Buscar

CASO CONCRETO SEMANA 08 PRÁTICA SIMULADA


Continue navegando


Prévia do material em texto

Prática Simulada II – Trabalhista7º Período de Direito
Aulas: Terça-feira 
Prof. FELIPE ISIDORIO DA SILVA
Estácio de Sá
Campus – Cabo Frio
Aluno: Luiz Gustavo de Oliveira Santos Matricula: 201503392171
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE RECIVE – PE. 
Processo nº: 1234
TRANSPORTE RÁPIDO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ número, com endereço na rua, número, bairro, Cidade, UF, CEP, e-mail, por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional situado na Rua, número, bairro, cidade, UF, CEP, e-mail, vem perante Vossa Excelência respeitosamente e tempestivamente, na forma dos artigos 840, §1 da CLT combinado com o artigo 336 do CPC, propor:
CONTESTAÇÃO
na Reclamatória Trabalhista que lhe move GILSON REIS, já qualificada na peça vestibulanda, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS 
			O Reclamante conforme informa em sua exordial foi admitido pela Reclamada para exercer a função de auxiliar de serviços gerais, sendo admitido em 13/05/2010 e dispensado sem justa causa, com cumprimento de aviso prévio a partir de 09/11/2016. 
			Ressalte-se que o Reclamante não faz jus à reintegração em função de ter se candidatado ao cargo de dirigente sindical, tal candidatura se deu durante o cumprimento do aviso prévio, o que iremos enfrentar em momento oportuno nesta peça de barreira.
			Outrossim, o Reclamante também não faz jus a qualquer adicional noturno ou hora extra, pois não se enquadra em nenhuma das situações alegada em sua peça vestibulanda, o que provaremos em momento oportuno desta peça de bloqueio. 
II – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
Conforme inteligência do artigo 11 da CLT há prescrição parcial, desta forma existem parcelas prescritas. 
Ressalte-se que as parcelas anteriores aos cinco anos do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 25/01/2012, observado o biênio subsequente à extinção do contrato de trabalho, de acordo com o art.7º, XXIX, da Constituição Federal (CF), aclarado pela Súmula 308, I, do Superior Tribunal do Trabalho (TST).
			Portanto, requer a Reclamada o acolhimento da prejudicial de mérito, com a resolução de mérito conforme preceitua o artigo 487 do CPC. 
II – DO MÉRITO
II.I DO CONTRATO DE TRABALHO 
Conforme narrado na inicial, o reclamante trabalhou de 13/05/2010 à 09/12/2016, iniciando o seu cumprimento de aviso prévio em 09/11/2016, dispensa sem justa causa, desempenhava a função de auxiliar de serviços gerais, cumprindo a jornada de segunda a sexta-feira das 05:00 às 15:00 horas, com intervalo de 02 (duas) horas para o almoço. Foi dispensado sem justa causa no dia 09/11/2016, após cumprir aviso prévio. 
II.II DA REINTEGRAÇÃO 
O empregado apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria durante o período de aviso prévio, tendo informado o fato por e-mail ao seu empregador, o que lhe assegura a garantia de emprego, segundo alegou. Assim, requereu a sua reintegração. Ocorre que o reclamante não se enquadra na situação prescrita no art. 543, §3º da CLT, conforme alegado, pois o registro de sua candidatura ocorreu no período de aviso prévio. 
Esta situação não lhe garante a estabilidade, mesmo que este aviso fosse indenizado, em face do entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciado na Súmula 369, V.
Portanto, o Reclamante não faz jus à reintegração, vez que, quando da sua candidatura à direção do sindicato de sua categoria, já se encontrava cumprindo aviso prévio.
II.III DA JORNADA DE TRABALHO/HORAS EXTRAS 
O empregado aduziu que trabalhava das 05 às 15 horas, com intervalo de 02 (duas) horas para o almoço, e que tal jornada dava-lhe o direito de requerer o pagamento de horas extras no período trabalhado. 
Ressalte-se que a jornada cumprida não excede os limites constitucionais, seja o semanal de 44 (quarenta e quatro) horas ou o diário de 8 (oito) horas, conforme preceitua o art. 7º, XIII, da CRFB/88, e o artigo 58, caput, da CLT, bem como não está em desacordo com o intervalo intrajornada, que é de no mínimo 1 (uma) hora e, salvo acordo coletivo, no máximo 2 (duas) horas, de acordo com o disposto no art. 71, caput, da CLT. 
Destarte, não prospera a pretensão do Reclamante em pleitear o pagamento de horas extraordinárias e seus respectivos reflexos. 
II.IV DO ADICIONAL DE TRABALHO NOTURNO 
O Reclamante laborava das 05 às 15 horas, o que o fez requerer o pagamento do adicional de trabalho noturno. Vale destacar que o empregado não trabalhava entre 22 horas de um dia e 05 horas do dia seguinte, que é o período legal que caracteriza o adicional de trabalho noturno, segundo dispõe o art. 73, § 2º, da CLT. 
Dessa forma, requer a Reclamada a improcedência do pedido de adicional de trabalho noturno, pelas razões acima expostas.
II.V DO INTERVALO INTERJORNADA 
O Reclamante trabalhava das 05 às 15 horas e alegou na inicial que o intervalo interjornada não era observado, desejando ser remunerado nas respectivas horas extraordinárias. 
Insta esclarecer que o intervalo interjornada deve ser de um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso do trabalhador, conforme aduz o art. 66 da CLT. 
Entretanto, no caso em tela, havia um interregno de quatorze horas entre as jornadas, o que não contempla o pagamento de horas extras nem está em consonância com a Orientação Jurisprudencial 355 da Seção de Dissídios Individuais, Subseção I, do TST. 
Portanto, por tais motivos, não pode prosperar o pagamento de horas extraordinárias e de seus reflexos.
III – DOS PEDIDOS
Desta forma requer:
1 – O acolhimento da prejudicial de mérito com a resolução do mérito conforme artigo 487 do CPC; 
2 – No mérito seja acolhida a CONTESTAÇÃO, com a total IMPROCEDÊNCIA da RECLAMATÓRIA TRABALHISTA; 
3 – A condenação da Reclamante em custas e honorários advocatícios.
IV – DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitido, na forma do artigo 369 do CPC, em especial o depoimento da Reclamante, que fica desde já requerido, sob pena de confissão, documental, testemunhal, pericia e suplementar para elucidação dos fatos.
Nestes termos,
Pede deferimento,
Local/Data
Advogado/OAB