Buscar

Caderno de Direito Ambiental - NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
CADERNO DE DIREITO AMBIENTAL 
POR: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
NECESSIDADE DE PROTEÇÃO AO AMBIENTE 
1) Bibliografia: 
 
2) Questões ambientais na atualidade: 
. Descontrole do aquecimento global. 
 . Gases de efeito estufa (HFCs, PRCs, SF6, CO2, CH4, N2O). 
 . Efeito estufa é um fenômeno natural essencial para manutenção da vida na 
Terra. Esse efeito tem-se intensificado em virtude da emissão excessiva de gases à 
atmosfera. - Esse aumento das temperaturas decorrente da intensificação do efeito estufa 
é conhecido como aquecimento global. 
 . Novos problemas: 
. Refugiados ambientais. - Por definição, se refere às “pessoas que foram 
forçadas a deixar seu habitat tradicional, temporária ou permanentemente, 
por causa de uma perturbação ambiental acentuada (natural e/ou 
desencadeada por pessoas) que comprometeu sua existência e/ou afetou 
seriamente a qualidade de vida”. - Mesmo com estudos e avanços na defesa 
do reconhecimento pelo Direito Internacional, os refugiados ambientais não 
têm, ainda, seu direito à migração e refúgio legitimado oficialmente. 
Segundo Stephen Castles (2002), não há interesse nenhum em ampliar o 
conceito de refugiados, pois os países estão mais interessados em limitá-lo 
do que expandi-lo. 
. Gestão dos resíduos. 
 . “Civilização do desperdício”. – O planeta é visto como um reservatório 
inexaurível de bens materiais e os cidadãos-consumidores são desnorteados com 
publicidade massiva e alienante, que encoraja descaradamente o consumo irracional e 
o desperdício. 
 . O problema do resíduo radioativo. – O contato do ser humano com este resíduo 
pode ocasionar diversas doenças graves, como leucemia, catarata etc. 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/aquecimento-global.htm
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
. Gestão de água potável: 
 . 97% da água é impróprio ao uso humano. 
 . Dos 3% próprios ao uso humano, 80% está congelado. 
 . Contaminação dos corpos d’água (esgotos, pesticidas, efluentes industriais etc.). 
 . Acesso a água e crescimento das cidades. 
. O direito terá que criar normas jurídicas para conseguir dar conta desses problemas. 
 . Exemplo: regramento jurídico de outorga de uso de água. – Ato administrativo, 
como uma espécie de licença ambiental para uso de água (o que só será permitido se 
existirem provas suficientes de que aquele uso de água para um resort, por exemplo, não 
causará prejuízos às populações locais e adjacentes). 
3) Direito ambiental internacional: 
. O direito ambiental brasileiro não surge de um “querer” brasileiro, tendo em vista que 
toda importância dada a este tema veio de uma onda internacional que teve na ONU um 
dos principais atores de proliferação deste conteúdo. 
. Década de 60: 
. O homem (e o mundo como um todo) começou a perceber que as tragédias ambientais 
não tinham uma causa extra-humana/divina/mítica, ELAS ERAM PROVOCADAS MUITAS 
VEZES POR UMA AÇÃO HUMANA. 
. Essa correlação entre causa e efeito começou a ser percebida lá na década de 60/70. – As 
descobertas cientificas permitiram perceber que as tragédias ambientais que outrora 
tinham causa espiritual/divinos tinham, na verdade, interferência humana. 
. Direito entra aqui como um grande artifício de regulação das condutas sociais. – DIREITO 
COMEÇA A SE PREOCUPAR COM O MEIO AMBIENTE. 
. Essa percepção de que os problemas ambientais eram provocados por nós mesmos, 
começou a ser vinculado publicamente. - Nesse contexto, surgiram vários movimentos 
sociais, especialmente na Europa, que visaram questionar a atuação do Estado diante 
dessas tragédias. 
 . Surgem as famosas ONG´s internacionais (SOS MATA ATLÂNTICA, GREENPEACE 
etc.), que tem o objetivo de mudar o comportamento dos Estados (pressão social sobre o 
Governo dos Estados). 
 . Essa preocupação se deu primeiro no plano internacional, por uma questão 
simples: poluição não respeita limite territorial. – Questões ambientais que nos desafiam 
a uma governança internacional (necessária e indispensável). 
 . Quem assume em um primeiro momento esse papel de discutir tais temáticas 
em nível internacional é a ONU. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
. Princípio de considerar o ambiente como um direito o humano. 
. A Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente (primeira conferência do meio 
ambiente) fincou as bases do direito ambiental. – Em 1972. 
 . Ao final desta Conferência, surge um tratado, uma espécie de documento 
chamado de DECLARAÇÃO DO MEIO AMBIENTE/DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, que 
traz uma série de princípios de direito internacional que irão orientar os Estados 
(influência nas constituições do Estados) na lida com esse problema do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 . Direito ao meio ambiente sadio e equilibrado, para viver com dignidade. – 
DIREITO HUMANO INERENTE A QUALQUER UM DE NÓS. – Defesa do ambiente para a 
presente e futuras gerações; um desenvolvimento socioambiental em harmonia com a 
preservação ambiental. 
. Qual a consequência prática deste documento acima? INFLUÊNCIA DIRETA EM 
DIVERSAS CONSTITUIÇÕES. 
 . A primeira a sofrer essa influência foi a Constituição portuguesa em 1976, que 
se inspirou e trouxe um compilado de artigos que tratam sobre o meio ambiente. 
 . Do mesmo modo, nossa Constituição seguiu os passos da Carta Magna 
Portuguesa, trazendo o Art. 225, CF. – Capítulo IV: “do meio ambiente”. 
. Esse rol de princípios é pensado em resguardar a geração presente e futura 
(responsabilidade intergeracional). 
. O direito começa a se preocupar com o que chamamos de RESPONSABILIDADE 
INTERGERACIONAL. 
 . As normas jurídicas são criadas com o objetivo de favorecer uma geração 
presente, mas também uma geração futura. 
. Com essa Conferência, a ONU cria uma agência específica, focada em proteger o meio 
ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
 
 
 
 
 
 . Uma das primeiras ações da PNUMA foi promover um debate sobre formas de 
desenvolvimento/modelos alternativos de desenvolvimento. – Projeto encabeçado por 
uma ex-ministra da Suécia, Brundtland. 
 . Relatório Brundtland – 1987 – conceito de desenvolvimento sustentável. 
. O modelo de desenvolvimento até então era o MODELO CLÁSSICO. – “Para que eu 
consiga mais dinheiro, eu vou ter que explorar mais recursos ambientais”. 
 . Isso ainda continua existindo/sendo praticado. – MODELO INEFICIENTE E 
PREJUDICIAL. 
. Modelo alternativo: 
. Cada vez mais vai se fala de ESG (Environmental, Social and Governance). 
. Percebeu-se que era necessário se preocupar com esse modelo de meio ambiente. 
 . Hoje se fala tanto sobre isso, pois o The Black Rock (fundo de investimentos) 
decidiu só colocar dinheiro em empresas que cuidam do meio ambiente. Então, as pessoas 
para conseguirem esses financiamentos, migraram para esse modelo pautado ESG. As 
grandes multinacionais do mundo só querem se relacionar com parceiros comerciais que 
tenham isso no seu DNA. 
 . Esse modelo levou o nome de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Ele foi 
pensado pela primeira vez por conta do relatório Brundtland (1987), onde se explica as 
pautas do modelo antigo (clássico) e as razões para que se adote esse modelo novo. 
 . Como as pessoas geralmente não leem os relatórios da ONU, para que isso 
chegasse ao povo comum, ela fez uma nova conferência, chamada de “CONFERÊNCIA DAS 
NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO” que ocorreu em 
1992, conhecida como “ECO 92”, “RIO 92”, “CÚPULA DA TERRA” OU 
“ESTOLMOCO+20”. 
 . Para publicizar isso, a ONU fez uma live sobre essa conferência e todos 
começaram a falar sobre isso. 
 . O conceito de desenvolvimento sustentável começoua ganhar foco nesse 
momento. 
A) Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(1992): 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
. “ECO 92, RIO 92, Cúpula da Terra”. 
. Aconteceu no Rio de Janeiro em 13/14 de junho de 1992. 
. Nessa conferência, a ONU quis massificar o conceito de desenvolvimento 
sustentável. 
. O grande saque da ONU foi que ela não só reuniu líderes de estado para discussões, mas 
também reuniu universidades, empresas, centros de pesquisa. 
. Objetivo: estabelecer aliança mundial mediante a criação de novos níveis de 
cooperação entre Estado e setores-chaves da sociedade (exemplo: ONG’s, universidades, 
centros de pesquisas, empresas etc.). 
. Nessa reunião da ECO 92 o centro do debate foi INCENTIVAR O DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO-SOCIAL EM HARMONIA COM A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. 
. Além disso, foi estabelecido o chamado PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE COMUM, 
mas de forma diferenciada. 
. Isso significa que esse princípio exige que todos os países se preocupem com a 
conservação do meio ambiente, mas os países mais ricos que provavelmente se 
utilizaram/utilizam mais do meio ambiente (exploraram mais dos recursos ambientais 
para se desenvolver) tenham uma responsabilidade diferenciada/maior. 
 . Exemplos: Estados Unidos, Rússia, Suécia etc. 
. Alguns documentos específicos foram criados nessa Conferência, sendo eles divididos 
em documentos amplos e documentos específicos. 
 . Documentos amplos: 
 . Declaração do Rio. 
 . Agenda 21: pode ser definida como um instrumento de planejamento para 
a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, 
que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência 
econômica. 
. Referencial para o desenvolvimento de ações ambientais pelos 
governos dos Estados. 
. Documento programático, sem mecanismos específicos de sanção 
(soft law). 
. Flexibilidade na implementação das ações do documento. 
 . Documentos específicos: 
 . Convenção sobre a diversidade biológica. 
 . Convenção sobre mudanças do clima. 
 . Declaração de Princípio sobre o Uso das florestas. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
. Essa conferência da ONU de 92 também agendou que a cada 10 anos fossem feitas 
reuniões do mesmo nível. 
 . De 1992 a 2002 a ideia era que esse conceito de desenvolvimento sustentável 
fosse cada vez massificado. 
. Quando chegou em 2002 na Conferência em Johanesburgo, não houve 
mudanças significativas, apenas reafirmação do que já havia sido firmado. - Isso 
porque, em 2001 ocorreu o atentado às Torres Gêmeas e, por isso, ninguém queria tratar 
de outro assunto. Então apenas protocolaram/reafirmaram o que já havia sido dito. 
. Rio + 20 – Rio de Janeiro, 20 a 22 de junho de 2012. 
 . Em 2012 o tema voltou a ser rediscutido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. De 2018 para cá as coisas ganharam mais força, pois o mercado financeiro começou a se 
importar mais com a temática. 
 
4) Visões do Direito Ambiental – Antropocentrismo x Ecocentrismo: 
. A quem serve o direito ambiental? Ele deve se preocupar em proteger o ser humano ou 
ao meio ambiente por si só? A resposta depende do modelo axiológico que você segue: 
 Antropocentrismo clássico 
 Ecocentrismo (= não-antropocentrismo) 
 Antropocentrismo alargado 
 
A) Antropocentrismo clássico: 
. Homem como eixo principal de um sistema. 
. Planeta visto como um celeiro de recurso naturais à disposição das necessidades 
humanas. - . A lógica desse modelo coloca o homem no centro de tudo. Logo, os recursos 
ambientais equivalem a um grande supermercado em que a gente pega os recursos 
quando a gente quiser, como a gente quiser, sem se preocupar com as consequências. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
. Especismo (Riachard D. Ryde, 1965): preconceito ou atitude tendenciosa de alguém a 
favor dos interesses de membros de sua própria espécie e contra os de outra. 
. Pensamos que os seres humanos são as espécies mais evoluídas e por isso temos 
domínio de todas as outras. Isso é o que chamamos de Especismo. 
. CRÍTICA - Desenvolvimento sustentável: 
 . Submissão das ações antrópicas ao respeito à capacidade do ecossistema 
planetário de atender a tantas e tão crescentes demandas da espécie dominante. 
B) Ecocentrismo: 
. Ele se opõe ao antropocentrismo. 
. Representa todas as doutrinas que rejeitam ou criticam a doutrina antropocêntrica. 
. Para o Ecocentrismo não existe uma separação rígida entre o homem e o meio ambiente. 
Mais ainda, não existe uma separação rígida entre os animais humanos e o não-
humanos. 
 . Nós homens somos uma espécie tal qual é um elefante etc. 
. Na visão ecocêntrica o homem é apenas uma peça desse grande quebra-cabeça chamado 
meio ambiente. 
. Dentro desse modelo existe uma discussão acerca do tratamento dos animais humanos 
e os animais não-humanos. 
. Essa corrente de pensamento é o ANIMALISMO. Existem duas perspectivas 
animalistas: 
. Bem-estarismo (Peter Singer): 
. 1977. 
. Não existe base moral para sustentar o especismo. 
. Como não existe base moral para sustentar o especismo, eu preciso levar em 
consideração o interesse dos animais não humanos. 
. O bem-estarismo foi criado em 1977, e entende que não existe base moral para sustentar 
o especismo, ou seja, não há uma justificativa para que no entendamos como superiores 
ao resto dos seres. 
. Do ponto de vista natural, os recursos tendem a estar em equilíbrio, mas nós 
extrapolamos esse limite, o que interfere nesse equilíbrio dinâmico do meio ambiente, 
confirmando que esse especismo não tem uma justificativa plausível para existir. 
. Como não existe base moral para sustentar o especismo, é importante levar em 
consideração o interesse dos animais não-humanos, essa é a ideia base desse modelo. Ele 
não defende uma igualdade jurídica entre o homem e o animal não-humano, ele defende 
Diogo não acredita nessas teorias. 
Mas, elas estão por trás do Direito 
dos Animais de hoje. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
que assim como nós consideramos nossos interesses no direito, os interesses desses 
outros animais também devem ser considerados. 
. Essa teoria não defende a conquista de direitos pelos animais não-humanos, mas sim a 
obrigação humana de assegurar que os outros animais não sofram desnecessariamente. 
. Abolicionismo (Tom Regan): 
. O abolicionismo traz um pensamento um pouco mais radical, sendo escrito por Tom 
Regan em a case of animal rights. 
. Seu pensamento defende que, assim como os animais humanos, alguns animais não-
humanos devem ter direitos. 
 . Há que se considerar aqui os interesses do homem, muitas vezes, como interesses 
iguais aos dos animais não humanos. 
 . Não se fala aqui de todos os animais, pois apenas aqueles animais sujeitos de uma 
vida é que teriam esse direito, os outros não. 
 . Animais sujeitos de uma vida é todo animal que tem algum nível de consciência e 
percepção da realidade, podendo optar sobre o que é melhor ou pior para sobreviver, não 
se valendo apenas do instinto. 
 . Atualmente entende-se que animais vertebrados teriam algum nível de 
consciência e os invertebrados não. 
C) Antropocentrismo alargado: 
. O antropocentrismo alargado é uma fusão entre os outros dois modelos, onde supera-se 
a visão restrita do antropocentrismo e admite-se a proteção da natureza. 
 . Todavia, continua-se na premissa que o ser humano é o centro. 
. Admite-se a proteção da natureza pelo valor intrínseco que ela tem, ou seja, ele não 
defende a extensão de direitos a animais não-humanos, mas diz que o homem ainda é 
espécie dominante que ainda assim precisará proteger o meio ambiente pelo valor que 
ela representa. 
 .O direito pode criar travas para que o homem explore certas áreas ambientais, 
para proteger o valor intrínseco que o Meio Ambiente tem. 
. Ela possui algumas previsões legais, como a convenção europeia para conservação da 
fauna e habitas naturais (1979), carta mundial da natureza (1982), convenção da 
biodiversidade (1992) e as constituições da Bolívia e do Equador. 
5) Tutela jurídica dos animais não-humanos no Brasil. 
. Primeiro temos que nos atentar ao art. 225, §1º, VII da CF, onde se prevê que é dever do 
Estado proteger o bem-estar dos animais. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
. Com base nesse dever, se criou na lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98), e o art. 32 que 
estipula um tipo penal para quem cometer maus tratos aos animais. 
Art. 225, §1° VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam 
os animais a crueldade. 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos 
ou domesticados, nativos ou exóticos: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
A) Tratamento jurisprudencial: 
. Caso Farra do Boi – 1997 (RE 153-531-8/SC) - Proibição do Festejo. 
 . A Farra do Boi é um ritual que consiste em soltar o animal em local aberto, fazendo 
com que ele corra atrás das pessoas que participam desta ação. O boi é provocado, ferido 
e torturado até que fique exausto, tendo que ser sacrificado na maioria das vezes. 
 . Contradição da proteção da cultura do festejo X o bem-estar dos animais, tendo 
em vista que nessa festa soltam-se os bois para que as pessoas “batam” nele. 
 . O STF deliberou que a proteção à cultura não pode ser maior que o bem-estar dos 
animais. – Prática intrinsicamente CRUEL. 
. Caso da Proibição do Finning Shark (TJPA): 
 . O chamado shark finning, ou somente finning, operação que consiste na pesca do 
tubarão para retirar as barbatanas e posterior devolução do corpo do animal ao mar. 
 . O antagonismo aqui está ligado à liberdade de empreender x proteção dos 
animais. 
 . Prática proibida na União Europeia. 
 . A Portaria do Ibama nº 121/1998 proíbe a rejeição ao mar das carcaças de 
tubarões dos quais tenham sido removidas as barbatanas e somente permite o transporte 
a bordo ou o desembarque de barbatanas em proporção equivalente ao peso das carcaças 
retidas ou desembarcadas. Para efeito de comprovação dessa proporcionalidade, o peso 
total das barbatanas não pode exceder a 5% do peso total das carcaças. Nos 
desembarques, todas as carcaças e barbatanas de tubarões devem ser pesadas. Nota: a 
legislação é boa, mas de difícil emprego, controle e fiscalização. 
. Caso da Objeção da Consciência – 2007 (AO 2007.71.00.019882-0/RS): 
 . Não obrigação de aluno participar de aula com Vivissecção (aulas práticas que 
façam uso de animais vivos para fins didáticos). 
 
 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
1) Desenvolvimento sustentável: 
A) Conferência Mundial do Meio Ambiente (Estocolmo/1972): 
. Oportunidade das presentes e futuras gerações gozarem do ambiente sadio e 
equilibrado. – Responsabilidade intergeracional. 
. Manutenção das bases vitais de produção e reprodução do homem e de suas atividades. 
B) CF/88: 
. Art. 225, caput. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
. Art. 170, VI. 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
 
 
 
 
 
 
 
. ESG – Environmental, social and governance. 
. DIMENSÃO SOCIAL - do ponto de vista prático exige que repensemos a questão da justiça 
social, o acesso à saúde e educação das pessoas, liberdade sexual e religiosa etc. 
 . Repartição mais justa de riquezas; 
 . Universalização do acesso à saúde e educação; 
 . Equidade entre sexos, grupos étnicos e religioso. 
. OBS: lógica do RACISMO AMBIENTAL vai exigir que a gente repense o acesso aos meios 
ambientais distribuídos entre pessoas ricas e pobres/brancas x negras. – Exemplo: a 
forma como o lixo é tratado na Pituba é diferente do tratamento dado em Cajazeiras. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
. DIMENSÃO ECONÔMICA - preciso gerar receita/lucro/riqueza a partir do uso eficiente 
dos recursos ambientais. 
 . Criação de riqueza a partir da eficiência do uso de energia e dos recursos naturais; 
 . Mudança nos padrões de consumo; 
 . Redução do desperdício. 
. DIMENSÃO AMBIENTAL- utilizar os recursos em consonância com o meio ambiente. 
 . Utilização parcimoniosa dos Recursos Naturais; 
 . Preservação do Meio Ambiente Natural. 
. OBS: é óbvio que para gerar riqueza será necessário usar recurso ambiental. O que se 
pretende é fazer é propor a exploração consciente. 
 . O agro precisa ser adaptado ao uso sustentável do negócio. 
2) Princípio da capacidade de suporte (= Princípio do limite): 
. Art. 205, §1°, V: 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem 
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento) 
. Limites atribuídos pelo Poder Público com base na ciência (que avalia a suportabilidade 
da substância p/ aquele ambiente, p/ ser ingerida pelo indivíduo). 
 . Padrões estabelecidos (standard ambientais) devem levar em conta o limite de 
matéria ou energia estranha que o ambiente pode suportar sem alterar suas 
características básicas e essenciais. 
. Dever de a administração pública estabelecer os limites. 
. O estado cria determinados padrões ambientais para que a “indústria” siga. A partir 
desses standards ambientais, ele leva em conta a capacidade do nosso corpo ou do 
ambiente de suportar certas substâncias que porventura ali existam. 
. Esses estudos muitas vezes acabam virando normas técnicas. 
. Exemplo: qual a capacidade do nosso corpo de suportar uma quantidade Y de agrotóxico? 
. Exemplo: CONAMA tem uma Resolução que estabelece padrões de qualidade da água 
para a balneabilidade. 
3) Princípio do poluidor-pagador (PP): 
. Poluir mediante pagamento? NÃO. 
 . Em verdade, esse princípio tem que ser visto em dois pontos de vistas: (i) 
preventivo, segundo o qual esse princípio irá nos dizer que o direito ambiental precisa 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 
 
criar regrar jurídicas para prevenir o dano ambiental; (ii) repressivo, em que se busca a 
responsabilização pela poluição. 
. ECO/92: Princípio 92 
. Planos de Observação: 
. Preventivo. 
. Repressivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. EXEMPLO PRÁTICO: vou buscar mecanismos econômicos que desestimulem alguma 
atividade do setor econômico que polua muito. 
 
 
 
 
 
 
. A ideia por trás desse princípio é de que: se eu poluo, eu preciso ser responsabilizado 
por essa poluição que eu causei, podendo essa sanção surgir de forma preventiva ou de 
forma repressiva, no viés da responsabilidade ambiental. 
. Na Constituição Federal de 1988, encontramos o princípio previsto no art. 225, §3º: 
“§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danoscausados”. 
. Esses custos de degradação agregados ao poluidor-pagador, devem ser agregados ao 
custo produtivo, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos 
ambientais. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 
 
. A ideia aqui não é ser porta aberta de estímulo a poluição, visto que a poluição aqui neste 
caso deverá acontecer dentro dos limites de tolerância previstos na legislação ambiental. 
4) Princípio do usuário-pagador: 
. Usuário-pagador busca, como sendo usuário de algum recurso ambiental, arque com o 
custo, MESMO QUE NÃO TENHA CAUSADO POLUIÇÃO. 
 . Se prende ao próprio uso. 
 . Exemplo: uso racional da água. – Cobrança pela utilização deste recurso natural, 
ainda que sem poluição. 
 
5) Princípio da prevenção: 
. Buscar restringir/desestimular/limitar uma atividade cujo risco ou perigo ambiental é 
concreto e certo. 
. Há certeza da ocorrência do dano (risco in concreto). 
. Previsão Legal: 
. Estocolmo/72 (Princípios 14, 15, 17 e 18). 
. Rio/92 (Princípios 4, 8, 11, 14, 17, 18 e 19). 
. Exemplo: exigência de estudo ambiental para o licenciamento de atividade apta a causar 
degradação ao ambiente. 
6) Princípio da precaução: 
. Na dúvida se aquela atividade causa ou causará um grande impacto ao meio ambiente, 
proteja o meio ambiente e proíba que esta atividade seja executada ou imponha medidas 
para elidir/reduzir os riscos ambientais. – IN DUBIO PRO AMBIENTE. 
 . O STJ já tem vários julgados aplicando esse princípio. 
. Previsão no princípio 15 da Declaração do Rio (ECO/92). 
. Inversão do ônus da prova: 
 . Aquele a quem se imputa o dano ambiental (efetivo ou potencial) é quem deve 
suportar o ônus de provar que sua atividade não traz risco. – Informativo STJ 418. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 
 
. Pressupostos: 
 . Falta de evidência científica (incerteza) a respeito do dano temido. 
 . Possibilidade de que condutas humanas causem danos coletivos vinculados a 
situações catastróficas que podem afetar o meio ambiente. 
. OBS: a Declaração do Rio de 192 não tem natureza jurídica de tratado internacional para 
o Brasil, sendo uma espécie de compromisso mundial ético. 
7) Princípio da participação (= Princípio democrático): 
. Esse princípio, na verdade, reforça a necessidade de participarmos dos movimentos 
democráticos de tomada de decisões políticas ambientais. 
 . É um direito e um dever ao mesmo tempo. 
. Relação com as audiências públicas e ações populares tutelando o meio ambiente. 
 
. Todos nós temos direito a nos informar quem é a empresa que está fazendo uma obra X, 
por exemplo. – INFORMAÇÃO PÚBLICA E TRANSPARENTE. 
 . Se não estiver direta/pública, posso fazer uma petição requerendo tal acesso. 
 
 
 
 
 
. Exemplo: necessidade de realização de audiências públicas em licenciamentos 
ambientais mais complexos, nas hipóteses previstas na Resolução CONAMA 09/1987. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 
 
8) Princípio da informação ambiental: 
 
 
 
 
 
 
. Informa a atuação da Administração Pública, notadamente no que concerne aos órgãos 
e entidades ambientais, que ficam obrigados a permitir o acesso público aos documentos, 
expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer 
todas as informações ambientais que estejam sob sua guarda. 
9) Educação ambiental: 
 
10) Princípio da integração (= Princípio da ubiquidade): 
 
. Reforça a ideia de que o tema do Meio Ambiente tem que ser colocado em vários 
contextos. O tema ambiental precisa ser transversal. Com isso, consegue – se fazer 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 16 
 
mudanças significativas em obras públicas, em projetos públicos, de forma a pensar no 
Meio Ambiente. 
. É preciso se pensar no design da política pública de forma conjunta com a variável 
ambiental. 
 . Exemplo: o Minha Casa Minha Vida tem impacto no Meio Ambiente. Programa que 
oferece moradia. O impacto desse programa reside na necessidade de criação de espaço 
de moraria, mas esse espaço de moradia, o mercado entendeu sobre expansão sobre áreas 
verdes dentro de centros urbanos, ou seja, ao invés de eu reaproveitar o solo já construído 
eu fiz uma aquisição de terreno, construí mais e desmatei mais, isso faz pressão sobre 
áreas verdes dentro das cidades. Tem benefícios e malefícios. A variável ambiental não foi 
pensada no projeto do MCMV. 
. Não há como se pensar em Meio Ambiente de modo restrito/compartimentalizado. É 
preciso dialogar com outras áreas. 
11) Princípio da proibição do retrocesso ambiental: 
. As garantias de proteção ambiental, uma vez conquistadas, não podem retroagir/não 
podem ser extirpadas do mundo jurídico brasileiro. 
. Obsta medidas legislativas e executivas. 
. No anterior Código Brasileiro tínhamos as APP’s (AREAS DE PRESERVAÇAO 
PERMANENTE, que são de vários tipos). 
 . A mais famosa eram as margens de rios. Antigamente as APP’s só podiam ir 1km 
de cada margem de alguns rios. – Hoje esse 1km foi modificado para 500 metros. HOUVE 
OU NÃO RETROCESSO AMBIENTAL? Uma coisa é diminuir a área protegida, outra coisa é 
desproteger uma área. Aqui então algumas pessoas entendem que não houve retrocesso, 
MAS algumas outras indicam que houve. 
. Objetivo: 
. Preservar o bloco normativo (constitucional e infraconstitucional) já consolidado 
no ordenamento jurídico, impedindo ou assegurando o controle de atos que venham 
provocar a sua supressão ou restrição dos níveis de efetividade vigentes dos direitos 
fundamentais. 
 
ORDEM CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE 
1) Tratamento na CF/88: 
A) Algumas referências expressas na CF/88: 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
. Art 5º, LXXIII – ACP “ambiental”. 
. Art. 23, VI – Competência Comum. 
. Art. 24, VI e VII – Competência Concorrente. 
. Art. 129, III – Função institucional do MP (proteção do M.A.). 
. Art. 170, VI – Princípio da Ordem Econômica. 
. Art. 182 — Política Urbana no Brasil. 
. Art. 200, VIII – Meio Ambiente do Trabalho. 
. Art. 225 – Centro do Sistema Constitucional do Meio Ambiente. 
2) O art. 225 da CF/88: 
 
 
 
 
. Todos têm direito = todo ser humano. 
. Bem de uso comum do povo = ele não necessariamente será público ou privado, pode ser 
tanto um quanto o outro. 
 . A compreensão dos bens ambientais tem aplicação idêntica tanto em relação aos 
bens públicos quanto aos privados. 
 . O ônus protetivo ao meio ambiente, mesmo em propriedade privada, pertence ao 
proprietário. - O art. 225 da CF/88 deixa claro que tanto o Poder Público, quanto a 
coletividade tem o dever de defender e preservar o meio ambiente. Ocorre que, existem 
bens de uso comum do povo que estão inseridos em uma propriedade privada. Nesse caso, 
é o proprietário quem vai proteger diretamente esse bem, sendo um tutor daquele 
recurso ambiental e possuindo responsabilidades sobre esse determinado bem. Claro que 
isso não exclui a necessidade do Poder Público e de toda a coletividade de proteger esse 
bem, mas quem vai exercer esse dever de modo direto é o proprietário. 
. Essencial à sadia qualidade de vida = direito fundamental. 
. Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo = O estado precisa fiscalizar e 
proteger o meio ambiente, mas essa defesa não deve ser feita só pelo estado, mas por toda 
a coletividade e para isso temos alguns instrumentos, como por exemplo, Ação Civil 
Pública. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 18 
 
. Presentes e futuras gerações = esse dever de defender e preservar tem relação com as 
futuras gerações, é a importância intergeracional dada ao direito ambiental, portanto 
protegemos o meio ambientepara o presente e para as futuras gerações. 
A) Deveres do poder público: 
. Primeiro parágrafo: 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico 
das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
. Foi por causa desse inciso que foi criada a Lei 11.105/05 – Lei Biossegurança (OGM’s) 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes 
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente 
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos 
que justifiquem sua proteção; 
. Para extinguir uma unidade de conservação é necessário seguir o princípio da 
legalidade estrita, somente é possível por lei. A ideia é dificultar a supressão de 
unidades de conservação. A criação pode ser feita mediante decreto. 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade; 
. É uma orientação para que se o poder público estiver diante de uma construção, será 
incumbido a ele o estudo prévio acerca do impacto ambiental. Para que esse estudo seja 
obrigatório a obra precisa ter significativo impacto ambiental (afinal esse estudo tem alto 
custo). Aqui no Brasil esse estudo está regulamentado pelo CONAMA que tem um 
papel importante no Licenciamento Ambiental. 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente; 
. A educação ambiental é um meio para se chegar a um fim. O que se quer aqui é a 
conscientização ambiental. Se essa conscientização ambiental vier pela educação, 
maravilha! Mas, as vezes ela vem através do bolso, ou seja, através de uma multa. 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a 
crueldade. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 
 
. O tema do bem-estar do animal ganhou força por causa desse artigo da Constituição. Mas 
o que se discute é: o que é crueldade? Conceito muito abstrato. 
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo 
final, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à 
incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em 
relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do 
inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o inciso 
II do caput do art. 155 desta Constituição. 
. Demais parágrafos: 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei. 
. O que é a recuperação que a Constituição fala? É o mesmo que restauração? 
. ”Recuperação” – Restituição do ecossistema degradado a uma condição não 
degradada, que pode ser diferente da sua condição original (art. 2º, XIII, SNUC). 
. “Restauração” – Restituição do ecossistema degradado o mais próximo possível 
da condição original (art. 2º, XIV, SNUC). Para que isso seja possível, muitas vezes é 
exigido, antes da licença ambiental ser dada, um Plano de Recuperação de Área Degradada 
– PRAD. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
. Esse parágrafo vai tratar bastante do tema da responsabilidade ambiental. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma 
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
. A ideia desse parágrafo é muito mais trazer à tona biomas brasileiros importantes e vai 
fazer que tenhamos a necessidade de regular esses biomas, por isso temos leis reservadas 
a isso. 
. É importante entender que embora esses biomas estejam destacados na 
Constituição isso não torna tudo que estejam neles propriedades públicas. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
. Toda terra devoluta é um bem do poder público e como um bem do poder público 
pode ser comercializada. Mas, as terras devolutas reservadas a proteção do 
ecossistema não podem ser vendidas. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 20 
 
. Terras devolutas = terras públicas sem destinação pelo poder público e que em 
nenhum momento integraram o patrimônio de um particular. 
. Toda terra devoluta está conectada a algum dos biomas listados no parágrafo 
4°, principalmente a Amazônia. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em 
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
. Não é proibido ter usina nuclear no Brasil, mas o local em que ela for estabelecida 
precisa estar disposta em lei federal. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se 
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam 
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, 
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos 
animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017) - Parte final 
do inciso VII do § 1º deste artigo = crueldade dos animais. 
. Esse parágrafo estabelece uma exceção ao que não seria uma prática cruel com animal. 
A prática desportiva tem que ser uma manifestação cultural, um bem de natureza 
imaterial (regulamentado), um patrimônio brasileiro, disposto em lei específica. 
3) Competências constitucionais ambientais: 
. A competência comum (art. 23, III, IV, VI, VII e XI, e parágrafo único) é aquela que diz 
que todos os entes da nossa federação (união, estados e municípios) podem criar políticas 
públicas e podem exercer o poder de polícia, ou seja, todos os entes da federação estão 
obrigados pela Constituição a: 
. Proteger o Meio Ambiente; 
. Combater a Poluição em qualquer das suas formas; 
. Preservar: 
. Florestas 
. Fauna 
. Flora 
. Registrar, Acompanhar e Fiscalizar a concessão de direitos de pesquisa e exploração 
de Recursos Hídricos e Minerais em seus territórios. 
. A temática ambiental é competência comum. Todos os entes têm competência para 
atuar na política ambiental, não para legislar. É o que chamamos de competência de 
atuação material, ou seja, dar a esses entes a capacidade de ter o poder de polícia 
ambiental. 
. Exemplo: fiscal do IBAMA entrando em fazenda. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 
 
. Mas, para além disso, a União, Estados e DF, tem o direito de legislar concorrentemente 
sobre Competência Concorrente (art. 24, VI, VII e VIII): 
. Florestas; 
. Caça; 
. Pesca; 
. Fauna; 
. Conservação e defesa do Recursos Naturais; 
. Proteção do Meio Ambiente; 
. Controle da Poluição; 
. Proteção do Patrimônio:Histórico, Cultural, Artístico, Turístico e Paisagístico. 
. No âmbito da competência concorrente a União vai criar o que chamamos de 
Normas Gerais, e os Estados Membros e DF vão poder criar as Normas 
Suplementares, as quais vão se basear nos conceitos abstratos das Normas Gerais 
criadas pela União. 
. Então, diante de uma situação em que a União criou uma Norma Geral, os Estados 
Membros e DF poderão suplementar uma Norma Geral criando ou complementando, ou 
seja, fazendo o que denominamos de Competência Suplementar Complementar. 
. Exemplo: temos uma política nacional do meio ambiente, a Bahia tem uma política 
estadual do meio ambiente. 
. Então vamos utilizar dos conceitos gerais que a União criou para criar e 
regulamentar essa matéria em termos estaduais, isso é fruto da Competência Suplementar 
Complementar. 
. O §4° do art. 24 fala que a norma estadual que foi criada supletivamente vai 
ser suspensa naquilo que for contrário ao que a União criou. 
. Exemplo: o Município proibindo restaurantes usarem produtos plásticos, pode? 
Inconstitucional, do ponto de vista prático, é uma norma municipal que regula duas 
matérias: meio ambiente e direito do consumidor. Essas matérias são de competência da 
União, Estados e DF, na competência concorrente. - É preciso observar os limites de 
atuação do Município, se é local ou não. - Venda de canudo ou distribuição não é matéria 
de interesse local, pois esse consumo não necessariamente tem a ver com interesse local, 
a não ser que naquele município específico há um impacto absurdo da venda de canudo 
plástico. 
. Se essa lei fosse em um município que tem área de preservação ambiental forte: 
na Ilha de Fernando de Noronha, Morro de São Paulo, faria muito mais sentido sua análise 
jurídica. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 22 
 
. Mas há situações especificas em que a Norma Geral não existe, o que fazer? Nesse 
caso, o Estado está autorizado pela Constituição a fazer uso da Competência 
Suplementar Supletiva, ou seja, o Estado Membro pode criar uma Lei Estadual com 
conteúdo de Norma Geral, exemplo: não temos no Brasil uma legislação que traga uma 
metodologia de cálculo de emissão de CO2 durante a cadeia produtiva, a Bahia se quiser 
pode criar uma lei sobre isso. 
. Os municípios também têm com base no art. 30 da Constituição a possibilidade de 
legislar sobre matéria do meio ambiente, desde que esta lei seja relacionada ao interesse 
municipal e que complemente uma lei da União ou do Estado sobre aquela matéria. 
 
POLÍTICA E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
1) Introdução: 
. “Política Ambiental” se confunde com: 
. Movimentos articulados do Poder Público com vistas a estabelecer os 
mecanismos capazes de promover a utilização de recursos ambientais de forma mais 
eficiente possível. 
. Atuação da administração pública na tutela do meio ambiente. – Uma aula 
que se relaciona muito com direito administrativo. 
. Não posso pensar apenas no poder público federal, já que a proteção do 
ambiente é uma competência comum de todos os entes da federação (que tem 
obrigações constitucionais de proteger o meio ambiente e criar leis que alcancem esse 
objetivo). 
. Política Ambiental Federal: Lei Federal nº 6938/81. – Dispõe sobre a POLÍTICA 
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. – É o enfoque maior do nosso estudo, já que essa lei trará 
as normas gerais que os estados e municípios devem obedecer no que se refere a temática 
ambiental. 
 . É uma lei anterior a CF/88, aplico ou não? Já que a CF revolucionou a forma 
como o estado brasileiro se importa com o ambiente? – EM QUE PESE SEJA UMA LEI 
ANTERIOR A NOSSA CF, OS INSTRUMENTOS DESSA LEI SÃO MUITO MODERNOS, O 
QUE VAI A REBOQUE NAQUILO QUE JÁ SE FALAVA NO MUNDO INTEIRO SOBRE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. – FOI UMA LEI RECEPCIONADA INTEIRAMENTE 
POR NOSSA CF. 
. Política Ambiental Estadual: Lei Estadual nº 10.431/06. 
. Política Ambiental Municipal (Valença/Ba): Lei Complementar Mun. Nº 01/13 (Decreto 
nº 2128/16). 
2) Conceitos básicos da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA: 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 
 
A) Conceitos Importantes (Art. 3º): 
. Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
 . Meio ambiente natural: o que importa é compreender como algo que será objeto 
do estudo. – O meio ambiente pode ser compreendido em diversas acepções, como meio 
ambiente artificial, do trabalho etc. – MAS, ESSE AQUI TERÁ O RECORTE DO MEIO 
AMBIENTE NATURAL. 
. Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio 
ambiente. 
 . Qualquer alteração “para pior” das características do meio ambiente, significa 
uma degradação ambiental. 
 . Exemplo: vulcão entra em erupção, e ao fazer isso em uma região específica, a 
larva ao descer queima florestas abaixo do vulcão, que desaparecem. HOUVE AQUI UMA 
ALTERAÇÃO ADVERSA DAS CARACTERÍSTICAS DO MEIO AMBIENTE. 
. Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente (para Diogo, essa atividade teria o recorte de ser HUMANA): 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos; 
. OBS: uma fumaça expelida de uma fábrica não necessariamente será poluição, 
pois pode estar dentro dos padrões permitidos, podendo ser uma consequência natural 
do seu processo de produção, de modo que não atinge os requisitos elencados acima. 
. Essas consequências não precisam ser cumulativas para estar configurada a 
poluição/degradação ambiental. 
. Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta 
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 
 . Exemplo: um banco que financia a empresa que está causando degradação 
ambiental, ele será responsável indiretamente pelo dano, estando, portanto, no rol de 
poluidor também. – Por isso os bancos têm tido muito mais projetos de proteção ao meio 
ambiente, para não serem enquadrados como rol de poluidores. 
 . Poluindo de forma direta ou indireta, a responsabilização se estende. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 24 
 
. Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
 . Recursos do meio ambiente natural. 
. Art. 3°, Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA): 
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio 
ambiente; 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; 
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta 
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, oselementos da biosfera, a fauna e a flora. 
 
3) Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA): 
A) Instrumentos (art. 9°, PNMA): 
. O que o Poder Público (estadual, federal e municipal) pode fazer para tutelar/proteger o 
meio ambiente. – O art. 9° traz um cardápio de ferramentas para serem utilizadas neste 
sentido. 
 
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público 
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante 
interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 
 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis 
- IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o 
Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. 
B) Fixação de padrões de qualidade ambiental: 
. Decorrência lógica do princípio da capacidade de suporte/limite, ou seja, o poder público 
tem a obrigação de fixar aquilo que significa os padrões de qualidade ambiental 
adequados para se realizar alguma atividade econômica. 
. Fixados pelo CONAMA (art. 8º, VI e VII). 
. Importante vetor de Segurança para a Administração (fixação de metas e condicionantes 
no licenciamento) e População (planejamento dos empreendimentos de acordo com 
padrões técnicos). 
 . Surgem como uma forma de balizar a população como um todo (qual o padrão 
técnico aceito), e para a própria administração pública que fixa metas e condicionantes 
especialmente para o licenciamento da atividade ambiental. 
 . Exemplo: pode usar agrotóxico na produção de seu morango, mas isso deverá ser 
feito no padrão X. 
C) Zoneamento ambiental (= zoneamento ecológico econômico): 
. União, Estados, Município e DF. 
. Vai fazer com que esses 4 entes da federação, peguem o seu território e reparta 
ele em áreas que são pré-definidas para a realização de algumas atividades econômicas 
ecológicas. – Exemplo: aqui na Bahia, na sua região oeste, o agro predomina. Também 
temos no sul da Bahia uma área predominante de produção de celulose etc. – ISSO NÃO 
QUER DIZER QUE, POR EXEMPLO, TENHO QUE TER EXCLUSIVIDADE DO AGRO NA 
REGIÃO OESTE. O QUE SE QUER DIZER É QUE SE TEM UMA PREDOMINÂNCIA, o que 
possibilita a criação de normas de licenciamento ambiental mais flexíveis, um olhar mais 
cuidadoso ecologicamente, tudo caminhando para um desenvolvimento sustentável. 
. Estabelece as diretrizes gerais, objetivos e aspectos que devem ser levados em 
consideração para fixação de zonas de proteção ambiental. 
. Divide-se o território em parcelas nas quais se autoriza determinadas atividades ou se 
interdita de forma total ou parcial. 
. Não substituiu o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano nos 
municípios). 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 26 
 
. O zoneamento deverá ser aprovado por lei, observada a seguinte divisão: zonas de 
uso estritamente industrial, zonas de uso predominantemente industrial, zonas de uso 
diversificado e zonas de reserva ambiental. 
 . Zonas de uso estritamente industrial: destinam-se, preferencialmente, à 
localização de estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, 
ruídos, vibrações, emanações e radiações podem causar perigo à saúde, ao bem-estar e à 
segurança das populações, mesmo depois da aplicação de métodos adequados de controle 
e tratamento de efluentes, nos termos da legislação vigente. 
. Quando se tratar de delimitação e autorização de implantação de 
zonas de uso estritamente industrial que se destinem à localização 
de POLOS PETROQUÍMICOS, CLOROQUÍMICOS, CARBOQUÍMICOS, 
BEM COMO A INSTALAÇÕES NUCLEARES E OUTRAS DEFINIDAS EM 
LEI, A COMPETÊNCIA SERÁ EXCLUSIVA DA UNIÃO, OUVIDOS OS 
ESTADOS E MUNICÍPIOS. 
 . Zonas de uso predominantemente industrial: destinam-se, 
PREFERENCIALMENTE, à instalação de indústrias cujos processos, submetidos a métodos 
adequados de controle e tratamento de efluentes, não causem incômodos sensíveis às 
demais atividades urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações. 
 . Zonas de uso diversificado: 
D) Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente: 
. Decorrência direta do princípio e direito à Informação ambiental. 
. Lei Federal que regular essa temática é a de nº 10.650/13. – Regula o acesso público aos 
dados e informações existentes nos órgãos e entidades do SISNAMA. 
. A ideia é que eu possa criar um mecanismo de informar as pessoas o que está 
acontecendo com o ambiente que ela tem algum tipo de relação. 
. Isso aqui no Brasil não é muito corriqueiro em muitos municípios, que não têm costume 
de seguir essa publicização de dados. 
E) Cadastro Técnico Federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental: 
. Registro Obrigatório para monitoramento. 
. Se você for uma entidade que desenvolva atividades consideradas por: 
. Desenvolver atividades consideradas por lei como potencialmente poluidoras. 
. Utilizador de Recursos Ambientais. 
. Praticar atividades de Defesa Ambiental 
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para 
registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre 
problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e 
instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de 
Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a 
atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização 
de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e 
subprodutos da fauna e flora. 
 
F) Servidão ambiental: 
. Art. 9-A da PNMA: 
 
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento 
público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o 
uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos 
ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. 
§ 1o O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes 
itens; 
I - memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos um ponto de amarração 
georreferenciado; 
II - objeto da servidão ambiental; 
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor; 
IV - prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental. 
§ 2o A servidão ambientalnão se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima 
exigida. 
§ 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, 
a mesma estabelecida para a Reserva Legal. 
§ 4o Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente: 
I - o instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental; 
II - o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental. 
§ 5o Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula 
de todos os imóveis envolvidos. 
§ 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos 
casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites do 
imóvel. 
§ 7o As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 
4.771, de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão 
ambiental. 
. Objetivo da servidão ambiental: preservar, conservar ou recuperar os recursos 
ambientais existentes. 
. Proprietário ou possuidor do imóvel, que podem ser pessoa física/natural ou jurídica, 
são as pessoas que podem instituir a servidão ambiental. – OU SEJA, DIFERENTE DA 
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA (EM QUE É O PODER PÚBLICO QUE INSTITUI), A 
SERVIDÃO AMBIENTAL É INSTITUÍDA PELO PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DE 
IMÓVEL. 
. Instituída mediante anuência do órgão ambiental competente. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 
 
. Instituída por um instrumento público, particular ou TAC firmado perante 
um órgão. 
. O proprietário rural voluntariamente renúncia em caráter permanente ou temporário o 
direito de uso de exploração ou supressão de recursos existentes na sua propriedade 
. Necessidade de averbação no cartório de Registro de Imóveis na matrícula do 
imóvel, para dar a publicidade necessária (uma pessoa quando comprar aquele imóvel 
terá conhecimento de que naquela área verde está instituída a servidão, de modo que ele 
não poderá tocar ali). 
. Não pode ser instituída em APP ou Reserva Legal. 
. A servidão não pode ser em área inferior àquela da Reserva Legal. 
. Não se confunde com servidão administrativa do Direito Administrativo. 
. Prazo mínimo da servidão temporária é de 15 anos. 
G) Concessão florestal: 
. Regulamentada em uma Lei específica, nº 11.284/06. 
. Seria uma delegação onerosa do direito de praticar manejo florestal sustentável de 
Florestas Públicas. 
. O poder público tem muitas áreas verdes, que precisam ser protegidas. Mas, ele não tem 
como dar conta, na prática, de tudo isso. – Então, basicamente o Poder Público entrega 
uma parcela da floresta para um particular explorar. Mas, p/ ocorrer a referida 
exploração, o proprietário teria que fazer um manejo florestal que é justamente esse 
cuidado com a floresta/plantar o que foi desmatado. Dessa forma, o particular está 
utilizando a Floresta Pública de forma sustentável = concessão florestal. 
. Exemplo: 
. O Poder Público entrega uma floresta para o particular para que ele tenha o direito 
de explorá-la de forma sustentável. Em contrapartida, o particular vai entregar ao Poder 
Público a proteção dessa floresta (cuidar, impedir que outras pessoas entrem, não tirem 
a madeira de forma ilícita etc.). 
. Tecnicamente, essa floresta deveria ter sido protegida pelo Poder Público, mas ele 
resolve que vai obrigar o particular a fazer isso por ele e como contrapartida, ele vai 
permitir que o particular explore a madeira dessa floresta. 
. Neste exemplo então, o Poder Público divide a floresta em 20 “quadradinhos” e 
concede para o particular 20 anos de concessão, deixando como obrigação para o 
particular a proteção da área da floresta concedida. E, em contrapartida, o Poder Público 
permite que, a cada ano, o particular desmate 1 quadradinho. Portanto, ele vai poder 
explorar, de forma sustentável, a madeira da floresta que lhe foi concedida. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
. Ou seja, além de ter a obrigação de proteger a floresta, o particular terá que 
reflorestar aquilo que desmatou. - Ou seja, do ponto de vista prático, as 2 obrigações legais 
vão ser dadas a esses concessionários de floresta (você vai ser obrigado a proteger a 
floresta e a reflorestar aquilo que você desmatou). 
. A madeira, que é fruto desse tipo de manejo sustentável, é uma madeira que tem 
um alto valor no mercado e por isso seria um grande instrumento. Porém, o Brasil usa 
pouco. 
. Em 20 anos ele teria matado todos os "quadradinhos", mas também já teria 
replantado tudo o que desmatou até ali. - Ela se tornaria uma floresta sustentável. 
H) A TCFA: 
. Não é um instrumento administrativo, é fiscal/tributário. 
. Taxa de controle e fiscalização ambiental. – Taxa que toda entidade que tem uma licença 
ambiental concedida pelo IBAMA precisa pagar. 
. Art. 17-B do PNMA. 
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA, cujo fato gerador é 
o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA para controle e fiscalização das atividades 
potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais." 
. Sujeito Passivo: Todo aquele que exerça as atividades constantes no Anexo VIII da PNMA. 
. Obrigação acessória (art. 17-C): entrega ao IBAMA de relatório de atividades até 31 de 
março de cada ano. 
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades constantes do Anexo 
VIII desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) 
§ 1o O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de março de cada ano relatório 
das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido pelo IBAMA, para o fim de 
colaborar com os procedimentos de controle e fiscalização. 
§ 2o O descumprimento da providência determinada no § 1o sujeita o infrator a multa 
equivalente a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da exigência desta. 
. Isenção da TCFA (art. 17-F): 
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, 
estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de 
subsistência e as populações tradicionais. 
4) Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA: 
A) Contexto: 
. Lei 6938/81 (PNMA). 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 30 
 
. Influência do “National Enviromental Policy Act” norte-americano. 
. Conjunto de órgãos/instituições, vinculadas ao Poder Executivo que são encarregados 
da proteção ao Meio Ambiente. 
. Níveis Federal, Estadual e Municipal. 
B) Órgãos do SISNAMA: 
. Do ponto de vista federal, haverá uma divisão de órgãos da seguinte forma: 
 
 
C) Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (órgão consultivo e 
deliberativo): 
. Objetivo: 
. ASSESSORAR, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes e políticas 
governamentais para o Meio Ambiente; e 
. DELIBERAR (criar normas de caráter geral e abstrato), no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o Meio Ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. 
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e 
melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, 
assim estruturado: 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 
 
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a 
finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticasgovernamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
. Principais Competências (art. 8º da PNMA) 
. Estabelecer normas e critérios para o licenciamento. 
. Determinar e apreciar o EIA/RIMA. 
. Editar normas (resoluções) e padrões de qualidade ambiental. 
 
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de 
atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado 
pelo IBAMA; 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis 
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, 
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para 
apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou 
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas 
patrimônio nacional. 
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais 
concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por 
veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios 
competentes; 
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade 
do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os 
hídricos. 
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do 
Conama. 
 
. Órgãos do CONAMA: 
 
 
 
 
 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 32 
 
D) IBAMA (órgão executor): 
. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. 
. Autarquia Federal - Lei nº 7735/89. 
. Atribuições do IBAMA (art. 2º da Lei 7735/89): 
. Exercer o Poder de Polícia Ambiental; 
. Executar Ações das PNMA, referentes às atribuições federais relativas 
a Licenciamento Ambiental; 
. Controle da Qualidade Ambiental; 
. Autorização de uso dos recursos naturais; 
. Fiscalização, Monitoramento e Controle ambiental a partir de diretrizes do MMA; 
. Executar ações supletivas de competência da União 
E) Instituto Chico Mendes (órgão executor): 
V - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto 
Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; 
. Realiza o poder de fiscalização nas unidades de conservação federal. 
. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes. 
. Autarquia Federal - Lei 11.516/07. 
. Atribuições previstas no art. 1º da Lei 11.516/07. 
F) Cooperação administrativa entre órgãos do SISNAMA: 
. Instrumentos de Cooperação (art. 4°, Lei Complementar 140/11): 
. Consórcios Públicos. 
. Convênios, acordos de cooperação técnica. 
. Podem ser firmados por prazo indeterminado. 
. Criação de: 
. Comissão Tripartite Nacional; - Para resolver problema ambiental que está 
relacionado a mais de um ente da federação. 
. Comissão Tripartite Estadual; e 
. Comissão Bipartite do DF. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 33 
 
. Fundos Públicos e Privados. 
. Delegação de Atribuições de um ente federativo para o outro. 
. Delegação de Execução de Ações Administrativas de um ente para outro 
. Delegabilidade de atribuições: 
. Art. 4º, V da LC 140/11: 
 
Art. 4o Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação 
institucional: 
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei 
Complementar; 
. Requisitos (art. 5º) - Disciplina como pode ocorrer a delegação de competência. 
. Órgão Ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem 
delegadas; - EXEMPLO: se o município quiser efetivamente receber uma delegação de 
competência para licenciar do estado, ele deverá ter um órgão ambiental capacitado para 
tal. 
. “Órgão Capacitado”: Aquele que possui seus técnicos próprios ou em consórcio, 
devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações 
administrativas a serem delegadas. 
. OBS: o estado-membro, normalmente, tem grande capacidade de licenciar 
empreendimentos. Mas, em algumas situações, ele pode delegar essa competência para os 
municípios, o que é possível mediante o art. 4° da lei supracitada, desde que se cumpra os 
requisitos do art. 5°. 
. Conselho do Meio Ambiente. 
5) Sistema estadual de proteção ambiental (Bahia): 
. Órgão Central: 
. Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA). 
. Órgão Deliberativo e Consultivo: 
. Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM) – Lei Estadual nº 10.431/06. 
. Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH (Recursos Hídricos) – Lei 
Estadual nº 11.612/09. 
. Órgão Executor: 
. Antigo CRA. 
. Extinção do IMA (Meio Ambiente) e INGÁ (Gestão de Águas). 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 34 
 
. Criação do INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Lei 
Estadual nº 12.212/11. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
1) Noções introdutórias: 
. É mais um dos importantes instrumentos para a consecução da Política Nacional do Meio 
Ambiente, listado no inciso IV, do art. 9° da Lei 6.938/1981. 
 . É um corolário da determinação constitucional direcionada ao Poder Público para 
controlar a poluição (art. 225, §1°, V) e uma manifestação do poder de polícia ambiental. 
A) Licenciamento x Licença ambiental: 
. Licenciamento Ambiental: Procedimento administrativo ambiental. 
. O licenciamento ambiental é o complexo de etapas que compõe o 
procedimento administrativo, o qual objetiva a concessão de licença ambiental. Dessa 
forma, não é possível identificar isoladamente a licença ambiental, visto que esta é uma 
das fases do procedimento. 
. Licença Ambiental: Ato resultante do procedimento de licenciamento ambiental. 
. Sob a ótica do direito administrativo, a licença é espécie de ato administrativo 
“unilateral e vinculado, pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os 
requisitos legais o exercício de uma atividade”. Com isso, a licença é vista como ato 
declaratório/autorizativo e vinculado. 
. Não se pode empreender no Brasil de forma a agredir o meio ambiente. E uma das 
filtragens mais importantes que temos para evitar grandes desastres ambientais, é o 
licenciamento ambiental. 
. Todo empreendedor busca do órgão ambiental competente a licença ambiental (ato 
administrativo autorizativo). 
. Todo licenciamento ambiental necessariamente vai gerar uma licença ambiental? NÃO. 
 . Isso reforça uma característica muito importante do licenciamento ambiental 
vistas no tópico seguinte. 
B) Fundamentos do Licenciamento Ambiental: 
. Caráter Preventivo (Princípios da Precaução e Prevenção). 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 
 
 . Se o estado verifica que aquele empreendimento que você quer fazer está em 
desacordo com as normas ambientais, ele tem a obrigação legal de negar a licença 
ambiental. 
. Não se pode dar uso ao “bem de uso comum do povo” sem pedir autorização do Estado. 
C) Licença Ambiental e Discricionariedade Administrativa: 
. Ato administrativo em caráter definitivo (cujo cancelamento pode gerarao particular 
direito a receber indenização). 
. Enorme carga de discricionariedade na decisão final de concessão da licença 
(desenvolvimento sustentável). 
. A licença ambiental é ato vinculado (pressupostos de fato estão vinculados a um texto) 
ou discricionário (dão liberdade ao gestor público, e pressupõe que haja uma autorização 
por lei, pautada na análise de conveniência e oportunidade)? 
 . Reconhece-se que há uma enorme carga de discricionariedade sobre concessão 
ou não da licença ambiental. 
. Podemos afirmar que a licença ambiental - enquanto licença - deixa de ser um ato 
vinculado para ser um ato com discricionariedade sui generis. Isso porque deve ser 
salientado, como sustenta Érika Bechara, que “a não vinculatividade do Poder Público 
deve-se ao fato de que o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) não oferece uma resposta 
objetiva e simples acerca dos prejuízos ambientais que uma determinada obra ou 
atividade possa causar. É um estudo amplo, que merece interpretação, em virtude de 
elencar os convenientes e inconvenientes do empreendimento, bem como ofertar as 
medidas cabíveis à mitigação dos impactos ambientais negativos e também medidas 
compensatórias. Não se trata de formalismo simplório, sem teor ou conteúdo 
interpretativo”. 
2) Procedimento do Licenciamento Ambiental: 
A) Art. 10, Res. CONAMA 237/97: 
. Esse passo-a-passo é focado no âmbito federal, mas que também é seguido na 
maioria das vezes pelos estados e municípios do Brasil que tenham capacidade de 
licenciar. 
. PRIMEIRO PASSO, por incrível que pareça, não é apresentar requerimento ao órgão 
ambiental. O primeiro passo é a definição dos Documentos, projetos e estudos 
necessários. – Isso vai estar no site do órgão ou deverá ser solicitado ao órgão um 
TERMO DE REFERÊNCIA. 
. Uma vez reunidos os documentos acima, será possível então realizar o 
requerimento de Licença ambiental (PUBLICIDADE). – Esse requerimento, uma vez 
apresentado, precisar ser publicizado ao público em geral. – Isso favorece o princípio da 
participação pública. – TODO LICENCIAMENTO AMBIENTAL É PÚBLICO. Dentre os 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 36 
 
documentos apresentados, deverão constar 2 que são imprescindíveis, se for o 
caso: 
. Certidão da Prefeitura Municipal dizendo que aquele empreendimento 
pode ser construído naquele local. – Algumas prefeituras chamam esse documento de 
LICENÇA URBANÍSTICA. 
. Autorização para Supressão de Vegetação. – É uma outra licença para os casos 
em que, por exemplo, para construir o prédio eu precise derrubar árvores. 
. Análise dos Documentos, Projetos e Estudos. 
. Solicitação de Esclarecimentos e Complementações (sobre os Documentos, Projetos e 
Estudos). 
. Audiência Pública. 
 . É obrigatória em todos processos de obtenção de licença ambiental? Não. 
 . Ela pode ocorrer, e se assim for, será mais ou menos nesse momento. 
 . Existirão algumas situações em que ela será obrigatória: quando o órgão quer; 
quando o MP quer; ou quando 50 ou mais pessoas querem. 
. Solicitação de Esclarecimentos e Complementações (sobre as Audiências Públicas). 
. Emissão de Parecer Técnico Conclusivo e, quando couber, Parecer Jurídico. 
. Deferimento ou Indeferimento (PUBLICIDADE). 
 . Publicidade para toda a população. 
. O prazo para este procedimento depende de vários fatores: qualidade dos estudos 
apresentados; da atividade do órgão etc. 
B) Procedimentos específicos para as licenças ambientais? 
. Entes federativos podem criar regras específicas, para, por exemplo, facilitá-las de forma 
a atrair alguma atividade econômica. 
. A ideia é ter a licença ambiental e a fiscalização ocorra depois. 
. Competência dos Entes Federativos. 
. Fundamentos a considerar (art. 12, CONAMA 237/97): 
. Natureza, Características e Peculiaridades da atividade ou empreendimento; e, 
. Compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, 
implantação e operação. 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 
 
 
. Necessidade de criar critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de 
licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e 
programas voluntários de gestão ambiental. (Art. 12, §3º CONAMA 237/97) 
C) Procedimentos simplificados de licenciamento ambiental: 
. Competência dos Entes federativos, após aprovação pelos respectivos Conselhos de Meio 
Ambiente. 
. Único processo de licenciamento ambiental para: (art. 12, §2º CONAMA 237/97) 
. Empreendimentos ou atividades de pequeno potencial de impacto ambiental; 
. Aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo 
órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo 
conjunto de empreendimentos ou atividades. 
3) Estágios do Licenciamento Ambiental: 
. Licença Prévia 
Licença de Instalação 
Licença de Operação (= Licença de Funcionamento) 
A) Licença prévia: 
. Res. CONAMA 237/97, art. 8º, I. 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
. Aprova a Localização e Concepção do Projeto: 
. Atesta a viabilidade ambiental; e 
. Estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas 
fases de implementação. 
. Validade de até 05 anos (art. 18). 
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de 
licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes 
aspectos: 
 DIREITO AMBIENTAL – 2023.1 – PROF. DIOGO GUANABARA - FBD 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 38 
 
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo 
cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. 
 
. Uma vez que o empreendedor tem a licença prévia ele tem a garantia de uma aprovação 
da localização e concepção daquele empreendimento. 
. Exemplo: eu tenho um terreno em Praia do Forte e quero construir um Parque 
Aquático. Faço um projeto, estudos, e entro com requerimento de licenciamento 
ambiental. Primeiro eu peço a licença prévia. Essa licença aprova a Concepção do Projeto, 
atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de implementação. 
. Porém, com essa licença não pode construir ainda. Só significa que os órgãos 
ambientais concordam que nesse terreno existe a chance de ter um parque aquático. 
B) Licença de instalação: 
. Res. CONAMA 237/97, art. 8º, II: 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de 
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, 
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual 
constituem motivo determinante; 
. Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade. 
. Deve estar de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. 
. Validade de até 06 anos. – Art. 18, II, CONAMA 237/97: 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não 
podendo ser superior a 6 (seis) anos. 
. É o segundo degrau do procedimento. Quando concedida, dá o direito de instalar o 
empreendimento. 
. Instalar=construir.- Deve estar de acordo com as especificações constantes dos 
planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes. 
C) Licença de operação: 
. Res. CONAMA 237, art. 8º III:

Outros materiais