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* * A formação do método linguístico Maurice Leroy * * Os precursores (sec. XVIII e XIX) O conceito de parentesco das línguas foi o ponto de partida para os estudos linguísticos. Conhecimento do sânscrito dava acesso à obra dos gramáticos hindus Sir William Jones encontra afinidades entre latim, grego e sânscrito, provando a origem comum dessas línguas. Famílias de línguas. * * Bopp, Franz Reuniu as primeiras provas sobre o indiscutível parentesco entre as línguas Fundou Gramática Comparada, iniciando com o persa e o hindu. Atestou as semelhanças entre sânscrito e indo-europeu. Antes de Bopp, Rasmus Rask (dinamarquês) demonstrou com mais rigor as semelhanças entre grego, latim e línguas germânicas, mas não havia abordado o sânscrito. Bopp foi considerado mais completo e seus estudos foram publicados em alemão. * * Grimm, Jacob Criou o primeiro modelo das leis fonéticas demonstrando as regularidades fônicas da linguagem. Entretanto, os filólogos clássicos viram com maus olhos os “intrusos” que se pronunciavam sobre tais questões. * * Segundo Bopp “Devemos aprender a conhecer, antes de tudo, o sistema de conjugação do hindu antigo, percorrer, comparando-as, as conjugações do grego, latim, do germânico e do persa; perceberemos, assim, sua identidade e, ao mesmo tempo, reconheceremos a destruição progressiva e gradual do organismo linguístico simples, notando a tendência a substituí-lo por agrupamentos mecânicos, de que resultou um aparente organismo novo” (…) * * Schleicher, August Considerava as línguas como organismos naturais que nascem, crescem e se desenvolvem independentemente da vontade humana. Linguística como ciência natural (Leis de Darwin) A concepção “naturalista” de Schleicher exerceu efeitos salutares no sentido de que os linguistas que o acompanhavam abandonaram as preocupações românticas dos pioneiros da Gramática Comparada, introduzindo um certo rigor em suas pesquisas. * * Mas houve um certo exagero na sistematização dos estudos. Schleicher está ligado a dois estudos importantes. De um lado, determinar as relações que unem as várias línguas da família indo-europeia. De outro, estabelecer um método de classificação das línguas do mundo. Ex: árvores genealógicas * * Classificação das línguas do mundo isolantes: têm significado no todo. Apresentam palavras cheias (semantemas) e vazias Ex: Chinês Aglutinantes – aglutinação de elementos diversos Ex: turco Flexivas – relações gramaticais expressas por modificações da forma Ex: indo-europeu e, mais tarde, as línguas derivadas (inglês, português, etc) * * Schleicher aderiu a esta classificação e acrescentou a ideia de um circuito, isto é, uma se transformando na outra. Mas, tal teoria não pode ser considerada adequada, pois as línguas são bem mais complexas do que essa classificação. * * Através de estudos, pôde-se comprovar que não há meios de se classificar uma língua apenas por tais critérios, já que elas apresentam, muitas vezes, características de mais de um tipo. Ex: inglês - tea We tead. (exemplo que aproxima o inglês de uma língua aglutinante) * * A origem da linguagem Na tentativa de explicar tal origem, surgiram diversas hipóteses. Se a linguagem é obra da natureza humana, se apresenta um curso e um desenvolvimento regulares, é possível chegar a seu berço por induções. Observa-se que o linguista não tem como usar elementos concretos para seus estudos. * * Humboldt, Wilheim von Interessou-se pelos estudos de Bopp A linguagem é o órgão criador do pensamento. Assim como os números nos ajudam a calcular, as palavras nos ajudam a pensar. A forma interna da linguagem é um constituinte fundamental do espírito humano e cada forma da linguagem pode ser considerada como caracterização do povo que a fala. * * Psicologia das raças. Interdependência entre raça e língua Para Humboldt, a língua reflete uma diferença de mentalidade. Ex. Alemão – compreende-se a fala quando é terminada Francês – permite a conclusão antes de se terminar a frase. * * Whitney, William Dwight Embora não tenha sido seguido de imediato por outros linguistas, o americano percebera que as palavras não são sinais arbitrários e convencionais e a linguagem é uma instituição humana. Os neogramáticos tinham certa desconfiança a respeito das teorias de Humboldt e Whitney, pois não apresentavam suporte sólido. * * Neogramáticos Buscavam um método No plano da reconstrução do indo-europeu e da gramática comparada, procuraram eliminar a arbitrariedade e utilizar um método mais rigoroso. Leis fonéticas deram base a esses estudos. (Grimm, Rask) Trabalhos eruditos da técnica comparativa. * * Neogramáticos Rígidas concepções Não abordaram problemas de Linguística Geral. Devido às suas concepções mecanicistas e à importância excessiva com os pormenores, não perceberam o interesse do conjunto e não criaram uma teoria geral a respeito da linguagem. * * A fonética Ao aplicar aos estudos dos sons da linguagem aos métodos experimentais, criando uma técnica instrumental de análise e de registro, Rousselot (Pe. Pierre) foi, historica e estruturalmente, o iniciador da Fonética moderna. * * A semântica Bréal, Michel sugeriu o termo em 1883. Estudo sobre o corpo e a forma das palavras A Gramática Comparada se preocupava apenas com a etimologia das palavras e os agrupamentos eram feitos apenas considerando-se as formas das mesmas. * * Bréal interessou-se pelas evoluções de sentido e foi fiel à concepção dos neogramáticos sobre o estudo histórico da linguagem ser próprio de uma disciplina científica. Reage ao excesso de doutrinarismo ao declarar que utilizou algumas leis, mas que apresentavam algumas exceções. * * A teoria das ondas Schmidt propôs substituir a imagem da árvore genealógica pela imagem das ondas propagadas na superfície da água pela queda de uma pedra. Assim acontece a propagação das particularidades dialetais. As áreas dialetais de um mesmo domínio original diferenciam-se à medida que se acentuam as distâncias que as separam e também por causa das condições políticas, religiosas e sociais.
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