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19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 1 ALEX SANTIAGO NINA Geólogo (UFPA-2013) Mestre em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia DIREITO AMBIENTAL Direitos de Terceira Geração 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 2 1ª Geração: direitos e garantias individuais clássicos, correspondente a liberdade 2ª Geração: direitos sociais e culturais, correspondente a igualdade 3ª Geração: relações de consumo e meio ambiente, correspondente a solidariedade Características do Direito Ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 3 Trata-se de um típico direito difuso, cujas características são: Transindividual: ultrapassa a esfera tradicional do indivíduo Indivisível: sua titularidade não pertence exclusivamente a alguém, mas a todos. Ex: poluição atmosférica não atinge apenas Fulano ou Ciclano, mas a todos Titularidade Indeterminada: impossível determinar, com certeza, todas as pessoas afetadas pela poluição do ar (por exemplo) Difere-se de outras categorias: Direitos coletivos: também são transindividuais e indivisível, mas possuem titularidade determinável (algum grupo de pessoas ligadas entre si, como os trabalhadores de uma mesma empresa) Direitos individuais homogêneos: decorrentes de origem comum. São divisíveis, mas podem ser tratados de forma coletiva. Ex: direito à habitação Princípios do Direito Ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 4 Princípio da Prevenção Princípio da Precaução Princípio da Informação Princípio da Participação Princípio do poluidor-pagador Princípio do usuário-pagador Princípio do ambiente sadio Princípio da consideração do ambiente no processo decisório das políticas públicas Princípio do planejamento racional Princípio do Ambiente sadio 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 5 Art. 225 da Constituição Federal “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” Pela Declaração do Rio (1992) “ os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza” Princípio da Prevenção 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 6 É mais eficiente e barato prevenir danos ambientais do que repará-los Como reparar, a posteriori, a extinção de uma espécie da fauna ou da flora? Como assegurar a saúde humana e do ambiente de uma região afetada por um vazamento nuclear? A Constituição brasileira prevê que os Estudo de Impacto Ambiental (EIA) seja feito previamente a atividade proposta Convenção sobre Diversidade Biológica da ECO-92 Constituição Federal, Art. 225, § 1°, IV Lei 6.938, Art. 10, caput Lei 11.428 (dispões sobre proteção do Bioma Mata Atlântica) Art. 6 Onde está contemplado? Princípio da Precaução 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 7 Dada a incerteza científica, a hipótese a ser considerada como verdadeira é a mais cautelosa Prevenção: pressupõe razoável previsibilidade dos danos que poderão ocorrer Precaução: pressupõe imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer Princípio da Informação 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 8 A administração pública deve assegurar previamente ao público geral o direito de acesso a todas as informações, dados e estudos ambientais, independente de comprovação de algum interesse específico O princípio da Informação é um importante pressuposto para o Princípio da Participação Princípio da Participação 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 9 A todos deve ser assegurado o direto de participar efetivamente no processo decisório das políticas ambientais Trata-se de um direito que se expande para além das questões ambientais Nos EUA, o ativismo cívico é o grande responsável pelo considerável progresso do direito ambiental Históricamente, o Estado brasileiro nunca se preocupou em permitir que o público participasse do procedimento de criação das normas da administração pública Recentemente algumas iniciativas existem no sentido contrário, mas ainda está longe de uma mudança cultural A consulta pública é um etapa fundamental do licenciamento ambiental e da criação de Unidades de Conservação Princípio do Poluidor-Pagador 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 10 Impõe ao poluidor o dever de arcar com o custo ambiental que a sua atividade gera, seja de forma preventiva ou reparativa Deriva da teoria econômica de internalização dos custos ambientais O pagamento pelo poluidor não lhe dá o direito de poluir, portantoo enfoque sempre deve ser a prevenção Exemplo: Um processo industrial que gere resíduos. Pelo princípio do Poluidor-Pagador o tratamento destes resíduos deve ser feito pelo empreendedor e seus custos devem ser inseridos na equação econômica Embora ao curto prazo, um maior rigor da legislação ambiental possa aumentar os preços dos produtos, ao longo prazo estimula a busca por novas tecnologias que assegurem um máximo de eficiência produtiva (ausência absoluta de resíduos) e reduzam o preço produtivo Princípio do Usuário-Pagador 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 11 Cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental Ex: outorga do direito de uso de um recursos natural Não visa impedor o consumo de um bem ambiental pelos pobres, mas cobrar daqueles que utilizam em larga escala os recursos naturais em atividades geradoras de riqueza, visto que está sendo utilizado um patrimônio coletivo em proveito particular Ex: Recurso Hídricos e Recursos Minerais Princípio da consideração do ambiente no processo decisório 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 12 A perspectiva ambiental há de ser considerada em todo planejamento governamental Muitas vezes a questão ambiental é apresentada como barreira para o desenvolvimento, inclusive pelo próprio Poder Público – esta visão decorre do desconhecimento da legislação Não visa impor que a perspectiva ambiental prevaleça, mas que também seja considerada desde o seu nascedouro, assim como as demais perspectivas (econômica, social, cultural, etc.) O argumento de que a legislação ambiental é muito burocrática e provoca atrasos no cronograma de projetos (públicos ou privados) não se sustenta. Se tal atraso ocorre, trata-se de uma falha de planejamento (que desconsiderou a questão ambiental) Princípio do Planejamento Racional 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 13 Considerando que os recursos naturais são escassos, deve-se assegurar que as melhores decisões sejam tomadas com intuito do interesse da coletividade e do meio ambiente O planejamento racional é essencial para proteção dos direitos das gerações futuras. Os recursos naturais não pertencem somente à geração contemporânea, esta também deve protegê-los para que estejam disponíveis às gerações futuras A racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar (Art. 2 da Lei 6.938/1981) normalmente é o que justifica a confecção de Mapas de Planejamento Territorial e Zoneamento Ecológico Econômico O solo deve ser ocupado de maneira racional. Ex: o lixão não deve estar localizado em altitude superior a do aquífero que abastece a cidade Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/1981) 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 14 Consiste no primeiro diploma legal que disciplina de forma sistematizada o meio ambiente Possui 7 objetivos (Art. 4) I – A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente Muito influenciado pelas discussões de Estocolmo (1972) Pressupõe o conceito clássico de Desenvolvimento Sustentável (ainda não existente na época) II – A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico (…) Qualidade Ambiental: conjunto de elementos propiciadores da vida no mundo natural, sendo pressuposto para qualidade de vida Equilíbrio ecológico: manutençãodas características essenciais de um ecossistema Código de Águas (Decreto-lei 852/1938) Código Floresta (Lei 4.771/1965) Código de Caça (Lei 5.197/1967) Código de Pesca (Decreto-lei 221/1967) Código de Mineração (Decreto-lei 227/1967) Còdigo Brasileiro de Ar (Decreto-lei/1980) Antes da PNMA, a legislação ambiental brasileira estava dispersa 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 15 III – Estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos naturais Exemplo: IQA – Índice de Qualidade da água.E Com base em nove parâmetros: Temperatura PH Oxigênio dissolvido DBO Coliformes fecais (termotolerantes) Nitrogênio total Fósforo total Resíduo total Turbidez 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 16 IV – O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais O uso de tecnologias é absolutamente fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável V – A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. PRINCÍPIOS DO POLUIDOR-PAGADOR E DO USUÁRIO-PAGADOR O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 17 Constituído pelos órgãos e entes responsáveis pela “proteção e melhoria da qualidade ambiental” da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Estrutura-se da Seguinte forma: - Conselho do Governo: tem por função assessorar o Presidente da República na elaboração da política nacional para o meio ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA): Presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e é composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal e de municípios, de outros ministérios, dos militares, das entidades trabalhadoras, sociedade civil empresas, entre outros Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) - Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (órgão central): tem função de “planejar, coordenar supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente” - IBAMA, ICMBio e ANA (órgão executor): Autarquia vinculada ao MMA, tem por função executar a política federal no âmbito federal - Órgãos seccionais (órgãos ou entes ambientais estaduais): correspondem as secretarias estaduais e municipais, cujo objetivo é a execução da política ambiental no seu respectivo ente federativo Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 18 Consiste num planejamento macro, de natureza multidisciplinar, para utilização, a longo prazo, dos recursos naturais em uma área delimitada O ZEE dividirá o espaço territorial em zonas “de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável” 1. Proteção – regiões pouco modificadas pelo homem, cujas ações devem ser de preservação 2. Conservação – regiões moderadamente modificadas, devendo ter um controle para que as ações em curso sejam compatíveis com o equilíbrio 3. Recuperação – regiões bastante modificadas, devendo ter ações para retomada do equilíbrio ecológico 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 19 Incumbe ao Poder Público realizar o ZEE, embora o Decreto 4.297/2002 prevê “ampla participação democrática” no se processo de elaboração e implementação, apesar de não detalhe como tal participação deva ocorrer Os produtos do ZEE, armazenados em formato eletrônicos, deverão ser disponibilizados para o público em geral, ressalvados “os de interesse estratégico para o País” As instituições públicas e privadas deverão necessariamente observar os critérios, padrões e obrigações estabelecidos pelo ZEE O ZEE dos estados está disponível no site do MMA O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 20 Abrange os espaços territoriais especialmente protegidos, em virtude de suas funções ambientais (instituído pela Lei 9.985/2000) É gerido a partir dos seguintes órgãos: - CONAMA – função consultiva e deliberativa - MMA – função de coordenação do sistema - IBAMA, ICMBio (Instituo Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade) e órgãos setoriais – função executiva As unidades de conservação podem abranger os respectivos subsolo e espaço aéreo caso exerçam alguma influência na estabilidade do ecossistema local Todas são dotadas de um Conselho Consultivo, normalmente composto pelo órgão responsável pela sua administração e representantes dos órgãos públicos, sociedade civil, proprietários de terras ou populações tradicionais residentes na UC (quando for o caso) Unidades Integrantes do SNUC Objetivo básico Categorias Proteção Integral Preservar a natureza sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei. Estação Ecológica Reserva Biológica Parque Nacional Monumento Nacional Refúgio de Vida Silvestre Uso Sustentável Compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais Área de Proteção Ambiental Área de Relevante Interesse Ecológico Floresta Nacional Reserva Extrativista Reserva de Fauna Reserva de Desenvolviemnto Sustentável Reserva Particular do Patrimônio Natural 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 22 A consulta pública é pressuposto obrigatório para criação da UC, excento para Estação Ecológica e Reserva Biológica Todas as unidades de conservação, com exceção da Área de Proteção Ambiental e da Reserva Particular, devem possuir Zona de Amortecimento e Corredores Ecológicos Toda UC deve possuir um Plano de Manejo, definindo seu zoneamento e uso dos recursos naturais, elaborado em até 5 anos após a criação da UC Corredor ecológico (em verde) ligando dois Parques Nacionais Unidades de Proteção Integral 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 23 O Parque Nacional (que também pode ser Estadual ou Municipal) é a única unidade que possui função recreativa É impotante porque permite atividades como turísmo ecológico, corridas e pedaladas, visitas técnicas, que aproximam o homem da natureza, além de terem função pedagógica O Parque Nacional, Estação Ecológica e Reserva Biológica só podem ser criados em domínios públicos Caso haja propriedade privada em seus limites territoriais, o Poder Público deverá desapropriá-la e indenizá-la O Monumento Natural e o Refúgio da Vida Silvestre podem ser constituídos por áreas particulares Também permitem a visitação pública, desde que obedecidas as normas estabelecidas pelos órgãos que os administram Unidades de Uso Sustentável 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 24 A Área de Proteção Ambiental é a unidade mais comum e permite um certo grau de ocupação humana. Nas outras a ocupação é menor, destacando-se a Floresta Nacional como a de regime mais restritivo A Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável abriga populações tradicionais A Reserva Particular do Patrimônio Natural consiste numa área privada, cujos benefícios concedidos ao proprietário são: Insenção do Imposto sobre PropriedadeTerritorial Rural (ITR) sobre a área da Reserva Prioridade na análise de concessão de recursos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente Preferência na análise do pedido de concessão de crédito agrícola Além desta, some a Área de Proteção Ambiental e a Área de Relevante Interesse Ecológico podem ser constituídas em terra privada Para as demais, é necessário desapropriação e indenização Danos Ambientais 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 25 Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) – atribui a responsabilidade adminsitrativa, civil e penal aos infratores ambientais, tanto pessoa física como jurídica Responsabilidade Objetiva: cabe ao poluidor pela indenização ou repação dos daos causados ao meio ambiente e a terceiro, independente de culpa (dada pelo Art. 4 da Lei 6.938) O dano ambiental pode ser observado sobre duas perspectivas: Dano Coletivo: atinge o meio ambiente como direito transindividual. Sua indezinação geralmente é destinada a algum fundo para reconstituição dos recursos ou serviços ambientais Dano Individual: atinge o patrimônio moral de cada um dos sujeitos afetados. Sua indenização corresponde a recomposição direta do prejuízo das vítimas Peculiaridade do dano ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 26 A responsabilização civil, por meio de indenização financeira a posteriori, é absolutamente inoperante: dificilmente a reparação feita pelo homem conseguirá recuperar completamente um ambiente degradado. Dificuldade de indentificar a totalidade de sujeitos que sofreram os efeitos de determinada degradação ambienta (em viturde do caráter difuso do direito ambiental) É transfronteiriço. Ex: a) O acidente nuclear de Chernobil, ocorrido em 1986 na Ucrânia, proporcionou uma nuvem radiativa à Filândia; b) Mudanças Climáticas, historicamente os países desenvolvidos são o maiores emissores, mas em termos de projeções, os países em desenvolvimentos possuem maior potencial. Dificuldade de valoração. Ex. Se o ar limpo é gratuito, qual a multa que deve ser paga por uma indústria que emitiu gastos superior aos limites pradrões? Perpertuação do dano ambiental: se um proprietário comprar um terreno novo, assumirá a responsabilidade por crimes ambientais cometidos neste terreno pelo proprietário anterior. Sanções Admistrativas Ambientais (Art. 72 da Lei 9.605) 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 27 Advertência Multa simples Multa diária Apreensão dos animais, produtos ou subprodutos da fauna e flora, instrumentos, equípamentos ou veículos utilizados na infração Destruição ou inutilização dos produto Suspensão da venda e fabricação do produto Embargo da obra ou atividade Demolição de obra Suspensão parcial ou total de atividade Restrições de direitos Além disso, qualquer pessoa, constatando a infração ambiental, pode às autoriadades (técnicos, profissionais e polícia militar ambiental) para efeito do exercício do seu poder de polícia O processo administrativo ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 28 Pode ser iniciado por qualquer pessoa, mediante representação aos órgãos ambientais; ou por uma autoridade ambiental, valendo-se da Competência Comum (Ex: um ente ambiental estadual pode fiscalizar ou autuar uma obra ou atividade que tenha sido licenciada por um ente federal ou municipal). O infrator possui o prazo de 20 dias, a partir da data de ciencia da autuação, para apresentar a sua defesa. Apresentada ou não tal defesa, a autoridade competente terá 30 dias para julgar o auto de infração, contados da date de sua lavratura (decreto por escrito) Caso a autoridade decidade pela condenação do infrator, este terá 20 dias para recorrer à instância superior do SISNAMA ou à Diretoria de Portos e Costa, conforme o tipo de autuação Caso mantida a decisão condenatória, o infrator deve pegar a multa no prazo de 5 dias a partir da data em que recebeu a notificação. O processo civil ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 29 Teoria da responsabilidae objetiva Ex: Se um raio atinge uma fábrica e causa o derramamento de uma substância tóxica no rio, incidirá a responsabilização ambiental A responsabilidade independe da licitudade do empreendimento Ainda que o dano seja decorrente de atividade regularmente licenciada pelo órgão ambiental competente, será possível a responsabilização civil de seu empreendedor Neste caso a lincença ambiental terá que ser modificada O poder público pode ser responsabilizado por omissão. Isso no entanto não pode ser utilizado para isentar o particular de responder pelo dano ambiental que causou. Responsabilização Solidária: se o dano for cometido por vários infratores concomitantemente, todos serão responsabilizados, podendo alcançar inclusive o poder público A responsabilidade penal ambiental 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 30 A responsabilidade penal da pessoa jurídica não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato (Art. 3, Lei 9.605) Neste caso, é subjetiva: há necessidade de compravação do dolo ou culpa As sanções penais ambientais são: Penas privativas de liberdade: reclusão e detenção, para os crimes, e prisão simples, para constravenções Penas restritivas de direito: Prestação de serviços à comunidade Proibição do condenado de contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais, participar de licitações ou qualquer outro benefício, pelo prazo de cinco anos, no caso de crime dolosos, e três anos, no de crimes culposos Suspensão parcial ou total das atividades Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro à vitima ou à entidade pública ou privada com fim social Multa: calculada segundo o Código Penal – no mínimo 10 e no máximo 360 salário mínimos, podendo seu valor máximo ser aumentado em até três vezes caso se revele ineficaz. 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 31 As penas restritivas de direito pode substituir as privativas de liberdade (Art. 7), quando : I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. No caso das multas, algumas circunstâncias podem atenuar a pena (Art. 14): I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 32 Outras podem agravar (Art. 15): I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; r) facilitadapor funcionário público no exercício de suas funções. 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 33 O Art. 69 prevê pena de detenção, de um a três anos, e multa para quem elbarorar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou em qualquer outro procediemento administrativo estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão Os orgão públicos podem regularizar o ilícito ambiental por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a ser celebrado com o empreendedor O prazo de vigência do TAC pode variar de 90 dias a três anos Deverá indicar as multas a serem aplicadas no caso de recissao Pode ser anulado pelo Poder Judiciário caso seja lesivo ao meio ambiente Referências REIGOTA, M. O que é educação ambiental? 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2009. CAMPINA, N.; NASCIMENTO, F. Educação Ambiental. São Paulo: Editora Sol, 2011. SANCHES, L. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2ª ed. São Paulo: Oficina de Textos. 2013. 19/07/16 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 34
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