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COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos • COMPACTAÇÃO do solo é o processo manual ou mecânico que tem por objetivo a redução de seu volume de vazios pela expulsão do ar, e, assim, aumentar sua resistência tornando-o mais estável. • A compactação de um solo visa melhorar suas características, não só quanto à resistência, mas também nos aspectos: Permeabilidade, compressibilidade, etc ... Mecânica dos Solos COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos • Os fundamentos da compactação de solos foram desenvolvidos por Ralph Proctor que, na década de 20, postulou ser a compactação uma função de quatro variáveis: -Peso específico seco; -Umidade; -Energia de compactação; -Tipo de solo (solo grosso,solo fino,etc.) COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos • A compactação dos solos tem uma grande importância para as obras geotécnicas, já que através do processo de compactação consegue-se promover no solo um aumento de sua resistência estável e uma diminuição de sua compressibilidade e permeabilidade. • Aplicação: em diversas obras de engenharia -Aterros para diversas utilidades; - as camadas constitutivas dos pavimentos; - construção de barragens de terra; etc. OBS: o tipo de obra e de solo disponível vão ditar o processo de compactação a ser empregado, a umidade em que o solo deve ser compactado e a densidade a ser atingida. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos • Proctor em 1933, mostrou que aplicando-se uma certa energia de compactação, a massa específica resultante é função da umidade em que o solo estiver. • Quando se compacta com umidade baixa, o atrito entre as partículas é muito alto e não se consegue uma significativa redução dos vazios. • Quando se compacta com umidade ideal (ótima), a água provoca um certo efeito de lubrificação entre as partículas, que deslizam entre si, acomodando-se num arranjo mais compacto. • O objetivo principal da compactação é obter um solo, de tal maneira estruturado, que possua e mantenha um comportamento mecânico adequado ao longo de toda vida útil da obra. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos ENSAIO DE COMPACTAÇÃO •Em 1933, o Eng. Norte americano Ralph Proctor postulou os procedimentos básicos para a execução do ensaio de compactação. A energia de compactação utilizada na realização destes ensaios é hoje conhecida como energia de compactação "Proctor Normal". A seguir são listadas, de modo resumido, as principais fases de execução de um ensaio de compactação -após preparada a amostra de solo, a mesma é colocada em um recipiente cilíndrico com volume igual a 1000ml e compactada com um soquete de 2500g, caindo de uma altura de aproximadamente 30,5cm, em três camadas com 26 golpes do soquete por camada; - Este processo é repetido para amostras de solo com diferentes valores de umidade, utilizando-se em média 5 pontos para a obtenção da curva de compactação. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos ENSAIO DE COMPACTAÇÃO • Pega-se pequena amostra e determina a umidade, w; • Pesa- se a amostra com o cilindro → Pbh – Pmolde = Pamostra • Volume do cilindro é conhecido → V; • =Pamostra/V; • Com d e w, traça-se a curva de compactação, tendo nas ordenadas os pesos específicos do solo seco e nas abscissas os teores de umidade. COMPACTAÇÃO DOS SOLOS Mecânica dos Solos Esta relação entre umidade ótima e massa específica seca máxima resulta num método prático e satisfatório para o controle dos serviços de aterro. h % d ho dmáx Para cada solo e sob uma dada energia, existem, então, um ho e um d max. Embora diferente para cada solo, as curvas de compactação apresentam forma semelhante. Mecânica dos Solos Curva de Saturação No próprio gráfico do ensaio de compactação pode-se traçar a curva de saturação. O solo pode estar em qualquer posição abaixo da curva de saturação, mas nunca acima dela. Os pontos ótimos das curvas de compactação se situam em torno de 80 a 90% de saturação. Mecânica dos Solos wS S sw ws d .. .. wG G w w sw ws d .1 . . . Para saturação, S=1 Influência da Granulometria do Solo Para uma mesma energia de compactação, solos de granulometria diferente, apresentam valores de teor de umidade ótimos e massa específica aparente seca máxima na ordem de grandeza da tabela a seguir. Mecânica dos Solos d Granulometria hot(%) d max. (kg/m 3) médios Areias 7 a 12 2000 Siltes 18 a 25 1600 Argilas 30 a 40 1300 Influência da Energia de Compactação À medida em que se aumenta a energia de compactação, há uma redução do teor de umidade ótimo e uma elevação do valor do peso específico seco máximo. Mecânica dos Solos ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO A) Ensaio Proctor Normal. volume do cilindro – 1000 cm3 (v) nº de camadas - 3 (n) nº de golpes - 25 (N) peso do soquete - 2,5 Kg (p) altura de queda - 30 cm (H) v nNHp E ... Energia Específica ( 6,0 Kg.cm/cm3) Mecânica dos Solos ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO B) Ensaio Proctor Modificado. volume do cilindro – 1000 cm3 (v) nº de camadas - 5 (n) nº de golpes - 25 (N) peso do soquete - 4,5 Kg (p) altura de queda - 45 cm (H) v nNHp E ... Energia Específica ( 25,0 Kg.cm/cm3) Mecânica dos Solos Mecânica dos Solos O ensaio de Proctor é normalizado pelo método de ensaio NBR 7182, sendo que as energias especificadas na norma são: normal, intermediária e modificada, variando-se com esta a finalidade, as dimensões do molde e do soquete, número de camadas e golpes, conforme pode ser observado na tabela abaixo. Mecânica dos Solos Exemplos de energias requeridas Finalidade Energia Material de Subleito – construção de estradas Proctor Normal Material de reforço do Subleito – construção de estradas Proctor Intermediário Material de Sub-base– construção de estradas Proctor Intermediário Material de base – construção de estradas Proctor Modificado Construção de Aterros Proctor Normal COMPACTAÇÃO NO CAMPO • Os princípios que governam a compactação no campo são os mesmos estabelecidos para os ensaios de laboratório. • As massas específicas secas máximas são função do tipo de solo, do teor de umidade e da energia empregada. • O objetivo principal é proporcionar ao solo, para a energia de compactação adotada, a maior resistência estável possível. • Entende-se por estabilidade a manutenção das propriedades por todo o tempo de vida útil da obra. Mecânica dos Solos Mecânica dos Solos ETAPAS DA COMPACTAÇÃO NO CAMPO I - Escolha da jazida ou área de empréstimo; II - Transporte e espalhamento do solo; III - Molhagem e homogeneização do solo; IV - Compactação. A compactação no campo ocorre por meio de esforços de pressão, impacto, vibração ou por uma combinação destes. De um modo geral os processos de compactação combinam a vibração com a pressão, já que a vibração utilizada isoladamente tem pouca eficiência. Compactação no Campo 1.Serviço de Terraplenagem O serviço de terraplenagem tem como objetivo a conformação do relevo terrestre paraimplantação de obras de engenharia, tais como açudes, canais de navegação, canais de irrigação, rodovias, ferrovias, aeroportos, pátios industriais, edificações, barragens e plataformas diversas. O serviço de terraplenagem compreende quatro etapas: . escavação; . carregamento; . transporte; . espalhamento. Mecânica dos Solos Compactação no Campo Classificação dos Materiais Escavados Os materiais escavados em terraplenagem são classificados em função da dificuldade de escavação. Não existe uma uniformização de classificação, sendo que na mais usual os materiais são classificados em três categorias. • Material de 1º categoria (nesta categoria tem-se dois tipos de materiais): -Materiais escaváveis pela lâmina de um trator de esteira. Estão nesta categoria os solos normais, de predominância argilosa, siltosa ou arenosa, e pedregulhos e pedras; - Os matacões (blocos de rocha) de até 1m 3 , que possam ser facilmente carregados e transportados. Mecânica dos Solos Compactação no Campo Classificação dos Materiais Escavados • Material de 2º categoria (nesta categoria tem-se três tipos de materiais) -Materiais que necessitam do uso do escarificador de um trator de esteira para sua escavação, podendo, eventualmente, ser necessário o uso de explosivos. Estão nesta categoria os solos sedimentares em processo adiantado de rochificação e as rochas em processo adiantado de deteriorização. -blocos de rocha com volume superior a 1 m3, que necessitam de fragmentação com explosivos para permitir o carregamento e o transporte. - rochas brandas ou rochas alteradas, que necessitam do uso esporádico de explosivo para o seu desmonte. Mecânica dos Solos Compactação no Campo Classificação dos Materiais Escavados • Material de 3º categoria - Rochas sãs e duras, que necessitam do uso contínuo de explosivos para serem escavadas. Mecânica dos Solos Compactação no Campo Classificação dos Materiais Escavados • Empolamento do Material Escavado Se considerarmos uma determinada massa de solo natural, de volume natural Vn, esta massa de solo apresentará um aumento de volume, ou empolamento, após o solo ser escavado, com um volume solto Vs maior do que Vn. A mesma massa de solo apresentará, após compactada, um volume compactado Vc menor do que Vn. Em média, o volume solto é 25% maior do que o volume no terreno natural, e o volume compactado é 15% menor. A massa específica aparente seca natural (γn) será, portanto, maior do que a massa específica aparente seca solta (γd) e menor do que a massa específica aparente seca compactada (γc). Mecânica dos Solos • No estudo do empolamento de solos trabalha-se com três relações. A primeira das relações, denominada empolamento (ep), traduz a relação entre o volume solto e o volume natural, sendo dado por: Mecânica dos Solos nsp VVe / d n pe A segunda das relações, denominada porcentagem (ou taxa) de empolamento [p(%)], nos dá a taxa de aumento, em porcentagem, do volume solto em relação ao volume natural, sendo dada por: p(%) = (ep - 1) 100 Mecânica dos Solos sn VV / pe 1 A terceira delas, denominada fator de empolamento (φ ), traduz a relação de redução da massa específica aparente seca ao se escavar o material, com valor sempre menor do que 1, (φ ) sendo dado por: φ Mecânica dos Solos Equipamentos de Terraplenagem 1. Escavação – Trator de Esteira Mecânica dos Solos Equipamentos de Terraplenagem 2. Carregamento - Pá carregadeira (PC); Mecânica dos Solos Equipamentos de Terraplenagem 3. Transporte - Caminhão basculante Mecânica dos Solos Equipamentos de Terraplenagem 4. Espalhamento - Motoniveladora (MN). Mecânica dos Solos Equipamentos de Terraplenagem 5. Motoscraper (MS) - é projetado para executar as quatro etapas do serviço de terraplenagem. O MS é constituído basicamente por um cavalo-mecânico tracionador e por uma caçamba (scraper) capaz de executar a escavação, o auto-carregamento, o transporte e o espalhamento do material escavado. Mecânica dos Solos Molhagem do solo espalhado através do carro pipa. Mecânica dos Solos 2. Grade de Disco: Serve para homogeneizar e aerar o solo Mecânica dos Solos 3. Rolo Compressor ou Compactador: • Rolo Compactador Liso: Indicados para solos arenosos, pedregulhosos e pedra britada, normalmente utilizados em bases e revestimentos. Mecânica dos Solos • Rolo Compactador Pé-de-Carneiro Indicados para solos coesivos, proporcionando grande entrosamento entre as camadas compactadas. Mecânica dos Solos • Rolo Compactador Pé-de-Carneiro Mecânica dos Solos • Rolo Compactador Pé-de-Carneiro Mecânica dos Solos Rolo Pneumático: - Eficientes na compactação de capas asfálticas, bases e sub-bases e indicados para solos de granulação fina e arenosa. Possuem área de contato variável, função da pressão nos pneus e do peso do equipamento. -Se de grande peso, com pneus de grande área de contato, podem compactar espessuras de 30 a 50 cm de solo solto. Mecânica dos Solos Compactador Manual Mecânica dos Solos Os compactadores de solo manuais são indicados para compactação de solos em áreas confinadas, tais como: obras de saneamento, instalações hidráulicas, elétricas, telefônicas, galerias, etc. Locais onde se torna impossível utilizar-se outros compactadores. Compactador manual – Tipo Sapo CONTROLE DA COMPACTAÇÃO Mecânica dos Solos Na prática, o procedimento usual de controle da compactação é o seguinte: 1 - Coletam-se amostras de solo da área de empréstimo e efetua-se em laboratório o ensaio de compactação. Obtêm-se a curva de compactação e daí os valores de peso específico seco máximo e o teor de umidade ótimo do solo. 2 - No campo, à proporção em que o aterro for sendo executado, deve-se verificar, para cada camada compactada, qual o teor de umidade empregado e compará-lo com a umidade ótima determinada em laboratório. Este valor deve atender a seguinte especificação: wcampo - 2% < wot < wcampo + 2%. CONTROLE DA COMPACTAÇÃO Mecânica dos Solos 3 - Determina-se também o peso específico seco do solo no campo, comparando-o com o obtido no laboratório. Define-se então o grau de compactação do solo, dado pela razão entre os pesos específicos secos de campo e de laboratório (GC = gd campo / gdmax. )x100. Deve-se obter sempre valores de grau de compactação superiores a 95%. Grau de Compactação: É a relação entre a massa específica seca de campo e a massa específica seca máxima de laboratório. 100xGC dL dC CONTROLE DA COMPACTAÇÃO Mecânica dos Solos 4 - Caso estas especificações não sejam atendidas, o solo terá de ser revolvido, e uma nova compactação deverá ser efetuada. 5 - Para a determinação da umidade no campo utiliza-se normalmente o umidímetro denominado "Speedy". 6 – Para se obter a massa específica aparente seca do solo no campo, após a compactação pode-se utilizar o método para determinação da massa específica aparente com o emprego do frasco de areia ou da cravação do cilindro (no caso do solo ser fino) Este método usa uma areia preparada previamente no laboratório para a determinação do volume do furo realizado na camada de aterro, e conseqüente determinação da massa específicaseca desta camada. Mecânica dos Solos Ensaio – DNER 092/94 Determinação da massa específica aparente “in situ”, com emprego do frasco de areia CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano ENSAIO No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma amostra saturada compactada, segundo o método Proctor. O valor da resistência à penetração é computado em porcentagem, sendo que 100% é o valor correspondente à penetração em uma amostra de brita graduada de elevada qualidade que foi adotada como padrão de referência. O ensaio de CBR é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895/87. Esse ensaio foi concebido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Califórnia (USA) para avaliar a resistência dos solos. ENSAIO O ensaio é composto por três etapas: • determinação da umidade ótima e do peso específico aparente seco máximo (ensaio de compactação); • determinação das propriedades expansivas do material; • determinação do índice de suporte Califórnia (I.S.C) ou C.B.R. CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano ENSAIO CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano ENSAIO CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano ENSAIO Observação: A velocidade de penetração do pistão é controlada com o auxílio de um cronômetro e do acompanhamento dos valores da penetração registrados no relógio comparador fixado no pistão e com a haste apoiada no molde CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano ENSAIO O índice de suporte Califórnia CBR (“California Bearing Ratio”) – Ensaio de suporte californiano Mecânica dos Solos Mecânica dos Solos Mecânica dos Solos Ensaio 1 2 3 4 5 Ɣnat kg/dm3 1,762 1,832 1,889 1,911 1,889 Ɣd kg/dm3 1,497 1,529 1,554 1,546 1,502 1,558 22,5% Mecânica dos Solos Para calcular o grau de saturação, temos a seguinte fórmula: wS S sw ws d .. .. Mecânica dos Solos
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