Buscar

110_-_Terapia_com_ultrassom_em_paciente_de_pYs-operatYrio_de_lipoaspiraYYo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Terapia com ultrassom em paciente de pós-operatório de lipoaspiração 
 
 
Maria do Socorro Soares1 
corrinhasoares@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia2 
 
Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Cambury 
 
 
RESUMO 
No ramo da estética pontua-se que os procedimentos de cirurgias plásticas estão cada vez, 
mas sendo realizados no Brasil. Entre os principais procedimentos de cirúrgicos, está sendo 
abordado no presente estudo a Lipoaspiração, cujo nome é referenciado a uma técnica que 
consiste em retirar o excesso de gordura através de um aparelho de sucção ou seringas. O 
objetivo desse estudo é realizar um levantamento bibliográfico acerca da contribuição dos 
procedimentos fisioterapêuticos no pós-operatório da lipoaspiração. Com relação à 
metodologia adotada para a realização dessa pesquisa adotou-se três aspectos: quanto aos 
objetivos tratou-se de uma pesquisa exploratória; quanto à abordagem do problema, foi 
qualitativa; quanto aos procedimentos técnicos, foi bibliográfica. Por fim destaca-se que de 
acordo com o levantamento bibliográfico realizado nesse estudo a lipoaspiração pode ser 
considerada como um procedimento cirúrgico seguro desde que este seja realizado por um 
cirurgião bem treinado, com bom julgamento médico e cirúrgico, operando em local 
adequado para o porte cirúrgico.Por fim salienta-se que o atendimento fisioterapêutico pré-
operatório da cirurgia plástica é de extrema importância na reabilitação do paciente 
operado. 
Palavras-Chave: lipoaspiração; Fisioterapia: Ultrassom. 
 
 
Introdução 
 
O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas, perdendo somente para os 
Estados Unidos. Pesquisa realizada em 2008 afirma que foram realizadas 629 mil cirurgias 
plásticas de médio e grande porte, e destas 91 mil foram cirurgias de lipoaspiração 
(ALBUQUERQUE, 2010). 
Atualmente, a busca pelo belo e a forma ideal vem aumentando significativamente a procura 
de procedimentos estéticos e cirúrgicos com o intuito de um corpo harmonioso e saudável. O 
ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar a 
funcionabilidade destes tecidos. Embora pareça desnecessário para alguns cirurgiões, o 
atendimento fisioterapêutico pré-operatório da cirurgia plástica é de extrema importância na 
reabilitação do paciente operado (MACEDO, OLIVEIRA, 2010). 
Neste trabalho está sendo apresentado o tema; “Terapia com ultrassom em paciente de pós-
operatório de lipoaspiração. Onde se destaca que a lipoaspiração consiste em um 
procedimento que “objetiva a retirada do excesso de gordura localizada". Ambas, por serem 
procedimentos invasivos e que interferem na função dos tecidos e de sistemas como vascular 
e principalmente o linfático, necessitam de certos cuidados em seu pós-operatório, evitando 
possíveis complicações e restabelecendo os tecidos em um período de tempo menor” 
(CAMARGO, et al., p. 02). 
 
1 Pós-graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional 
2Orientadora Dayana Priscila Maia Meija 
mailto:corrinhasoares@hotmail.com
2 
Partindo desse contexto essa pesquisa tem como problema norteador, identificar: Qual a 
contribuição do ultrassom como tratamento fisioterapêutico dermato-funcional? De acordo 
com Macedo e Oliveira (2010, p. 196) ao se optar por realizar uma cirurgia plástica, é 
necessário que a pessoa tenha consciência dos cuidados que devem ser tomados no pós-
operatório e de possíveis complicações que podem ocorrer nesse período. Faz-se necessária 
toda uma preparação física, mental e emocional. 
Para almejar responder ao problema desse estudo, foi desenvolvido como objetivo geral desse 
estudo, a realização de um levantamento bibliográfico acerca da contribuição da ultrassom no 
pós-operatório da lipoaspiração. Para tanto este foi divido em 03 (três) específicos, conforme 
elencados: (01) Contextualizar a história da lipoaspiração; (02) Identificar quais os cuidados 
do pós-operatório da lipoaspiração; e, (03) Qual os procedimentos a serem realizados com o 
ultrassom no pós-operatório da lipoaspiração. 
Neste trabalho, se utilizou a pesquisa qualitativa, que Vergara (2009, p. 42) descreve como 
aquela que: Expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. 
Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem 
compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal 
explicação. 
No que tange à formulação dos objetivos, utilizou-se da pesquisa bibliográfica, que Vergara 
(2009, p. 43) define como “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material 
publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público 
em geral”. Também, foi utilizada a tipologia de pesquisa exploratória, que Beuren et al. 
(2006, p. 80-81) vinculam ao tipo de pesquisa em que há pouca disponibilidade de 
conhecimentos e literatura sobre o tema pesquisado, implicando que: 
 
Por meio do estudo exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade 
o assunto, de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes 
para a condução da pesquisa. 
[...] explorar um assunto significa reunir mais conhecimento e incorporar 
características inéditas, bem como buscar novas dimensões até então não 
conhecidas. O estudo exploratório apresenta-se como um primeiro passo no 
campo científico, a fim de possibilitar a realização de outros tipos de pesquisa 
acerca do mesmo tema, como a pesquisa descritiva e a pesquisa explicativa. 
 
Utilizou-se o método dedutivo, porque segundo Gil (2007, p. 27), é um método que “parte de 
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de 
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica”. 
Para almejar os objetivos desse estudo, este foi iniciado com uma breve introdução onde 
apresentamos o tema, o objetivo e a metodologia. Este estudo está subdividido em três 
tópicos: o primeiro, “Procedimento de lipoaspiração, contexto histórico e cuidados”, o 
segundo tópico “Tipologias da lipoaspiração, e os cuidados com o pós-operatório”, por fim o 
terceiro: “O uso da ultrassom na fisioterapia demato-funcional”, em seguida é apresentada as 
considerações finais e as referências bibliográficas. 
 
1. Procedimento de lipoaspiração, contexto histórico e cuidados 
 
Nos últimos cinco anos, o empresariado brasileiro de pequenos negócios, ao perceber que os 
serviços na área da beleza ficaram, mais diversificados e sofisticados e que estava em curso 
uma mudança social e comportamental na população, passou a investir mais em equipamentos 
e tecnologia aproveitando também a rica biodiversidade do País. Com o Direcionamento 
Estratégico 2006 a 2010, o Sistema SEBRAE vem definindo suas diretrizes e prioridades de 
atuação e o setor de cosméticos vem sendo contemplado com a criação de técnicas de gestão 
empresarial, inovação tecnológica, além do conhecimento sobre mercados interno e externo. 
3 
Do mercado nacional, o micro e pequenas empresas representam 98,9% do parque industrial 
brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. E o SEBRAE, como conhecedor das 
necessidades e da importância do micro, pequenos e médios empreendimentos, vem unindo 
esforços com diversas instituições prontas para ampliar o suporte técnico e administrativo que 
possibilite o desenvolvimento da cadeia produtiva. 
De acordo com Borges (2011, p. 11): 
 
Os paradigmas da beleza vêm se alterando no decorrer dos anos. O conceito 
de beleza hoje se difere muito do que era considerado belo há alguns anos. A 
preocupação faz parte da nossa cultura, as pessoas sentem necessidade de 
estar dentro do padrão de beleza ditado como ideal pela sociedade para se 
sentirem parte dela. A preocupação com a gordura localizada e com o peso 
ganha grande importância dentro da sociedade. 
 
DuvalNeto (2012, p. 107) acrescenta ainda que: 
 
A realidade do mundo atual evidencia que um percentual muito elevado da 
população adulta, apresenta um peso corporal acima do previsto como 
normal. Embora a lipoaspiração não seja considerada como um método de 
tratamento para a obesidade, incontestavelmente, ela se apresenta como o 
procedimento cirúrgico mais realizado dentro da cirurgia plástica e 
cosmética. A introdução de técnicas cirúrgicas mais atuais, como, por 
exemplo, a técnica tumescente, a super-úmida, a lipoaspiração ultra-sonônica 
e a assistida por endoscopia, propiciaram a remoção de maiores volumes de 
tecido gorduroso, com significante menor perda sanguínea. Entretanto, esse 
fato resultou na freqüente geração de situações fisiopatológicas clínicas 
complexas e de difícil entendimento e tratamento, muito diferente daquelas 
consequentes às lipoaspirações convencionais. 
 
O fisioterapeuta dermato-funcional ganhou seu espaço no mercado sendo cada dia que passa 
mais reconhecido pelo cirurgião plástico, pela sociedade e pelo paciente por mostrar 
tratamentos eficazes nos pós- operatórios estéticos. O tratamento com o fisioterapeuta tornou 
se indispensável e necessário fazendo com que esta seja reconhecido (MARTINS, 2007). 
Em um trecho dos estudos de Gomes (2003) desde que Illouz introduziu a Lipoaspiração para 
o mundo em 1979, houve uma verdadeira revolução na Cirurgia Plástica, que possibilitou 
uma grande evolução da técnica e difusão entre os profissionais médicos, a ponto de ser 
atualmente a cirurgia plástica mais realizada no mundo há vários anos. 
Segundo Morais (2012). A lipoaspiração consiste na remoção cirúrgica do excesso de tecido adiposo 
através de cânulas inseridas em pequenas incisões na pele que provocam uma pressão negativa 
(vácuo). Este procedimento cirúrgico acarreta sequelas no período pós-operatório como quadros de 
dor, edema, hematoma, fibrose, alteração da mobilidade tecidual ou dos contornos corporais e 
alteração ou ausência da sensibilidade tátil e dolorosa. A eficácia de uma cirurgia plástica passa não 
só pela cirurgia em si, mas também pelos cuidados prestados no pré e pós-operatório. Assim, os 
tratamentos de fisioterapia têm sido cada vez mais recomendados pelos cirurgiões plásticas. 
Corroborando ainda dentro desse contexto, Pacheco (2014) descreve que lipoaspiração é o 
nome dado a uma técnica que consiste em retirar o excesso de gordura através de um aparelho 
de sucção ou seringas Por sua vez, a lipoescultura consiste em utilizar a própria gordura 
retirada para modelar partes do corpo ou preencher depressões. Ambos são procedimentos que 
podem ser realizados isoladamente ou associados com intervenções outras, tais como as 
plásticas totais ou parciais de abdome ou de face. 
Entre as principais técnicas cirúrgicas de lipoaspiração Duval Neto (2012, p. 108) elenca: 
1 - Lipoplastia por aspiração assistida – tecido adiposo retirado do espaço subcutâneo, por 
aspiração, através de uma cânula de ponta cega conectada a um aspirador de elevada potência 
de sucção (1 atmosfera de pressão negativa); 
4 
2 - Técnica seca – primeira técnica descrita e realizada de lipoaspiração. Realizada, 
geralmente, com anestesia geral e sem infiltração do tecido adiposo subcutâneo. O conteúdo 
aspirado contém, em média, 20 a 45% de sangue total, fato que limita a possibilidade de 
aspiração de grandes volumes, sem a necessidade de grandes reposições sanguíneas e 
hidroeletrolíticas, além de internações hospitalares prolongadas; 
3 - Técnica úmida – consiste na infiltração subcutânea do campo operatório com 200 a 300 ml 
de solução, associada ou não a drogas aditivas, imediatamente antes da introdução das cânulas 
de aspiração. O líquido de infiltração descrito pode ser associado à pequena dose de 
epinefrina, objetivando a diminuição da perda sanguínea. Com essa técnica, a perda sanguínea 
diminui, em média, para 4 a 30% do volume aspirado. Infelizmente, a literatura mostra que 
essa técnica não diminuiu significantemente a necessidade clínica de transfusões sanguíneas; 
4 - Técnica superúmida – foi introduzida na década de 80 e preconiza a infiltração subcutânea 
de grandes volume, ou seja, 1 ml de solução infiltrada para cada ml de substância removida. 
O líquido de infiltração é constituído de solução salina fisiológica (soro fisiológico – iso-
osmolar com plasma) ou Ringer lactato associado à epinefrina e/ou lidocaína. Essa técnica 
diminuiu a perda sanguínea para 1% do volume aspirado, com significante diminuição da 
necessidade de transfusões sanguíneas perioperatórias; 
5 - Técnica tumescente – introduzida em 1985 e preconiza a infiltração sob pressão, de 
grandes volumes líquidos, sendo 3 a 4 ml de solução infiltrada para cada ml de substância 
aspirada (possibilidade de volume residual líquido, anestésico local e epinefrina elevados no 
tecido celular subcutâneo). A composição do líquido tumescente infiltrado varia, mas, 
tipicamente, consiste em 0,025 a 0,1% de lidocaína e adrenalina a 1:1. 000.000, dissolvidas 
em Ringer lactato ou em solução salina fisiológica. A perda sanguínea estimada com essa 
técnica é menor do que 1% da substância aspirada, o que viabiliza a lipoaspiração de grandes 
volumes, sem necessidade de transfusões sanguíneas; e, 
6 - Técnica de lipoaspiração ultrasônica – técnica que utiliza uma cânula associada a um 
eletrodo ultrasônico, que visa à liquefação do tecido adiposo, facilitando a sua aspiração, 
teoricamente, com menor lesão tissular e, consequentemente, menor perda sanguínea. 
Definição de grandes volumes de aspiração – trata-se de conceito que apresenta uma grande 
variabilidade de opiniões na literatura médica especializada, não apresentando uma definição 
consistente, sendo, até o momento atual, caracterizado como um termo médico arbitrário. 
Frente a esse contexto Franco et al. (2012, p. 136) pontua que a lipoaspiração realizada como 
procedimento estético para retirada de gordura em pacientes saudáveis tem como finalidade 
reduzir o acúmulo de gordura localizada, a chamada lipodistrofia, levando à melhora no 
contorno corporal. 
Nas últimas três décadas, a lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada, reduzindo a invasão da 
cirurgia e preservando a circulação local. É importante salientar que cirurgiões e 
anestesiologistas com treinamento e experiência na área de lipoaspiração de grandes volumes, 
sob condições ideais, tornam um procedimento seguro e efetivo, com baixo índice de morbi-
mortalidade. 
Os traumatismos que a lipoaspiração provoca nos vasos sanguíneos e linfáticos podem 
ocasionar edemas de natureza hiperprotéica (linfedemas), que podem evoluir para 
fibroescleroses, formando ”placas” duras no tecido subcutâneo e alterando a mobilidade 
tecidual e os contornos corporais (Tacani, 2005). 
 
2 Principais complicações decorrentes da lipoaspiração, e o cuidados com o pós-
operatorio 
 
Como qualquer outro procedimento cirúrgico, a lipoaspiração não é isenta de complicações 
locais ou sistêmicas. Frente a esse cenário, os critérios atuais de segurança em Lipoaspiração, 
5 
em sua grande maioria, têm sido obtidos de forma empírica. Tem-se nos estudos de Gomes 
(2003, p. 36-43) as seguintes observações: 
- CUIDADOS GERAIS. Como em qualquer procedimento cirúrgico, são necessários 
cuidados antes, durante e depois da cirurgia. Assim, é importante definirmos as áreas a serem 
operadas, volume provável a ser aspirado, tipo de anestesia a ser utilizada e se há necessidade 
de tratamento antes da cirurgia para eventual anemia, processos infecciosos ou outras 
situações necessárias. 
- LOCAL DA CIRURGIA. No Brasil, é necessário que o local escolhido esteja de acordo 
com normatização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ou seja, em 
Hospitais Gerais ou especializados. 
- IDADE. Não é fator isolado para contra-indicação de Lipoaspiração, devendo ser 
consideradas outras variáveis, como patologias prévias,medicamentos, peso, condição física, 
antecedentes familiares e extensão da cirurgia para avaliar o verdadeiro risco cirúrgico. 
4. PATOLOGIAS PRÉVIAS. Investigar história de hemorragias, diabetes, tireóide, infecções, 
tumores, tromboflebites, acidentes tromboembólicos e antecedentes familiares de trombose. 
Patologias severas, como insuficiência cardíaca severa, isquemia coronariana, processos 
infecciosos em curso, distúrbios severos de coagulação, diabetes descompensado, entre 
outras, contra-indicam o procedimento. 
- MEDICAMENTOS EM USO. Medicamentos que alteram a coagulação, como ácido acetil-
salicílico, heparina, anti-inflamatórios, vitamina E, hormônios e ginkgo biloba, devem ser 
suspensos pelo menos 1 semana antes da cirurgia. 
- TABAGISMO. Assim como em qualquer cirurgia, o tabagista tem maior probabilidade de 
complicações, com recuperação mais lenta pelas alterações vasculares que causa. Não deve 
ser fator isolado para contra-indicação de cirurgia, mas deve ser considerado dentro de uma 
avaliação pré-operatória completa. 
- DIETAS. Grandes perdas ponderais recentes podem causar desnutrição, com baixos níveis 
de albumina, que estando abaixo de 2,4mg/dl pode liberar ácidos graxos que agridem o 
endotélio vascular, podendo precipitar a ocorrência de trombose venosa profunda. 
- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC). A relação entre o peso e a altura ao quadrado 
(P/A²) é definida como IMC, e tem sido cada vez mais utilizada para indicação cirúrgica. 
Assim, Lipoaspiração em pacientes com IMC>30, ou seja, pacientes obesos classe I, tem 
contra-indicação relativa, e acima de 35 a contra-indicação é absoluta, pois têm maior 
incidência de risco respiratório pela sedação, risco maior de complicações circulatórias, 
infecciosas e maior tempo de recuperação. 
- AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. É importante identificar exigências excessivas com a auto-
imagem, grau de expectativa em relação ao resultado, falta de compreensão do procedimento 
e do pós-operatório, ou então, várias cirurgias estéticas realizadas em curto espaço de tempo 
com troca frequente de médico. 
- TÉCNICA OPERATÓRIA. Pode ser realizada com seringa a vácuo, com lipoaspirador, 
vibrolipoaspiração e aparelho ultra-sônico. A escolha é feita pelo cirurgião, já que esses 
métodos possuem vários estudos comprovando suas qualidades, vantagens e desvantagens. 
- INFILTRAÇÃO. Tem-se dividido em método seco, onde nenhuma infiltração é utilizada e o 
sangramento varia de 20 até 50% do líquido aspirado; infiltração úmida, quando a área 
cirúrgica é infiltrada com solução de soro fisiológico e adrenalina, obedecendo à relação 
volume infiltrado. 
- ANESTÉSICOS LOCAIS. Obrigatoriamente, quando se optar pela anestesia local assistida 
e recomendavelmente na anestesia geral, utiliza-se a lidocaína associada à epinefrina que, de 
acordo com a American Society of Anesthesiologists, a dose máxima permitida para todo tipo 
de infiltração é de 7mg/kg. 
6 
- EPINEFRINA. Sugere-se que deva ser usada na concentração máxima de 1:500.000, com 
um máximo de 6 ampolas16, sendo que aproximadamente 15 minutos de intervalo para início 
da Lipoaspiração diminuam a perda sanguínea em 21,9%. 
- TÉCNICA ANESTÉSICA. Anestesia local- em pequenas áreas, com ou sem sedação 
associada, ou áreas maiores com a solução de Klein. 
- REPOSIÇÃO E SOBRECARGA HÍDRICA. A reposição hídrica deve ser feita para evitar a 
sobrecarga hídrica e suas complicações (insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar, 
hemodiluição, alterações do nível de consciência). 
- LIMITES DA LIPOASPIRAÇÃO. Segundo a SBCP16 e o CFM17, existem 3 variáveis 
maiores a serem analisadas para definir os limites da Lipoaspiração: O volume aspirado, a 
composição do aspirado e a superfície corporal aspirada. 
- COMPLICAÇÕES MENORES. Irregularidades, seromas, hipercromias, fibroses e 
queimaduras de pele são citados em quase todos os trabalhos que avaliaram estas variáveis, 
porém com incidência baixa, sendo as mais graves citadas como relato de caso e curiosamente 
mais relacionados com infiltração tumescente e Lipoaspiração Ultrassônica. 
- TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) E EMBOLIA. As complicações vasculares, 
como trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, podem ocorrer em qualquer 
tipo de cirurgia, e apesar de infrequentes são a principal causa de óbito em Lipoaspiração. 
- EMBOLIA GORDUROSA (EG) E SUA SÍNDROME. A síndrome da embolia gordurosa 
(SEG) foi descrita pela primeira vez em 1861, mas sua fisiopatologia, diagnóstico e 
tratamento permanecem incompletos. 
- PERFURAÇÃO ABDOMINAL. É uma complicação relativamente incomum em 
Lipoaspiração, mas quando ocorre tem mortalidade maior que 50%. 
- INFECÇÕES, SEPSIS E NECROSE. Geralmente ocorre por infecções localizadas de 
subcutâneo, que são tratadas com antibioticoterapia adequada e drenagem, quando necessário, 
para evitar uma evolução para fasciíte necrotizante. 
- ÓBITO. O tromboembolismo pulmonar, seguida de perfuração de cavidade e 
anestesia/sedação/medicação, são as principais causas de óbito, seguidas de outras menos 
frequentes. 
Meyer et al. (2011) pontua que devido à escassez literária e a pouca informação a respeito de 
protocolos existentes, surgiu a idéia de apresentar um protocolo fisioterapêutico para o pós-
operatório de pacientes submetidos à lipoaspiração. Através da busca em prontuários de 
pacientes de uma clinica de Fisioterapia Dermato-funcional submetidos à lipoaspiração e da 
verificação na literatura científica de outros protocolos fisioterapêuticos para o pós-operatório 
(PO) de lipoaspiração pretende-se organizar os dados encontrados de maneira que se possa 
construir um proposta de protocolo de atenção fisioterapêutica ao paciente submetido à 
lipoaspiração levando em consideração as fases de cicatrização, complicações mais freqüentes 
e novas tecnologias disponíveis no mercado, para que o profissional tenha este material como 
um guia de auxilio a sua atuação neste tipo de afecção (Tab. 01). 
 
Fase inflamatória 
Atendimento diário 
Fase proliferativa 
Atendimento diário 
Fase de remodelação 
Atendimento em dias alternados 
Repouso com deambulação 
de pequenas distâncias 
frequente 
Ultra-som de 3 MHz. Ultra-som de 3 MHz. 
Compressão: cinta ou malha 
modeladora 
Compressão: cinta ou malha 
modeladora 
Compressão: cinta ou malha modeladora 
Exercícios respiratórios 
Mobilização suave do tecido 
conjuntivo 
Mobilização do tecido conjuntivo 
TENS em casos de dor 
Orientações de estimulação 
sensorial na área cirurgiada 
através de uma massagem 
Radiofrequência em caso de fibrose ou 
flacidez cutânea tardia. 
7 
suave proprioceptiva executada 
pelo próprio paciente 
RA Godoy ou pressoterapia 
Drenagem linfática manual na 
área cirurgiada e em membros 
inferiores associada ao RA 
Godoy 
Drenagem linfática manual na área 
cirurgiada e em membros inferiores 
associada ao RA Godoy 
Orientações quanto à postura, 
maneira correta de levantar e 
deitar, melhor postura para 
dormir 
 
Estimulação elétrica neuromuscular após 
40 dias 
Cinesioterapia em membros 
inferiores com objetivo de 
prevenção de tromboembolia 
 
Atividade física após 40 dias e 
alongamentos. 
DLM em membros inferiores 
(região não tratada) 
 
Endermoterapia/Radiofrequência (se 
necessário em caso de fibrose) 
Tabela 01 – Protocolo de pós-operatório na lipoaspiração 
Fonte: Meyer et al. (2011). 
 
Apesar da evidente evolução, a grande preocupação em relação à lipoaspiração ainda reside 
no volume total aspirado e sua repercussão clínica e hemodinâmica, assim como na qualidade 
de recuperação no período pós-operatório (Macedo; Oliveira, 2010, p. 189). Por fim, salienta-
se que a lipoaspiração se for feita com os cuidados necessários torna-se um procedimento 
seguro. 
A fisioterapia Dermato-funcional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões 
plásticos como forma de procedimento de tratamento de cirurgias plásticas afim de 
minimizar e tratar sintomas do pós-operatório. Umas das maiores queixas do paciente no pós-
operatório é a recuperação no aspecto físico e nas atividades diárias (GUIRRO, 2002) 
 
3 Metodologia 
 
Para alcançar os objetivos proposto da pesquisa foi realizado um revisão bibliográfica sobre o 
tema em dados SCIELO (Scientific Eletronic Library online) e em livros. A pesquisa teve 
duração de 3 meses onde o artigo mas antigo e de Guirro 2002, e o mas atual Camargo 2012. 
 
4 Resultados e discussão 
 
O mercado brasileiro ocupa hoje uma posição privilegiada para um país ainda em 
desenvolvimento que precisa competir com concorrentes economicamente superiores e que 
detêm, principalmente, primazia tecnológica. O Brasil passou para o quarto lugar no ranking 
de consumo da indústria mundial de cosméticos, higiene pessoal e perfumaria e já faz parte da 
lista de gigantes como Estados Unidos, Japão, França e Alemanha. 
Os paradigmas da beleza vêm se alterando no decorrer dos anos. O conceito de beleza hoje se 
difere muito do que era considerado belo há alguns anos. A preocupação com a aparência faz 
parte das culturas, as pessoas sentem necessidade de estar dentro do padrão de beleza ditado 
como ideal pela sociedade para se sentirem parte dela (BORGES, 2011). 
Dentro desse contexto salienta-se que a Dermatologia é uma das antigas especialidades 
médica separada do ambiente hospitalar que se tornou, depois da II Guerra Mundial, uma 
especialidade complexa pela velocidade na aquisição de novos e constantes conhecimentos 
científicos. A Fisioterapia Dermato-funcional vem acabando com o dogmatismo de muitas 
das formas de tratamentos estéticos, uma vez que vêm atuando na comprovação científica dos 
métodos e técnicas utilizados para o tratamento de patologias como fibroedemagelóide, 
lipodistofria localizada, flacidez tecidual, entre outras (BORGES, 2011). 
8 
O fisioterapeuta poderá avaliar vários fatores que estejam relacionados à disfunção estética, 
dentre eles retrações musculares, deformidades articulares, desvios posturais que levam a 
alguma alteração estética e funcional. Devem-se avaliar as condições circulatórias dos 
pacientes, estabelecendo presença de alteração como edemas/ linfedemas. De uma forma 
geral, o pré-operatório fisioterapêutico funciona também como orientação para o paciente. É 
nesse momento que é preparado o mesmo para a cirurgia, e onde se conhece suas limitações e 
começa-se a tratar o plano de tratamento pós-cirúrgico (MACEDO; OLIVEIRA, 2010). 
Ainda de acordo com autores, tem-se que: 
 
O planejamento do trabalho fisioterapêutico no pós-operatório é amplamente 
variável e depende das características apresentadas na avaliação, análise do 
trofismo cutâneo e muscular, análise do edema, análise da cicatriz e análise 
da dor e sensibilidade do tipo de cirurgia realizada, e do tempo de pós-
operatório. Os tópicos mais importantes para a realização da avaliação do 
paciente pós operado é o reconhecimento dos problemas e cirurgia, 
identificação do tipo e a profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da 
patologia, o estágio da cicatrização, reconhecimento de quaisquer contra-
indicações ao uso das modalidades de tratamento (MACEDO, OLIVEIRA, 
2010, p. 192). 
 
Meyer et al. (2011, p. 565) complementa: 
 
O tratamento fisioterapêutico planejado no pós-operatório é amplamente 
variável e depende das características apresentadas na avaliação, do tipo de 
cirurgia realizada e do tempo de pós-operatório. Protocolos de tratamento 
com início mais precoce vêm sendo utilizados na tentativa de reduzir as 
complicações citadas anteriormente. Dentre os recursos utilizados nestes 
protocolos, podemos citar os recursos manuais (drenagem linfática manual - 
DLM e massagem manual), cinesioterapia, ultrassom, endermologia, laser 
terapêutico, os eletroterápicos como: estimulação elétrica nervosa 
transcutânea (TENS), radiofrequência, entre outros. Porém, esses recursos 
ainda necessitam de muitos estudos, já que poucos possuem comprovação 
dos benefícios e eficácia nos tratamentos em Fisioterapia Dermato-Funcional. 
Na atualidade existem inúmeras técnicas e tratamentos utilizados pela Fisioterapia Dermato-
Funcional, entre os quais se se podem descrever: massagem, drenagem linfática manual, 
cinesioterapia, ultrassom, microcorrente, entre outros. Nesse estudo irar se enfatizar acerca do 
tratamento com ultrassom, Silva (2007, p. 19) leciona em seus estudos que: 
 
Há mais de trinta anos que o ULTRASSOM é amplamente usado por 
profissionais da área médica (Lehmann and Krusen, 1958). Como o próprio 
nome sugere, são ondas de som, são vibrações mecânicas num meio elástico. 
Estas ondas longitudinais fazem com que a membrana do tímpano vibre. São 
as vibrações sonoras. A faixa de freqüência que o ouvido humano consegue 
“ouvir” está compreendida aproximadamente entre 20 Hz e 20.000Hz. 
Frequências abaixo de 20 Hz são os sub-sons ou infra-sons e acima de 
20.000Hz são os ultra-sons. Sendo assim podemos definir terapia por 
ultrassom como sendo um tratamento médico por meio de vibrações 
mecânicas com a freqüência acima de 20.000Hz (20 KHz). 
 
O Ultrassom utiliza como meio de condução transdutor- paciente a água, gel, emulsão, óleos 
ou medicamentos em forma de gel. A manipulação do cabeçote deve ser de maneira lenta, 
com movimentos curtos e uniformes, circulares ou em formato de oito, sempre com cuidado 
com as proeminências ósseas, pois o contato com as mesmas pode gerar forças de cavitação 
que são a energia armazenada em uma cavidade, promovendo um estado de pressão, 
9 
temperatura mais elevada, ou concentrando energia em zonas vizinhas. Observar um tempo 
máximo de quinze minutos de aplicação da técnica (FREITAS, 2011) 
As intenções da utilização do ultrassom na pós-cirurgia plástica é a aceleração da cicatrização, 
alcançar força tênsil normal e até mesmo a prevenção de cicatrizes hipertróficas e quelóides. 
O uso do ultrassom proporciona significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento 
ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória e contração da ferida. Para a 
aceleração do reparo tecidual da pele recomenda-se o uso do ultrassom no modo pulsado 
(Relação 1:5, 20%), utilizando uma freqüência 3 MHZ, com intensidade abaixo de 0,5 W/cm², 
na fase proliferativa (3 dias após a lesão), efeito térmico do ultra-som pulsado de intensidade 
de 0,5 W/ cm2, com aumento de 30% da quantidade de colágeno (MACEDO; OLIVEIRA, 
2010). 
A penetração das frequências de 1 MHz, tem sido utilizado para aquecer estruturas a uma 
profundidade igual ou maior que 2,5 cm, enquanto o ultrassom de 3 MHz tem sido utilizado 
para aquecer estruturas a uma profundidade menor que 2,5 cm (ALENCAR). 
Corrobando ainda dentro desse contexto Summer e Patrick (1964) apud Silva (2007) 
destacam que o uso do ultrassom pulsado em vez de ultrassom contínuo resulta numa redução 
média do aquecimento dos tecidos, porém, conservando o mesmo nível instantâneo da 
estimulação mecânica no tecido. Isto permite o aumento dos efeitos não térmicos do 
ultrassom nos tecidos. Na terapia por ultrassom contínuo a energia emitida pelo transdutor 
produz um contínuo incremento no aquecimento dos tecidos e o tratamento pode tornar-se 
intolerável para o paciente, principalmente nos casos de traumas mais agudos e recentes, onde 
o ultrassom pode ser bastante eficaz. Na terapia por ultrassom pulsado são gerados pelo 
transdutor pulsos de onda de determinados períodos, os quais emitem energia de forma 
periódica, onde, através do tempo de repouso entre os pulsos permite-se que a circulação 
sanguínea resfrie a área tratada, impedindo um excesso de aquecimento. Sendo assim, temos 
efeitos fisiológicos resultantes de um processo não térmico. 
Entre os principais efeitos causados pela terapia com ultrassom Silva (2007) elenca em seus 
estudos: 
I. Reações Químicas - Assim como um tubo de ensaio são agitadasno laboratório para 
acentuar as reações químicas, as vibrações do ultrassom estimulam o tecido a aumentar as 
reações e os processos químicos locais, e assegura a circulação dos elementos e radicais 
necessários por recombinação. 
II. Respostas Biológicas - A permeabilidade das membranas fica aumentada pelo ultrassom, o 
que acentua a transferência dos fluídos e nutrientes aos tecidos. Essa qualidade é importante 
no processo da fonoforese, onde moléculas são literalmente “empurradas” através da pele pela 
onda sonora com finalidades terapêuticas. 
III. Efeitos Mecânicos - Em consequência das vibrações longitudinais, um gradiente de 
pressão é desenvolvido nas células individuais. Como resultado desta variação de pressão 
positiva e negativa, elementos da célula são obrigados a se moverem, sentindo assim um 
efeito de micro massagem. Este efeito aumenta o metabolismo celular, o fluxo sanguíneo e o 
suprimento de oxigênio. 
IV. Cavitação - Irradiar ultra-som em líquidos leva à formação de bolhas de 10 -6 m de 
diâmetro. Sob a ação do campo ultra-sônico, essas bolhas aumentam e diminuem de tamanho 
(Cavitação Estável), ou podem colapsar (Cavitação Transitória). Ambos os tipos de cavitação 
produzem movimento nos líquidos ao redor da bolha. A cavitação estável pode ser terapêutica 
e a transitória pode causar danos aos tecidos. 
V. Efeitos Térmicos - Ao lado da micro massagem, ocorre uma elevação na temperatura 
resultante da conversão de energia cinética em calor pelos tecidos. Este efeito pode produzir 
um aumento na extensibilidade do colágeno e portanto é recomendado para a terapêutica de 
10 
patologias causadas pela contração dos tendões, ligamentos e juntas capsulares. Onde há 
limitações de movimento, o tratamento é muito recomendado. 
VI. Ondas Estacionárias - Cuidado! Estas ondas são frutos da interação entre a onda refletida 
e a onda incidente, o que cria áreas de alta densidade num ponto específico do tecido. Evita-se 
a formação dessas ondas através do movimento contínuo e adequado do transdutor. Se 
utilizada à técnica estacionária aplicar somente ultrassom pulsado. 
O tratamento pós-operatório na lipoaspiração pode ser iniciado em um período de 72 horas a 
15 dias após a cirurgia, pode-se evidenciar uma significativa força tênsil no tecido aspirado. 
“Neste momento o trabalho fisioterapêutico apresenta-se importante para prevenção de 
possíveis fibroses e/ou retrações” (Macedo; Oliveira, 2010, p. 196). Destaca ainda que de 
acordo com Silva (2007, p. 22) para se determinar a intensidade, devemos fazer uma 
avaliação do local afetado, levando em consideração que o ultrassom sofre uma perda de 
energia no seu trajeto e, portanto a requerida intensidade deve, às vezes, ser maior nas 
superfícies dos tecidos, especialmente na pele, conectivos subcutâneos e camadas musculares 
superficiais. 
O fato é que toda cirurgia de lipoaspiração produz, em maior ou menor grau, o hematoma, 
que se não for devidamente tratado pode evoluir para graus variados de fibrose. Diversas são 
as técnicas que auxiliam a reabsorção dos hematomas, como o ultrassom. Oliveira (2009) 
doutrina que o inicio da terapia ultrassônica após um trauma agudo pode ser iniciada após 
24hrs e é importante conhecer o comportamento físico e fisiológico do aparelho em cada uma 
das fases de regeneração, conforme destaca a autora: 
- Na fase inflamatória ocorre à formação de um coagulo, de um tampão de plaquetas e de 
fibrose tecidual. Nesta fase a terapia ultrassônica tem que ser utilizada como aceleradora do 
processo inflamatório. O ultrassom pulsado teria maior eficácia nesse efeito; 
- Na fase proliferativa, que ocorre cerca de três dias após a lesão, ocorre proliferação de 
fibroblastos para a produção de colágeno. Nesta fase o ultrassom proporciona a 
potencialização da proliferação dos fibroblastos, além de aumentar a secreção de colágeno e 
proteína, estimular a contração da ferida, diminuindo o tamanho da cicatriz; e, 
- Na fase de remodelagem, que é a mais longa e podem durar meses e anos, ocorre à formação 
da estrutura mais próxima possível do tecido original, nesta fase o ultrassom aumenta a 
reorientação das fibras de colágeno. Logo, na cirurgia plástica ele auxilia na aceleração da 
cicatrização e previne cicatrizes hipertróficas e queloides. Logo, deve ser utilizado na 
frequência 3 MHz na fase inflamatória para reabsorção de hematomas e formação de fibrose 
consequência da melhora da circulação sanguínea e linfática (OLIVERA, 2009). 
Silva (2007) destaca ainda no seu estudo o seguinte esquema para o tratamento com a 
utilização do ultrassom: 
 
11 
 
Figura 01 – Esquema geral de tratamento por ultra-som 
Fonte: Silva (2007). 
 
Meyer et al. (2011) destaca ainda que a utilização do ultrassom de 3MHz no pós-operatório 
imediato está vinculada diretamente ao processo de cicatrização, visto que sua eficácia já está 
comprovada por inúmeros trabalhos, sendo os protocolos mais efetivos os iniciados 
imediatamente após a ocorrência da lesão, isto é, durante a fase inflamatória. O objetivo da 
12 
utilização precoce do ultrassom é promover uma melhora tanto na circulação sanguínea 
quanto na linfática, possibilitando assim uma melhor nutrição celular. A diminuição da dor 
também é requerida nesta fase. A reabsorção de hematoma é de vital importância nesta 
primeira fase, já que a sua evolução pode concorrer para a formação de fibroses. Caso o 
processo de reparo esteja concluído e existam aderências e fibroses instaladas, o ultrassom 
pode ser utilizado como coadjuvante na diminuição dessas sequelas, aumento da elasticidade 
do tecido conjuntivo. 
Dentro desse cenário Oliveira (2009) destaca que o fisioterapeuta dermato-funcional vem 
ganhando seu espaço no mercado sendo cada dia que passa mais reconhecido pelo cirurgião 
plástico, pela sociedade e pelo paciente por mostrar tratamentos eficazes nos pós- operatórios 
estéticos. O tratamento com o fisioterapeuta tornou-se indispensável e necessário fazendo 
com que esta seja reconhecido. aparência dos tecidos após a intervenção desanima o paciente 
que sente muita dor devido a grande quantidade de edema e inflamação que fazem parte do 
processo de reparação. É quando entra a atuação da fisioterapia e dos recursos terapêuticos. 
 
Conclusão 
 
Com relação aos cuidados do pós-operatório relacionado ao procedimento cirúrgico da 
lipoaspiração, esse estudo pontua que lipoaspiração é considerada uma das mais dolorosas 
cirurgias plásticas e isso se devem ao fato de ser manipulada uma grande área do corpo; 
todavia, a sensação dolorosa que existe quando o paciente se movimenta, costuma não ocorrer 
quando ele está em repouso. Seu controle se faz através do uso de analgésicos. 
Todavia este procedimento pode ser realizado com segurança, se forem observadas certas 
características específicas desse tipo de procedimento cirúrgico. Nesse sentido, torna-se de 
suma importância que os profissionais envolvidos no procedimento entendam, com 
profundidade, as imensas diferenças fisiológicas e, consequentemente, as fisiopatológicas 
entre a lipoaspiração de grandes volumes e a de pequenos volumes. 
Com relação à resposta do problema norteador dessa pesquisa, salienta-se que o ultra-som 
terapêutico apresenta evidências que demonstram a sua eficácia nas diferentes fases do reparo. 
Verifica-se que em intensidades baixas, houve aumento significativo de colágeno depositado 
na ferida num padrão cuja arquitetura tridimensional assemelha-se à pele, aumento da 
resistência tênsil e estímulo à contração da lesão, levando a uma cicatriz significativamente 
menor. Entretanto, aparentemente a terapia por ultrassom acelera o processo cicatricial, mas 
não oferece interferência aos mecanismos de controle que limitam o desenvolvimento da 
granulação. 
De maneira geral, pontua-se que de acordo com a bibliografia analisada para a composição 
dessa pesquisa tem-se que a Fisioterapia Dermato-Funcionaluma área relativamente nova e 
ainda pouco explorada, estudos científicos tendem a contribuir para a sua consolidação, visto 
que a produção de conhecimento é essencial para segurança do dos métodos de tratamentos e 
para obtenção de melhores resultados. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALENCAR, INDIARA. Efeito do ultrassom terapêutico: Uma abordagem geral no aparelho e nas 
principais contra indicações. www.portalbiocursos.com.br/artigos/ortopedia/86.pdf 
 
ALBUQUERQUE, JP; MACEDO, ACB. Avaliação do uso da radiofrequência no tratamento da fibrose e 
gordura localizada no pós- operatório tardio de lipoaspiração abdominal – estudo de caso. Trabalho de 
conclusão de curso Universaidade Tuiuti do Paraná, 2010. 
13 
 
BEUREN, Ilse Maria (Org.) [et al.]. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2006. 
 
BORGES, Juliana Luz. Análise dos efeitos da eletrolipoforese no tratamento da gordura localizada em 
região abdominal com eletrodos e agulhas: um estudo comparativo. 
 
CAMARGO, N.D. [et al.]. Efeitos da drenagem linfática e ultra-som em pós-operatório de abdominoplastia 
associada à lipoaspiração. In: VI Congresso multiprofissional em saúde. UNIFIL, 2012. 
 
DUVAL, Neto Fernandes Gastao. Alterações fisiológicas decorrentes da lipoaspiracao. 2012. 
www.saerj.org.br/download/livro%202005/08_2005.pdf 
 
LATRONICO, H. [et al.]. Novas tecnologias para redução de adiposidade localizada: cavitação, narl e 
radiofrequência ensaio clinico comparativo. São Paulo, 2010 
 
FRANCO, F.F. [et al.]. Complicações em lipoaspiração clássica para fins estéticos. In: Revista Brasileira de 
Cirurgia Plástica. 27(01): 135-140, 2012. 
 
FREITAS, P.T. [et al.]. Ultra-som terapêutico no mecanismo de cicatrização: uma revisão Therapeutic 
ultrasound mechanisms involved in wound healing: a revision: Arquivos Catarinenses de Medicina Vol. 40, 
no. 1, de 2011. 
 
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato- funcional: Fundamentos, recursos e patologias. Ed. São 
Paulo: Manole 2002. 
 
GOMES, R.S. Critérios de segurança em lipoaspiração. In: Arquivos Catarinenses de Medicina, 32(04), 2003. 
 
MACEDO, A.C.B.; OLIVEIRA, S.M. A atuação da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia plástica 
corporal: uma revisão de literatura. In: Cadernos da Escola de Saúde. 04(01): 185-201. Curitiba, 2010. 
 
MARTINS, EA; MIRANDA, LF; SAKAE, TM; VALLE, LFC; ELY, JB; Avaliação de uma série de 38 casos 
de pacientes submetidos à cirúrgia de lipoaspiração em Tubarão – SC entre outubro de 2004 e fevereiro 
de 2005. Acm. Arq. Catarin. Med. 2007 
 
MORAIS, C.S; CERVAENS, M.. O efeito da drenagem linfática manual e das bandas neuromusculares na 
reabilitação pós-lipoaspiracao para reconstrução mamária: estudo de caso. In universidade Fernando 
pessoa, 2012. 
14 
 
MEYER, P.F. [et al.]. Protocolo fisioterapêutico para o pós-operatório de lipoaspiração. In: Terapia Manual. 
9(45): 564-568, 2011. 
 
OLIVEIRA, K.Q. A importância da atuação da fisioterapia no pós-operatório de lipoaspiração, 
abdominoplastia e cirurgia bariátrica. Goiânia: Faculdade Ávila, 2009. 
 
SILVA, M.E.M. Manual de Operação SONOPULSE 1.0 e 3.0Mhz. 4º ed. São Paulo, 2007. 
 
PACHECO, LUIZ ALDESON. TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 
LIPOASPIRAÇÃO/LIPOESCULTURA. www.alplastica.com/pdf/lipoaspiracao%20_lipo scultura.pdf 
 
TACANI, E.R. et al. Investigação do encaminhamento medico a tratamento fisioterapêutico de pacientes 
submetidos a lipoaspiração . são Paulo, ano 29v.29n.2abr\jun2005 
 
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração 10. ed. São Paulo: Atlas 
2009.

Continue navegando