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Wilson Cano

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Nome: Adriane da Silva Sampaio
Universidade Federal do Acre
Curso: Ciências Econômicas
Introdução a economia
Assunto
Capitulo 3: A circulação numa economia de mercado
Introdução à economia: uma abordagem crítica / Wilson Cano - São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998 – (Biblioteca básica) 
Introdução à economia: uma abordagem crítica ( pp 53-54 ) 
CANO, Wilson. Introdução à economia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. 
 “A análise das atividades econômicas pode ser feita de três perspectivas distintas, porém interconectadas: a produção de bens; a circulação; a repartição.” (p.53)
“a) trata-se de um modelo de “economia fechada”; b) será aqui ignorada a atuação governamental; b) a economia é estacionária, não havendo expansão ou contratação da capacidade produtiva.” (p.54)
“os recursos naturais são “livres”, para não serem objeto de propriedade e de preço – seu uso é distribuído racionalmente entre os membros de tal coletividade” (p.54)
“os instrumentos auxiliares de produção - capital – são igualmente objeto de uso comum” (p.54)
“essa sociedade não tinha, até então, descoberto a moeda, e, portanto, as trocas são feitas em espécie, não entre indivíduos, mas sim entre grupos de indivíduos dessa comunidade” (p.54)
“por decisão institucional, a comunidade distribui as tarefas de produção entre seus membros”
“a repartição do fluxo real de bens e serviços - decidida coletivamente – tem dois destinos: o fluxo de bens de capital é incorporado ao estoque de capital da comunidade; os bens e serviços de consumo são distribuídos entre todos os membros da coletividade, de forma a satisfazer as necessidades individuais e coletivas.” (p.54,55)
“Neste , dá-se a chamada “materialização do trabalho”, pela manipulação dos insumos, dos recursos naturais e do capital, gerando-se então um fluxo real de bens e serviços.” (p.55) 
“O terceiro “momento” da caminhada desse fluxo vai coincidir com a distribuição desses bens entre os membros da coletividade, “alimentando” não só os membros ativos mas também aqueles que, por quaisquer razões, não podem despender um esforço físico ou intelectual à produção.” (p.55)
“Esse último ato - o da “alimentação” – nada mais é do que o consumo e/ou a utilização do resultado da materialização do trabalho” (p.56)
“A comunidade como um todo será doravante chamada de “conjunto das famílias”. As famílias, portanto, são os proprietários dos “fatores” de produção: os trabalhadores, como donos da força de trabalho, e os demais proprietários que são os detentores de capital e recursos naturais.As famílias cedem, emprestam ou vendem os chamados serviços de fatores - a força de trabalho, o uso do capital e dos recursos naturais -, por meio do “mercado de serviços”, as unidades produtoras, mediante o pagamento monetário que se estabelece por meio dos chamados “preços de serviço”, as unidades produtoras, mediante o pagamento monetário que se estabelece por meio dos chamados preços dos serviços de fatores, que nada mais são do que a taxa de salários, a taxa de juros, lucros, aluguel ou renda proveniente da cessão do uso dos recursos naturais.. Dão-se, aqui, um fluxo real (prestação de serviços de fatores) e um fluxo nominal contrário - a renda -, representando o total dos pagamentos aos fatores da produção.
Já dentro do aparelho produtivo, os serviços prestados pelos fatores de produção ao manipular e transformar os insumos geram um fluxo real de bens e serviços que será dirigido ao mercado de bens e serviços de consumo, no qual, por meio do sistema de preços existentes - preços esses estabelecidos pelas unidades produtoras, ao calcular seus custos de produção e sua taxa de lucro-” (p.56,57)
“o aparelho produtivo executa três atividades inter-relacionadas: exerce a demanda de serviços de fatores(fluxo real), efetua compras e vendas de insumos “que não vão ao mercado”, ou seja, as chamadas transações intermediárias (fluxo real e nominal)e ainda, depois de efetuar a produção, oferta o produto de bens e serviços de consumo.” (p.57,58)
“Estaticamente, a oferta de serviços de fatores poderia ser considerada como o “início” da circulação, e a demanda de bens e serviços, o “fim” do processo; numa visão dinâmica e real, entretanto, esse circuito nada mais é do que uma “órbita” contínua, modificada historicamente à medida que se processam alterações estruturais no sistema econômico.” (p.58)
“Como regra geral, as determinações das condições de venda de insumos e sobretudo de bens de capital são mais rígidas, dadas as especificidades desses bens e serviços e o reduzido número de empresas que controla cada segmento desses mercados.” (p.58)
“Num sistema econômico desenvolvido, a oferta e a procura de fatores situam-se - em condições normais de funcionamento dos sistemas - em uma posição, senão de “equilíbrio”, pelo menos muito mais próxima dele. Tal não ocorre, porém, com os países desenvolvidos... especialmente no que se refere a um excesso de mão de obra e uma escassez de capital.” (p.60)
“O preço em si nada mais é do que a quantidade de moeda requisitada para a compra ou a venda de uma unidade de um bem qualquer (ou serviço) no mercado. (p.60)
“Os preços relativos, portanto, traduzem-se em importantes indicadores para os organizadores da produção, em termos de decisões de escolha de produtos, processos técnicos, insumos e fatores a serem utilizados na produção.” (p.61)
“Portanto, a utilização de tecnologias mais avançadas numa economia subdesenvolvida, ante, sobretudo, a escassez de capital nelas observada, condiciona a quantidade e a qualidade dos fatores de produção a serem utilizados, determinado no que tange ao fator trabalho, que tipos de trabalhadores - qualificados e não qualificados – e em que quantidade deverão ser empregados” (p.62)
“a medida que um sistema subdesenvolvido instala compartimentos modernos e de alta produtividade - a industrialização, por exemplo -, cria-se uma demanda até então incipiente de trabalho qualificado, que passa então a ser disputado no mercado de trabalho, gerando pressões altistas em seus preços.” (p.63)
“no tocante ao fator trabalho, vemos, de um lado, a demanda pressionando os salários para baixo e, de outro, a oferta amparada, primeiro, pelo salário mínimo legal e, segundo, pela legislação social e pelos sindicatos, como mecanismos de defesa dos trabalhadores.” (p.64)
“Como advento da atual reestruturação produtiva (a Terceira Revolução Industrial) e a imposição de políticas neoliberais, descortina-se um cenário tenebroso para o mundo do trabalho: terceirização, informalização crescente, alto desemprego de longa duração (grande parte dos 35 milhões de desempregados nos países da OCDE), diminuição da jornada de trabalho, perda de “peso” político e institucional dos sindicatos etc.”(p.65)
“Como em nossos países o capital é relativamente escasso, seu preço - o juro, neste caso - poderia atingir níveis muito altos. Para impedir isto, os governos podem atenuar essa alta, por meio de mecanismos legais, disciplinando o mercado financeiro e estabelecendo “tetos” para a taxa de juros.” (p.66)
“o aparelho produtivo e o mercado de serviços de fatores, diríamos que eles estão em simbiose, gerando até aqui um efeito combinado pela discrepância entre a oferta e a procura de serviços de fatores, de um lado, e pela determinação dos preços - e portanto demarcando os rendimentos de cada fator - do trabalho, do capital e dos recursos, de outro.” (p.67)
“O terceiro condicionamento se refere à própria estrutura da propriedade, que se apresenta de duas faces: a da propriedade e a da renda.” (p.67)
“A propriedade desses fatores estabelece uma tipificação das famílias, segundo o tipo e a quantidade de fatores a elas pertencentes.” (p.67) 
“De outro lado, essa propriedade fatorial, dirigida ao mercado de serviço de fatores, e cedida mediante os preços fatoriais nele determinados, traduz a massa monetária da renda, não mais do ponto de vista funcional, mais sim do ângulo pessoal da distribuição.” (p.68)
“Esteterceiro tipo de condicionamento - a demarcação do poder de compra das famílias - nada mais é do que a combinação dos dois efeitos anteriores (aparelho produtivo e preços dos fatores) agindo em interconexão com a estrutura da propriedade e causando, portanto, uma terceira diferenciação entre as famílias, que se reflete na distribuição pessoal da renda.” (p.68)
“Portanto, é a distribuição de renda de um sistema que estabelece a própria estrutura da demanda, a qual será ainda afetada pelas convicções vigentes no chamado mercado de bens e serviços de consumo” (p.69)
“Na teoria microeconômica, é estudado o comportamento do consumidor – quanto a preferências, gostos, preços e utilidades do consumo dos bens.” (p.69)
“Até o início deste século, essa teoria configurava o mercado como de livre concorrência, supondo a existência de um grande número de produtores que compunham, portanto, uma produção e uma oferta atomizadas, e por isso não tinham condições de manipular preços, submetendo-se, pois, à “soberania do consumidor”, o qual, expressando no mercado suas “preferências”, determinava ao aparelho produtivo o que e quando produzir, resultando da interação da procura e das possibilidades da oferta a determinação dos preços, ditos de equilíbrio.” (p.69)
“O sistema de preços, portanto, presta-se a “ajustar a oferta à procura, constituindo-se, pois, o elemento básico da distribuição do fluxo real entre as famílias, não levando em consideração as necessidades individuais ou coletivas, mas tão somente o poder de compra individual.” (p.70)

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