecorrível. 
 
Protocolo Adicional: Os Estados Partes neste Protocolo Adicional à Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos comprometem-se a adotar as medidas necessárias, 
tanto de ordem interna como por meio da cooperação entre os Estados, especialmente nos 
direitos sociais: direitos a condições equitativas, segurança e proteção no direito do 
trabalho, direito previdenciário, direito ao meio ambiente sadio e sustentável, acesso à 
educação no sentido amplo, proteção do direito e criação da família e o direitos 
reservados aos deficientes físicos. Obs.: Nota-se que o protocolo acrescentou os direitos 
de 2ª geração/dimensão. 
 Possibilita à apresentação de relatórios aos Secretários Gerais da OEA, sendo que, se 
ficar constatada a presença dos indícios de violação dos direitos de 2ª geração – permite 
ao Comitê a interferência.

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