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A história da cultura negra no Brasil e sua tradição

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A história da cultura negra no Brasil e sua tradição
Rebeca Góes Silva; acadêmica do curso de Direito da FASB; email: beccagooes@gmail.com 
Ana Caroline Gentil Pires; acadêmica do curso de Direito da FASB; email: anacarolinegentill@gmail.com
Dr ª. Olga Suely Soares de Souza; Prof ª. UNEB e FASB
Introdução 
O trabalho apresenta uma análise sobre a relação entre classes minoritárias de cor, focando especialmente no Brasil. A partir de pesquisas feitas e convivências na sociedade, busca analisar e aferir se a raça e a etnia influenciam na aceitabilidade em vida social. Este trabalho pretende apresentar situações, dados, e pesquisa bibliográfica com a ferramenta da internet para reformular paradigmas e apresentar a situação do negro na sociedade especificadamente brasileira. A finalidade deste trabalho é informar as diversas maneiras de injustiça que a raça negra sofre diariamente por ainda ser considerada uma minoria e as formas de manifestações culturais africanas, que superam todas as formas de preconceito. 
Palavras-chave: Escravidão; desigualdade; cultura; Brasil. 
1. História da cultura negra no Brasil.
Historicamente, desde que os negros foram libertos da escravidão, é nato da sociedade negar a etnia negra no Brasil. Após a abolição da escravatura, os antigos escravos viveram situações de decadência, não tendo condições suficientes de sustento, já que sobreviviam de acordo com a vontade dos coronéis, o que influenciou essa classe social possuir menor renda financeira até os dias de hoje. Muitos recém-abolidos buscaram as periferias das zonas urbanas para utilizarem como moradia, e estabeleceram como locais de trabalho as docas, estradas de ferro e até mesmo continuar com seus antigos donos, com condições semelhantes a da escravidão. A cultura é a junção de valores que são fundamentais para a organização de uma sociedade. Durante a colonização do país, o processo de mestiçagem foi essencial para a construção da diversidade social brasileira, em relação aos costumes, culturas, religiões e valores vindos de europeus, indígenas e africanos, compondo o caráter nacional, Analisando o cenário atual, em que se encontra a sociedade brasileira, percebemos que apesar do Brasil ser taxado como o país da democracia racial, ainda há, de acordo com pesquisas feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), altos índices de desigualdade e intolerância racial. 
1.1 Construção da diversidade social e racial brasileira. 
O Brasil é o país com a maior quantidade de negros fora do continente africano. O Pará representa o maior número de pessoas que se autodeclaram negras ou pardas. Um levantamento feito pelo IBGE revela que 76,7% dos paraenses afirmaram ser negros ou pardos, no censo demográfico de 2010. Na Bahia, 17,1% se declararam negras e 59,2%, pardas, sendo o estado com maior concentração da religião negra, tendo o Terreiro de Casa Oxumaré,que ao longo dos anos contribuiu para preservar a cultura africana no país, firme na luta contra o preconceito e a intolerância religiosa. Outro estado que também busca a continuação da cultura africana é São Paulo, havendo iniciativas de projetos, como, por exemplo, as Águas de São Paulo, que denuncia atos de preconceito e promove a liberdade religiosa. 
A minoria. Via de regra, constitui um grupo quantitativamente inferior à maioria, mas a característica essencial desses grupos não se reduz a termos numéricos, e, sim, a certas feições estruturais básicas nas inter-relações maioria-minoria, como por exemplo, a relação d poder, de acordo e superioridade. Na classe minoritária negra temos o acordo da União Sul-Africana, em que a minoria numérica étnica branca dominava a maioria étnica negra, ato conhecido como a política do apartheid. No Brasil está presente o racismo, entretanto, não foi legitimado como nos Estados Unidos, com as leis Jim Crow, que instituíram a segregação racial, apresentando instalações diferentes para brancos e negros. A sociedade brasileira desenvolveu uma forma oculta, ou seja, mesmo não sendo pré-escrita em leis, a população negra foi naturalmente exclusa socialmente. Há tempo a população africana sofreu vários abusos, incluindo a escravidão, que não foi uma questão racial, ela já existia antes, como fruto de interesses entre a sociedade pré-capitalista frente a guerras e disputa de territórios. Com o capitalismo e o acúmulo de riqueza, a burguesia passou a usufruir da mão de obra escrava dos negros. 
O Brasil sempre se orgulhou de sua “democracia racial”, tentando demonstrar a sua distância em relação ao racismo dos Estados Unidos, pois supostamente havia uma convivência sem restrições e uma igualdade a todos, atribuindo chances universais a todos. A mídia vem favorecendo a mudança de pensamento racista por meios de comunicação, em anúncios publicitários. Atualmente, não há espaço para piadas ou posturas racistas, porque a cultura vem mudando e a Constituição Federal Brasileira de 1988 nega a discriminação racial e pune atos de racismo e preconceito. Em sociedades capitalistas, como o Brasil, onde o status social se torna importante, a classe social pode sobrepor-se a outros fatores, como origem étnica. Começa a existir o pensamento do mundo pós-racial, entretanto, o negro ainda é vítima de preconceito, mesmo possuindo uma situação econômica privilegiada, apresentando que a pobreza não está vinculada ao racismo. 
Existe políticas para igualar as desigualdades sociais, como o sistema de cotas para negros poderem ter acesso às universidades, destruindo hierarquias existenciais no Brasil. Paula Miranda Ribeiro afirma que “somente dinheiro e prestígio não eliminam o racismo: jogadores negros bem pagos são alvos de racismo pelos colegas brancos, igualmente bem pagos”. O Brasil é um país mestiço, e a classe social negra possui uma história de vida e objetivos de igualdades na sociedade. 
Considerações Finais: 
Perante as informações acima apresentadas, é fato que há injustiça diante da classe negra que, mesmo representando 53% da população brasileira ( dados do IBGE), ainda é considerada uma minoria. O povo negro não é uma etnia inferior, muito pelo contrário, ela possui as mesmas características das demais pessoas. Pode-se ser citado alguns exemplos de pessoas que se destacaram por seus talentos, como Machado de Assis, Zezé Motta, Thais Araújo, entre outros. È necessário apenas que haja o respeito e a igualdade, acabando com as fronteiras que separam raças, classes e grupos sociais. 
Referências: 
RIBEIRO, Paula Miranda. Somo racistas.2006,377. 
COSTA, Wagner Emanoel. Monografia CCET- UFRN. 2002,46. 
SENA, José. Diretoria de Geociências do IBGE
Conferência Nacional de Igualdade Racial, Brasília, 2010
www.ceert.org.br
www.casadeoxumaré.com.br

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