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SENTIDOS QUIMICOS - OLFATO E PALADAR 1 – Descrever os orgãos e estruturas envolvidas na percepção química do olfato e do paladar. Olfato -> O órgão da olfação localiza-se dentro do nariz e capta as substâncias químicas voláteis do ar inspirado. Quando um determinado cheiro nos chama a atenção, o investigamos olfatoriamente, aumentando a freqüência de inspirações curtas e dilatamos as narinasAs partículas que provocam o cheiro ficam aderidas no epitélio olfatório, dentro da cavidade nasal. Esse epitélio possui células olfatórias ciliadas Gustação (ou paladar) é o nome que damos à sensibilidade gustativa, mediada pelos botões gustativos. Paladar -> São em torno 4000 unidades gustativas espalhadas no interior da boca, principalmente sobre a língua (75%). Há botões gustativos fora da língua como na faringe, laringe e porção mais alta do esôfago. Cada botão gustativo é formado de 40 a 60 células sensoriais e mais algumas células de sustentação. As células sensoriais possuem uma porção ciliada (com microvilos) mergulhada em um poro gustativo. A base da célula ciliada faz sinapse com neurônios cujas fibras nervosas enviam as informações para o encéfalo. Os botões gustativos da língua situam-se em estruturas chamadas papilas. 2 – Explicar como ocorre a transdução dos estímulos gustativos (Receptores gustativos) As substâncias solúveis na saliva chegam até os microvilos dos botões gustativos e ali interagem com os receptores químicos (parecido com o que ocorre nas células sensoriais olfatórias). Quando a célula sensorial se associa ao seu estimulo químico, gera impulsos elétricos como resposta e estimula os nervos gustativos que encarregam de enviar os sinais neurais para o cérebro.Cada célula sensorial parece apresentar uma resposta mais intensa para um determinado estímulo. Em outras palavras, os botões sensitivos reagem a várias categorias de substâncias mas na ponta da língua, há as células sensoriais são mais sensíveis aos estímulos químicos que evocam a sensação de coisas adocicadas. Na base da língua, lá no fundo, por exemplo, predomina a sensação de amargo. A intensidade com que sentimos um gosto depende depende do número de papilas; da concentração e composição química da substância. Com a exceção do NaCl que evoca especificamente o gosto salgado, as demais modalidades podem ser evocadas por mais de uma substância química: o gosto doce é estimulado pela glicose (carboidrato) e ao mesmo tempo, pelo aspartame, que é uma molécula protéica, utilizada para adoçar os alimentos diet. 3 - Explicar como ocorre a transdução dos estímulos olfativos. Os cílios das células olfatórias possuem moléculas receptoras especificas para determinadas moléculas odoríferas e quando ambos se encaixam, a célula sensorial gera impulsos elétricos (ou impulso nervoso). O sinal nervoso é enviado para o cérebro, onde, finalmente, a interpretação ocorre. Os impulsos olfatórios viajam pelo nervo olfatório e chegam ao cérebro através do bulbo olfatório. Mas é no córtex olfatório que as informações odoríferas são interpretadas, identificando o cheiro que entrou pelo nariz. As informações sensoriais são armazenadas pelo hipocampo para serem lembradas e também são enviadas ao hipotálamo para a organização de funções viscerais (procurar alimento se for cheiro de comida ou apresentar náuseas (ânsia) e até vômito se o cheiro for de carniça). Assim como toda experiência sensorial, a percepção olfativa desperta experiências emocionais e comportamentai 4 – Classificar as alterações do olfato e paladar e explicar as causas principais de alteração destas percepções. As alterações do olfato podem ser quantitativas ou qualitativas. As alterações qualitativas referem-se a “quanto” se sente do olfato. Assim, chamamos de anosmia a perda total do olfato. Curiosamente (e bem mais raramente), há as anosmias específicas, que significa a perda da capacidade de sentir um odor específico. Há ainda o quadro de hiposmia, ou perda parcial do olfato, bastante frequente no dia-a-dia em nossos consultórios. E por fim existe a rara hiperosmia (sensibilidade exagerada do olfato), que pode ser causada por inalação de vapores tóxicos ou na enxaqueca. Já as alterações qualitativas do olfato podem ser a fantosmia, quando a pessoa tem a percepção de um cheiro que não existe. Já a parosmia refere-se a percepção alterada do olfato. Nesta situação, o odor de uma flor por exemplo, pode ser sentido como cheiro diferente. Na maiorias das vezes, pacientes com fantosmia e parosmia tem a percepção de cheiros desagradáveis. As alterações qualitativas do olfato podem ser causadas por infecções virais, traumatismos cranianos ou estarem relacionadas à sintomas depressivos. Já alterações do paladar podem ser classificadas como: ● Ageusia: Perda completa do paladar, bastante rara. ● Hipogeusia: Diminuição do paladar ● Hipergeusia: Hipersensibilidade gustativa ● Disgeusia: É a mais comum. Trata-se da alteração do paladar, normalmente com sensação “metálica” ou de “amargor”. 5 – Relacionar olfato com paladar As informações gustativas chegam ao encéfalo através de três pares de nervos gustativos. Mas além das informações gustativas provenientes da língua e da cavidade oral, o alimento é apreciado segundo o aroma liberado durante a mastigação, a textura e a temperatura. s informações gustativas, olfatórias, térmicas e táteis (relacionadas à textura) do alimento são todas integradas em áreas associativas cerebrais. Em outras palavras, aquilo que apreciamos como sabor dos alimentos é na verdade uma combinação resultante de três modalidades modalidades sensoriais. 6 – Explicar com é possível avaliar o limiar gustativo e olfativo. Teste do olfato: Desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia e conhecido pela sigla TICUP, o teste consiste em uma série de 12 odores diferentes (canela, aguarrás, limão, fumaça, chocolate, rosa, solvente de tinta, banana, abacaxi, gasolina, sabonete, cebola) apresentados sob a forma de pequenas tiras (que abrigam agrupamentos de microcápsulas de uréia-formaldeído com 10 a 50 micrômetros). Distribuídas ao pé de 12 páginas, que se constituem como um pequeno livro, elas devem ser raspadas e cheiradas pelo paciente que, dentre 4 opções, assinala aquela que corresponde ao cheiro que sentiu. Em contraste com vários testes olfatórios já estabelecidos, há uma grande deficiência em testes adequados parao paladar(11). Os testes podem ser quantitativos ou qualitativos, sendo que o teste ideal deve possuir ambas as características. Os testes qualitativos são realizados com algumas substâncias para refletir os diferentes gostos: cloreto de sódio (salgado), sacarose (doce), quinino (amargo) e ácido cítrico (azedo) são os compostos mais utilizados. Já os testes quantitativos são raramente realizados como exame clínico de rotina, principalmente devido a problemas de praticidade (tempo do exame prolongado, gasto com material e preparo das soluções). Eles avaliam o limiar gustatório do examinado através de diferentes concentrações das diversas soluções preparadas. Para acessar a intensidade da sensibilidade gustatória de uma pessoa, pode-se utilizar o próprio examinado como seu controle e procurar discrepâncias entre lado direito e esquerdo da cavidade oral, já que existem diversas variações entre indivíduos(12). Outra característica dos testes de paladar é a diferença na delimitação da área a ser avaliada. Eles podem testar a cavidade oral como um todo, como no teste das três gotas, ou locais específicos da cavidade oral, como na eletrogustometria, ou no teste das tiras gustativas. PERCEPÇÃO VISUAL 1. Descrever os órgãos e estruturas envolvidas na percepção visual. O globo ocular está alojado dentro de uma cavidade óssea denominada órbita. O globo ocular propriamente dito é composto de três camadas como mostra a figura acima (1, 2 e 3 ), à esquerda: 1) EXTERNA: corresponde à esclera (a parte branca do olho) e a córnea (porção transparente é por onde a luz penetra o olho). 2) INTERMEDIÁRIA:formada pela coróide (nutrição do olho), corpo ciliar (estrutura responsável pela produção do humor vítreo e regulação da convexidade do cristalino) e a íris (porção que dá cor aos olhos). A íris tem um orifício chamado pupila cujo diâmetro varia conforme a luminosidade do ambiente. 3) INTERNA: que corresponde à retina. É uma estrutura com uma camada fotorreceptores (cones e bastonetes) e três camadas de células nervosas. As fibras nervosas que deixam o olho formam o nervo óptico e se dirigem para o cérebro. O ponto de emergência do nervo óptico não há fotorreceptores e, por isso, é denominado ponto cego. 2. Explicar como é realizada a fototransdução. A retina não tem a mesma sensibilidade em toda a sua extensão. Na fóvea (cuja área é do tamanho da cabeça de um alfinete) a nossa acuidade visual é máxima. É justamente sobre a fóvea que a luz é focalizada pelas lentes e ali só ocorrem os cones (responsáveis pela visão em cores). A medida que se afasta da fóvea a quantidade de cones diminui e a de bastonetes (responsáveis pela visão em tons de cinza) aumenta, até que não haja mais cones. Isso significa que há um campo visual central e outro periférico distintos: o centro proporciona nitidez e visão colorida e o periférico, menos nitidez. As informações da retina chegam ao cérebro pelo nervo óptico. Quando as informações nervosas chegam às áreas associativas do córtex visual as imagens formadas na retina ganham significados e ocorrendo a percepção visual, tal como a conhecemos. 3. Conceituar ponto cego e dar sua localização e explicar os testes realizados na sua avaliação. Um ponto cego, também conhecido como escotoma, é uma pequena área da retina que não contém receptores de luz. Corresponde à porção da retina onde se insere o nervo ótico, que transmite os estímulos nervosos da camada plexiforme interna ao córtex cerebral. O teste realizado para sua avaliação é a campimetria, é um exame ocular que estuda a percepção visual central e periférica. Pode ser realizado de forma semiologica (a estimativa do campo visual, confrontando o do paciente com o do examinador. ou computadorizada. 4. Justifique por quê procuramos examinar os objetos focando sua imagem na fóvea. Na a fóvea (cuja área é do tamanho da cabeça de um alfinete) a nossa acuidade visual é máxima. É justamente sobre a fóvea que a luz é focalizada pelas lentes e ali só ocorrem os cones (responsáveis pela visão em cores). 5. Explique como ocorre o reflexo pupilar concensual. Quando um olho é exposto à luz, ocorre constrição das pupilas dos dois olhos (miose). A constrição da pupila do próprio olho estimulado é chamada resposta direta. A constrição da pupila do outro olho é chamada resposta consensual. O estímulo luminoso é captado pela retina, que envia impulsos pelo nervo óptico, trato óptico, alcança os núcleos de Edinger-Westphal, do mesmo lado e do outro, direito e esquerdo. Desses núcleos, que fazem parte dos complexos nucleares oculomotores (nervo III), situados na parte rostral do mesencéfalo, partem as fibras parassimpáticas que levam estímulos aos gânglios ciliares e, em seguida, às fibras dos músculo constritores, provocando a constrição pupilar (miose). Para testar o reflexo, usa-se uma lanterna. Em caso de dúvida sobre a existência de reação, utiliza-se uma lupa. 6. Conceituar visão central e periférica e explicar os testes que podem ser realizados para a sua avaliação. Como cada olho oferece imagem de um ângulo diferente, o cérebro acaba recebendo duas imagens discretamente díspares. Quando as une numa impressão visual única, a disparidade gera um efeito tridimensional. Esse fenômeno só é possível em virtude da mistura de informações das duas retinas, promovidas pela fibras dos nervos óptico. A medida da visão foveal chama-se acuidade visual. A da visão de campo chama-se campimetria. É importante o conceito de que a perda de visão de campo é mais desabilitante que a da visão central SENSIBILIDADE SOMESTÉSICA 1. Descreva a transdução do estímulo tátil e de temperatura. Tato: Há receptores que respondem apenas a estímulos passageiros(Pacini e de Meissner), ou seja, só quando o estimulo está sendo aplicado ou removido ou variando constantemente. Esses são conhecidos como receptores de adaptação rápida pois se o estimulo perdurar, teremos a sensação de que o estimulo está ausente. Outros receptores (Merkel e de Ruffini) respondem continuamente à presença de estímulos, por isso, são chamados de receptores de adaptação lenta. Cada receptor envia a informação para o cérebro, separadamente, por meio de uma via rotulada de neurônios (figura abaixo, à esquerda). Nas áreas associativas do córtex, é que realmente, ficamos sabendo sobre as características dos objetos que examinamos com as mãos ou que interage com a superfície da pele.Temperatura: Os receptores para o frio começam a apresentar aumento crescente de atividade próximo a 7oC atingindo o máximo, a 25oC (linha azul contínua). Se a temperatura continua a aumentar, a atividade nervosa irá diminuir até não ocorrer mais resposta. (em torno de 45oC). Já os receptores de calor (linha vermelha pontilhada) começam a responder por volta dos 30oC e atingem o máximo de atividade aos 45oC. Se a temperatura continuar a aumentar, a atividade das neurônios diminui rapidamente. Imediatamente, os receptores de dor para calor excessivo (linha vermelha contínua) anunciam o perigo iminente de uma possível queimadura. 2. Cite e explique os fatores que modulam a percepção sensorial (campo receptor, tipo de receptor, velocidade da condução do sinal, estações de relé da informação no SNC). Cada receptor sensorial possui um campo de recepção do estímulo que corresponde a sua área de inervação (elipse azul para cada neurônio). O tamanho do campo de recepção varia conforme a região do nosso corpo: nas mãos e na face, são pequenos e numerosos em relação a outras partes do corpo que são grandes. Uma conseqüência disso é o cérebro possuir uma representação do nosso corpo de forma distorcida. Essa região do cérebro é o córtex somatossensorial, destacada em amarelo, e também com colorido variado para representar as diferentes regiões do corpo. Penfileld, um neurocirurgião representou o corpo com a sensibilidade correspondente e obteve a figura desse homenzinho engraçado. É chamado de homúnculo sensorial 3. Relacionar os receptores sensoriais cutâneos e sua distribuiçãona pele humana. Terminações nervosas livres - São terminações nervosas formadas por um axônio ramificado. Distribuem-se por quase todas as partes do corpo e captam sensações mecânicas (pressão), térmicas (frio e calor) e principalmente dolorosas. Terminações nervosas do folículo piloso - São receptores formados por axônios que se encontram envolvendo o folículo piloso. Captam sensações mecânicas aplicadas contra o pelo. Corpúsculos de Ruffini - São receptores pequenos e pouco abundantes. Captam sensações térmicas de calor e se encontram incluídos no tecido conjuntivo. Corpúsculos de Vater-Paccini - Receptores que se apresentam sob a forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido conjuntivo, adquirindo o aspecto de uma cebola. São encontrados nas camadas profundas da pele, no tecido conjuntivo e nas articulações. Captam sensações de toque (tato) e de vibração. Discos de Merkel - São receptores formados por ramificações axonais (de axônios) com vários discos terminais que se associam a células epiteliais especializadas. Captam sensações de toque (tato) e de pressão. Corpúsculos de Meissner - São receptores pequenos formados por um axônio mielínico (axônio envolvido pela bainha de mielina). Encontram-se localizados nas saliências sem pelos, como nas partes mais altas das impressões digitais, nos mamilos e nos genitais. Captam sensações de toque (tato). Corpúsculos de Krause - São estruturas formadas por uma fibra nervosa, cuja terminação tem a forma de uma clava (bastão com uma das extremidades mais grossa). Estão localizados em regiões de limite da pele com a membrana mucosa, como ao redor dos lábios e dos genitais. Captam sensações térmicas de frio. 4. Explicar os princípios fisiológicos relacionados com a somação e a adaptação térmica. Com o estímulo inicial, os receptores desencadeiam uma resposta neurológica intensa. Porém, passado um certo tempo, o estímulo contínuo a uma mesma temperatura faz com que os receptores emitam descargas contínuas e de mesma freqüência. Isto significa que houve uma adaptação à nova temperatura. 5. Citar qual o tipo de via que transmite a sensação térmica Sistema da coluna ântero-lateral Via neoespinotalâmica (Trato espino-talâmico lateral): Principal via que medeia a sensibilidade dolorosa e térmica; envolve uma cadeia de três neurônios. O neurônio de 1a ordem penetra a medula e o prolongamento central bifurca-se numa ramificação ascendente longa (que termina na coluna dorsal) e uma outra descendente, mais curta. A sinapse com o neurônio de 2a .ordem (da substancia gelatinosa) é mediada pelo glutamato e pela Sub P. Os neurônios de 2a .ordem cruzam o plano mediano pela comissura branca, ganham o funículo lateral do lado oposto e ascendem cranialmente até o tálamo. Do tálamo, os neurônios de 3a ordem (Núcleo ventral póstero lateral=VPL) partem para o córtex somestésico primário situado no giro pós-central.
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