Buscar

Aula 12 Análise das Demonstrações Financeiras CAPITAL DE GIRO

Prévia do material em texto

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
Aula 12- Unidade III. Análise avançada das 
demonstrações contábeis 
 
 
 
Prof.: Marcelo Valverde 
 
Unidade III. Análise avançada das demonstrações contábeis 
 
3.1 Análise do capital de giro - Modelo Fleuriet; 
3.1.1 Conceito de necessidade de capital de giro - NCG; 
3.1.2 Determinação da NCG; 
3.1.3 Fontes de Financiamento da NCG 
3.1.4 Causas das modificações da NCG 
3.1.5 Análise da NCG 
3.4 EVA (Economic Value Added); 
3.5 EBITDA; 
 
 
 
ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO 
 A correlação entre origem e aplicação de recursos, obedecendo seus 
prazos, curtos e longos, aliada à gestão salutar dos recursos de curto prazo 
são importantes para definir a situação financeira da empresa e a 
possibilidade de crescimento operacional. 
 
A manutenção das atividades operacionais de uma empresa requer recursos 
imediatos, os quais são chamamos de capital de giro e este depende 
diretamente do clico financeiro da empresa. 
 
Nesta aula, será estudado como se compõe e se comporta o capital de giro 
em uma empresa, como definir a necessidade de capital de giro e a 
importância do saldo disponível: o saldo em tesouraria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O modelo dinâmico de análise do capital de giro proposto pelo autor Fleuriet 
realiza a divisão do ATIVO e PASSIVO CIRCULANTES em: FINANCEIRO e 
OPERACIONAL. Entenda melhor essa subdivisão dos grupos do AC e PC. 
 
ATIVO CIRCULANTE (AC) - São os bens e direitos que se realizarão, ou seja, 
se tornarão disponíveis em um período de até 1 ano; 
 
 
ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (ACF) - São as aplicações de recursos que 
não estão relacionadas a atividade operacional (caixa, bancos e aplicações 
financeiras de liquidez imediata); 
 
ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO) – São investimentos que decorrem 
automaticamente das atividades operacionais (Compra / venda / produção / 
estocagem), quais sejam: (duplicatas a receber, estoques, adiantamento a 
fornecedores, despesas antecipadas 
 
 
 
 
 
Análise do capital de Giro 
PASSIVO CIRCULANTE (PC) – São obrigações que serão exigidas em até 1 
ano; 
 
PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCF) - São financiamentos 
onerosos que não são provenientes da atividade operacional (duplicatas 
descontadas, financiamentos e empréstimos bancários); 
 
PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (PCO) – São financiamentos que 
decorrem automaticamente das atividades operacionais (fornecedores, 
adiantamento de clientes, salários a pagar, encargos sociais a pagar, 
impostos a pagar – quando não vencidos – e IRRF); 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saldo Tesouraria = ACF - PCF 
Capital de Giro (CG) = AC – PC 
Necessidade de Capital de Giro (NCG) = ACO - PCO 
AC 
(Ativo Circulante) 
CG 
(CAPITAL DE GIRO) 
 ACF 
(Ativo Circulante 
Financeiro) 
 
ACO 
(Ativo Circulante 
Operacional) 
 
ST 
(SALDO DE 
TESOURARIA) 
NCG 
(Necessidade de 
Capital de Giro) 
= 
+ 
+ 
= = 
- - - 
PC 
(Passivo Financeiro) 
PCF 
(Passivo Circulante 
Financeiro) 
PCO 
(Passivo Circulante 
Operacional) 
+ 
ATIVO 
CIRCULANTE 
 
R$ 290.000 
PASSIVO 
CIRCULANTE 
 
R$ 96.000 
ACF 90.000 PCF 55.000 
Caixa 40.000 Empréstimo 30.000 
Banco 20.000 Duplicatas 
descontadas 
25.000 
Aplicação 
Financeira 
30.000 
ACO 200.000 PCO 41.000 
Duplicata a receber 60.000 Fornecedores 30.000 
Mercadorias 140.000 Impostos a pagar 5.000 
Aluguel a pagar 6.000 
CG = AC – PC 
CG = 290 – 96 = 194 
ST = ACF – PCF 
ST = 90 – 55 = 35 
NCG = ACO – PCO 
NCG = 200 – 41 = 159 
Exemplo: 
CG = AC – PC 
CG = 290 – 96 = 194 
R$ 96.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R$ 96.000,00 
 
 
 
 
 
Capital de Giro – é o valor residual do ativo circulante após a dedução das 
obrigações de curto prazo; 
Capital de Giro 
 
R$ 194.000,00 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
Capital Circulante Líquido 
NCG = ACO – PCO 
NCG = 200 – 41 = 159 
Necessidade de Capital de Giro 
R$ 200.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R$ 41.000,00 
 
 
 
 
 
ACO PCO 
R$ 159.000,00 
Necessidade de Capital de Giro – indica o montante de recursos necessários para 
financiar o ativo circulante operacional, ou seja, a parte do ACO não financiada pelo 
PCO. 
Situações básicas que ocorrem nas organizações em relação a Necessidade de 
Capital de Giro (NCG) 
 
 
ACO > PCO NCG > 0 Esta situação é a mais comum nas empresas. Há 
uma necessidade de financiamento para o giro. 
 
 
ACO = PCO NCG = 0 A empresa não tem necessidade de financiamento 
para o giro; 
 
 
ACO < PCO NCG < 0 A empresa tem mais financiamento operacionais 
do que investimentos operacionais. Há excesso de recursos das atividades 
operacionais, os quais poderão ser aplicados no mercado financeiro ou na 
expansão da capacidade instalada. 
 
 
 
Gestão de capital de giro 
 
Conforme já estudado, os recursos captados pela empresa têm origem 
própria ou de terceiros, e estes são financiados para empresa em curto 
ou longo prazo. 
 
Para a manutenção do equilíbrio financeiro, os recursos de curto prazo 
(passivo circulante), devem ser aplicados em ativos circulantes de rápido 
processo de transformação. Estes recursos de curto prazo são o 
chamado capital de giro para apoiar as atividades operacionais da 
empresa. 
 
Uma gestão eficiente de capital de giro consiste em diminuir o ciclo 
financeiro , ou seja, o tempo entre o pagamento dos fornecedores e o 
recebimento das vendas, denominada gap de caixa. 
 
 
 
Necessidade de capital de giro e saldo em tesouraria 
 
 
 
A necessidade de capital de giro (ACO – PCO) indica o montante de recursos de 
longo prazo necessários para financiar o capital de giro. 
 
Quando são confrontados o capital circulante líquido e a necessidade de capital de 
giro, estamos avaliando o equilíbrio financeiro da empresa. Em sua situação 
favorável, encontramos: 
 
 
 
Nesta situação, o excesso de recursos disponíveis é chamado de saldo em 
tesouraria 
. 
 
 
O saldo em tesouraria (ACF – PCF) representa uma margem financeira que indica a 
capacidade da empresa em financiar um crescimento operacional.. 
 
 
CCL > NCG 
Saldo em Tesouraria = ACF - PCF 
NCG = ACO - PCO 
Necessidade de capital de giro e saldo de Tesouraria (overtrading) 
 
Um desequilíbrio financeiro ocorre quando a necessidade de capital de giro 
tende a aumentar continuamente e a empresa necessita cada vez mais de 
recursos que não os contidos no passivo circulante operacional. 
 
O aumento progressivo da necessidade de capital de giro é conhecido como 
overtrading (efeito tesoura). 
 
Nesta situação, como os recursos próprios não são suficientes para manter a 
operacionalidade da empresa, a mesma começa a recorrer a empréstimos 
bancários. O overtrading pode ocorrer devido aos seguintes fatores: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crescimento 
real das 
vendas a 
prazo, sem 
corresponden
tes prazos 
concedidos 
de 
fornecedores. 
Investimento 
em 
Imobilizado 
com 
recursos 
onerosos de 
curto prazo. 
Prejuízos. 
Distribuição 
excessiva 
de lucros. 
Dependência 
de 
empréstimos 
de curto 
prazo com 
altas taxas de 
juros. 
Ciclo 
Financeiro 
crescente 
 
 
 
VALOR ECONÔMICOAGREGADO (EVA) 
 
 
Em contabilidade, o lucro líquido apurado é obtido após a dedução do custo de 
capital de terceiros (juros ou despesas financeiras) referentes à empréstimos, 
financiamentos e prazos de fornecedores e não leva em conta o custo do capital 
próprio empregado. Para determinação da real geração de valor do resultado 
positivo apurado pela empresa adota-se o conceito EVA: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜−𝐶𝑀𝑃𝐶 
 
 
Para se obter o Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC) multiplica-se o valor 
do Patrimônio Líquido pelo custo do capital próprio. 
Dados: PL = 100.000 (capital próprio) X 12% (taxa de remuneração do mercado) 
 
EVA = Lucro líquido – Custo de oportunidade (CMPC) 
EVA = 10.000 – 12.000 = - 2.000,00 
 
 
 
 
 
Cálculo do EVA 
EBITDA (Earnings Before Interests Taxes Depreciation and Amortization) 
 
Em português é o lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização – 
LAJIDA, é uma medida de desempenho representativa da geração de caixa das 
atividades operacionais. 
 
IMPORTANTE: Não se deve confundir com fluxo de caixa, pois é o EBITDA é 
calculado a partir da Demonstração de Resultados e existem, por exemplo, 
parcelas da receita não recebidas. 
 
Calcula-se: 
 
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 
(+) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 
(+) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS DAS RECEITAS FINANCEIRAS 
(+) DAS DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES E EXAUSTÕES 
(=) EBITDA 
Receita Líquida 800.000,00 
( - ) Custo da Mercadoria Vendida - 650.000,00 
( = ) Lucro Líquido 150.000,00 
( - ) Despesas Operacionais 
 Vendas - 30.000,00 
 Administrativas - 70.000,00 
(inclui depreciação 10.000) 
 Despesas com juros - 20.000,00 
( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social - 6.000,00 
Lucro Líquido 24.000,00 
EBTIDA = LL + juros + impostos + Depreciação + Amortização 
EBITDA = 24.000 + 20.000 + 6.000 +10.000 + 0 = 60.000,00 
EBITDA = LAJIDA (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e 
amortização 
D.R.E 
Cálculo do EBITDA 
ATÉ A PRÓXIMA AULA! 
OBRIGADO.

Continue navegando