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Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 1 / 43 <NUMCAP>38 <TITCAP>Incontinência Anal <AUT>Juliana Magalhães Machado Barbosa, Luciana Moreno Marques e Silvana Uchoa A defecação é um processo coordenado de armazenamento e expulsão de fezes que depende do adequado peristaltismo intestinal, da atividade sensório-motora dos esfíncteres interno e externo, dos músculos do assoalho pélvico e da pressão intra- abdominal. A continência e a evacuação são processos complexos que envolvem a integridade das estruturas anatômicas, os componentes somáticos e autonômicos, o sistema neural intrínseco, o sistema endócrino, a atividade reflexa e a capacidade física e mental. O termo incontinência anal (IA) é utilizado para englobar a perda involuntária tanto de material fecal quanto de gases, sendo marcada pela incapacidade de manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo socialmente adequados. A International Continence Society (ICS) e a International Urogynecological Association (IUGA) publicaram em 2010, uma terminologia para as disfunções do assoalho pélvico na mulher, dedicando um capítulo para os sintomas de disfunção anorretal. É considerado sintoma de incontinência anal a perda involuntária de fezes ou gases. A incontinência fecal caracteriza-se pela perda involuntária de fezes sólidas ou líquidas e inclui a incontinência passiva, quando há pequena perda (soiling) sem sensação ou aviso e a incontinência durante o coito com penetração vaginal. A incontinência a flatus é marcada pela perda involuntária de gases. Considera-se ainda a urgência fecal ou retal, quando há um desejo súbito e urgente para defecar, difícil de ser adiado e a incontinência de urgência fecal ou a gases, quando ocorre perda involuntária de fezes ou gases associada ao sintoma de urgência. Além dos sintomas associados à constipação intestinal, a IUGA e a ICS consideram ainda a terminologia redução da sensação retal, quando a sensação no reto está ausente ou reduzida; prolapso retal, quando há protrusão externa do reto e; sangramento ou muco retal, Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 2 / 43 quando há perda destas secreções pelo ânus. A prevalência desta condição é variável e pode ser bem maior que a divulgada. Os dados variam porque alguns autores pesquisam apenas a incontinência fecal, enquanto outros avaliam a incontinência anal, e não há consenso sobre a freqüência mínima e duração dos sintomas para inclusão nos estudos de prevalência. O problema pode ser subdimensionado porque os pacientes ficam relutantes em mencionar esta condição aos profissionais de saúde, tanto pelo constrangimento quanto pelo desconhecimento das possibilidades terapêuticas. Se o paciente for idoso, muitas vezes a incontinência é considerada uma conseqüência natural do envelhecimento, e, portanto, não um problema de saúde para a população em geral. Johanson & Lafferty (1996) reportaram que 18,4% dos pacientes adultos que procuram um médico já tiveram IF e que 10% destes restringiram suas atividades devido a esta condição. Nelson et al. (1995), em um estudo com pessoas da comunidade, relataram que 2,2% da população geral tinham incontinência a gases, líquidos ou fezes. Deste total, 30% eram idosos e 63% eram mulheres, dois fatores que são apontados como fortemente relacionados com a ocorrência de incontinência anal. Cerca de 4% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de incontinência anal após o primeiro parto vaginal. A freqüência da incontinência fecal aumenta com o envelhecimento, podendo atingir até 17% dos idosos que residem na comunidade e sendo ainda mais comum entre os idosos hospitalizados e institucionalizados. Dados do Brasil obtidos por Oliveira et al. (2006) indicaram uma prevalência de incontinência fecal em 15% das mulheres na pós-menopausa atendidas no ambulatório de menopausa de uma universidade em São Paulo. Santos & Santos (2011), em um estudo epidemiológico com os adultos residentes na cidade de Pouso Alegre, encontraram uma prevalência de 7% da incontinência fecal. Entre os idosos, Marques (2005) identificou que a incontinência anal estava presente em 29% dos residentes na cidade de Ouro Preto. A ocorrência simultânea de incontinência anal e urinária é denominada incontinência dupla. Meschia et al. (2002) relataram que 24% das mulheres com incontinência Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 3 / 43 urinária também tinham IA. Apesar da menor prevalência da incontinência anal quando comparada com a incontinência urinária, as duas condições exercem um grande impacto sobre a qualidade de vida da paciente. Muitas mulheres podem reduzir suas atividades físicas e sociais e ter a sua auto-estima comprometida, ocasionando insegurança, isolamento e depressão. Mulheres incontinentes para fezes também podem ficar mais sujeitas a complicações de saúde, como lesões de pele, infecções urinárias e alterações nutricionais. Além do impacto físico, social e emocional, a incontinência anal acarreta um elevado custo para o sistema de saúde e para a paciente, incluindo os gastos com dispositivos de proteção, medicamentos, tratamento cirúrgico e reabilitação. Entre as desordens anorretais benignas, a incontinência fecal e a constipação intestinal têm o maior efeito sobre a qualidade de vida dos pacientes. A atuação do fisioterapeuta já é bem estabelecida na reeducação dos distúrbios uroginecológicos. Atualmente, a abordagem da fisioterapia na reeducação anorretal vem sendo mais difundida e embasada pela realização de novas pesquisas sobre o tema. <TIT1>Anatomia e Fisiologia anoretal O reto é uma cavidade virtual que constitui a porção terminal do tubo digestivo. Está localizado na concavidade sacral e é uma continuidade do cólon sigmóide. É composto de fibras musculares lisas e sua parte final, denominada canal anal, atravessa o períneo e exterioriza-se através do ânus. O reto possui capacidade de armazenamento de fezes e gases, através das propriedades viscoelásticas de suas paredes, o que é denominado complacência retal. A mucosa retal não possui receptores sensoriais. A sensação de distensão durante o enchimento retal é mediada pelos receptores de estiramento dos músculos ao redor do reto. O canal anal, por sua vez, é suprido por numerosas terminações nervosas sensitivas, com predomínio das sensações de dor, toque e temperatura. A sensibilidade do reto e do ânus é mediada por fibras aferentes do plexo sacral e do Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 4 / 43 nervo pudendo. O aparato esfincteriano é constituído pelos esfíncteres interno e externo. O primeiro é uma expansão do segmento distal da camada muscular do intestino e apresenta-se em atividade contínua sob o controle simpático excitatório (L5) e parassimpático inibitório (S1-S3). Este componente é o principal responsável pela manutenção do fechamento anal em condições de repouso. O esfíncter externo encontra-se ao redor do interno e é inervado pelo nervo pudendo (S2-S4). É um músculo voluntário, responsável pela continência quando o conteúdo fecal encontra-se no canal anal. O músculo elevador do ânus exerce uma importante função na manutenção da continência anal. Suas porções pubococcígea, isquiococcígea e iliococcígea desempenham um papel predominantemente suportivo das estruturas pélvicas. O músculo puborretal possui fibras contínuas às fibras do esfíncter anal externo, contribuindo para o fechamento voluntário do canal anal. Suas fibras formam um anel ao redor da transição entre o reto e o ânus que, no repouso, mantém uma angulação aguda (90° a 115°) entre essas duas estruturas. Duranteos aumentos da pressão intra- abdominal ou durante a contração do puborretal, a junção retoanal é tracionada anteriormente, tornando o ângulo mais agudo e favorecendo a continência. Durante a evacuação, o relaxamento do músculo puborretal aumenta esse ângulo, facilitando a passagem das fezes. O esfíncter anal externo e o músculo puborretal possuem maior proporção de fibras musculares do tipo I, favorecendo uma atividade predominantemente tônica, importante para a manutenção da continência. O processo de defecação tem início com o enchimento retal, desencadeando uma resposta de distensão e inibindo reflexamente o esfíncter interno. Conseqüentemente, o conteúdo retal entra em contato com o epitélio ricamente inervado do canal anal, fornecendo uma informação sensorial que permite a percepção e a discriminação entre fezes e gases no canal anal. Se houver necessidade de adiar a defecação, o esfíncter anal externo e o músculo puborretal podem ser voluntariamente contraídos. Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 5 / 43 As fezes ficam então armazenadas no reto até a resolução de defecar ou a sua complacência máxima. Quando existem condições adequadas para a evacuação ou quando o reto não é mais capaz de acomodar o volume de fezes, o esfíncter interno atinge o máximo de relaxamento, ocorre contração do cólon e do reto e um posterior relaxamento do esfíncter externo e do puborretal. Durante a defecação, os sinais aferentes enviados ao sistema nervoso central desencadeiam o aumento da profundidade da respiração, o fechamento da glote e a contração dos músculos abdominais. Durante súbitos aumentos da pressão intra-abdominal, como na tosse, espirro ou nas mudanças de posição, é desencadeada uma contração reflexa do esfíncter anal externo e do puborretal, que permite a manutenção da continência nestas condições. O controle somático dos músculos do assoalho pélvico e dos esfíncteres do ânus é realizado por células localizadas no corno anterior da medula no nível de S2-S3, e o controle autonômico da micção e da defecação é mediado na coluna lateral da medula no nível de L5 a S4. Esses estímulos são projetados no córtex motor e também sofrem influência do lobo frontal. <TIT1>Incontinência Anal A incontinência anal pode ser classificada em incontinência sensorial ou motora. A primeira consiste na passagem de fezes sem a percepção do paciente, geralmente secundária ao prolapso retal e aos distúrbios neuropáticos. Na incontinência do tipo motora, os pacientes têm consciência da necessidade de evacuar, mas são incapazes de controlar a defecação. Ocorre em pacientes com distúrbio do assoalho pélvico ou dos esfíncteres, mas com inervação normal. O termo urgência fecal ou incontinência de urgência refere-se à necessidade de defecar imediatamente para que não ocorra perda involuntária. Este tipo de incontinência está relacionado à disfunção do esfíncter externo ou à pequena capacidade de armazenamento do reto, acarretando baixas pressões de contração e baixo volume máximo tolerado. Alguns indivíduos são continentes, porém ocorre um Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 6 / 43 pequeno escape do conteúdo fecal, capaz de sujar as roupas íntimas ou a região anal. Esta condição é denominada soiling e ocorre como conseqüência de um canal anal deformado, impactação fecal ou alteração na consistência das fezes. Uma outra forma de classificar a incontinência anal é associar a sua ocorrência à consistência do material evacuado. Em alguns casos, pode haver dificuldade apenas para impedir a passagem involuntária de gases, em outros, só ocorre incontinência quando as fezes estão líquidas ou pastosas. <TIT2>Etiologia Para que haja manutenção da continência anal, são necessários: distinção da natureza do conteúdo retal, adequados volume e consistência das fezes, capacidade de armazenamento de fezes pelo reto e cólon distal (complacência retal), adequado funcionamento esfincteriano e dos músculos pélvicos, manutenção do controle neurológico, hormonal e emocional e preservação da locomoção. Portanto, uma série de condições pode ocasionar a incontinência anal, entre as quais se incluem: mudança na consistência das fezes, decorrente do abuso de laxativos e de doenças inflamatórias do intestino; redução da complacência retal, decorrente de retirada cirúrgica, tumores e doenças do colágeno; alterações da sensibilidade anal, como na tabes dorsal e nas neuropatias periféricas; comprometimento do controle neurológico central, como nos acidentes vasculares encefálicos e na demência, e anormalidades no mecanismo esfincteriano, como ocorre nas lesões obstétricas, iatrogenia cirúrgica, desordens neurológicas desmielinizantes e doenças inflamatórias. Na mulher, a incontinência fecal também está associada à lesão do nervo pudendo, do assoalho pélvico ou do mecanismo esfincteriano em conseqüência do parto. Mesmo que não ocorra imediatamente após o parto ou ocorra transitoriamente, a ocorrência de partos vaginais sucessivos pode levar a uma deterioração progressiva do aparato esfincteriano anal, com futura manifestação de incontinência anal persistente (Quadro 1). <QUAD>Quadro 1 Condições que podem causar incontinência anal de acordo com Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 7 / 43 os mecanismos de controle da continência Diarréia Doenças inflamatórias do intestino Síndrome do intestino irritável Infecção intestinal Abuso de laxativos Má-absorção Defeitos anatômicos Traumas Cirurgias perineais e anorretais Lesão obstétrica Comprometimentos neurológicos Diabetes Esclerose múltipla Síndrome da cauda eqüina Acidente vascular encefálico Tumores Mielomeningocele Espinha bífida Demência Tabes dorsal Traumatismos cranianos Transbordamento Impactação fecal Drogas psicotrópicas Agentes antimotilidade Complacência retal Doenças do colágeno Tumores retais Radiação Constipação crônica Doenças inflamatórias do intestino Ressecção cirúrgica Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 8 / 43 Desordens vasculares Compressão retal extrínseca Denervação do assoalho pélvico Idiopática Síndrome do períneo descendente Constipação crônica Lesão obstétrica Lesão nervosa periférica Envelhecimento Fonte: Cooper Z, Rose S. Fecal incontinence: a clinical approach. The Mount Sinai Journal of Medicine, 67 (2):96-105, 2000; Jorge JMN, Wexner SD. Etiology and management of fecal incontinence. Dis Colon Rectum, 36:77-97, 1993. O controle da continência sofre influências significativas de fatores associados ao envelhecimento, incluindo alterações da contratilidade e automatismo do puborretal e do esfíncter externo. Estas mudanças estão relacionadas à atrofia muscular ou às alterações do tecido conectivo, associando-se à diminuição da pressão anal de contração, ao descenso perineal e ao aumento da latência do nervo pudendo. Estudos têm documentado um processo de degeneração do esfíncter anal interno que reduz progressivamente a pressão de repouso. Também são citadas reduções da complacência retal e da sensibilidade anal associadas ao envelhecimento. As idosas podem ter o controle intestinal comprometido ainda em função do sedentarismo, de alterações da mobilidade, de processos demenciais e da impactação fecal. <TIT2>Avaliação Fisioterapêutica do paciente com Incontinência Anal Antes de iniciar a reeducação anorretal, os pacientes devem ser submetidos a uma minuciosa investigação que inclui a consulta com o médico especialista, a realizaçãode exames específicos e a avaliação fisioterapêutica. Esses passos são importantes para definir as necessidades do paciente e as possíveis abordagens conservadoras ou cirúrgicas. O conhecimento do tipo de incontinência anal e do grau de comprometimento muscular e/ou neurológico do paciente são importantes para Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 9 / 43 estabelecer as metas e as modalidades fisioterapêuticas mais indicadas. Alguns exames complementam a avaliação do paciente com incontinência anal: • Manometria anorretal: é a mensuração das pressões do reto e do canal anal. Consiste na introdução de uma sonda pelo canal anal que mensura as pressões no reto e canal anal, simulando o processo fisiológico de defecação. Provê informações sobre a pressão anal de repouso, que reflete a atividade do esfíncter interno; sobre a pressão de contração voluntária, que depende da contração do esfíncter anal externo e do puborretal; sobre a atividade reflexa; sobre a capacidade e complacência retal e sobre a sensibilidade retal. • Defecografia e videodefecografia computadorizada: A defecografia é uma técnica dinâmica de radiografia por contraste utilizada para o estudo da evacuação. Consiste na introdução de contraste radiopaco por via retal e na realização de imagens com o paciente em repouso, durante a contração dos músculos voluntários, durante e após a defecação. São obtidas imagens estáticas e dinâmicas por gravação de vídeo sob fluoroscopia. Através deste exame, os seguintes parâmetros podem ser analisados: ângulo anorretal, comprimento e calibre do canal anal, quantidade de material contrastado eliminado e alterações anatômicas do ânus e do reto. Na videodefecografia computadorizada, o exame é realizado da mesma forma, sem as radiografias estáticas, com o uso de esferas e hastes que servem de referência para o cálculo dos valores obtidos nas imagens e as imagens da fluoroscopia são analisadas em computador por programas que permitem mais cálculos e informações dos parâmetros obtidos. • Colonoscopia e retossigmoidoscopia: consistem na introdução de um endoscópio que permite a visualização e avaliação dos cólons e do reto. As imagens são fotografadas e gravadas em vídeo. Indica a presença alterações como inflamações, úlceras, alterações morfológicas, tumores, sangramentos e pólipos e pode ser realizada em associação com biópsia e introdução de medicamentos, quando for o caso. Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 10 / 43 • Ultra-sonografia: realizado através de um cabeçote rotatório de 3600 com 2 a 5 cm de comprimento, bi ou tridimensional, que permite a análise da morfologia do esfíncter anal interno e externo, do puborretal e do septo retovaginal. É um método utilizado para a visualização das alterações de anatomia durante o repouso e para a avaliação dinâmica dos esfíncteres e do puborretal durante contração voluntária. • Eletromiografia: pode ser realizada em pacientes incontinentes com o objetivo de registrar a atividade elétrica dos músculos do assoalho pélvico, determinar sinais de denervação ou contração inapropriada do puborretal e mapear os esfíncteres. Permite o diagnóstico diferencial entre as incontinências fecais miogênicas, neurogênicas e idiopáticas. • Latência terminal motora do nervo pudendo: é a medida do tempo entre a estimulação do nervo pudendo ao nível da espinha isuiática e o início da contração do esfíncter externo. Embora fundamentais para a determinação da etiologia da incontinência anal e para a tomada de decisões clínicas, estes exames não revelam relação direta entre a incontinência e o comprometimento por ela acarretado. Além disto, Norton et al. (2003) observaram que os resultados da manometria não foram capazes de predizer os desfechos da intervenção. As mudanças nos parâmetros deste exame também não foram correlacionadas com o sucesso do tratamento avaliado pela percepção do paciente e por medidas objetivas de gravidade. A avaliação fisioterapêutica para a incontinência fecal segue os princípios básicos para uma avaliação generalista, incluindo dados pessoais, anamnese e exame físico. A história clínica é geralmente focada nos sinais e sintomas que caracterizam o funcionamento intestinal, tais como: freqüência e duração das perdas e das evacuações, consistência das fezes, presença de urgência, diarréia, flatulência e constipação, uso de proteção. A queixa do paciente e como ele se sente em relação a seus sintomas não devem ser desconsiderados. A anamnese inclui ainda um relato da Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 11 / 43 história cirúrgica e de doenças em outros sistemas que podem relacionar-se com a ocorrência de incontinência, uso de medicações, hábitos alimentares, avaliação do status mental e emocional. Para uma melhor avaliação do paciente com incontinência anal, vários autores têm proposto um sistema de quantificação que considera a intensidade e a freqüência da perda, através de uma graduação numérica da gravidade. Esta avaliação permite a comparação pré- e pós-intervenção e entre pacientes, grupos e tipos de tratamento. As escalas Continence Grading Scale ou Índice da Incontinência e Fecal Incontinence Severity Index são as mais utilizadas nos estudos clínicos (Fig. 3 e Fig. 4). Alguns autores utilizam o teste da almofada para graduar a intensidade da perda fecal, mas não foi encontrada na literatura pesquisada uma padronização para a realização deste teste para incontinência anal. Não achei nada sobre isto: vocês têm alguma referência? O exame físico inclui a avaliação da pressão arterial e freqüência cardíaca, a inspeção, a palpação, exames neurológicos específicos, uma avaliação funcional e domiciliar e testes de avaliação da qualidade de vida. Na inspeção geral, procura-se detectar a presença de obesidade, distensão abdominal, cicatrizes e distúrbios posturais e biomecânicos, principalmente associados à coluna lombossacra. A inspeção vulvo-perineal deve ser direcionada para a aparência externa, distância entre o ânus e a vagina, presença de cicatrizes, atrofias e pontos de fibrose, sinais de hipoestrogenismo, abertura anal e presença de hemorróidas. A palpação é realizada através do toque vaginal e retal e envolve a análise da elasticidade e da contratilidade global e seletiva dos músculos do assoalho pélvico, com ênfase no esfíncter externo do ânus e no puborretal. Esta última pode ser obtida através do teste muscular manual. Várias escalas de classificação da função muscular são encontradas na literatura (Quadro 2). <QUAD>Quadro 2 Exame manual da força dos músculos do assoalho pélvico Grau 0 Nenhuma contração Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 12 / 43 Grau 1 Contração ultrabreve, incapaz de ser mantida Grau 2 Contração fraca, sem resistência, mantida por menos de 3 segundos Grau 3 Contração moderada, contra fraca resistência, mantida por 3-6 segundos Grau 4 Boa contração, contra resistência moderada, mantida por 6-10 segundos Grau 5 Contração vigorosa contra resistência, mantida por mais de 10 segundos A função dos músculos do assoalho pélvico na incontinência anal envolve ainda a capacidade de relaxamento voluntário da musculatura, que pode ser classificada em ausente, parcial ou completa. São utilizadas também medidas de endurance muscular, com a capacidade de sustentar uma contração máxima; de frequência, medindo-se o número de vezes que a contração máxima pode ser repetida e de coordenação da musculatura. A função muscular também pode ser medida objetivamente utilizando- se o biofeedback manométrico ou eletromiográfico, com os valoresda atividade muscular expressos em unidades de pressão ou microvolts. Durante o toque retal e vaginal, também se deve observar a presença de fibrose, prolapso retal, retocele, cistocele, integridade esfincteriana, impactação fecal, fístula, tumores e perda involuntária durante as manobras de esforço. Os sinais abdominais também devem ser observados incluindo massas, distensões, cicatrizes, A avaliação envolve também a exclusão de comprometimento neurológico através de testes que avaliam a integridade neurológica central e periférica, como, por exemplo, a avaliação da sensibilidade superficial ou anal e os testes de reflexos tendinosos e cutâneos correspondentes. Uma vez que a incontinência pode estar associada a dificuldades de deambulação, uso de sanitários ou manuseio do vestuário, é importante realizar uma avaliação funcional da marcha, do equilíbrio, da capacidade de posicionamento, das atividades Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 13 / 43 de vida diária e da atividade motora manual fina. Deve ser realizada uma avaliação no domicílio do paciente, com ênfase nas condições de acesso ao sanitário e ao uso de dispositivos de auxílio e segurança. O impacto que a incontinência anal representa na qualidade de vida do indivíduo pode ser pesquisado através de perguntas diretas, questionários de qualidade de vida ou de escalas analógicas visuais de comprometimento social. Instrumentos genéricos e específicos de avaliação da qualidade de vida têm sido citados na literatura. A combinação dos dois tipos de instrumentos favorece a avaliação de diferentes aspectos da qualidade de vida. Os questionários genéricos permitem uma melhor comparação entre diferentes patologias, populações ou grupos, mas podem ser menos sensíveis para detectar mudanças menores ou mais específicas. O Short- Form Survey 36 (SF-36) e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) podem ser utilizados para esta avaliação mais genérica em mulheres com incontinência anal. Os instrumentos específicos permitem avaliar particularmente o impacto da incontinência anal nos aspectos que são mais influenciados por ela e, portanto, que podem demonstrar mudanças. A Faecal Incontinence Quality of Life Scale (FIQL) é a escala específica para avaliar qualidade de vida relacionada à incontinência fecal indicada pela American Society of Colon and Rectum Surgery e validada para a população brasileira (Fig. 5). Cada paciente deve ser orientado quanto ao preenchimento de um diário que fornece informações sobre: horários de defecação, consistência das fezes, episódios de incontinência e mudanças na dieta e medicação. Este diário deve ser preenchido no início do tratamento e reaplicado em intervalos regulares (Quadro 3). <QUAD>Quadro 3 Diário de Funcionamento Intestinal NOME:_____________________________________________________________ DATA: ___________________________ Preencha o diário abaixo durante 1 semana, mantendo sua rotina habitual. Para que suas anotações sejam precisas, leve o diário com você a todos os lugares em que for e Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 14 / 43 anote as perdas de fezes assim que elas ocorrerem. DATAVocê teve perda Durante Qual a O que você Houve Quantas de fezes ou gasesa perda, qual a quantidadeestava fazendomudanças na vezes nesse dia sem a sua vontade?consistência perdida? quando ocorreualimentação houve a Anote a hora das fezes? (pequena, a perda? nesse dia ou necessidade (sólidas, pastosas média ou no dia anterior? de troca do ou líquidas) grande?) Quais? absorvente ou fralda? fralda? SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM Observações: (atividade física, viagens, presença de prolapso). <TIT2>Tratamento Fisioterapêutico as Incontinência Anal A abordagem do paciente com incontinência anal envolve a atuação de uma equipe interdisciplinar composta por gastroenterologista, proctologista, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro e psicólogo. Antes de iniciar a fisioterapia, a equipe deve orientar sobre medidas gerais de controle e limpeza intestinal, dieta e uso de medicamentos. Muitos pacientes com incontinência anal apresentam diarréia e devem ser orientados em relação à dieta e à utilização de agentes constipantes ou formadores de massa, que devem ser prescritos pelo médico ou nutricionista. Sugere-se que o portador de incontinência fecal crie o hábito de defecar em horários regulares, Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 15 / 43 diariamente, após uma refeição. Pacientes com incontinência anal para gases devem ser orientados em relação aos hábitos alimentares e atividade física. Patologias de base que possam estar aumentando a produção de flatos devem ser excluídas. Para pacientes que apresentam perdas em grandes quantidades, uma maneira efetiva de prevenir ou controlar o vazamento, inclusive durante a fisioterapia, é manter o reto vazio, o que pode ser feito através de supositórios, enemas ou lavagens. No caso de mulheres que, apesar de incontinentes, apresentam constipação intestinal, a abordagem deve incluir ainda orientações dietéticas, treinamento dos hábitos intestinais, reeducação e orientação postural, fortalecimento abdominal e atividade física geral. O controle da constipação pode favorecer a continência, uma vez que sua ocorrência aumenta a complacência retal e estira excessivamente os músculos do assoalho pélvico ou o nervo pudendo. A abordagem fisioterapêutica da incontinência anal é baseada em estudos que demonstram que os pacientes podem ser treinados para aumentar a capacidade contrátil e o controle voluntário do esfíncter anal externo e do elevador do ânus em resposta à distensão retal, desde que exista preservação, pelo menos parcial, da inervação. Portanto, a fisioterapia é indicada para pacientes com alteração da função muscular do assoalho pélvico, lesão parcial de nervos periféricos ou lesão neurológica central, ruptura leve ou moderada do esfíncter anal e pré- e pós- operatório de cirurgia anorretal. O tratamento fisioterapêutico de pacientes com incontinência anal tem como objetivos: • Informar os fatores capazes de provocar ou agravar a incontinência e as possibilidades terapêuticas. • Melhorar o hábito intestinal. • Aumentar a capacidade funcional do assoalho pélvico, através da melhora da coordenação, força e resistência muscular e da sensibilidade anorretal. • Minimizar as incapacidades funcionais motoras e cognitivas, como a Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 16 / 43 dificuldade de locomoção e de localização do banheiro. Clinicamente, as modalidades fisioterapêuticas também têm sido indicadas na prevenção de incontinência urinária ou fecal pós-parto. Estudos sobre prevenção relatam que a dificuldade para contrair adequadamente os músculos do assoalho pélvico exerce um papel importante na efetividade do treinamento. Uma revisão de literatura realizada por Hay-Smith, Herbison e Morkved (2008) observaram evidências da eficácia do treinamento muscular do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária e fecal durante a gravidez e após o parto apenas em primíparas. Os estudos revisados não apresentam evidências sobre a efetividade do treinamento na prevenção da incontinência em outros grupos, como idosos, multíparas e atletas. Antes do uso de qualquer recurso terapêutico, indica-se a utilização de fotografias e modelos anatômicos para orientar o paciente sobre a anatomia e a fisiologia da defecação e sobre suas alterações e possíveis abordagens terapêuticas. As sessões têm duração de 45 a 60 minutos e freqüência que pode variarde uma a três vezes semanais, de acordo com as necessidades de cada paciente. A prescrição das modalidades de tratamento também deve ser realizada de acordo com as indicações individuais dos pacientes. <TIT3>Técnicas Manuais O uso de técnicas manuais, realizadas internamente através do toque anal ou externamente no períneo, é relativamente comum entre os fisioterapeutas que trabalham com as desordens proctológicas. Estas técnicas incluem a massoterapia longitudinal, transversa e compressiva, o alongamento manual das fibras musculares, o uso do reflexo de estiramento e a aplicação de resistência manual à contração muscular. Apesar de alguns trabalhos terem sido publicados sobre a indicação e aplicação das técnicas manuais, não foram encontrados, em recente revisão de literatura, trabalhos que documentem a efetividade destas modalidades quando usadas isoladamente ou em conjunto com outras formas de intervenção anorretal. Um estudo de caso descrito Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 17 / 43 por Coffey et al. (2002) descrevem as técnicas manuais passivas de alongamento e massagem dos tecidos moles realizadas em uma paciente que desenvolveu incontinência fecal após complicações do parto e da episiotomia. O resultado do tratamento foi satisfatório. Entretanto, os benefícios obtidos não podem ser atribuídos apenas às técnicas manuais, uma vez que outras modalidades de tratamento também foram realizadas. Os autores realizaram o alongamento 1 vez internamente e 4 vezes externamente sobre a cicatriz cirúrgica. A massagem de fricção transversa foi realizada internamente pelo toque anal e externamente sobre a cicatriz. Durante a massagem, os nódulos dolorosos foram tratados com técnicas de compressão isquêmica. Essa compressão foi realizada até que a paciente relatasse alívio do sintoma ou por um período mínimo de 90 segundos. Os autores recomendam que as técnicas manuais sejam realizadas de acordo com a tolerância do paciente. <TIT3>Exercícios para os Músculos do Assoalho Pélvico Os exercícios propostos por Kegel (1948) no tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária são também indicados para a abordagem de pacientes com incontinência anal. Kegel formulou a hipótese de que a realização de contrações repetitivas dos músculos do assoalho pélvico poderia aumentar ou restaurar a função dessas estruturas. O treinamento tem como objetivos a melhora do controle e da coordenação motora dos músculos do assoalho pélvico e sinergistas, promovendo o aumento da capacidade de ativação e inibição dos músculos ou grupos musculares voluntariamente, em tempo e intensidade corretas para a realização de atividades específicas, como a perda durante os esforços e circunstâncias de urgência. Na reeducação anorretal, os exercícios seguem os mesmos princípios sugeridos para o tratamento dos distúrbios urogenitais: a) duração da contração: a fadiga do esfíncter anal externo pode ser a principal responsável pela incontinência anal, especialmente em pacientes com urgência para defecar. No treinamento, recomenda-se o aumento progressivo do tempo de Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 18 / 43 sustentação das contrações musculares, respeitando-se os sinais de fadiga. Um estudo realizado por Chiarioni et al. (1993) indicou que a resolução completa da incontinência anal ocorreu somente em pacientes que atingiram um período de sustentação da contração superior a 30 segundos.; b) repetição e período de repouso: não há um consenso na literatura sobre o número de repetições. As recomendações variam de 30 a 100 contrações por dia. Na prática clínica, indica-se que as repetições e o número de séries devem ser estabelecidos individualmente, evitando-se a ocorrência de fadiga muscular. Portanto, este parâmetro é estabelecido a partir da avaliação inicial e da evolução diária do paciente. Pacientes com fraqueza muscular significativa devem realizar períodos de repouso superiores aos períodos de contração, e, na medida em que houver melhora da força muscular, esta relação pode ser invertida.; c) grau de tensão das contrações: as contrações podem ser realizadas buscando-se obter um grau de tensão máximo ou submáximo. Quando o objetivo é o fortalecimento de fibras de contração rápida, o paciente é solicitado a gerar o máximo de tensão. No fortalecimento de fibras lentas, a contração solicitada é sustentada ao nível de tensão submáximo, por exemplo, cerca de 50% da tensão máxima; d) posicionamento: para alcançar os objetivos propostos, os exercícios devem ser realizados em diferentes posições e circunstâncias, de acordo com a queixa do paciente. Na fase inicial do tratamento, o fisioterapeuta deve assegurar a contração isolada dos músculos do assoalho pélvico, uma vez que alguns pacientes contraem músculos sinergistas, como glúteos, adutores e abdominais, que são mais beneficiados pelo programa de fortalecimento que os músculos responsáveis pela continência. Nesta fase, as posições e circunstâncias que provocam a incontinência devem ser evitadas para que não ocorram perdas involuntárias durante a realização dos exercícios. Medidas eletromiográficas dos músculos do assoalho pélvico demonstram maiores amplitudes de contração muscular nas posturas deitada e sentada do que em ortostatismo, sugerindo que as duas primeiras posições sejam Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 19 / 43 priorizadas na fase inicial do tratamento e a última seja enfatizada na parte mais funcional da reabilitação. Assim, à medida que o paciente progride no tratamento e adquire maior controle esfincteriano, o treinamento funcional é realizado, evoluindo para posturas de pé, transferências e circunstâncias de perda. Em uma fase mais avançada, os músculos sinergistas também podem ser fortalecidos para complementar a manutenção da continência (Fig. 6). e) freqüência: os estudos publicados concordam que a freqüência dos exercícios deve ser diária. Os pacientes realizam a sessão de fisioterapia 1 a 3 vezes por semana e, durante o atendimento, são orientados e treinados para a realização de um programa domiciliar diário de exercícios para o assoalho pélvico. Este programa deve ser mantido após a alta para evitar a perda dos ganhos obtidos. f) duração do programa: o período total do treinamento pode variar de 4 semanas a 12 meses. Alguns estudos sobre os exercícios de Kegel indicam que os maiores relatos subjetivos de melhora ou cura pelos pacientes ocorrem após 3 a 4 meses de treinamento específico, apesar de algumas pacientes observarem melhora dos sintomas durante as primeiras sessões. Esta observação pode estar associada à melhora da percepção e coordenação muscular. Portanto, o terapeuta deve estar atento à motivação das pacientes para impedir que elas abandonem o tratamento antes que os ganhos mais significativos sejam alcançados. Chiarelli (2001) sugere que o programa de exercícios deve incluir instruções sobre a contração do músculo transverso abdominal, técnicas para evitar o descenso perineal e contração do assoalho pélvico antes que ocorram aumentos da pressão intra- abdominal, como, por exemplo, a tosse (Fig. 7). No entanto, no que se refere à incontinência fecal, apesar da ampla utilização clínica dos exercícios de Kegel e das publicações que sugerem a melhora dos sintomas em pacientes com incontinência anal, a literatura ainda carece de estudos clínicos randomizados com adequada qualidade metodológica que documentem a efetividade do tratamento. Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 20 / 43 <TIT2>Biofeedback Kegel idealizou um dispositivo de biofeedback utilizadopor pacientes com incontinência urinária para auxiliar visualmente na compreensão da contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico durante os exercícios. Atualmente, a realização combinada dos exercícios e do biofeedback tem sido amplamente utilizada no atendimento de pacientes com incontinência anal. O biofeedback é definido como um equipamento utilizado para mensurar efeitos fisiológicos internos ou condições físicas das quais o indivíduo não tem conhecimento. Fornece uma informação imediata ao paciente para posteriormente levá-lo a um controle voluntário dessas funções, é como se o paciente redescobrisse o comando de seu músculo e ao fazê-lo, ganhasse a possibilidade de, voluntariamente, exercitá-lo. Esse método tem a vantagem de detectar uma contração muscular mesmo quando muito fraca, assim como selecionar a musculatura específica do assoalho pélvico isolando-a da musculatura assessória. O processo de aprendizado e treinamento proporcionado pelo biofeedback favorece um melhora do controle e coordenação motora da musculatura do assoalho pélvico. Uma das grandes dificuldades no treinamento muscular, especialmente dos músculos do assoalho pélvico (MAP), é fazer com que a pessoa perceba se está contraindo a musculatura correta e com força suficiente, seja em magnitude ou duração. O biofeedback é um processo de aprendizado do controle de eventos fisiológicos. Na reeducação do assoalho pélvico, o biofeedback é utilizado para demonstrar a contração muscular ao paciente, treinar o controle da contração, incrementando o recrutamento de unidades motoras e, consequentemente, melhorando a potência e a resistência desta musculatura, visando à realização de uma contração adequada em situações de enchimento retal ou urgência evacuatória. Pode-se afirmar então que o biofeedback é um tipo de terapia comportamental realizada com um equipamento externo, elétrico ou eletrônico, para demonstrar eventos fisiológicos. Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 21 / 43 O equipamento é constituído de eletrodos, que podem ser sensores eletromiográficos ou manométricos, conectados a um equipamento que converte os sinais captados por eles em sinais visuais ou sonoros. O biofeedback eletromiográfico utiliza eletrodos de superfície ou endoanais para captar a atividade muscular do assoalho pélvico, ao mesmo tempo em que outros eletrodos são posicionados nos músculos sinergistas (Fig. 8). O paciente é então orientado a contrair isoladamente o assoalho pélvico. Contrações rápidas ou mantidas são realizadas de acordo com os objetivos do tratamento (Fig. 9). À medida que o paciente adquire uma maior resistência muscular, o tempo de duração da contração pode ser progressivamente aumentado (Fig. 10). Embora os primeiros estudos tenham enfatizado a importância do pico de contração, estudos mais recentes sugerem que a capacidade muscular total – força e resistência – é mais importante para a manutenção da continência. É indispensável respeitar o tempo de repouso durante uma atividade muscular. Na fase inicial da reeducação, o tempo de biofeedback por sessão, não deve, por razão de concentração e fadiga, ultrapassar de dez a quinze minutos, incluindo tempo de repouso. O uso do biofeedback manométrico consiste na introdução de um balonete retal que favorece a percepção de distensão retal e a melhora da coordenação da atividade esfincteriana secundária a esta distensão. O equipamento registra a geração de pressão no canal anal, medindo indiretamente a ação do esfíncter externo e dos músculos do assoalho pélvico. Esta medida manométrica é convertida em sinais que permitem que o fisioterapeuta oriente o paciente na reeducação dessa musculatura. O objetivo do treinamento com o biofeedback manométrico é treinar a pessoa para reconhecer a sensação do relaxamento momentâneo do esfíncter anal interno (EAI) e para responder a essa sensação com o fechamento do esfíncter anal externo (EAE) e, dessa forma, prevenir a perda de fezes. Algumas pessoas reconhecem a sensação de relaxamento do EAI, porém não são capazes de contrair o EAE com força suficiente para evitar um acidente. Portanto, o biofeedback é um dispositivo para treinamento e reeducação dos Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 22 / 43 músculos esqueléticos que favorecem a manutenção da continência anal, especialmente o esfíncter anal externo e o puborretal. O biofeedback possivelmente contribui para melhora da coordenação e controle do esfíncter anal, a sensação e a complacência retal e/ou a sensação do canal anal. Provavelmente, a melhor percepção da presença do conteúdo fecal no reto facilita a contração coordenada do esfíncter anal externo com o relaxamento do esfíncter anal interno. De modo semelhante aos exercícios de Kegel, durante a sessão, os exercícios associados ao biofeedback são realizados em diferentes posições: deitada, sentada, em pé e realizando mudanças de posições. Em uma fase avançada do treinamento, as contrações do assoalho pélvico podem ser associadas a exercícios de membros inferiores, exercícios que promovem aumento da pressão intra-abdominal e atividades funcionais. São contra-indicações para a realização do biofeedback: incapacidade de compreensão da informação fornecida pelo equipamento e da resposta desejada e a ausência de algum grau de sensação anorretal e contração muscular voluntária. Alguns estudos citam determinadas variáveis clínicas que parecem associar-se com resultados mais satisfatórios do biofeedback na incontinência anal: ausência de comprometimento neurológico e de denervação; idade, tipo e gravidade da lesão, duração e gravidade da incontinência, número de sessões (5 ou mais), qualificação e experiência do profissional com o equipamento. Entretanto, não existem evidências para considerar fatores clínicos, manométricos, defecográficos ou eletromiográficos como preditivos do uso desta terapia no tratamento da incontinência anal. Estudos avaliando a efetividade do treinamento com biofeedback eletromiográfico ou manométrico em portadores de incontinência anal indicam índices de melhora que variam da ausência de benefícios até a resolução completa dos sintomas. Os resultados destes estudos sugerem que não há relação linear entre a melhora dos sintomas e as medidas de fisiologia anorretal realizadas por meio da manometria, Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 23 / 43 antes e após o biofeedback. Apesar do relativo sucesso documentado pelos estudos sobre a efetividade do biofeedback para a incontinência anal e da ampla utilização clínica deste recurso, uma revisão sistemática da literatura realizada por Norton, Cody e Hosky (2006) sugerem que o número limitado de estudos, associado à fraca metodologia e ausência de um protocolo padronizado para o tratamento com biofeedback, dificulta a realização de uma avaliação confiável dos possíveis efeitos desta modalidade de tratamento em pacientes com incontinência anal. Embora algumas limitações metodológicas façam com que esses resultados sejam interpretados com cautela, os autores têm discutido que o relacionamento terapêutico pode ser mais importante que os aspectos técnicos da terapia. Portanto, são necessários mais estudos, de boa qualidade metodológica, para fornecer evidências das vantagens do biofeedback para pacientes com incontinência anal e para definir os parâmetros mais adequados e os pacientes que mais poderão se beneficiar desta intervenção. Também é necessário documentar melhor os resultados do biofeedback em longo prazo e compará-los com outros métodos de intervenção. Apesar das limitações citadas, as pesquisas indicamque: a) melhores resultados são alcançados com a utilização do biofeedback eletromiográfico, quando comparado ao feedback verbal ou auditivo ou a realização isolada do exercício de Kegel; b) o tratamento de discriminação do volume retal por meio do biofeedback manométrico é mais efetivo que o tratamento que não permite esta discriminação; c) em mulheres com incontinência fecal por causas obstétricas, o biofeedback anal, associado aos exercícios e à eletroestimulação proporciona maiores benefícios a curto prazo do que o biofeedback vaginal e os exercícios; d) o biofeedback, associado aos exercícios de Kegel, deve ser a primeira opção terapêutica para o tratamento da incontinência fecal, devido aos efeitos adversos das cirurgias e também por não promover efeitos colaterais e ser bem tolerado por pacientes. <TIT3>Eletroestimulação A eletroestimulação é um meio utilizado para proporcionar a contração passiva da Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 24 / 43 musculatura do assoalho pélvico e apresenta grande importância na conscientização da contração desta musculatura em pacientes que têm dificuldades de identificá-la. Por meio dessa técnica a musculatura pode ser estimulada involuntariamente até que as fibras musculares recuperem o trofismo suficiente para restabelecer a continência. Segundo Grosse e Sengler (2002) a eletroestimulação é capaz de reforçar a musculatura perineal, aumentar o comprimento funcional e melhorar a transmissão das pressões, além de despertar a consciência corporal da maneira correta de se contrair o assoalho pélvico. Sua utilização na incontinência anal é descrita desde a década de 1960 por autores que idealizaram os primeiros equipamentos que utilizavam eletrodos endoanais. Esses estudos indicam possíveis benefícios desta modalidade de tratamento. No entanto, sua baixa qualidade metodológica dificulta a interpretação dos resultados. Durante as décadas de 1970 e 80, as publicações sobre o tema tornaram-se escassas, e, após os anos 90, novas pesquisas reiniciaram a polêmica sobre a utilização da eletroestimulação na incontinência anal. Atualmente, a eletroestimulação é utilizada clinicamente no tratamento das disfunções proctológicas. O mercado dispõe de alguns modelos de equipamento para eletroestimulação anal ou superficial. Esses equipamentos possuem uma central de controle; alguns permitem ao fisioterapeuta modular os parâmetros de eletroestimulação, outros possuem opções de programas com variações de modulações preestabelecidas. São utilizados eletrodos do tipo vaginal, anal ou de superfície acoplados aos canais da central de controle. A realização deste tipo de eletroterapia é útil naqueles casos em que o paciente não consegue contrair os músculos do assoalho pélvico ou não tem consciência de como é essa contração, o que é um achado bastante freqüente e comum na prática clínica. A corrente elétrica deve ser ajustada a um nível em que esta possa ser sentida, mas, não deve ser desagradável para o paciente, suficiente para que seja percebida a contração da musculatura pélvica durante a estimulação. Nestes casos, a eletroestimulação fornece uma informação neuromuscular importante para a retomada de uma atividade Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 25 / 43 consciente dos músculos do assoalho pélvico. Em pacientes com incontinência anal, a eletroestimulação é indicada em duas situações: para aumentar a funcionalidade esfincteriana e para otimizar a contratilidade do neo-esfíncter (transplante cirúrgico de um músculo estriado, por exemplo, o grácil). A estimulação do neo-esfíncter é a forma mais freqüente de estimulação citada pelos estudos. Durante a cirurgia, o músculo é mobilizado e envolvido em torno do canal anal. Eletrodos superficiais ou eletrodos implantados conectados a um estimulador são usados para converter fibras musculares rápidas em fibras lentas e menos fatigáveis. O mecanismo preciso pelo qual a eletroestimulação pode restaurar o controle fecal ainda não está bem estabelecido. Sugere-se que a melhora da eficiência das fibras oxidativas ocorra devido ao aumento da densidade capilar do tecido muscular. A mudança do diâmetro das fibras também parece ser um mecanismo importante. No entanto, independentemente da mudança fisiológica, o mecanismo predominante que contribui para melhora da função é a melhora da resistência muscular. Segundo Hosker, Cody e Norton (2007), apesar dos indícios dos benefícios da etroestimulação, não há evidências suficientes acerca dos efeitos desta técnica no tratamento da incontinência fecal. Entre as publicações, há poucos estudos clínicos controlados e a maioria são relatos de caso. A utilização da eletroestimulação em conjunto com outras modalidades em pesquisas científicas dificulta a interpretação dos resultados, além da dificuldade prática de utilizar um método placebo. Os parâmetros da eletroestimulação variam entre os estudos e são freqüentemente associados a outras abordagens terapêuticas. Mahony et al. (1994) citam a utilização dessa modalidade por 20 minutos, com uma freqüência de pulso de 35 hertz, período de repouso de 8 segundos e 8 segundos de eletroestimulação, com uma intensidade suficiente para elicitar contração muscular, que foi também encorajada voluntariamente. Norton et al. (2006) relatam o uso da eletroestimulação durante 20 a 40 minutos por dia, com uma freqüência de 35 hertz, 0,5 segundo de tempo de subida Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 26 / 43 e de descida do pulso, 5 segundos de sustentação, largura de pulso de 300 microssegundos, durante 8 semanas. Futuras pesquisas devem buscar uma padronização dos parâmetros para fundamentar a prática clínica e permitir a obtenção de resultados mais satisfatórios com a utilização dessa técnica. Alguns estudos comparam a utilização isolada do biofeedback com a associação de eletroestimulação e biofeedback. Fynes et al. (1999) observaram resultados superiores em pacientes que utilizaram a eletroestimulação anal e o biofeedback associados do que em pacientes que realizaram apenas o biofeedback vaginal no tratamento pós- parto. Por outro lado, Mahony et al. (2004) não observaram diferença entre o grupo de biofeedback eletromiográfico e eletroestimulação e o grupo de biofeedback isolado, sugerindo que a adição da eletroestimulação não aumentou a eficácia do biofeedback. A eletroestimulação é contra-indicada para pacientes com marcapasso cardíaco, gestantes, pós-parto vaginal recente, tumores pélvicos, doença inflamatória retal ou anal aguda, infecção anal ou retal, hemorróida ou fissura anal. Ocasionalmente, a eletroestimulação pode causar reações adversas no local de utilização dos eletrodos. Mas esses sintomas desaparecem rapidamente se a eletroestimulação é interrompida. <TIT2>Dispositivos de Proteção Embora muitas pessoas com incontinência fecal apresentem resultados satisfatórios com as intervenções citadas, em alguns pacientes não se observa melhora significativa dos sintomas e, em outros, não há indicação para a reabilitação. Nesses casos, a utilização de dispositivos de proteção pode minimizar as conseqüências sociais e emocionais da incontinência. Entretanto, mesmo com a utilização dos protetores, alguns problemas persistem: se o volume de perda fecal for significativo, o odor não pode ser controlado com a utilização desses dispositivos, e o uso freqüente pode ocasionar problemas na pele. Os tipos de produtos disponíveis no mercado têm aumentado significativamente. Eles diferem em relação ao modelo, tamanho e nível de absorção, variando desde pequenos e finos absorventes, a grandes absorventes eBaracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 27 / 43 fraldas geriátricas; alguns se assemelham a roupas íntimas e contêm elástico para evitar vazamentos, outros contêm adesivos para auxiliar na fixação à roupa. O custo desses produtos também é discrepante e, em alguns casos, o valor do dispositivo associado à alta freqüência de trocas torna-se inviável para um grande número de pacientes. O fisioterapeuta deve estar atento à necessidade de utilização ou adequação dos dispositivos de proteção. A percepção do paciente sobre a gravidade da incontinência, a preferência, a consistência das fezes, a presença simultânea de incontinência urinária e a capacidade do paciente para colocar e retirar o dispositivo são fatores que devem ser considerados na escolha do tipo de dispositivo de proteção. Quando esta demanda for identificada, o paciente deve ser encaminhado a um enfermeiro para a adequada prescrição e orientação sobre os cuidados de higiene. <TIT1>Bibliografia Binder-McLeod AS. Biofeedback eletromiográfico para melhorar o controle motor voluntário. In: Robinson AJ, Snyder-Mackler L (ed). Eletrofisiologia Clínica; 2a ed. Artmed, Porto Alegre, 2001:386-392. Boguslav H, Fischer MD, Hans A von der Mosel. Electronic management of fecal incontinence. JAMA, 207 (10):1897-1898, 1969. Brazzelli M, Shirram E, Vale L. Absorbent products for containing urinary and/or faecal incontinence in adults. The Cochrane Library. Issue 2, 2005. Cheetham M, Brazzelli M, Norton C, Glazener CMA. Drug treatment for faecal incontinence in adults. The Cochrane Library. Issue 2, 2005. Chiaroni G. Liquid stool incontinence with severe urgency: anorectal function and effective biofeedback treatment. Gut, 34:1576-1580, 1993. Coffey SW et al. 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Avaliação da qualidade de Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 33 / 43 vida na incontinência anal: validação do questionário FIQL (Fecal Incontinence Quality of Life). Arq Gastroenterol, 41 (3):202-8, 2004. <LEG>Figura 1 Componentes anatômicos do mecanismo de controle da continência anal. A. Vista anterior do intestino grosso. B. Corte longitudinal do reto e canal anal. Fonte: Platteau AL. Técnicas de Reeducación Urogenital y Anorectal. Não publicado. <LEG>Figura 2 Ação do músculo puborretal na manutenção da continência anal. Fonte: Cruz GMG. Coloproctologia: Propedêutica Geral. Rio de Janeiro: Revinter, 1990. <LEG>Figura 3 Índice da Incontinência ou Escala de Wexner. Fonte: Jorge JMN, Wexner SD. Etiology and management of fecal incontinence. Dis Colon Rectum, 36:77-97, 1993. <LEG>Figura 4 Fecal Incontinence Severity Index – FISI. Fonte: Rockwood TH, Church JM, Fleshman JW, Kane RL et al. Patient and surgeon ranking of the severity of symptoms associated with fecal incontinence – the Fecal Incontinence Severity Index. Dis Colon Rectum, 42:1525-1532, 1999. <LEG>Figura 5 Faecal Incontinence Quality of Life – FIQL (versão para a língua portuguesa). Fonte: Yusuf SAI, Jorge JMN, Habr-Gama A, Kiss DR et al. Avaliação da qualidade de vida na incontinência anal: validação do questionário FIQL (Fecal Incontinence Quality of Life). Arq Gastroenterol, 2004; 41 (3):202-8. <LEG>Figura 6 Cinesioterapia para o assoalho pélvico na bola associada à mobilização pél- vica. <LEG>Figura 7 Cinesioterapia para o assoalho pélvico associada à contração de abdominais. <LEG>Figura 8 Equipamento de biofeedback eletromiográfico, eletrodos de superfície e endocavitário. <LEG>Figura 9 Traçado eletromiográfico dos exercícios com biofeedback: Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 34 / 43 intensidade do sinal eletromiográfico (µV) em função do tempo (segundos). A. Sustentação da contração do assoalho pélvico por 10 segundos. B. Cinco repetições de contrações rápidas. <LEG>Figura 10 Traçado eletromiográfico dos exercícios com biofeedback: sustentação durante 20 segundos. A. Início do tratamento. B. Final do tratamento (após 16 sessões de fisioterapia). <QUAD>Quadro 4 Protocolo de avaliação fisioterapêutica para incontinência fecal Data da Avaliação: Dados Pessoais: Nome: Data nasc.: Endereço: Telefone: Ocupação: Responsável: Médico: Diagnóstico: História: Início dos sintomas: ________________________________________________________ Circunstâncias da perda: ( ) tosse ( ) espirro ( ) riso ( ) marcha ( ) mudança de posição ( ) saltar ( ) orgasmo ( ) carregar peso ( ) outros__________________________________________ Freqüência dos acidentes ___________________________________________________ Freqüência de evacuações___________________________________________________ Urgência: tempo de aviso____________________________________________________ Quantidade perdida: ( ) pequena ( ) média ( ) grande Consistência das fezes: ( ) líquidas ( ) sólidas ( ) pastosas Incontinência: ( ) líquidos ( ) sólidos ( ) gases Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 35 / 43 Percepção (desejo de defecação e distinção fezes/gases): _____________________ Cronologia em relação às refeições: Sintomas: ( ) dor ( ) esforço ( ) diarréia ( ) fecaloma ( ) sangramento ( ) flatulência ( ) urgência ( ) soiling ( ) constipação Hábitos alimentares e hídricos:_______________________________________________ Uso de proteção: Tipo: _______________________ Freqüência de trocas: ____________ Uso de enemas, lavagens, supositórios: _______________________ História proctológica: ( ) hemorróidas ( ) prolapso ( ) fístulas ( ) fissuras ( ) doenças do cólon ( ) cirurgias anteriores História obstétrica: no de partos______ tipos de partos________________________ complicações____________________________________________História ginecológica: ( ) prolapso ( ) reposição hormonal início da menopausa____________________________________ cirurgias anteriores_____________________________________ História urológica: ( ) hipertrofia prostática ( ) infecções cirurgias anteriores_____________________________ incontinência urinária (tipo)________________________________ (poliúria)_____________________________ (urgência)____________________________ História médica: ( ) obesidade ( ) diabetes ( ) tabagista Sistema cardiorrespiratório___________________________________________________ Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 36 / 43 Sistema nervoso____________________________________________________________ Sistema musculoesquelético_________________________________________________ Outros_______________________________________________________________ _______ Medicamentos_________________________________________________________ _____ Atividades físicas (tipo, freqüência e duração)_________________________________ Exame Físico: PA___________ FC___________ Inspeção vulvo-perineal e anal: Trofismo: Abertura vulvar: Cicatrizes: Distância anovulvar: Hemorróidas: Toque vaginal/toque retal: Sensibilidade: Fibrose: Espasmos: Prolapso: Retocele: Cistocele: Perda urinária/fecal na Valsalva/tosse: Tonicidade Elasticidade Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 37 / 43 Contratilidade: global e seletiva (escala) Resistência do assoalho pélvico: manual__________ perineômetro__________ biofeedback__________ Avaliação Funcional: Avaliação postural_________________________________________________________ Avaliação de marcha_______________________________________________________ Avaliação neurológica______________________________________________________ Avaliação de equilíbrio______________________________________________________ transferências_________________________________________________________ _ Escala Analógica Visual de Comprometimento Social: ____________________________________________________________________ _ ausência de efeito social vida social intolerável ____________________________________________________________________ _ sem incontinência completamente incontinente Freqüência Tipo de IncontinênciaNunca Menor Menor Menor Maior que 1 vezque 1 vez que 1 vez ou igual a por mêspor semanapor dia e 1 vez e maior ou maior ou por dia igual a 1 igual a 1 Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 38 / 43 vez por mês vez por semana Sólido 0 1 2 3 4 Líquido 0 1 2 3 4 Gases 0 1 2 3 4 Uso de fralda/ 0 1 2 3 4 absorvente Alteração no 0 1 2 3 4 estilo de vida 0 = Perfeito 20 = Completa Incontinência Nunca = 0 Raramente = menor que 1 vez por mês Às vezes = menor que 1 vez por semana e maior ou igual a 1 vez por mês Freqüentemente = menor que 1 vez por dia e maior ou igual a 1 vez por semana Sempre = maior ou igual a 1 vez por dia Fecal Incontinence Severity Index Para cada um dos itens abaixo, por favor indique uma média de quantas vezes, no último mês, você experimentou qualquer perda acidental pelo intestino. 2 ou mais Uma vez 2 ou maisUma vez 1 a 3 vezesNunca vezes por por dia vezes porpor semana por mês dia semana Flatos (gases) Muco Fezes líquidas Fezes Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 39 / 43 sólidas Rockwood TH, Church JM, Fleshman JW, Kane RL et al. Patient and surgeon ranking of the severity of symptoms associated with fecal incontinence – The Fecal Incontinence Severity Index. Dis Colon Rectum, 42:1525-1532, 1999. ESCORES: 2 ou mais Uma vez 2 ou maisUma vez 1 a 3 vezesNunca vezes por por dia vezes porpor semana por mês dia semana Flatos 12 11 8 6 4 0 (gases) Muco 12 10 7 5 3 0 Fezes 19 17 13 10 8 0 líquidas Fezes 18 16 13 10 8 0 sólidas FECAL INCONTINENCE QUALITY OF LIFE Versão do FIQL para a língua portuguesa Questão 1. Em geral você diria que sua saúde é: Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Questão 2. Para cada um dos itens abaixo, indique, por favor, marcando um X na coluna correspondente há quanto tempo o item abaixo o preocupa devido à perda de fezes. Se qualquer um dos itens o preocupa por outras razões que não pela perda de fezes, marque a alternativa “Nenhuma das respostas” MuitasAlgumasPoucas Nenhuma Nenhuma vezes vezes vezes vez das respostas Devido à perda de fezes: a. Tenho medo de sair 1 2 3 4 Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 40 / 43 b. Evito visitar amigos ou parentes 1 2 3 4 c. Evito passar a noite 1 2 3 4 longe de casa d. É difícil para eu sair e fazer 1 2 3 4 coisas como ir ao cinema ou à igreja e. Evito comer antes de sair 1 2 3 4 de casa f. Quando estou fora de casa 1 2 3 4 tento ficar sempre que possível próximo ao banheiro g. É importante eu planejar o que 1 2 3 4 vou fazer de acordo com o meu funcionamento intestinal h. Evito viajar 1 2 3 4 i. Fico preocupado em não ser 1 2 3 4 capaz de chegar ao banheiro a tempo j. Sinto que não tenho controle 1 2 3 4 do meu intestino k. Não consigo controlar minha 1 2 3 4 evacuação a tempo de chegar ao banheiro l. Perco fezes sem perceber1 2 3 4 m. Tento evitar a perda de fezes 1 2 3 4 ficando próximo ao banheiro Questão 3. Devido à sua perda de fezes, indique até quanto o problema o incomoda. Se qualquer dos itens abaixo o preocupa por outras razões, marque a alternativa Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 41 / 43 “Nenhuma das respostas” MuitasAlgumas Poucas Nenhuma Nenhuma vezes vezes vezes vez das respostas Devido à perda de fezes a. Fico envergonhado 1 2 3 4 b. Não posso fazer muitas coisas 1 2 3 4 que quero fazer c. Fico preocupado em perder fezes 1 2 3 4 d. Sinto-me deprimido 1 2 3 4 e. Fico preocupado se outras 1 2 3 4 pessoas sentem o cheiro de fezes em mim f. Acho que não sou uma 1 2 3 4 pessoa saudável g. Tenho menos prazer em viver 1 2 3 4 h. Tenho relação sexual com 1 2 3 4 menor freqüência do que gostaria i. Sinto-me diferente das outras 1 2 3 4 pessoas j. Sempre estou pensando na 1 2 3 4 possibilidade de perder fezes k. Tenho medo de ter sexo1 2 3 4 l. Evito viajar de carro ou ônibus1 2 3 4 m. Evito sair para comer 1 2 3 4 n. Quando vou a um lugar novo, 1 2 3 4 procuro saber onde está o banheiro Questão 4. Durante o mês passado, eu me senti tão triste, desanimado ou tive muitos Baracho-38.doc GEN (21) 3543 0770 7/4/2014 43 laudas 42 / 43 problemas que me fizeram pensar que nada valia a pena 1. ( ) Extremamente. A ponto de quase desistir 2. ( ) Muitas vezes 3. ( ) Com freqüência 4. ( ) Algumas vezes – o suficiente para me preocupar (incomodar) 5. ( ) Poucas vezes 6. ( ) Nenhuma vez Caso Clínico História da incontinência: Possui incontinência fecal e constipação intestinal há 2 anos. Relata permanecer até uma semana sem evacuar, o que só é alcançado com esforço excessivo. Apresenta fezes ressecadas e grandes. Histórico de hemorróidas e fissuras anais refratárias ao tratamento medicamentoso. Faz uso regular de lactopurga. Refere percepção do desejo evacuatório, mas quando sente vontade de evacuar, não consegue impedir a perda. Deixou de freqüentar a hidroginástica,
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