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Estudo Dirigido 2 BORELLI J E ULTRA SOM

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Tratamento, Recuperação e Monitoramento de 
Pacientes Portadores de Úlceras Tróficas e Varicosas 
Através do Uso do Ultra-som Pulsatil de Baixa 
Intensidade Associado a Técnicas de Processamento de 
Imagens 
 
João Eduardo Borelli1, Evelina de Almeida Neves2, Luiz Romariz Duarte3, Maria Angélica 
Drumond Jardini Anastácio4, Adilson Gonzaga5
 
1,5Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia Elétrica EESC - USP, São Carlos, SP, Brazil, 
13560-970, Fone: (0XX16)2739362, Fax: (0XX16)2739372 
2Instituto de Física de São Carlos IFSC - USP , São Carlos, SP, Brazil, 1560-970 
3,4Departamento de Engenharia Biomédica, Interunidades, EESC – USP, 13560-970, São Carlos, SP, Brazil 
 
jborelli@sel.eesc.sc.usp.br, evelinan@sel.eesc.sc.usp.br, lduarte@sc.usp.br, jardini@francanet.com.br, 
agonzaga@sc.usp.brT
 
 
 
Resumo 
Este artigo apresenta um método para tratamento e 
acompanhamento da reparação tecidual de lesões em 
pacientes portadores de úlceras tróficas e varicosas. 
Indivíduos vitimados por patologias que prejudicam a 
sensibilidade e o movimento dos membros inferiores 
como lesões medulares e neuropatias periféricas, com 
insuficiência arterial ou venosa crônica são propensos 
ao desenvolvimento de úlceras tróficas. O tratamento é 
feito com a aplicação de radiação ultra-sônica de baixa 
intensidade sobre as lesões. A recuperação dos pacientes 
é medida através da variação de características extraídas 
das imagens das lesões durante o tratamento. O aparelho 
de ultra-som é composto por um transdutor ligado a 
uma fonte de excitação pulsada de 1,5 MHz e 
freqüência de repetição de pulso de 1kHz. Para 
avaliação das características das imagens foi 
desenvolvido um sistema composto de dois módulos: 
aquisição e processamento de imagens. A aquisição das 
imagens é feita por uma câmera CCD ligada a um 
microcomputador. O processamento é feito por um 
software que extrai características das imagens 
previamente definidas pelo usuário. O sistema 
possibilita a verificação, registro e diagnóstico baseado 
na evolução da reparação tecidual destas lesões durante 
o tratamento com o ultra-som. Foram selecionados 28 
pacientes os quais foram submetidos a aplicação da 
radiação ultra-sônica de baixa intensidade, os resultados 
obtidos mostram a eficácia do método uma vez que 
todos os pacientes que concluíram o tratamento, 
obtiveram cura. 
 
 
 
1. Introdução 
Indivíduos vitimados por patologias que prejudicam a 
sensibilidade e o movimento dos membros inferiores 
como lesões medulares, neuropatias periféricas, com 
insuficiência arterial ou venosa crônica são mais 
propensos ao desenvolvimento de leões na superfície da 
pele denominadas úlceras tróficas. Essas úlceras surgem 
a partir de um pequeno trauma ou de uma infecção 
secundária em regiões onde há distúrbios nutricionais na 
pele e apresentam difícil cicatrização [1]. As úlceras 
podem ser classificadas nos seguintes tipos principais: 
úlceras de origem venosa e úlceras de origem arterial. 
Além destas existem outros tipos de úlceras: úlceras 
linfáticas, úlceras diabéticas, úlceras mistas e úlceras de 
decúbito. Úlceras de origem venosa também são 
conhecidas por úlceras de estase, úlceras pós-flebíticas, 
úlceras varicosas, úlceras gravitacionais ou hipostáticas 
e surgem com maior freqüência no terço distal das 
pernas em áreas de dermatite ou de celulite endurecida 
nas regiões dos maléolos, principalmente dos maléolos 
mediais [2]. Essas úlceras possuem uma base profunda 
de massa fibrosa espessa e quase avascular cujas bordas 
geralmente são irregulares e são causadas 
principalmente por insuficiência da bomba muscular da 
panturrilha [3]. Úlceras de origem arterial ou isquêmicas 
são causadas comumente por arteriosclerose obliterante 
periférica ou por tromboangiite obliterante. São muito 
dolorosas e formam a partir de um infarto da derme 
seguida pela formação de protuberâncias que resultam 
na interrupção da continuidade normal da pele. As 
úlceras linfáticas ocorrem devido a obstrução de vasos 
linfáticos, podendo chegar a ulceração com ao 
engrossamento da pele e do tecido subcultâneo [2]. As 
úlceras diabéticas são indolores, por ter uma neuropatia 
associada. Aparecem nas polpas digitais ou região 
planar em pontos de pressão [2]. Neuropatias que 
prejudicam a mobilização de membros inferiores como 
lesões medulares ou neuropatias periféricas tornam a 
bomba muscular da panturrilha ineficiente ocasionando 
o aparecimento da ulceração [4], o mesmo ocorre com a 
poliartrite. As úlceras de decúbito são causadas por 
pressões prolongadas sobre áreas do corpo que 
impedem a circulação sangüínea, são freqüentes em 
pacientes imobilizados ou semi imobilizados que 
permanecem acamados por um longo período [2]. 
As úlceras são geralmente lesões superficiais de fácil 
visualização e caracterizam-se por tecidos de granulação 
misturados com tecidos fibrosos de cor amarela por 
onde goteja líquido plasma. 
O tratamento desta enfermidade patológica é bastante 
conservador podendo variar de acordo o tipo de úlcera e 
suas origens. Em úlceras de origem venosa usualmente 
faz-se a limpeza e a assepsia do local lesado, uso de 
faixas de bandagens associados com a recomendação 
de repouso dos membros inferiores [5]. Em úlceras de 
origem arterial recomenda-se o uso de meias para 
aquecer os pés, em muitos casos é necessária a 
intervenção cirúrgica [1]. 
Diversos autores constataram que o ultra-som atua 
positivamente em diversas fases do processo de 
reparação de lesões do tecido mole como: maior 
liberação de histamina [6], desenvolvimento de novos 
vasos sangüíneos [7]; melhoria das propriedades 
mecânicas do tecido cicatricial da pele e de tendões [8]. 
A aplicação do ultra-som contribui ainda para a 
cicatrização tecidual, diminuição da área das lesões e 
aumento da elasticidade dos tecidos [9-11]. A figura 1 
mostra como é feito o tratamento da úlcera mediante a 
aplicação do ultra-som de pulsátil de baixa intensidade 
em um paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.1. Tratamento com o ultra-som pulsátil de baixa 
intensidade [2]. 
 
O acompanhamento do estado das úlceras é 
normalmente feito com a simples medida de área. 
Coloca-se uma folha de papel transparente sobre a lesão 
e pinta-se a mesma com uma caneta [12]. Ainda podem 
ser considerados relatos de dor e a observação visual 
das coloração interna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2. Medida do tamanho das úlceras [12]. 
 
Com base nesses dados, grosseiros era difícil encontrar 
parâmetros para regular as variáveis: dosagem, 
intensidade e freqüência do ultra-som, entre outras, 
envolvidas no processo de cura (regeneração, reparação 
e cicatrização). Segundo Hilário, (1993) [2], os 
parâmetros ideais ainda estão por ser determinados. 
O diagnóstico da doença é feito através de exame 
clinico com o auxílio ou não de exames complementares 
invasivos tais como angiografia, exames de sangue, 
exames de cultura de células e biópsia. 
A metodologia de acompanhamento do estado das 
úlceras desenvolvida neste trabalho é baseada no 
processamento das imagens dessas lesões em pacientes 
que foram submetidos ao tratamento com o ultra-som. O 
acompanhamento através de imagens das úlceras 
possibilita a extração de características significativas 
das mesmas através de algoritmos de visão 
computacional para posterior intervenção 
medicamentosa, mudança de parâmetros na aplicação 
do ultra-som ou mesmo para auxilio no diagnóstico. 
Entende-se por características significativas aquelas 
capazes de discriminar um determinado padrão de 
estado patológico da úlcera. 
 
2. Metodologia 
O tratamento adotado neste trabalho consistiu na 
aplicações do ultra-som de baixa intensidade do tipo 
pulsátil com as seguintes características: freqüência deonda de 1,5 MHz, freqüência de repetição de pulsos de 
1 kHz, e intensidade de 22,27 mW/cm2, largura de pulso 
200 µ/s e potência de 96,04 mW e transdutor PZT – 
diâmetro de 22 mm. 
Primeiramente foram separados 28 pacientes 
voluntários os quais foram submetidos ao tratamento de 
ultra-som. Foi estabelecido um protocolo onde foram 
padronizadas doses de ultra-som com periodicidade de 
aplicação de 3 vezes semanais por um período de 4, 8, e 
12 semanas variando o tempo de exposição de 10 a 40 
minutos proporcionalmente ao tamanho das lesões. O 
ultra-som foi aplicado usando-se a técnica estacionária 
próximo à borda da lesão com um agente gel acoplador 
aplicado na interface entre a lesão e o transdutor do 
ultra-som, o gel tem impedância acústica próxima à 
impedância acústica dos tecidos moles do corpo 
humano. 
A cada aplicação foram colhidos dados dos pacientes 
assim como conjuntos de imagens das lesões. As 
imagens foram digitalizadas e armazenadas em uma 
base de dados contendo nome, data e idade da lesão 
para cada um dos pacientes. Foram separados os casos 
de pacientes que obtiveram melhora. Em seguida, foi 
feito um estudo baseado na comparação das imagens de 
cada um desses pacientes nas diferentes datas ao longo 
do tratamento. A análise das características foi auxiliado 
por um software de processamento de imagens. Nesse 
estudo (análise) participaram especialistas da área de 
angiologia, dermatologia, fisioterapia e processamento 
de imagens. Esses profissionais avaliaram as imagens e 
enumeram características peculiares e indícios de 
melhora do estado das lesões. Estas características 
serviram para estabelecimento dos padrões de cura. 
Notou-se que os principais indícios de melhora foram: 
diminuição da área compreendida pela lesão, 
diminuição do índice de elongação e diminuição da 
medida linear dos eixos principais, alteração da textura 
do tecido na superfície interna e externa das úlceras. 
Além destas, outras características podem ser 
consideradas para a análise: características baseadas no 
histograma de primeira e segunda ordem e análise de 
Fourier dentre outros. A figura 3 mostra as 
características escolhidas sendo que a área no gráfico 
corresponde a importância da mesma na caracterização 
do proc so do cura. 
Para u
softwar
pequen
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3.
 
Visão é
proveni
identifi
[13]. P
mesmas
interpre
em desc
Segund
máquin
do sina
e interp
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4. Visão de máquina. 
 
 
 
 
Para aquisição das imagens usou-se uma câmera CCD 
Sony ligada a uma placa frame grabbrer MÍROVIDEO 
DC30 fabricada pela Miro. Para o pré-processamento, 
processamento e analise dos dados foi usado um 
computador Pentiun II, 450 MHz e 128 Mb de RAM. O 
pré-processamento melhora o sinal que vem do sensor e 
prepara a imagem para que dela sejam extraídas as 
características de interesse do usuário. Os filtros usados 
para eliminar ruídos e detectores de borda, 
segmentação, histograma, equalização, binarização, são 
exemplos de rotinas de pré-processamento e podem ser 
implementados em software ou hardware. 
O pré-processamento é condição necessária à extração 
de características. Nessa etapa utilizou-se a rotina de 
segmentação de região de duas maneiras: automática e 
iterativa. O processo automático consiste na aplicação 
es
m melhor entendimento das ferramentas de 
e utilizadas, a seguir será apresentada uma 
a revisão bibliográfica de visão computacional. 
 Principais características extraídas das imagens 
dos pacientes que apresentaram melhora. 
 a tarefa de decodificar informações luminosas 
entes do mundo exterior que nos possibilitem 
car objetos, perceber cores e calcular distâncias 
ara que o sistema visual da máquina execute as 
 tarefas é necessário que o mesmo seja capaz de 
tar uma imagem, isto é, traduzir o mundo real 
rição simbólica e então interpretar. 
o Nitzan, (1988) [14], a tarefa de visão de 
a pode ser dividida em quatro etapas: transdução 
l, pré-processamento, extração de características 
retação das características, conforme figura 4. 
do algoritmo denominado crescimento de região ou 
region growing que isola e binariza regiões de interesse 
na imagem. A figura 6 mostra o resultado do algoritmo 
aplicado na figura 5. O processo iterativo necessita de 
um especialista que delimite a região de interesse e 
especifica a segmentação com o auxilio de um mouse. A 
figura 7 mostra a delimitação e binarização da região 
selecionada pelo especialista. O processo iterativo é útil 
em casos onde o processo automático não é capaz de 
segmentar as regiões de interesse. 
A medida da área superficial da lesão em cm2 é 
calculada tomando-se como base a imagem de uma 
plaqueta graduada de área conhecida posicionada perto 
da lesão em todas as imagens colhidas ao longo do 
tratamento, conforme pode ser visto na figura 5. A 
imagem da plaqueta passa pelos mesmos processo de 
segmentação e binarização descritos anteriormente: 
automático ou iterativo. 
A segmentação é um processo que divide o domínio 
espacial da imagem em um conjunto de regiões 
mutuamente exclusivas. Cada região é uniforme e 
homogênea em relação a alguma propriedade em 
comum, tal como tom ou textura e o valor de sua 
propriedade é de alguma maneira significativamente 
diferente do valor de cada região vizinha. O processo de 
segmentação que usa a intensidade da imagem como 
propriedade produz regiões que apresentam 
características tonais discretas [15]. A segmentação é 
um dos elementos mais importantes na análise 
automatizada de imagens porque é neste processo que 
objetos e outras entidades de interesse são extraídas da 
imagem para processamento posterior. Os algoritmos de 
segmentação geralmente baseiam-se em uma das duas 
propriedades básicas de valores de nível de cinza: 
descontinuidade e similaridade. Podem ser usadas 
técnicas como binarização, (threshold), crescimento de 
região (region growing) e estratégias “divide - e - une” 
(splitting and merging) [16]. A binarização significa 
dividir a imagem em dois tons com corte em um 
threshold pré estabelecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Imagem original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As caracterís
dos eixos m
extraídas com
baixa ordem
relacionadas 
calculada pe
momentos de
calcular o c
momentos de
obter as direç
equações (1) 
Considerando
imagem segm
uma elipse c
definidos e 
imagem, con
Teague, (1980
Os comprimentos dos eixos maior α e eixo menor β são 
calculados pelas equações (2) e (3) [17,19]. A 
inclinação do eixo principal da elipse é dada pela 
equação (4) e a excentricidade ou elongação de uma 
região pode ser calculada através da equação (5). 
 
 
dxdyyxfyxm
dxdyyxfym
dxdyyxfxm
dxdyyxfym
dxdyyxfxm
dxdyyxfm
),(.
1,1
),(2
2,0
),(2
0,2
),(.
1,0
),(.
0,1
),(
0,0
∫ ∫
∫ ∫
∫ ∫
∫ ∫
∫ ∫
∫ ∫
∞
∞−
∞
∞−
=
∞
∞−
∞
∞−
=
∞
∞−
∞
∞−
=
∞
∞−
∞
∞−
=
∞
∞−
∞
∞−
=
∞
∞−
∞
∞−
=
 
 (1)
 
 
 
 
Algoritmo de segmentação region growing 
aplicado na imagem da lesão. 
 
Fig. 7. Segmentação iterativa. 
ticas de forma como área, comprimento 
aior e eixo menor e elongação foram 
 o uso de momentos. Os momentos de 
 representam várias características 
com a forma dos objetos. A área pode ser 
lo momento de ordem zero (m00). Os 
 primeira ordem m01 e m10 são usados para 
entro de massa do objeto e com os 
 segunda ordem (m11, m20 e m02) pode-se 
ões principais, conforme pode ser visto nas 
[15, 17-18]. 
 os momentos de segunda ordem, a 
entada da lesão é equivalente a imagem de 
om tamanho, orientação e excentricidade 
centralizados no centro de massa da 
forme mostra a figura 6 extraídade 
)[17]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
⎢⎢
⎢⎢
⎣
⎡
=α
 
⎢⎢
⎢⎢
⎣
⎡
=β
 
 
 
Figura 8. Imagem da Elipse. 
( ) 21
00
2
114
2
022002202
⎥⎥
⎥⎥
⎦
⎤
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ +−++
m
mmmmm
 
(2)
( ) 21
00
2
114
2
022002202
⎥⎥
⎥⎥
⎦
⎤
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ +−−+
m
mmmmm
 
(3)
)(
2
tan
2
1
0220
111
mm
m
−=
−φ (4)
 
 
)2(cos11mcos02msen20m
)2(sen11msen02mcos20me 222
222
φ−φ+φ
φ−φ+φ=
 
(5)
 
As características de média de nível de cinza 
tanto na parte interior das lesões como na parte exterior, 
foram calculadas através da equação 6 [16,18]. 
 
∑ ∑
= =
= 2
1
2
1
),(
00
1
x
xm
y
yn
yxf
m
Mc (6)
 
Onde f(x,y) representa a intensidade de cinza da imagem 
no ponto (x,y). 
 
3. Resultados 
Uma seqüência de imagens do acompanhamento do 
estado da lesão do paciente 26 durante o tratamento é 
mostrada na figura 7 a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9
uma 
utiliz
são m
Tab.
Pac
Área
Elon
Médi
Cinza
Médi
Cinza
EixoM
EixoM
Os gráficos representando a evolução das 
características para o paciente 26 são mostrados nas 
figuras a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variação da Área da Lesão
8
9
10
11
12
0 20 40 6
Dias
Á
re
a
0
 
 
Fig. 10. Evolução da Área para o paciente 26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variação da Elongação
0,32
0,34
0,36
0,38
0,4
0,42
0 20 40 60
Dias
El
on
ga
çã
o
 
 
 
 
 
 
 
. Seqüência das imagens da l
 
A extração das caracterí
das imagens da seqü
ados para o diagnóstico d
ostrados na tabela 1. 
 
 1. Evolução das característica
 
iente 26 16/06/97 24/0
 [cm2] 11,52 10
gação 0,3405 0,3
a de Nível 
 externa 
138,40 148
a de Nível 
 interna 
120,32 102
aior [cm] 7,14 6,
enor [cm] 2.70 2,
esão de um dos pacientes. 
sticas foi feita para cada 
ência e os resultados 
o estado do paciente 26 
s ao longo do tratamento 
6/97 14/07/97 30/07/97
,66 9,98 9,14 
509 0,3890 0,3981 
,32 152,72 158,49 
,40 109,92 94,20 
97 6,20 5,92 
73 2,58 2,49 
 
Fig. 11. Evolução da elongação da lesão para o paciente 26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variação da Média de Nível de Cinza 
Interna á Lesão
75
90
105
120
135
0 20 40 60
Dias
M
éd
ia
 d
e 
N
ív
el
 d
e 
C
in
za
 
Fig. 12. Evolução da tonalidade de cinza interna à lesão para 
o paciente 26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 13. Evolução da tonalidade de cinza externa à lesão, 
paciente 26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 14. Evolução do Eixo Maior da lesão, paciente 26. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 15. Evolução do Eixo Menor da lesão para o 
 paciente 26. 
 
Para a validação dos resultados foi a feita a análise 
histopatológica dos tecidos excisados do leito da úlcera 
através da técnica “punch”. A excisão foi feita por um 
dermatologista com o consentimento dos pacientes 
antes, durante e depois da estimulação ultra-sônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Variação da Média de Nível de Cinza 
Externa à Lesão
130
140
150
160
0 20 40 60
Dias
M
éd
ia
 d
e 
N
ív
el
 d
e
C
in
za
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.16. Análise histopatológica de tecidos após a estimulação 
ultra-sônica. 
 
4. Discussão e Conclusões 
As úlceras têm sido um dos problemas de saúde mais 
importantes na maioria dos países com pacientes que 
sofrem de insuficiência venosa ou arterial, trazendo 
sérios problemas de ordem médico-econômica e sócio-
econômica. No Brasil presume-se a existência de dois 
milhões de casos entre aposentados e aqueles que 
recebem auxilio doença. Nos países desenvolvidos o 
problema é igualmente grave. A radiação ultra-sônica 
tem se mostrado eficiente para a reparação tecidual de 
úlceras tróficas e foi aplicada neste trabalho em um 
grupo de 28 pacientes voluntários. Os resultados 
mostrados nos gráficos e na biópsia comprovam a sua 
eficácia. A aplicação do ultra-som favorece a 
angiogênese e o aparecimento de colágeno promovendo 
a regeneração reparação e a cicatrização das úlceras. 
Dos 28 pacientes submetidos ao tratamento, foram 
obtidos 8 casos de cicatrização e 12 casos de redução 
significativa. Os demais pacientes não continuaram o 
tratamento e foram monitorados como o grupo controle. 
O estado das lesões nestes pacientes piorou tendo sido 
caracterizadas pelo aumento de área, profundidade, 
aparecimento de regiões necrosadas entre outras. 
A visão computacional é uma importante ferramenta 
para o acompanhamento do estado das lesões. A 
metodologia empregada neste trabalho teve o objetivo 
de extrair características de imagens de lesões de 
pacientes portadores de úlceras tróficas ou varicosas. Os 
resultados obtidos para um determinado paciente, 
paciente 26, estão mostrados nas figuras 10 a 15. O 
Vetor de características extraído a partir da teoria dos 
momentos mostrou ser eficiente para caracterizar as 
variáveis envolvidas no processo de cura das lesões. 
Através dessas características, os profissionais da área 
de saúde dispõem de recursos para prescrever e 
justificar o diagnóstico cientificamente. É importante 
também para o paciente que ele saiba que esta sendo 
curado. No caso do paciente 26, os gráficos indicam 
uma melhora considerável, mesmo com poucos dias de 
tratamento (44 dias). A cicatrização da úlcera nesse 
paciente se deu somente após 1 ano de tratamento. Isso 
ocorre pois, dependendo da origem da úlcera, 
recuperação pode ser lenta e o tratamento pode se 
estender durante anos. Devido a esse fato, os sinais de 
cura podem não ser tão evidentes visualmente. A 
 
Variação do Eixo Maior da Lesão
5
5,5
6
6,5
7
7,5
0 20 40 60
Dias
Ei
xo
 M
ai
or
Variação do Eixo Menor
2,45
2,5
2,55
2,6
2,65
2,7
2,75
0 20 40 6
Dias
Ei
xo
 M
en
or
0
metodologia empregada aqui permite uma nova maneira 
de se avaliar e controlar o processo envolvido no 
tratamento e na cura das lesões através de medidas 
extraídas de suas imagens. 
A metodologia utilizada apresenta ainda outras 
vantagens em relação ao método convencional como: 
- Constitui um método não invasivo, evitando os riscos 
de aparecimento de infecções nas lesões e contaminação 
durante a aquisição das medidas, bem como o 
desconforto dos pacientes e profissionais envolvidos. 
- Simplicidade e rapidez na obtenção dos resultados, 
além de fornecer um suporte para diagnóstico. 
- Maior confiabilidade e controle dos parâmetros 
envolvidos no processo. 
- O sistema também pode ser extendido para uso em 
telemedicina e diagnóstico auxiliado por computador 
(computer aided diagnostic) [20] 
O uso de telemedicina particularmente no caso de lesões 
tróficas e varicosas pode favorecer a aquisição de 
imagens na residência dos pacientes, devido a grande 
dificuldade de locomoção dos mesmos. As imagens 
podem então ser processadas em um servidor remoto 
[21]. 
A automação do processo de aquisição e pré- 
processamento de imagens é condição necessária para a 
automação do processo de monitoramento e diagnostico 
de patologias que de alguma maneira possam ser 
visíveis. Os níveis de automação dependem da 
necessidade da aplicação, das especificações dos 
usuários (profissionais da área de saúde) ou dos 
requisitos do sistema a ser desenvolvido. Neste trabalho, 
o software desenvolvido contém funções específicas que 
fornecem suporte para a tomada de decisões dos 
usuários e que cumprem os requisitos do sistema de 
monitoramento proposto inicialmente. 
Como a metodologia empregada baseia-se em medidas 
extraídas deimagens das lesões, é necessário que 
durante o processo de aquisição da imagem sejam 
mantidas constantes outras variáveis externas à 
patologia tais como: iluminação, distância e 
posicionamento. Para este fim, foi desenvolvido no 
laboratório de Visão Computacional da Escola de 
Engenharia de São Carlos da Universidade de São 
Paulo, um equipamento dedicado às tarefas de aquisição 
e processamento das imagens. O equipamento é 
simples, de baixo custo e pode ser estendido para 
análise de outras enfermidades visíveis da área 
dermatológica [20]. 
 
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no IBERDISCAP2000, Madrid, Espanha, 2000. 
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