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Nietzsche - influências materiais

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NIETZSCHE
Influências materialistas:
Foi um crítico das produções do pensamento idealista do século XIX.
Nietzsche faz algumas críticas, são elas: a organização civilizatória e a toda construção cultural de seu período. Essa crítica possui três momentos:
Com isso, ele atacará a filosofia moral e a construção da moralidade de seu período. A filosofia moral é um conjunto de ações firmadas em uma determinada comunidade, por outro lado, a moralidade é a repetição de comportamentos vinculados a instituições que visam a sua manutenção de poder. A moralidade cria regras limitantes e me confina, segundo Nietzsche. Essa moralidade fundamenta-se em verdades que são descobertas pelo exercício da razão e servem como princípios para o desenho da política, da civilização, da moral, etc.
Por conseguinte, Nietzsche atacará a VERDADE. A verdade fundamenta as ações morais, pelo fato de que essas ações são construídas a partir do momento em que, a partir do estabelecimento de verdades de cunho filosófico e científico, o comportamento humano advém dessas raízes. Em outras palavras: eu sei como devo me comportar porque busco entender a verdade e a partir da compreensão, posso estabelecer quais são as melhores maneiras de se comportar. Para Nietzsche, a capacidade criadora do conhecimento e do comportamento humano que é a capacidade criadora da vida política serão os aspectos centrais que nos permitirão uma separação com a noção de possibilidades de descobertas de estados naturais da existência humana. Ou seja, aqui cria-se política, cria-se conhecimento, cria-se moral, ou seja, criando a verdade. A crítica de Nietzsche se baseava nisso, pois antes não se criava a verdade, a buscavam. Nietzsche faz uso de um exemplo para fundamentar sua crítica. Ele cita Dionísio e Apolínio. Dionísio é desorganizado e representaria a força criadora. Por outro lado, Apolínio é organizado e representa a estabilização. Nietzsche critica a representação de Apolínio, afirmando que essa pode ser observada no momento pós-socrático na Grécia Antiga que seria a o declínio da cultura grega. Nietzsche afirma ser melhor os momentos dionisíacos pelo fato de que, por mais que o inevitável fim da existência seja a destruição, essa insiste em continuar.
Nietzsche faz uma crítica à construção de civilização. Nesta crítica a principal preocupação de Nietzsche é a construção da civilização no plano Apolíneo, ou seja, em um plano formal. A construção da civilização neste plano nos trará consequências maléficas. A primeira é a limitação das possibilidades criadoras; outra consequência é a imposição de uma linha de poder em que alguns indivíduos obedecem e outros mandam para sobreviver. Para Nietzsche, isso é um pensamento covarde que forja a verdade e me escraviza. Essa é a maior crítica de Nietzsche à produção civilizatória de seu período. A crença na busca da verdade e não na sua criação, acarreta a construção de civilização limitadora.
Para Nietzsche, esses três pontos mentem ao alegar criarem caminhos seguros para a perpetuação de nossa existência, uma vez que estão de fato criando falsas filosofias que nos escravizam e permitem a sobrevivência de outros grupos seletos.
Nietzsche critica Feuerbach (o ancestral do materialismo que cria uma revisão científica da antropologia), afirmando que a sua criação científica não é capaz de criar toda a convenção dos processos científicos em uma nossa ciência. Isso significa que quando o indivíduo sempre apresenta dentro desse contexto materialista, ele abre a possibilidade de abandono das antigas estruturas do pensamento, contudo, não faz isso de forma suficiente. Nietzsche então explica o porquê dessa insuficiência. O materialismo de Feuerbach, que acredita que a cultura e a sociedade são elementos criados pela nossa própria existência e que, a partir dessa criação, surgem mecanismos usados para manter a coesão social. Um desses mecanismos é a religião e a representação de deus que possui características que fundamentariam o funcionamento da sociedade, por isso é afirmado que deus é o que há de melhor em nós. Com isso observa-se a característica da inversão (não é deus que me criou, eu o criei). Há também uma inversão da alocação de valores (não é deus que faz bondoso e caridoso, mas sim eu que vivo desse modo para fazer com que a sociedade sobreviva e transfiro esses valores para a imagem de um ser superior, evidenciando o valor que esses valores possuem). Um terceiro ponto é a relação de finitude e infinitude que é definida pelo fato de o finito ser a verdade mais profunda do infinito e vice-versa. A partir de minha finitude, busco coisas que me façam pensar que “devem haver coisas lá fora, deve haver o infinito”. Desse modo, a finitude e a infinitude são complementos uma da outra. Ainda na relação de finito e infinito, observam-se outros quatro elementos: o primeiro seria o platonismo, o pensamento de Platão (ideia e matéria, mundo inteligível e mundo sensível) que estabelece a metafísica;por segundo, o pensamento cristão medieval que absorvem essas noções metafísicas a atribuem à deus; por terceiro, as filosofias laicas que absorvem o cristianismo, mas não falam de deus mas sim em metafísica: romantismo e idealismo; quatro e última, as ciências de caráter metódico, que para Nietzsche ainda estão contaminadas pela metafísica.
Filosofia genuína:
Esse materialismo dá ensejo a um ateísmo “fraco”, porque ainda concede a deus a existência simbólica em meio humano. Outro ponto é a ideia de que valores vinculados a essa religiosidade ainda mantêm-se entre nós. Esse ateísmo é falso porque aceita a possibilidade de se manter sobre os valores religiosos sem questioná-los. O verdadeiro ateísmo deve partir do pressuposto da real inexistência de Deus. Esse verdadeiro ateísmo leva ao surgimento da frase “Deus está morto”. Em Nietzsche, o cristianismo, por exemplo, é composto por um cristão que enxerga a realidade, constrói determinada carta de valores e insiste na relação de finito e infinito, ou seja, insiste em justificar suas ações em deus. Para Nietzsche, se o cristão age desse modo, ele foi acostumado a pensar do mesmo modo que pensavam os platonistas, mas mais do que isso há motivos para que ele insista nessa linha de pensamento. O cristão pensa assim porque, como todos, em algum momento deverá confrontar a ideia de não existir mais nada um dia. Esse sentimento de desaparecimento de todas as coisas é o sentimento escatológico. Diante do sentimento escatológico, o homem possui algumas saídas: a primeira seria aceitar o possível desaparecimento de tudo; a segunda seria a criação de deus para justificar suas ações. Para Nietzsche, fugir para o plano metafísico seria fugir da realidade da destruição inevitável. Deus é criado como fantasia para fugir da ideia de que somos limitados, que toda a existência perecerá. Para Nietzsche, essa fantasia é ruim. Fugir da realidade não é a solução. Para Nietzsche, deve-se olhar para esse abismo, encará-lo e tentar entender a existência em oposição a ele. A partir dessa observação do abismo, perceber-se-a que não há nada que dê sentido à existência. Deve-se ter noção de que não há origem do conhecimento, mas que esse se cria a partir de nossas inquietações, e de que a existência está se agitando acima desse abismo, tentando se perpetuar tanto o quanto for possível. A partir daqui inaugura-se a filosofia genuína. O Niilismo possui alguns estágios que explicam o que se passa nesse momento, são eles: o niilismo com características metafísicas e cristãs (o cristão olha para o vazio e por meio da criação de deus, recusa o seu próprio niilismo); a segunda possibilidade é a do niilismo político (movimento niilista que era um movimento terrorista que assumia essas premissas de não existir sentido na existência), ao qual Nietzsche acredita como sendo limitante; o terceiro ponto é o niilismo radical (niilismo europeu) que é resultado desse segundo niilismo, mas que todavia é mais intimista e acredita que por não haver sentido na existência, vive-se uma vida sem sentidoe ao viver desse modo, prefere-se enfrentar a destruição de uma vez, basta tomar coragem; por último, Nietzsche afirma que chegou a um niilismo moderado (o niilismo genuíno) que é o de viver uma filosofia em que a existência da vida é destituída de sentido e a partir disso entender o seu querer e não viver mais em decorrência dele, um estado de sobrevivência. Olhar para o abismo não deve ensejar à ideia de que a vida tenha acabado, mas ao questionamento do porquê que a existência insiste em existir. E então chega-se à frase: DEUS ESTÁ MORTO. Para Nietzsche, existiu um momento da humanidade em que o homem dependia da existência da figura de Deus, mas esse momento se encerrou quando dissemos “talvez ele não exista”. Contudo, o passado não se modifica. Permanecemos vivendo sobre as consequências dessas ideias permeadas de religiosidade. Para Nietzsche, o homem não precisa mais de fantasias, ele evoluiu. Tudo isso dá ensejo a figura do além-homem que é a figura do homem que se destitui daquele indexal que deflagra as fantasias para dar sentido à própria vida. Ou seja, superar esse estado de divinização e de representação falsa, é necessário eliminar de mim mesmo aquilo que eu chamo de um sujeito, essa eliminação transcende a realidade como ela é e acarreta ao além-do-homem. Isso nos leva a um estado pós-metafísico. Quando ele eliminar esse sujeito, conseguirá eliminar todas essas representações falsas que ainda insistem em permanecer nele e que se transfiguram através de filosofias supostamente laicas e ciências metódicas. A partir disso, existem dois polos para o além-homem: primeiro seria plantar a semente do além-homem hoje; e segundo, entender que o além-homem é o resultado de uma filosofia feita para trazer o ser humano para um estado evolutivo mais elevado. O Além-homem traz um questionamento à tona: Por que nós, ao longo de nossa história, insistimos em tentar sair de certos ciclos e acabamos retornando para esses mesmos ciclos. Então Nietzsche se interroga se não retornaria ao ponto inicial, mesmo depois do além-homem e questiona: quanta vezes viveremos o ciclo de vida humana para que acabemos voltando sempre para o mesmo ponto inicial.
Para Nietzsche, a verdade é a soma de todos os instintos. Sua filosofia se preocupa muito mais com a estética do que com a ética. Ele não cria um modelo de verdade, sua análise é a partir de um instrumento que permite a interpretação do mundo. A partir da filosofia do martelo, Nietzsche critica as filosofias que o antecederam e procura apontar as falhas dessas filosofias na razão. Ele não está preocupado em responder uma questão, dizendo que ninguém é dono da verdade, desse modo não é possível encontrar a sua origem por meio da busca. É necessário aprender a lidar com a vida como ela se apresenta em cada momento em suas múltiplas formas

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