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Lei de Walras e Efeito-Riqueza: Agregação de Engel Proposição Se a função de demandaWalrasiana x(p , w) satisfaz a Lei de Walras, então para todo p e w temos que: L∑ k�1 [ ∂x`(p , w) ∂w p` ] � 1 (1) Ou, de modo equivalente: p · Dwx(p , w) � 1 # Demonstração segue, de modo trivial, da diferenciação da equação p · x(p , w) � w em relação a w. # Agregação de Engel. # Intuição: a despesa total do consumidor deve variar em valor igual à variação na sua riqueza. Problema do Consumidor # Hipótese Comportamental: x∗ ∈ B tal que x∗ % x , ∀x ∈ B # Como vimos: racionalidade garante representação via função utilidade # Suporemos: ◦ X � RL+ ◦ p ∈ RL++ ◦ w > 0 ◦ Relação de preferências % em RL+: ◦ Completa, transitiva, contínua, estritamente monótona e estritamente convexa em RL+. Problema do Consumidor O consumidor soluciona: max x∈RL+ u(x) s.a p · x ≤ w Proposição Se p ∈ RL++, w > 0 e u(·) contínua, então o problema do consumidor tem solução (Teorema de Weierstrass). # B(p , w) ⊂ RL conjunto compacto (fechado e limitado). # u(·) contínua. # Funções contínuas atingem valores extremos em conjuntos compactos. Demanda Walrasiana: Propriedades Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando relação de pre- ferências % localmente não-saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Então a correspondência de demanda walrasiana é homogênea de grau zero em (p , w): x(αp , αw) � x(p , w) ∀(p , w) e α > 0 # Para todo escalar α > 0, temos: B(αp , αw) ≡ {x ∈ RL+ : αp·x ≤ αw} � {x ∈ RL+ : p·x ≤ w} ≡ B(p , w) # Conjunto factível não muda. # Solução do problema de maximização também não mudará. Demanda Walrasiana: Propriedades Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando relação de pre- ferências % localmente não-saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Então a correspondência de demanda walrasiana satisfaz a Lei de Walras: p · x � w , ∀x ∈ x(p , w) # Consequência direta de não-saciedade local. Demanda Walrasiana: Propriedades Proposição Seja u(·) função utilidade contínua e (estritamente) quase-côncava representando relação de preferências % localmente não-saciadas e (estritamente) convexas, definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Então a correspondência de demanda walrasiana é um conjunto convexo (unitário). Condições Necessárias: Kuhn-Tucker 1. Condições de Primeira Ordem ∀` � 1, . . . , L ∂L ∂x` � ∂u(x∗) ∂x` − λp` + µ` � 0 2. Restrições de não-negatividade do ótimo: y − p · x∗ ≥ 0 x∗` ≥ 0 ∀` � 1, . . . , L 3. Condições de “Complementary Slackness”: λ[y − p · x∗] � 0 µ`x∗` � 0 ∀` � 1, . . . , L 4. Restrições de não-negatividade dos multiplicadores λ ≥ 0 µ∗` ≥ 0 ∀` � 1, . . . , L Solução do Problema do Consumidor Utilidade Indireta # Função valor do problema de maximização de utilidade: v(p , w) � u(x(p , w)) � max x∈RL+ {u(x) s.a. p · x ≤ w} # Retorna o nível máximo de utilidade atingido pelo consumidor, dado um conjunto orçamentário. # Nível de utilidade referente à curva de indiferença mais alta que o consumidor consegue atingir. Propriedades da Utilidade Indireta # Contínua em RL+1++ ◦ Aplicação do Teorema do Máximo (Teorema de Berge) # Homogênea de grau zero em (p , w) # Estritamente crescente em w # Decrescente em p # Quase-convexa em (p , w). # Identidade de Roy Propriedades da Utilidade Indireta # Sabemos que v(p , w) � u(x , p , w). Logo: ∂v(p , w) ∂p` � L∑ j�1 ∂u ∂x j ∂x j(p , w) ∂p` # u(·) avaliada no máximo implica: ∂u ∂x j � λp j # λ é a utilidade margina da renda. Logo, λ � ∂v(p , w) ∂w Propriedades da Utilidade Indireta # Combinando as três condições do slide anterior: ∂v(p , w) ∂p` � L∑ j�1 ∂u ∂x j ∂x j(p , w) ∂p` � λ L∑ j�1 p j ∂x j(p , w) ∂p` � ∂v(p , w) ∂w L∑ j�1 p j ∂x j(p , w) ∂p` # Como consequência da Lei de Walras, vimos que: x`(p , w) � − L∑ j�1 p j ∂x j ∂p` Identidade de Roy # Chegamos então a um resultado chamado Identidade de Roy Proposição Seja u função utilidade contínua representando preferências % lo- calmente não-saciadas e estritamente convexas sobre X � RL+. Su- ponha ainda que a função de utilidade indireta é diferenciável em (p , w) ∈ RL+1++ . Então, para todo ` � 1, . . . , L, temos: x`(p , w) � − ( ∂v(p , w) ∂p` ) × ( ∂v(p , w) ∂w )−1 # Conseguimos, assim, recuperar todo o sistema de demandas a partir de uma única função. Minimização de Despesa # Ao invés de fixar preços e renda e buscar o nível máximo de utilidade atingível, resolvemos um problema distinto. # Qual o menor nível de despesa que o consumidor consegue atingir, fixados um vetor de preços e um nível de utilidade? # Fixamos uma curva de indiferença e encontramos a isogasto que a tangencia. min x∈RL+ p · x s.a u(x) ≥ u # Função despesa: e(p , u) � p · h(p , u) � min x∈RL+ {p · x s.a. u(x) ≥ u} Propriedades da Função Despesa (1) Seja U � {u(x) : x ∈ RL+}. A função despesa e : RL++ × U −→ R+ # Contínua em RL++ × U ◦ Demonstração: Teorema de Berge. # É igual a zero quando u atinge seu valor mínimo. ◦ Demonstração: Preferências estritamente monotônicas implicam que u(x) > u(0), ∀x ∈ RL+\{0}. # Não decrescente em p. ◦ Demonstração: Sejam p2 e p1 dois vetores, com p2` ≥ p1` e p2k � p 1 k , ∀k , `. Então e(p2, u) � p2 · h(p2, u) ≤ p1 · h(p2, u) ≤ e(p2, u) Propriedades da Função Despesa (2) A função despesa e : RL++ × U −→ R+ # É côncava em p ◦ Demonstração: Considere dois vetores p1 e p2 e defina: h1 ≡ { arg min x∈RL+ p1 ·x s.a. u(x) ≥ u e h2 ≡ { arg min x∈RL+ p2 ·x s.a. u(x) ≥ u Defina pλ � λp1 + (1 − λ)p2 e hλ ≡ { arg min x∈RL+ pλ ·x s.a. u(x) ≥ u Note que p1 ·h1 ≤ p1 ·hλ e que p2 ·h2 ≤ p2 ·hλ. Segue que: λ p1 ·h1︸︷︷︸ e(p1 ,u) +(1 − λ) p2 ·h2︸︷︷︸ e(p2 ,u) ≤ pλ ·hλ︸︷︷︸ e(pλ ,u) Propriedades da Função Despesa (3) A função despesa e : RL++ × U −→ R+ # É estritamente crescente em u e sem limite superior ∀p � 0 ◦ Demonstração: Como a restrição de utilidade mínima é ativa (por conta de continuidade e de monotonicidade estrita), podemos usar o teorema do envelope para mostrar que: e(p , u) � min x∈RL+ L(x , µ) comL(x , µ) � p · x + µ[u − u(x)]. Então: ∂ ∂u e(p , u) � ∂ ∂u min x∈RL+ L(x , µ) � µ > 0 Propriedades da Função Despesa (4) A função despesa e : RL++ × U −→ R+ # É homogênea de grau 1 em p ◦ Demonstração: Note que: e(λp , u) ≡ { min x∈RL+ λp ·x s.a. u(x) ≥ u � { λ min x∈RL+ p ·x s.a. u(x) ≥ u ≡ λe(p , u) # Satisfaz o Lema de Sheppard: se e(p , u) é diferenciável no ponto (p˜ , u˜), com p˜ � 0, então: ∂ ∂p` e(p˜ , u˜) � h`(p˜ , u˜) ◦ Demonstração: Pelo Teorema do Envelope: ∂ ∂p` e(p , u) � ∂ ∂p` min x∈RL+ L(x , µ) � h`(p , u) Propriedades da Demanda Hicksiana (1) Seja h : RL++ × U −→ R+ função demanda hicksiana. # Homogeneidade em p: ∀(p , u) e λ > 0, h(λp , u) � h(p , u) ◦ Demonstração: Similar à demonstração de homogeneidade da função despesa. # Matriz de Substituição (de Hicks) é negativa semi-definida. ◦ Demonstração: σ(p , u) é igual à Hessiana da função despesa, que sabemos ser côncava em p: σ(p , u) � ∂h1(p ,u) ∂p1 . . . ∂hL(p ,u) ∂p1 ... . . . ... ∂h1(p ,u) ∂pL . . . ∂hL(p ,u) ∂pL � ∂2e1(p ,u) ∂p21 . . . ∂2eL(p ,u) ∂pL∂p1 ... . . . ... ∂2e1(p ,u) ∂p1∂pL . . . ∂2eL(p ,u) ∂p2L Propriedades da Demanda Hicksiana (2) Seja h : RL++ × U −→ R+ função demanda hicksiana. # Simetria: σ(p , u) é simétrica, i.e., ∂h`(p , u) ∂pk � ∂hk(p , u) ∂p` ◦ Demonstração: Pelo Lema de Sheppard: ∂hk(p , u) ∂p` � ∂2e(p ,u) ∂pk∂p` � ∂2e(p , u) ∂p`∂pk � ∂h`(p , u) ∂pk A segunda desigualdade decorre do Teorema de Young. # Lei da Demanda Compensada: a demanda hicksiana é não-positivamente inclinada. Lei da Demanda Compensada Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+, e que para todo p � 0, h(p , u) consiste em um único ele- mento. Então a função demanda hicksiana satisfaz a lei da demanda compensada: (p′ − p)[h(p′, u) − h(p , u)] ≤ 0 Demonstração 1. Se p � 0 e p′ � 0, então a demanda hicksiana satisfaz: p · h(p , u) ≤ p · h(p′, u) p′ · h(p′, u) ≤ p′ · h(p , u) 2. Somando as duas desigualdades, temos: p · h(p , u) + p′ · h(p′, u) ≤ p · h(p′, u) + p′ · h(p , u) Lei da Demanda Compensada Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+, e que para todo p � 0, h(p , u) consiste em um único ele- mento. Então a função demanda hicksiana satisfaz a lei da demanda compensada: (p′ − p)[h(p′, u) − h(p , u)] ≤ 0 Demonstração (cont.) 2. Somando as duas desigualdades, temos: p · h(p , u) + p′ · h(p′, u) ≤ p · h(p′, u) + p′ · h(p , u) 3. Rearranjando os termos, chegamos ao resultado: (p′ − p)[h(p′, u) − h(p , u)] ≤ 0 Lei da Demanda Compensada # Para variação de preços em um único bem: (p′` − p`)[h`(p′, u) − h`(p , u)] ≤ 0 # O efeito da variação no preço do bem ` sobre a demanda hicksiana do bem ` é sempre negativo. # Se h é diferenciável em p, podemos demonstrar também usando o Lema de Sheppard e a concavidade da função despesa: ∂h`(p , u) ∂p` � ∂2e(p , u) ∂p2` ≤ 0 # Vimos que isso não é verdade para a demanda walrasiana, por conta dos bens de Giffen. Demandas Walrasiana e Hicksiana Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Se p >> 0, temos: 1. Se x∗ ∈ x(p , w), com w > 0, então x∗ ∈ h(p , u), quando u � u(x∗). Adicionalmente, e(p , u(x∗)) � w. 2. Se x∗ ∈ h(p , u), com u > u(0), então x∗ ∈ x(p , w), quando w � p · x∗. Adicionalmente, v(p , p · x∗) � u. Demandas Walrasiana e Hicksiana Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Se p >> 0, temos: 1. Se x∗ ∈ x(p , w), com w > 0, então x∗ ∈ h(p , u), quando u � u(x∗). Adicionalmente, e(p , u(x∗)) � w. Demonstração 1. Precisamos de w > 0 e u > u(0) para que o conjunto de restrição seja não-vazio. 2. Demonstração por contradição. 3. Suponha que x∗ ∈ x(p , w) e x∗ < h(p , u), quando u � u(x∗). 4. Existe x˜ tal que u(x˜) ≥ u(x∗) e p · x˜ < p · x∗ ≤ w. 5. Por não-saciedade local, existe um x′ na vizinhança de x˜ tal que u(x′) > u(x˜). Demandas Walrasiana e Hicksiana Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Se p >> 0, temos: 1. Se x∗ ∈ x(p , w), com w > 0, então x∗ ∈ h(p , u), quando u � u(x∗). Adicionalmente, e(p , u(x∗)) � w. Demonstração (cont.) 6. Como x′ é factível, x∗ não pode ser solução do Problema de Maximização de Utilidade. Contradição! 7. Logo, x∗ ∈ h(p , u). Pela lei de Walras, p · x∗ � w. 8. Segue que e(p , v(p , w)) � w. Demandas Walrasiana e Hicksiana Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Se p >> 0, temos: 2. Se x∗ ∈ h(p , u), com u > u(0), então x∗ ∈ x(p , w), quando w � p · x∗. Adicionalmente, v(p , p · x∗) � u. Demonstração 1. Como u > u(0), precisamos ter x∗ , 0. Portanto, p · x∗ > 0. 2. Demonstração por contradição. 3. Suponha que x∗ < x(p , w), quando a riqueza é w � p · x∗. 4. Existe x˜ tal que u(x˜) > u(x∗) e p · x˜ ≤ p · x∗. 5. Seja x � λx˜, para um λ ∈ (0, 1) suficientemente próximo de 1. Demandas Walrasiana e Hicksiana Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Se p >> 0, temos: 2. Se x∗ ∈ h(p , u), com u > u(0), então x∗ ∈ x(p , w), quando w � p · x∗. Adicionalmente, v(p , p · x∗) � u. Demonstração (cont.) 6. Como u(·) é contínua, ainda teremos u(x) > u(x∗) e p · x < p · x∗. 7. Logo, x∗ não pode ser solução do Problema de Minimização de Despesa. Contradição! 8. Portanto, x∗ precisa ser solução do Problema de Maximização de Utilidade. Portanto, temos u � u(x∗). 9. Segue que v(p , e(p , u)) � u. Demanas Walrasiana e Hicksiana Bem Normal p` quantidade h`(p , u0) p0` p1` x`(p , w) h`(p , u1) Bem Inferior p` quantidade h`(p , u0) p0` p1` h`(p , u1) x`(p , w) Demandas Walrasiana e Hicksiana # Seja w¯ � e(p¯ , u¯). Então h(p , u) � x(p , e(p , u)), ∀(p , u). Logo: ∂h`(p¯ , u¯) ∂pk � ∂x`(p¯ , e(p¯ , u¯)) ∂pk + ∂x`(p¯ , e(p¯ , u¯)) ∂w ∂e(p¯ , u¯) ∂pk︸¨¨ ¨¨︷︷¨¨ ¨¨︸ hk (p¯ ,u¯) # Como w¯ � e(p¯ , u¯) e hk(p¯ , u¯) � xk(p¯ , e(p¯ , u¯)) � xk(p¯ , w¯): ∂h`(p¯ , u¯) ∂pk � ∂x`(p¯ , w¯) ∂pk + ∂x`(p¯ , w¯) ∂w xk(p¯ , w¯) # Essa equação chamamos de Equação de Slutsky. Equação de Slutsky Proposição Seja u(·) função utilidade contínua representando preferências % localmente não saciadas e estritamente convexas definidas sobre o conjunto de consumo X � RL+. Então, para todo (p , w) e u � v(p , w), temos: ∂h`(p , u) ∂pk � ∂x`(p , w) ∂pk + ∂x`(p ,w) ∂w xk(p , w), ∀`, k ∈ {1, . . . , L} Análise de Bem-Estar # Exercício de estática comparativa. # Como varia o bem-estar do consumidor quando variam os preços? # O que é bem-estar? # O que é uma boa métrica de bem-estar? # Analisaremos três métricas distintas: 1. Excedente do Consumidor 2. Variação Compensatória 3. Variação Equivalente Excedente do Consumidor # Suponha que a função utilidade representa o bem-estar do consumidor de modo realista. # Preços mudam de p1 para p2 (apenas muda `-ésimo preço): p1 � (p¯1 , p¯2 , . . . , p1` , . . . , p¯L) e p2 � (p¯1 , p¯2 , . . . , p2` , . . . , p¯L) # Mudança de bem-estar é dada por: v(p2 , w) − v(p1 , w) � ∫ p2` p1` ∂v(p , w) ∂p` dp` � − ∫ p2` p1` ∂v(p , w) ∂w x`(p , w)dp` # A última igualdade decorre da Identidade de Roy. Excedente do Consumidor HIPóTESE Utilidade marginal da renda é constante: ∂v(p , w) ∂w � m¯ # Mudança de bem-estar é proporcional à área embaixo da curva de demanda: 1 m¯ [v(p2 , w) − v(p1 , w)] � − 1m¯ ∫ p2` p1` ∂v(p , w) ∂p` dp` � ∫ p2` p1` x`(p , w)dp` Excedente do Consumidor # Lembre-se: construímos o gráfico usando a demanda inversa (demanda no eixo horizontal) # Chamamos essa área de Excedente do Consumidor. # Ao dividir pela utilidade marginal da renda constante, chegamos a uma métrica que independe da função utilidade. p` x` p2` x2` p1` x1` ∫ p2` p1` x`(p , w)dp` Excedente: Problemas e Alternativas # Depende da hipótese forte de constância da utilidade marginal da renda. # Não está bem definido quando varia o preço de múltiplas commodities. # Métricas alternativas para Avaliação de Bem-Estar: ◦ Variação Compensatória: quanto de renda devemos dar ao consumidor para compensá-lo por uma variação nos preços? ◦ Variação Equivalente: quanto o consumidor estaria disposto a pagar para evitar uma variação nos preços? Variação Compensatória: Análise Gráfica # Partimos da escolha ótima do consumidor, x(p1, w). # Suponha que os preços mudam de p1 � (p1` , p¯k) para p2 � (p2` , p¯k), com p2` > p1` . # Nesse exemplo muda apenas o preço do bem `. Mas a análise nãomuda se múltiplos preços variam. xk x` x1k x1` x(p1, w) Variação Compensatória # Sob os novos preços p2 � (p2` , p¯k), cai o consumo de x` e aumenta o de xk . # O consumidor agora está em uma curva de indiferença mais baixa. # Quanto precisaríamos dar de renda adicional ao consumidor para que ele atinja a mesma utilidade que tinha antes da mudança nos preços? x1k x1` x2k x2` xk x` Variação Compensatória # A renda adicional não muda os preços relativos; apena desloca paralelamente o hiperplano orçamentário. # A magnitude do deslocamento para atingir a curva de indiferença original, mais alta, determina o valor da Variação Compensatória: v(p2, w + VC) � v(p1, w) x1k x1` x2k x2` x(p2 , w + VC) xk x` Variação Compensatória # Variação Compensatória (VC) é definida implicitamente: v(p2, w + VC) � v(p1, w) # Ou, de modo equivalente: e(p2, v(p2, w + VC)) � e(p2, v(p1,w)) VC � e(p2, v(p1,w)) − w # Como w � e(p1, v(p1, w)), temos: VC � e(p2, v(p1, w)) − e(p1, v(p1, w)) Variação Compensatória # Aplicando o Lema de Sheppard: VC � e(p2, v1) − e(p1, v1) � ∫ p2` p1` ∂e(p , v1) ∂p` dp` � ∫ p2` p1` h`(p , v1)dp` Variação Equivalente: Análise Gráfica # Mais uma vez, partimos da escolha ótima do consumidor, x(p1, w). # Suponha que os preços mudam de p1 � (p1` , p¯k) para p2 � (p2` , p¯k), com p2` > p1` . # Aqui mudamos apenas o preço do bem `. Mas a análise não muda se múltiplos preços variam. xk x` x1k x1` x(p1, w) Variação Equivalente: Análise Gráfica # Sob os novos preços p2 � (p2` , p¯k), cai o consumo de x` e aumenta o de xk . # O consumidor agora está em uma curva de indiferença mais baixa. # Qual seria a variação na renda do consumidor que o deixaria com o mesmo bem-estar que esta mudança nos preços? x1k x1` x2k x2` xk x` Variação Equivalente: Análise Gráfica # Agora deslocamos o hiperplano orçamentário em direção ao nível de utilidade ex-post (após a mudança), diferentemente que no caso da Variação Compensatória. # A magnitude do deslocamento para atingir nova curva de indiferença, mais baixa, determina o valor da Variação Equivalente: v(p2, w) � v(p1, w − VE) x1k x1` x2k x2` xk x` x(p1 , w + VE) Variação Equivalente # Variação Equivalente (VE) é definida implicitamente: v(p2, w) � v(p1, w − VE) # Ou, de modo equivalente: e(p1, v(p2, w)) � e(p1, v(p1, w − VE)) VE � w − e(p1, v(p2, w)) # Como w � e(p2, v(p2, w)), temos: VE � e(p2, v(p2, w)) − e(p1, v(p2,w)) Variação Equivalente # Aplicando o Lema de Sheppard: VE � e(p2, v2) − e(p1, v2) � ∫ p2` p1` ∂e(p , v2) ∂p` dp` � ∫ p2` p1` h`(p , v2)dp` Qual das medidas é melhor? # Variação Compensatória vs. Variação Equivalente: Qual das duas é a melhor? # Resposta: Depende! ◦ Esquemas de compensação (ex-post) pedem a utilização da variação compensatória; ◦ Cálculo de “willingness to pay” pedem a utilização da variação equivalente.
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