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Universidade Estadual de Santa Cruz
 Bacharelado em Biologia
 David Miná Hafner
 Erica Lopes Gomes
 Lucas Costa Santos
DE QUE MODO A GENÉTICA E O AMBIENTE INFLUENCIAM NO PADRÃO COMPORTAMENTAL DAS RAÇAS CANINAS
 Ilhéus
 2013
DE QUE MODO A GENÉTICA E O AMBIENTE INFLUENCIAM NO PADRÃO COMPORTAMENTAL DAS RAÇAS CANINAS
 David Miná Hafner1 , Erica Lopes Gomes2, Lucas Costa Santos3
1Estudante do 2º semestre em Ciências Biológicas; Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC; 
Ilhéus - BA - Brasil. 
2Estudante do 2º semestre em Ciências Biológicas; Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC; 
Ilhéus - BA - Brasil. 
3Estudante do 2º semestre em Ciências Biológicas; Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC; 
Ilhéus - BA - Brasil. 
1. Resumo 
Este estudo investiga como as raças de cachorros chegaram a ser o que são hoje, com todas as suas características corporais e comportamentais específicas. Sabendo da existência de mais de 350 raças atualmente e de muitas outras sendo criadas ao longo dos anos. Muitas vezes nos perguntamos: Como e com qual intuito nossos ancestrais “criaram” ao longo dos milênios e mais intensamente nos últimos séculos, raças particularmente únicas, como os de guarda tais como o pastor alemão e o dobermann, de companhia, tais como o poodle e o chihuahua, e os de caça como o setter inglês e o springer spaniel inglês, através, principalmente, do cruzamento entre indivíduos com características previamente selecionadas para a criação de animais capazes de auxiliar o ser humano na realização de algumas dessas atividades.
Encontraremos indícios de que modo o ambiente afeta o comportamento e a personalidade de um indivíduo em específico. Em razão de frequentemente serem observados cães que fogem aos padrões comportamentais da raça, de modo a concluirmos que, de fato, existe algo além do que os nossos olhos conseguem enxergar nesse sentido, principalmente quando nos vemos diante do misterioso funcionamento do DNA, pois muito ainda precisa ser estudado nessa área, principalmente no que diz respeito à relação a esse link de genética e comportamento. 
A partir de experimentos já realizados por pesquisadores interessados nesse tema, encontraremos irrecusáveis evidências desta relação genética/comportamento, como o experimento ainda em andamento atualmente utilizando raposas selvagens na Sibéria, onde pesquisadores conseguiram realizar o incrível feito de apenas em algumas décadas transformar animais completamente selvagens em animais capazes de serem classificados como domésticos, não apenas pelo seu tato no relacionamento com as pessoas, mas também por suas características fenotípicas adquiridas nas últimas gerações, como pelagem mais clara, calda enrolada e maior duração de orelhas caídas em fase juvenil, traços genuinamente encontrados nos cachorros atuais. Tudo isso pela simples realização do cruzamento de raposas com comportamento mais curioso e dócil diante do ser humano. O que de fato, nos leva a refletir sobre um possível complemento na teoria darwinista, onde em uma proporção bem menor de tempo, seria possível, através do que chamamos de cruzamento seletivo, a criação de uma nova espécie de animal, que de outra forma seria impossível de ser criada sem a intervenção do homem neste curto espaço de tempo.
2. Introdução
Temos conceitos já formados sobre as especificações de uma determinada raça de cachorro, como a capacidade dos beagles sempre acharem o caminho de casa, e a lealdade dos golden retrievers aos seus donos. Mas como exatamente a genética de uma raça afeta um indivíduo? Percebemos então, que cientificamente as diferenças entre as raças de cachorro não podem ser tão facilmente traçadas atualmente, não há muito tempo atrás, há aproximadamente 15.000 anos os cães surgiram do lobo. (Vanessa Woods, 2013) De fato, há apenas 0,4% de diferença em seus códigos genéticos. Sendo ainda considerados da mesma espécie, possuem também o mesmo número de cromossomos e logo podem gerar híbridos, popularmente conhecidos pelo nome de wolfdog. 
Apesar da interferência humana na criação de novas raças caninas serem muito conhecidas, apenas nos últimos 300 anos iniciou-se uma ação mais intensiva na criação delas. Podendo ser citado o bulldog, cães que matavam touros na Inglaterra vitoriana ganhavam essa denominação, geralmente esses animais possuíam características como, baixa estatura, fortes mandíbulas e narizes largos, o que, de certa forma, os ajudavam na realização desta função, tornando-os progressivamente a raça como conhecemos atualmente. (Vanessa Woods, 2013) 
No passado, o motivo principal na criação dessas novas classificações caninas eram, de fato, fatores de trabalho, tornando a aparência dos mesmos, não tão relevantes, quanto às suas capacidades na realização de determinada função, seja ela de guarda, caça ou pastoreio. Ao contrário do que acontecia no passado, notamos no presente, ou pelo menos nos últimos séculos, a ênfase na criação de raças objetivando determinada aparência, deixando de lado, muitas vezes, a prioridade ao seu estado comportamental, esquecendo que indubitavelmente, este, continua sendo transmitido geração após geração.
Em razão do que citamos anteriormente, notamos, frequentemente, raças que no passado realizavam determinadas funções e hoje são utilizados mais frequentemente como companhia, deixando no passado suas atividades, sejam elas pastoreias, de caça ou de rinha. Apesar disso não podemos esquecer que um cão que não pastoreia continua sendo um cão pastor, e um cão de caça continua sendo de caça, pois isto continua impresso em seu código genético. Por isso, muitas vezes, donos desses animais “aposentados” em suas funções originais se perguntam: Meu cachorro seria mais esperto do que um cão de pastoreio? Ou mais dependente de mim do que um poodle toy? (Vanessa Woods, 2013) 
Evidências que mostram a impossibilidade de contestar essa transmissão de comportamento de um indivíduo de geração a outra é o experimento iniciado há mais de quaro décadas em uma estação de pesquisa em Novosibirsk, Sibéria, local onde atualmente podemos encontrar uma fazenda de raposas, repleta de raposas com olhos azuis que competem pela atenção dos seres humanos e respondem pelo nome. Todos os animais encontrados nessa fazenda foram resultado de um longo experimento a fim de estudar os processos da domesticação. (Trut, 1999)
Esse ambicioso projeto foi iniciado pelo geneticista russo Dmitry Belyaev, que quando jovem fora intrigado pelo fato de todos os animais domésticos possuírem semelhanças quanto às modificações sofridas desde o seu ancestral. Ele percebeu que seja o animal uma cabra, furão, cachorro ou vaca, todos eles exibem novos padrões e cores de pelagem, mudanças em seu formato craniano e alterados ciclos sexuais. Devido a essas semelhanças ele se perguntou: seriam todas essas mudanças devido ao processo de domesticação? (Trut, 1999)
De fato ele estava correto, anos após o início do seu experimento com raposas selvagens recolhidas do meio selvagem ele conseguiu determinar algo intrigante, o comportamento de um ser vivo afeta, de fato, sua neuroquímica. Essa teoria fora provada selecionando o cruzamento de animais a partir do seu nível de domesticidade, gerando gradativamente, novas ninhadas de raposas com seu nível hormonal e neurotransmissor alterado. Estes, sendo provados, fatores ativos na modificação genética gradual desses animais. (Trut, 1999)
Tendo os resultados da fazenda de raposas na Rússia podemos concluir que, em grande parte, as características comportamentais de um animal são, predominantemente, constituídas em razão de sua herança genética. Mas então, dentre as várias raças de cachorro, existiriam alguns indivíduos que de fato fogemao padrão? A resposta, em primeira instância poderia ser sim, mas podemos discordar em parte com esta teoria com o respaldo da pesquisa feita pela Universidade de Duke nos EUA, onde em um estudo inicial foram utilizados 433 cachorros, entre eles vira-latas e de pedigree. Nessa pesquisa foram feitos testes para avaliar o grau de capacidade comunicativa de ambos os grupos caninos, como a agilidade e a capacidade de um animal em reconhecer um simples gesto de apontar o dedo para determinado local onde estariam pequenos potes com tira gostos. Apesar do grupo SRD e os de pedigree terem respondido aos comandos, notou-se nítidas diferenças no modo de que cada um dos dois grupos conseguirem as recompensas. Estatisticamente os cães de raça obtiveram um maior resultado em conseguir recompensas enquanto uma pessoa apontara o pote correto em relação aos sem raça definida, em contrapartida os vira-latas obtiveram vantagem no quesito memória, onde se apontava uma vez no pote correto e em seguida mudava sua posição com o objetivo de avaliar os níveis de memória do animal em questão. (Vanessa Woods, 2013)
A partir do que já foi apresentado poderíamos atestar a teoria de que grande parte dos animais que fogem aos padrões da raça poderiam ter sofrido no passado uma maior mistura com outras raças, de modo a hoje em dia ter se afastado, em algum grau dos padrões comportamentais originais da raça em questão, já que foi provado uma diferença neurológia entre os animais denominados de pedigree e os sem raça definida.
Apesar dessa influência comportamental do fundo genético de um animal ser inegavelmente determinante, o ambiente não pode ser totalmente excluído como fator na modificação do mesmo, essa teoria fora provado em um experimento realizado no ano de 2003, onde se notou que ratas que acariciavam e amamentavam a ninhada, por sua vez, formavam seus filhotes com menos estresse, sendo que estes repassavam as suas próprias crias o cuidado recebido por suas mães. Por outro lado, os filhotes que foram abandonados pela mãe reagiram com mais estresse e cuidavam menos dos seus próprios filhotes. Após terem sido realizados estudos neurogenéticos com esses dois grupos de ratos (os cuidados pela mãe na fase juvenil e aqueles que não foram cuidados) mostraram que essa atenção materna gerara alterações moleculares nos genes dos filhotes que codificam receptores cerebrais para glucocorticoides (hormônios envolvidos na resposta ao estresse) e estrógeno (hormônio sexual). (Drauzio Varella et al, 2013)
3. Objetivo
A pesquisa visa provar a existência de diferentes padrões comportamentais entre as raças atuais de cachorros, dando ênfase ao fato de todas as raças terem sido criadas com o objetivo de auxiliar o ser humano na realização de uma ou outra atividade em específico, criando, ao longo das eras, animais com determinado temperamento pelo processo de cruzamento seletivo, onde apenas os animais com as características necessárias para o auxílio dessas tarefas teriam a chance de gerar novas ninhadas, dando origem aos poucos, a animais não apenas com características corporais únicas, como também padrões de comportamento próprios.
Também iremos buscar indícios que provem a atuação do ambiente no processo de modificação comportamental desses animais em diferentes situações.
4. Metodologia
Para atestar a nossa teoria utilizamos alguns procedimentos experimentais simples, de modo que separamos dois grupos, cada um com 50 cachorros entre cinco e dez anos de idade da raça buldogue ingleses e outros dois grupos com o mesmo número de animais cada para a raça beagle, sendo que em um dos grupos os animais teriam sido recolhidos da rua ou em ambientes com pouca interação com seres humanos e outro teria sido recolhido de ambientes domésticos com muito contato com seres humanos desde o momento que nasceram.
Para tal, criamos cinco métodos para avaliar o grau de docilidade e de capacidade de se comunicar com as pessoas, bem como avaliar se de fato, esses animais como indivíduos estão dentro do padrão esperado da raça no que tange ao comportamento e a relação com o ambiente bem como outros animais.
No primeiro método criaremos um ambiente onde será posicionada uma placa de vidro transparente com o tamanho necessário para separar um ambiente sem objetos e com a presença de uma câmera em duas partes de área equivalente, sendo que em uma das partes colocaríamos um animal do grupo de animais recolhidos da rua, e no outro colocaríamos outro animal da mesma raça, mas de origem doméstica. O objetivo desse método é, justamente, avaliar a reação de um animal diante de outro desconhecido e em um local não familiar.
No segundo método, com o auxílio de um pote com ração avaliaremos o grau de hostilidade ao aproximarmos uma mão de plástico no pote enquanto o animal se alimenta.
No terceiro método utilizaremos uma boneca com tamanho aproximado equivalente ao de uma criança de cinco anos a fim de avaliar o grau de sociabilidade desses cães com crianças.
No quarto método avaliaremos o grau de familiaridade e de eficiência na sua atuação de caça de cada um dos grupos, para isso, cavamos em uma área de aproximadamente um quilometro 10 buracos, sendo que em apenas três deles estariam escondidos petiscos desenvolvidos para cães. 
No quinto método e último método avaliaremos a porção de tempo que cada um dos grupos avaliados levou para se adaptar a um ambiente rural, onde se encontrava diversos tipos de animais. Avaliaremos também nesse método seus níveis de ansiedade com o contato com esses animais rurais.
5. Resultados Esperados
Esperamos com este trabalho de métodos e técnicas de pesquisa científica sobre a influência da genética e do ambiente no comportamento das diversas raças de cachorros, a conclusão de que sim, os animais já nascem com a forma de se relacionar com o mundo definido pela genética, e mais tarde podendo se modificar mais ou menos em razão do ambiente em contato desde o nascimento, já que, sem a genética o que ditaria ao animal como se alimentar e se relacionar com os da mesma espécie e sem o ambiente como esses animais iriam se diferenciar um dos outros?
Em relação aos métodos criados, esperamos que o grupo dos animais recolhidos da rua gerem resultados diferentes daqueles analisados pelos animais de origem caseira, visto que, vimos anteriormente o fato de o ambiente de formação de um animal, influenciar em sua modificação molecular, logo, podemos afirmar que dependendo da raça, um ambiente onde se apresenta condições mais severas, o lado comportamental particular da raça poderia ter sido mais ativado, sendo necessário para a sua sobrevivência nas ruas, visto que, há algumas centenas de anos atrás as habilidades pelas quais essas raças foram desenvolvidas eram muito mais necessárias do que atualmente em um ambiente onde o ser humano não precisa, geralmente, do auxílio desses cachorros para a realização de tarefas, visto que, atualmente temos tudo o que precisamos sem, necessariamente, ter que produzi-los, principalmente em ambiente urbano.
Em relação à raça dos beagles, desenvolvida durante o século III, com a função de auxiliar os caçadores na caça às lebres, esperamos resultados diferentes daqueles gerados pela raça buldogue inglês, de origem em outro período e local, na Inglaterra do século XVIII utilizados em combates com touros, justamente por terem sido desenvolvidos para funções diferentes, tendo um histórico de cruzamentos para a criação de animais com padrões comportamentais também diferentes.
5. Referências Bibliográficas
DRAUZIO, Varella. Genética e Comportamento Social – 2013. Disponível em: <www.drauziovarella.com.br/drauzio/genetica-e-comportamento-social/>. Acesso em 17 de outubro de 2013.
VANESA, Woods. Does a Dog's Breed Really Dictate Its Behavior? - 2013. Disponível em: <www.ivescience.com/39839-does-a-dog-breed-dictate-behavior.html>. Acesso em 15 de outubro de 2013. 
THOMAS, B. et al. On the Origin of Dogs. Acts & Facts – 2012. Disponível em: <www. icr.org/article/origin-dogs/>. Acesso em15 de outubro de 2013

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