Buscar

Matéria digitada constitucional I

Prévia do material em texto

O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo, que estuda a 
organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias fundamentais. O Direito 
Constitucional está inserido no Direito Público e pode ser chamado de Direito Público fundamental, 
pois se ocupa da lei fundamental e principal do Estado, ou seja, a Constituição. O Direito Público se 
caracteriza pela existência de normas cogentes, impositivas ou de ordem pública. Essas normas não 
admitem disposição em contrário, ainda que haja acordo entre as partes. 
 O Direito Constitucional claramente baseia-se na constituição para delinear a sua aplicação 
eficaz. O objeto de estudo do Direito Constitucional é a constituição e as normas constitucionais, 
diante da sistemática do ordenamento jurídico dos Estados e de discussões sobre os valores estatais, a 
eficácia das normas constitucionais, técnicas e interpretação do texto constitucional (Hermenêutica 
Constitucional), costumes e defesa de direitos fundamentais. Os principais conteúdos tratados pelo 
Direito Constitucional e pelas constituições dos Estados são: os direitos e garantias fundamentais; a 
estrutura e organização do Estado e de seus órgãos; o modo de aquisição e a forma de exercício do 
poder; a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas e os objetivos 
socioeconômicos do Estado. 
 
Constitucionalismo 
 
 O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como principal 
característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, com o 
objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. 
O Neoconstitucionalismo surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como fruto do movimento do 
Pós positivismo, tendo como marco teórico a Teoria da Força Normativa da constituição. O 
principal objetivo do Neoconstitucionalismo é buscar uma maior eficácia da constituição, 
principalmente dos direitos fundamentais. A experiência vivida na Segunda Guerra levou à 
elaboração de novas formas de se abordar o direito, que fossem menos preocupadas com o positivismo 
jurídico e mais preocupadas com a dignidade da pessoa humana. Em resumo, o Neoconstitucionalismo 
objetiva assegurar uma maior eficácia dos direitos fundamentais, limitando o poder do Estado e 
exigindo dele o cumprimento integral do que está prescrito no texto constitucional. A constituição 
tem força normativa para transformar a realidade. 
 
Conceito de Constituição 
 
 Conceito Sociológico, por Ferdinand Lassale. Constituição não é uma folha de papel, é a soma dos 
fatores reais de poder que emanam da sociedade. Todo estado tem uma constituição. 
 
Conceito Político de constituição por Carl Schmitt: constituição é uma decisão política fundamental 
tomada pelo povo. Constituição ≠ lei constitucional. 
Na concepção de Niklas Luhmann, a constituição é um acoplamento estrutural entre o direito e a 
política, considerada como a lei máxima da sociedade. Portanto, o que viabiliza a conexão entre o 
direito e a política, como ciência da organização, administração e estruturação das vontades populares 
nos Estados Democráticos, é a constituição. 
Kelsen, em sua concepção de constituição do sentido jurídico (ou jurídico positivo), cria o ideal da 
Concepção Jurídica hoje adotado no ordenamento jurídico brasileiro. A constituição é, portanto, o 
pressuposto de validade de todas as leis e atos normativos, ou seja: para que uma lei seja válida, ela 
precisa estar de acordo com a constituição. Constituição é uma lei mais importante de todo o 
ordenamento jurídico. Mas Kelsen vai além, fala de um sentido lógico-jurídico onde ele diz que 
acima da constituição existe uma norma fundamental hipotética com o único mandamento: cumpra a 
constituição. 
 
Teoria da Constituição 
 
Objeto do Direito Constitucional 
O Direito Constitucional que didaticamente deve ser considerado ramo do Direito Público tem 
por objeto o estudo da Constituição Federal, assim compreendida como conjunto de normas cuja 
função é ordenar o funcionamento do Estado sobre a qual será aplicada. 
 
Constituição em sentido formal 
Diz-se que uma norma é formalmente constitucional quando estiver contida no documento 
escrito denominado constituição. 
OBS: art. 5º, § 3º. Os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que tenham sido 
aprovados segundo as formalidades exigidas na CF são equivalentes a emendas constitucionais. Isso 
não quer dizer, todavia, que devam ser considerados formalmente constitucionais, pelo fato de não 
integrarem o corpo da constituição. 
 
Constituição em sentido material 
A CF deve se ocupar, prioritariamente, da organização do Estado, da organização dos 
poderes, bem como dos direitos e garantias individuais dos cidadãos. Tais disposições compõem 
o núcleo de toda e qualquer constituição e, por isso, são qualificadas como normas materialmente 
constitucionais. 
Obs. Art. 5º § 3º. Excepcionalmente existirão normas materialmente constitucionais não formalmente 
constitucionais, isto é, possuem estatura de constituição, mas não integram seu corpo, é o caso dos 
tratados internacionais aprovados segundo as formalidades da CF. 
 
Conceito de Constituição 
Constituição é o documento escrito (sentido formal), fruto dos trabalhos de uma Assembleia 
Constituinte, que tem por escopo estabelecer a regulação mínima do Estado ao qual se aplica, devendo 
conter, necessariamente, disposições relativas aos direitos e garantias individuais, sobre a organização 
administrativa e sobre o funcionamento dos poderes (sentido material). 
 
Constitucionalismo 
O constitucionalismo deve ser compreendido como o movimento histórico em que um 
documento legal escrito, denominado constituição, outorgou garantias aos cidadãos, ao mesmo tempo 
impôs limites à atuação do estado. 
 
Neoconstitucionalismo 
Com o término da 2ª guerra mundial em 1945 a sociedade intensifica a busca por novos direitos. 
Não bastava mais uma constituição que se limitava a garantir a pessoa do indivíduo. Surge então, nesse 
contexto, a demanda por direitos sociais que na constituição brasileira estão previstos no art. 6º. Vê-
se, pois, que o neo foi sem dúvida um enorme avanço em relação ao constitucionalismo. 
 
Dimensões ou Gerações de Direitos 
 
1ª) Direitos e garantias individuais (Constitucionalismo) 
2ª) Direitos Sociais 
3ª) Novos Direitos 
 
 
 
 
Neoconstitucionalismo 
Classificações ou Tipologia das Constituições 
 
Quanto à origem 
- Outorgada 
- Promulgada 
O verbo outorgar no contexto da tipologia das constituições significa imposição pela força. 
Considera-se então outorgada a constituição que não encontra amparo junto à população sobre a qual 
recairá. É, em suma, ilegítima. 
 Por outro lado, considera-se promulgada a constituição produto de uma Assembleia Nacional 
Constituinte, onde os parlamentares, representantes do povo, reúnem-se com o propósito específico de 
aprovar uma constituição. A constituição promulgada é democrática, legítima, por ser fruto da vontade 
popular. 
 Obs: A constituição é um documento composto por 3 partes distintas: o preâmbulo, o corpo e a 
ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 
O preâmbulo, segundo a jurisprudência do STF não possui carga normativa (não é lei), servindo, na 
verdade, como vetor axiológico, isto é, como diretriz interpretativa da qual não podem se desviar o 
intérprete. 
 
Quanto à forma 
- Costumeira ou Consuetudinária 
- Escrita 
 É costumeira a constituição cujas normas decorrem das práticas experimentadas na sociedade. 
Não é a regra dos dias de hoje. 
 Escrita é a constituição reunida formalmente num só documento escrito.Quanto à extensão 
- Sintética 
- Analítica 
 São sintéticas as constituições que se limitam a dispor sobre a organização do Estado, a 
separação dos poderes e os direitos e garantias individuais. 
 Por outro lado, são analíticas as constituições que tratam de assuntos não materialmente 
constitucionais e, por isso, tornam-se prolixas. 
 
Quanto ao conteúdo 
- Formal 
- Material 
 
Quanto ao modo de elaboração 
- Histórica: É histórica a constituição que se forma a partir da tradição constitucional. 
- Dogmática: É dogmática a constituição que reúne num só corpo escrito as correntes ideológicas 
existentes ao tempo da sua elaboração. 
 
Quanto à alterabilidade 
- Rígida 
A rigidez constitucional decorre da imposição de procedimento próprio, mais dificultoso e 
complexo para que se promova emenda à constituição. 
A rigidez da Constituição Brasileira decorre das normas constantes do art. 60 CF/88. A título 
de exemplo, o § 1º do referido artigo proíbe que seja apresentada ou discutida PEC (proposta de 
emenda à constituição) na vigência de intervenção federal. Isso porque a intervenção é sinônimo de 
“crise institucional” e enquanto permanecer esse estado não há ambiente para modificações na Lei 
Maior. 
Importa salientar que a constituição pode ser alterada por duas formas: 
1º) Alteração formal, feita através de emenda à constituição (EC), art. 60, CF/88 
2ª) Alteração informal, se revela por um fenômeno chamado mutação constitucional. 
 A alteração formal modifica o texto escrito, quer seja para criar novas disposições 
constitucionais, para modificar as já existentes ou para suprimir parte do texto da constituição. (Art. 
171 CF/88) 
Na alteração informal, materializada pela mutação constitucional, o texto escrito não é alterado, 
o que se altera é a interpretação dada ao texto escrito. (Art. 226 § 3º CF/88). Somente o STF promove 
mutação constitucional. 
 
- Flexível 
Sua alteração se faz pela mesma forma que se alteram as leis ordinárias 
 
- Semirrígida 
 Nesse caso, o que for materialmente constitucional poderá ser alterado através de PEC, o que 
for formalmente constitucional alterar-se-á por lei ordinária. 
 
OBS: Super-rígida: 
Para Alexandre de Moraes a CF/88 é super-rígida, tendo em vista que o art. 60 § 4º consagra 
as denominadas Cláusulas Pétreas, isto é, matérias que não podem ser suprimidas do texto 
constitucional. 
 
 
Concepções possíveis de Constituição 
 
1) Concepção sociológica 
Teórico: Ferdinand Lassale 
A sociedade produz força normativa pela sua própria existência, sendo correto afirmar que nela 
existem fatores reais de poder. Esses fatores devem ser reproduzidos numa eventual constituição sob 
pena de o documento escrito não corresponder à realidade. Uma constituição desconexa com a 
realidade é mera folha de papel e por isso destituída de eficácia normativa. 
 
2) Concepção política 
Teórico: Carl Schimitt 
Politicamente a constituição deve ser entendida como um documento capaz de reunir as decisões 
políticas fundamentais tomadas no seio de uma sociedade num determinado momento de sua história. 
À semelhança do que ocorre na concepção sociológica, vê-se que na concepção política a constituição 
é fruto e reflexo da sociedade. 
 
3) Concepção jurídica 
Teóricos: Hans Kelsen e Konrad Hesse 
A constituição, por ser a lei fundamental de um Estado, é a responsável por inaugurar um novo Estado 
de Coisas, isto é, o advento de uma constituição marca o início da forma de ser do Estado e da sociedade 
onde será aplicada. 
A concepção jurídica destoa das concepções sociológica e política, uma vez que para ela o Estado e a 
sociedade são seus frutos e ao mesmo tempo reflexos. 
 
 
4) Concepção culturalista 
A constituição deve ser compreendida como o documento formal capaz de reunir as ideologias aceitas 
pelos grupos titulares dos fatores reais de poder, desde que decorra de uma decisão política 
fundamental capaz de atribuir-lhe força normativa primeira, servindo assim como fundamento de 
validade do próprio estado. 
 
Constituição dirigente ou social 
 
José Joaquim Gomes Canotilho é defensor da ideia de uma constituição dirigente, social, também 
denominada programática, cuja principal característica é conter metas e programas que deverão ser 
atingidos, implementados pelo poder público. 
A realização das metas depende, contudo da existência de recursos (princípio da reserva do possível) 
sem os quais os programas concebidos não passarão de desejos constitucionais. 
Marcelo Neves em crítica às constituições dirigentes assevera que a existência de metas difíceis ou 
impossíveis de serem atingidas podem importar no total descrédito da constituição dirigente, uma vez 
que a sua eficácia ficará em xeque. 
Independentemente da crítica prevalece o entendimento de que a constituição dirigente é melhor do 
que uma constituição liberal, que é aquela que põe o estado na condição de mero espectador. 
 
Elementos da constituição brasileira 
 
1) Elementos Orgânicos 
Consideram-se orgânicas as normas que regulam o estado e o poder, traçando a partilha de 
competências entre os entes federativos. Ex: Título IV, que fala da organização dos poderes. 
2) Elementos Limitativos 
São limitativas as normas que protegem os cidadãos da atuação do Estado, posto que as ações 
governamentais encontrarão barreira nos direitos e garantias fundamentais. 
3) Elementos Estabilizadores 
A CF contém regras que visam garantir a estabilidade da federação ou a sua própria. São exemplos da 
estabilidade da federação: a previsão de intervenção federal (art. 34), decretação de estado de defesa 
(art. 136) e decretação de estado de sítio (art. 137). Como exemplo de estabilização da própria 
constituição pode ser citado o art. 60, que trata do processo de modificação da constituição pela via 
das emendas. 
4) Elementos Ideológicos 
A Constituição Brasileira, que é dogmática, reúne diversas ideologias distintas que, na maioria das 
vezes, convivem em harmonia. Essas ideologias acabam por refletir as diferenças existentes na 
sociedade plural. 
5) Elementos formais de aplicação 
São elementos formais de aplicação o preâmbulo e o ato das disposições constitucionais transitórias 
(ADCT), cuja função é servir de parâmetro interpretativo da constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poder Constituinte 
 
Poder Constituinte Originário 
O poder constituinte originário (PCO) é inicial, incondicionado, ilimitado e não se esgota com a 
confecção de um texto constitucional, tendo em vista que também é permanente. O poder constituinte 
originário tudo pode e só encontra limite no direito natural que é inerente à toda e qualquer sociedade. 
 
Poder Constituinte Derivado 
Denomina-se derivado o poder que tenha sido constituído pelo originário. Uma nova constituição ao 
organizar os poderes do estado acaba por constituí-los, atribuindo-lhes forma e regulando seus modos 
de agir. 
 
- Poder Constituinte Derivado Decorrente 
A doutrina afirma que o poder constituinte derivado decorrente é verificado pela possibilidade 
atribuída aos estados membros de se auto regularem por meio de suas próprias constituições desde que 
estas estejam de acordo com os princípios estabelecidos na Constituição Federal. 
- Poder Constituinte Derivado Reformador 
A constituição regula o seu próprio meio de alteração com o objetivo de evitar a sua fossilização. Se 
assim não fosse, a cada necessidade de alteração formal do texto constitucional teríamos de convocar 
o poder constituinte originário. 
A constituição atribui ao Congresso Nacional a titularidade do poder constituinte derivado reformador. 
 
Obs.: 
O PoderConstituinte Supranacional decorre da autoridade dos tratados internacionais aos quais os 
países tornam-se signatários por vontade própria. Surge assim a ideia de uma “constituição 
internacional”. 
 
- Poder Constituinte Derivado Revisor 
O poder constituinte originário, ciente da necessidade de colher os resultados da aplicação prática da 
constituição, concebeu o poder derivado revisor atribuindo-lhe a função de repassar o texto 
constitucional após cinco anos da sua promulgação promovendo as adequações necessárias. 
A revisão foi realizada em 1994 e resultou na aprovação de 6 emendas de revisão. 
Com a revisão, o poder revisor se esgotou, sendo-lhe vedado nova manifestação. Além disso, quando 
da sua atuação, se viu limitado pelas mesmas regras que limitam o poder reformador. 
 
Métodos de Interpretação Constitucional 
 
A doutrina justifica a existência de uma hermenêutica constitucional em razão de a constituição servir 
como fonte e fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico. Mas não é só. A existência 
dessa hermenêutica encontra justificativa, ainda, no fato de as normas constitucionais terem a natureza 
de preceitos abertos, isto é, conceito jurídicos indeterminados cujo real sentido e alcance serão 
encontrados quando da aplicação prática do texto constitucional. 
A hermenêutica compreende métodos e princípios, todos de caráter interpretativo, que auxiliam na 
busca da maior efetividade da constituição. 
 
- Método Jurídico ou Hermenêutico Clássico 
O presente método se utiliza dos elementos interpretativos clássicos, quais sejam: 
a) Elemento literal ou gramatical: o intérprete tem de tomar como ponto de partida o texto 
escrito, dele extraindo o seu sentido léxico, isto é, o sentido ou significado de cada um das 
palavras constantes do texto, tal como atribuído pelos dicionários. Embora seja imprescindível, 
a doutrina afirma que o método literal ou gramatical é pobre por restringir a atividade do 
intérprete ao texto escrito, tolhindo-o de levar em consideração outras circunstâncias 
interpretativas. 
b) Elemento Histórico: as constituições, enquanto fruto dos trabalhos do poder constituinte 
originário, refletem em seus textos a realidade histórica que existe ao tempo em que foram 
editadas. Desse modo, deve o intérprete, a partir da leitura do texto, buscar compreender as 
razões que deram fundamento à redação do texto constitucional. 
c) Elemento Sistemático: a constituição deve ser compreendida como um conjunto harmonioso, 
capaz de comtemplar disposições que tratam de matérias distintas, sem que essas previsões 
colidam umas com as outras. 
d) Elemento Teleológico: ao interpretar a constituição, deve ser buscado pelo intérprete qual o 
propósito, qual a real intenção do legislador constituinte. 
 
Os doutrinadores concordam que os elementos acima apresentados não se excluem mutuamente. Pelo 
contrário. Integram-se na busca do melhor resultado interpretativo possível. 
 
- Método Tópico-problemático ou Método da Tópica 
No presente método, o intérprete tem como ponto de partida o caso a ser solucionado, parte então da 
compreensão das peculiaridades fáticas para, em seguida, buscar na constituição uma solução 
adequada. 
A quem diga que essa aproximação dos fatos antes da compreensão do texto constitucional pode 
prejudicar a necessária imparcialidade do julgador. 
 
- Método Hermenêutico Concretizador 
Aqui, o caminho é o inverso do visto anteriormente. No primeiro momento, o intérprete busca 
compreender toda a extensão do texto constitucional para, em seguida, aplicar a solução ao caso 
concreto. 
 
- Método Científico-espiritual 
A constituição brasileira é a fonte primeira do nosso direito e consagra em seu corpo as diversas 
ideologias que prevaleciam ao tempo da sua promulgação. A constituição é, pois, a base da ciência do 
direito no Brasil. A constituição traduz ainda, os ideais da sociedade brasileira. Pelo método em 
questão, cabe ao intérprete chegar a um resultado que preserve o Direito enquanto ciência e as 
ideologias da população brasileira. 
 
- Método Normativo-estruturante 
- Método da Comparação Constitucional 
 
Princípios da hermenêutica constitucional 
 
- Princípio da supremacia constitucional 
A constituição serve como fonte e fundamento de validade para todos os outros atos normativos, 
devendo ser entendida assim como norma suprema. 
O princípio da supremacia justifica a existência do controle de constitucionalidade, que consiste no 
método de verificação de compatibilidade das leis infraconstitucionais quando confrontadas com a lei 
superior. A lei que se revelar incompatível com a constituição será reputada nula e, por isso, incapaz 
de produzir efeitos. 
 
 
 
- Princípio da força normativa 
As disposições constitucionais são dotadas de força normativa o que significa dizer que a constituição 
é lei em estado puro, capaz assim de regular situações, criar direitos e impor obrigações. Não existe 
norma constitucional destituída de eficácia. 
 
- Princípio da unidade 
A constituição, enquanto conjunto ordenador do estado e da sociedade, deve ser interpretada em toda 
a sua extensão, como um todo, como um sistema que não comporta conflitos internos. 
 
- Princípio da interpretação conforme 
O intérprete deve preferir o resultado que se revele conforme a constituição. As leis 
infraconstitucionais devem ser compreendidas a partir da constituição, não sendo válida a interpretação 
que subverta esta ordem. Diante de vários resultados interpretativos distintos deve o intérprete optar 
pelo que melhor reflete o querer constitucional. 
 
- Princípio da presunção de constitucionalidade 
As normas constitucionais originárias, que são aquelas promulgadas em 5 de outubro de 1988, são 
absolutamente constitucionais. Não havendo norma originária inconstitucional. 
O mesmo não pode ser dito quanto as demais normas. Estas nascem presumidamente constitucionais. 
Trata-se, contudo, de presunção relativa, que pode ser afastada pelo judiciário caso declare sua 
inconstitucionalidade. 
Este princípio tem por objetivo conferir segurança jurídica, pois, se assim não fosse, as instituições e 
a sociedade teriam facilidade para descumprir o ordenamento jurídico toda vez que desconfiassem da 
sua validade. 
 
- Princípio da máxima efetividade 
Jose Joaquim Gomes Canotilho ao elaborar o princípio da máxima efetividade agiu pensando na 
ineficácia das disposições constitucionais sobre direitos sociais. Passou o autor, assim, a defender a 
ideia de que a inércia do poder legislativo em legislar sobre direitos sociais, bem como a inércia do 
poder executivo de implementar políticas públicas no campo social, poderiam ser supridas por decisão 
judicial que retiraria do texto maior sua máxima eficácia. 
 
Eficácia e Aplicabilidade das normas constitucionais 
 
- Normas de eficácia plena 
São de eficácia plena as normas constitucionais que não necessitam de nenhuma regulamentação 
infraconstitucional para que produzam seus efeitos. Tais normas são de aplicabilidade imediata e 
integral. 
- Normas de eficácia contida 
As normas de eficácia contida, contível ou restringível, são de aplicabilidade imediata e a princípio 
integral. Admite-se, no entanto, que lei ou ato normativo infraconstitucional imponha limitação ao 
direito assegurado pela norma constitucional. Vale frisar que limitação aqui não significa, 
necessariamente, redução de direitos, podendo se manifestar pelo condicionamento ao exercício do 
direito. 
- Normas de eficácia limitada 
As normas constitucionais limitadas dependem necessariamente de regulamentação 
infraconstitucional para que adquiram aplicabilidade. 
 
 
 
Direitosfundamentais 
 
 
Art. 5º – Direitos Individuais e Coletivos 
Art. 6º ao 11 – Direitos Sociais 
Art. 12 e 13 – Direitos de Nacionalidade 
Art. 14 a 16 – Direitos Políticos 
Art. 17 – Partidos Políticos 
 
Conceito 
Jose Afonso da Silva afirma que são fundamentais os direitos indispensáveis à liberdade, à promoção 
e à interação da pessoa humana na sociedade em que se insere. 
 
Características dos Direitos Fundamentais 
 
a) Universalidade 
Toda e qualquer pessoa humana, brasileira ou estrangeira, que se encontre em solo nacional tem a 
prerrogativa de proteção dos seus direitos fundamentais. Esta afirmação decorre diretamente da 
expressão “todos são iguais perante a lei” contida no art. 5º, caput da CF. 
 
b) Imprescritibilidade 
Os direitos fundamentais não prescrevem, não deixam de existir com o passar do tempo. São garantias 
que acompanharão a pessoa humana por toda a sua vida e, em alguns casos, até mesmo após a morte. 
 
c) Inalienabilidade 
Os direitos fundamentais não podem ser alienados em toda a sua extensão, sendo admitido, no entanto, 
comércio parcial ou temporário. 
 
d) Relatividade 
Nenhum direito fundamental é absoluto. 
 
e) Irrenunciabilidade 
A pessoa humana, embora transigir sobre seus direitos fundamentais, não pode deles abrir mão, pelo 
fato de serem irrenunciáveis. 
 
f) Concorrência 
É bastante comum que, numa determinada situação concreta, concorram, no sentido de disputar, dois 
ou mais direitos fundamentais. 
Verificada a concorrência caberá ao intérprete ponderar os valores em jogo e, ao final, decidir qual 
deles prevalecerá sobre o outro. 
 
g) Historicidade 
Os direitos fundamentais são adquiridos e ampliados com o passar do tempo, de modo que a história 
da humanidade se confunde a história dos direitos fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
Direitos individuais 
 
Art. 5º, I – Isonomia ou Igualdade 
A CF garante tratamento igualitário a todos os brasileiros por força da garantia ou princípio da 
isonomia ou igualdade. Existem situações peculiares, entanto, que justificam tratamento diferenciado. 
Isso porque, às vezes, é necessário tratar desigualmente para igualar. 
 
Art. 5º, II – Reserva Legal 
A vida, no estado democrático de direito, deve ser livre, somente sendo válidas as limitações impostas 
por lei. 
A reserva legal ou legalidade também é oposta ao estado, que só poderá fazer aquilo que estiver 
autorizado por lei. 
A democracia também se caracteriza pela submissão do estado às suas próprias leis, bem como pela 
necessidade de um poder específico tomar as decisões políticas fundamentais, qual seja, o poder 
legislativo. 
 
Art. 1º, III - Dignidade da Pessoa Humana 
Desdobra-se em igualdade e liberdade. 
 
Igualdade 
 
Liberdade 
Segundo a doutrina, as liberdades constitucionalmente asseguradas visam permitir a autorrealização 
da pessoa humana, no sentido de conferir-lhe garantias que permitam a sua autopromoção. 
Como nenhum direito é absoluto a liberdade de expressão encontra limite no direito penal, uma vez 
que a ninguém é dado promover discurso de ódio (“hate speech”). 
 
- Liberdade de expressão – Art. 5º, IV 
Qualquer pessoa tem garantido o direito de expor suas ideias sobre qualquer assunto, seja ele de 
interesse público ou particular. A liberdade de expressão não se sujeita à censura prévia, servindo assim 
como importante instrumento de defesa do cidadão perante o Estado. 
A liberdade de expressão é titularizada por qualquer cidadão e, por isso, não consiste em direito 
exclusivo dos jornalistas. Nem poderia ser diferente, tendo em vista que o STF no julgamento do RE 
511.961 afastou a necessidade de conclusão de curso de ensino superior para o exercício da profissão 
de jornalista. 
Se uma publicação causar danos a alguém, responderão pela reparação tanto o autor do escrito ofensivo 
como o veículo de comunicação responsável pela divulgação. Nesse sentido é a Sumula 221 STJ. Em 
razão desse entendimento jurisprudencial outro foi construído, qual seja: o veículo de mídia pode e 
deve se recusar a publicar matérias ofensivas. 
 
• Liberdade de expressão e Marco Civil da Internet 
Nos dias de hoje não dá para esconder a problemática da liberdade de expressão no ambiente virtual. 
Toda e qualquer pessoa pode expressar sua opinião na internet. Ciente dessa realidade o legislador 
estabeleceu o Marco Civil da Internet, por meio da Lei 12.965/14. No contexto da liberdade de 
expressão devem ser analisados os artigos 19 e 21 daquela lei. O primeiro assegura a liberdade e 
impede a censura prévia mas cria mecanismo para que sejam retirados da internet conteúdos ofensivos. 
O segundo preocupa-se especialmente com a retirada dos meios eletrônicos dos conteúdos de caráter 
sexual ou pornográfico, por serem mais danosos à imagem das pessoas. 
 
• Liberdade de expressão e direito de resposta – Art. 5º, V 
O art. 5º, V da CF regulamentado pela Lei 13.188/2015 garante o direito de resposta. Assim, o ofendido 
tem ao seu dispor um mecanismo de defesa voltado à eliminação ou redução dos danos causados pela 
matéria ofensiva. 
O direito de resposta deve ser buscado, inicialmente, na via extra-judicial para, só em seguida, ser 
possível a pretensão judicial. 
 
• Liberdade de expressão e proselitismo 
O proselitismo consiste na crítica religiosa que pode até mesmo ser utilizado como meio de angariar 
fiéis. O STF entende que esta conduta está amparada pela liberdade de expressão desde que não 
configure discurso de ódio. 
 
Ler ADPF 187 – Marcha da maconha, considerado o ápice da liberdade de expressão. 
Ler RE 898450 – Tatuagem, autorização para entrar em concurso público com tatuagem. 
 
Nos primórdios, mais precisamente no movimento denominado constitucionalismo, os direitos 
fundamentais protegiam o cidadão em face do estado o que se convencionou denominar eficácia 
vertical dos direitos fundamentais. 
Com a evolução do âmbito de proteção dos direitos fundamentais surgiu a compreensão de que estes 
também devem ser observados e respeitados nas relações privadas, mesmo que nelas o estado não 
intervenha. Essa nova compreensão foi denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
 
A liberdade de expressão consagrada no art. 5º, IV não protege o anonimato, o que fez o supremo 
concluir que nenhuma investigação criminal ou ação penal pode ser lastreada exclusivamente em 
denúncia anônima. 
Para o STF, havendo delação anônima deve a autoridade policial, informalmente, com a máxima 
discrição, realizar diligencias preliminares para verificar a plausibilidade da comunicação oculta. 
 
• Liberdade religiosa – art. 5º, VI VII e VIII 
 
O Brasil não adota nenhuma religião oficial o que nos permite afirmar que estamos inseridos num 
estado laico. 
Como o estado não tem religião oficial, qualquer cidadão pode escolher ter ou não religião. É dizer 
mais, qualquer um está autorizado a exercer crítica, desde que não odiosa, a qualquer religião. O 
fundamento constitucional do estado laico brasileiro é o art. 19 da CF. 
 
- Liberdade de Locomoção 
 
• Direito de ir e vir – Art. 5º, XV 
Em tempo de paz, é garantida a livre locomoção no território nacional, direito este conhecido 
popularmente como a liberdade de ir e vir. Como nenhum direito ou liberdade é absoluto, a lei 
pode estabelecer condições ou burocracias próprias para que esse direito possa ser exercido na sua 
plenitude. Bom exemplo de burocracia própria é a necessidade de passaporte para que o indivíduo 
possa deixar o país. 
 
- Liberdade de Associação – Art. 5º, XVII a XXI 
Tem origem no associativismo, nos primórdios do estado moderno. 
As disposições constitucionaisque versam sobre a liberdade de associação não permitem que o poder 
executivo, isto é, a administração pública, interfira no funcionamento dessas pessoas jurídicas. 
Excepcionalmente a CF admite a intervenção por obra do poder judiciário. Uma decisão judicial 
denominada tutela provisória ou liminar pode suspender as atividades de uma associação. A dissolução 
das associações só é possível por decisão judicial transitada em julgado, que é aquela contra a qual não 
é mais possível interpor nenhum tipo de recurso. 
As associações têm legitimidade extraordinária para buscarem em juízo a tutela dos interesses de seus 
associados. Faz-se necessário, contudo, que os associados autorizem expressamente as associações à 
representá-los. 
 
- Inviolabilidade de Domicílio - Art. 5º, XI 
A proteção à dignidade da pessoa humana passa, necessariamente, pela proteção do local que a pessoa 
utiliza para sua moradia; tendo em vista que o direito de se recolher, de repousar e de ter intimidade 
privada dependem, necessariamente, de uma casa. 
Para o STF o vocábulo casa deve ser compreendido de maneira ampliada, para que a inviolabilidade 
possa tutelar qualquer espaço que sirva à moradia. 
A inviolabilidade não é absoluta, sendo ressalvada expressamente pelo próprio texto constitucional 
que a consagra. Dentre as ressalvas merece destaque a ordem judicial, que permite que as forças de 
segurança ingressem na casa durante o dia. Alexandre de Moraes, ministro do STF, em trabalho de 
doutrina, entende como dia o espaço de tempo que se inicia às 6h da manhã e se estende até às 18h. 
Trata-se de um critério objetivo e, por isso, facilmente verificado. Outra forma de compreender o que 
é dia é pelo critério físico-astronômico, que entende que o dia se inicia na aurora e se encerra com o 
crepúsculo. O primeiro é a troca da luz da noite pela luz do dia, enquanto o segundo é a troca da luz 
do dia pela luz da noite. Embora seja o critério defendido por diversos doutrinadores há uma inegável 
dificuldade na sua utilização. 
• Lei do mosquito 
A lei 13.301/2016 em seu art. 1º § 1º, IV, garante às autoridades sanitárias o ingresso forçado em 
imóveis abandonados, em que os moradores não estão presentes ou quando os moradores, embora 
presentes, se recusarem a franquear a entrada dos vigilantes. 
Embora não exista posicionamento do STF a respeito da validade dessa lei, a doutrina tem defendido 
a sua constitucionalidade tendo em vista que, pela utilização da técnica de ponderação de valores, a 
inviolabilidade de domicílio deve sucumbir diante da tutela do direito à vida e do direito à saúde 
pública. 
 
- Sigilo de Dados – Art. 5º, XII 
Ao tempo da promulgação da CF, as comunicações travadas entre os cidadãos eram realizadas por 
meio de cartas, telegramas ou telefonemas, sendo essa a razão para a total omissão quanto aos meios 
modernos de comunicação surgidos com a universalização da internet. A apontada omissão, todavia, 
não reduz o âmbito de proteção que a constituição confere aos conteúdos trocados ou transmitidos por 
esses meios modernos. 
Em síntese, pouco importa o meio de comunicação pois a CF garante o sigilo das informações. 
Como nenhum direito é absoluto, a própria CF permite que ordem judicial quebre o sigilo de dados 
desde que para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. 
O sigilo de correspondência protege até mesmo as cartas enviadas ou recebidas pelo preso. Como esse 
direito não é absoluto é que possível decisão judicial autorize a leitura das correspondências. 
 
- Direito de Propriedade - Art. 5º, XXII a XXVI 
A propriedade tutelada pela constituição é a do cidadão em face do Estado. Embora o poder de império 
estatal permita que os entes públicos desapropriem imóveis particulares, a CF exige, em contrapartida, 
justa e prévia indenização em dinheiro. Excepcionalmente quando se tratar de imóvel rural que não 
esteja cumprindo a sua função social a indenização será prévia, mas não em dinheiro e sim por meio 
de títulos da dívida agrária, na forma do art. 184 da CF. 
 
A CF admite a desapropriação sem indenização? 
Sim, nos termos do art. 243. 
 
O que deve ser compreendido por função social da propriedade? 
A CF em seu art. 182 § 2º, trata da função social dos imóveis urbanos, afirmando que ela estará atendida 
quando a propriedade for utilizada conforme as exigências do plano diretor (lei municipal que ordena 
as cidades). 
Quanto aos imóveis rurais, a CF trata da função social no art. 186. 
De um modo geral, e segundo os doutrinadores de direito civil, a função social será atingida quando o 
imóvel receber utilização que dele normalmente se espera e sem que isso ofenda as leis municipais de 
ordenação e as leis ambientais. 
Se cabe à constituição cuidar do direito de propriedade na relação entre os particulares e o poder 
público, cabe ao código civil regrar o direito de propriedade entre particulares. Tanto isso é verdade, 
que os conceitos de propriedade, posse, bem imóvel e direito de vizinhança são tratados pelo código 
civil. 
O direito de herança, garantido pelo art. 5º, XXX é um desdobramento do direito de propriedade, tendo 
em vista que a propriedade que até então pertencia ao morto será transferida aos seus sucessores. 
 
 
Remédios Constitucionais 
 
- Mandado de Segurança – art. 5º, LXIX 
A ação constitucional de mandado de segurança é a maior expressão, no campo civil, do direito 
fundamental à proteção judicial efetiva. O MS é posto pela CF em favor do cidadão para que ele se 
proteja dos atos ilegais praticados pelo estado. A ação constitucional em questão é de natureza 
subsidiária, pois, só será cabível se não couber a impetração de habeas corpus ou habeas data. 
O art. 1º da lei 12016/2009 que regulamenta no plano infraconstitucional o MS, permite a sua utilização 
preventiva ou repressiva. 
O MS será preventivo quando houver fundado receio do cometimento de ilegalidade do poder público. 
Nesse caso, o cidadão se antecipa ao agir estatal potencialmente contrário ao direito. 
Por outro lado, o MS será repressivo quando o estado já houver praticado a ilegalidade. 
Quando o MS for preventivo, a decisão judicial conterá um comando de abstenção, impondo ao estado 
um dever de não fazer. 
Tratando-se de MS repressivo, a ordem judicial retirará do mundo, o ato estatal ilegal, anulando assim 
os seus efeitos. 
A constituição permite tanto a impetração de MS individual, como de MS coletivo. Via de regra, o MS 
será individual quando o ato estatal ilegal impuser dano a uma só pessoa. Se a ilegalidade atingir um 
grupo de pessoas organizadas sob a forma de sindicato, entidade de classe ou associação é preferível 
que seja utilizada a ação coletiva de mandado de segurança, uma vez que um só processo emprestará 
proteção judicial efetiva a toda a coletividade. 
 
O que deve ser compreendido por direito líquido e certo a ser amparado por mandado de segurança? 
 
Segundo Hely Lopes, direito líquido e certo é o que se apresenta de plano, capaz de ser demonstrado 
pelo direito posto ou por prova pré-constituída. 
A imensa maioria dos direitos dependem de prova para que possam ser demonstrados em um caso 
concreto. Esses direitos não poderão ser tutelados por mandado de segurança, mas por ações ditas 
ordinárias. 
 
 
Mandado de Segurança Repressivo e Prazo Decadencial 
 
Prazo decadencial de 120 dias. 
 
A impetração de MS Repressivo deve ser realizada em até 120 dias contados da data em que o ato 
ilegal ou abusivo se tornar público pela publicação no diário oficial do poder público. O mencionado 
prazo é previsto no Art. 23 da Lei 12016/09 e é constitucional segundo a Súmula 632 do STF. 
O transcurso do prazo decadencial não afetao direito líquido e certo do particular. A consequência 
jurídica do seu esgotamento reside no campo processual, uma vez que não será mais possível tutelar o 
direito pelo MS. Esse entendimento foi firmado pelo STF no julgamento do MS 29.108. 
 
 
- Mandado de Injunção – Art. 5º, LXXI 
 
A ação de mandado de injunção (MI) serve à tutela de direitos e prerrogativas previstos na CF, mas 
que não podem ser fruídos pelos cidadãos em razão de inexistência de lei ou ato normativo 
infraconstitucional regulamentador. O MI visa então substituir o legislador que se omitiu quando 
deveria regulamentar uma norma constitucional de eficácia limitada. 
 
A questão mais tormentosa em relação ao MI reside na natureza do pronunciamento jurisdicional que 
reconhece a mora legislativa. 
Antes da lei 13.300/2016, vigorava no STF a teoria concretista geral direta. 
O vocábulo concretista significa que o poder judiciário entregará ao jurisdicionado o direito ou a 
prerrogativa que não podiam ser fruídos por conta da omissão do poder legislativo. 
Geral, no sentido de que todas as pessoas se beneficiariam da decisão judicial, independentemente, de 
ser ou não parte no processo. Para o STF, a eficácia da decisão que reconhecia a mora era para todos, 
ou seja, “erga omnes”. 
Por fim a eficácia da decisão era direta porque o jurisdicionado não dependia mais de nenhuma ação 
do poder legislativo, uma vez que a decisão judicial era capaz de permitir-lhe o gozo do direito ou da 
prerrogativa. 
Com o advento da lei 13.300/2016, a teoria concretista geral direta deixou de ser a adotada no Brasil. 
Isso porque, da conjugação dos art. 8º e 9º percebe-se que o reconhecimento da mora não importará na 
automática materialização do direito e nem mesmo produzirá efeitos “Erga Omnes”. 
A legislação adota, pois, a teoria não concretista, indireta e individual. Não concretista porque 
impede a concessão de plano, do direito vindicado. Indireta porque permite prazo ao poder legislativo 
para legislar. É individual porque a decisão só obrigará as partes envolvidas no processo. 
 
- Habeas data art. 5°, LXXII, CF/88 
O habeas data é instrumento de proteção judicial personalíssimo uma vez que o impetrante só pode 
utilizá-lo para ter acesso a informações ou dados que lhes sejam próprios. É ação condicionada a prévia 
tentativa administrativa de obtenção de informação ou de retificação de dados. Nesse sentido artigo 8° 
da lei 9.507/97. 
Licitação é uma manobra que o governo faz para comprar bens ou contratar serviços. 
 
 
 
 
Ação popular - Art. 5°, LXXIII 
Lei 4717/65 
A ação popular é o remédio constitucional posto em favor do cidadão, assim compreendido o brasileiro 
no pleno gozo dos seus direitos políticos. O objeto da ação popular é a anulação de qualquer ato que 
possa causar lesão ao patrimônio público. Ato lesivo a administração pública não é necessariamente 
ato causador de prejuízo patrimonial ao poder público. 
O ajuizamento de ação popular está submetido ao prazo geral de prescrição contra o poder público que 
é de 5 ano 
s conforme previsto no decreto 20.9010/32. 
 
Ação Civil Pública - ACP - Art. 1°, 7347/85 
Sem prejuízo da ação popular. 
A tutela da administração pública não se esgota pela possibilidade de ajuizamento da ação popular 
tendo em vista que vige no Brasil a lei 7347/85 que trata sobre a ação civil pública. 
Tanto a ação popular como a ACP possuem como objeto a tutela da coletividade, a tutela de tudo que 
é público. A distinção entre essas leis reside na legitimidade ativa. Para a ação popular só o cidadão é 
parte legítima enquanto que para a ACP o artigo 5° da lei 7347/85 prevê extenso rol de legitimados. 
Caso o cidadão, autor da ação popular, dela desista ou dê ensejo a sua improcedência, deve o juiz da 
causa publicar edital convocando outros cidadãos para assumir a lide (processo) ou então o ministério 
público. Vê-se assim que o MP pode prosseguir na ação popular embora não possa ajuizá-la. 
Embora a constituição faça referência a cidadão no singular não há dúvida em doutrina de que um 
grupo de pessoas, todas cidadãs, possa ajuizar ação popular em lites-consorcio-ativo. 
OBS. LITES CONSORCIO É EXPRESSÃO PRÓPRIA DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
QUE INDICA A PLURALIDADE DE PARTES, QUER SEJA NO POLO ATIVO, QUER SEJA 
NO POLO PASSIVO OU EM AMBOS. 
A ação popular não é gratuita. Apenas o habeas corpus e o habeas data gozam de gratuidade 
constitucional. Mas se não houver má-fé por parte do autor da ação popular estará ele isento das custas 
judiciais e do ônus da sucumbência. 
Fisionomia constitucional 
MS – Líquido e certo lei 2016/08 
MI – suprir omissão legislativa lei 13300/16 
HD – Informações ou retificações lei 9507/97 
AP e ACP – Anulação de atos lesivos ao patrimônio público lei 4717/65 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Constitucional Intertemporal 
 
A manifestação do poder constituinte originária se encerra com a promulgação de uma nova 
constituição que estrutura um “novo estado”. O advento de uma nova ordem constitucional possui 
profundos impactos na vida de um estado e, por isso, deve ser estudada sob a nomenclatura de direito 
constitucional intertemporal. 
 
a) Recepção 
O direito pré-constitucional, isto é, aquele que já existia ao tempo do advento de uma nova constituição, 
não é automaticamente revogado. Isso porque existe o princípio da continuidade normativa, 
segundo o qual, um estado não pode sobreviver ao fenômeno do vácuo legislativo. Assim, diante de 
uma nova constituição dar-se-á o fenômeno da recepção, que consiste no aproveitamento dos atos 
normativos infraconstitucionais que sejam materialmente compatíveis com a nova ordem 
constitucional. Vê-se, pois, que a incompatibilidade formal não impede o fenômeno da recepção. A 
título de exemplo calha referir que o código penal é na sua forma o decreto-lei 2.848/40 recebido pela 
CF/88 como se lei ordinária fosse. 
 
b) “Vacatio Constitucionis” 
A expressão “vacatio constitucionis” significa o lapso temporal em que uma nova constituição ainda 
não é aplicada, no todo ou em parte. 
O art. 34 do ADCT estabeleceu vacatio constitucionis com relação ao sistema tributário nacional 
introduzido pela CF/88. Com a promulgação da constituição em 05/10/1988 deu-se a revogação parcial 
da constituição de 67, profundamente modificada pela EC 1/69. Porém, foi emprestada ultra-atividade 
ao sistema tributário por ela estabelecido, o que perdurou até o final de fevereiro de 1989. De 1/03/1989 
em diante a CF/88 passou a vigorar na sua plenitude. Só o constituinte originário pode versar sobre a 
vacatio constitucionis. 
 
c) Repristinação 
Repristinar significa ressuscitar a lei que estava morta pelo fenômeno da revogação da norma 
revogadora. 
A CF/88 não consagrou nenhuma repristinação quando da sua promulgação. No Brasil, no plano 
infraconstitucional, somente é admitida a repristinação expressa, jamais a tácita. 
 
d) Desconstitucionalização 
Uma nova constituição pode promover o rebaixamento de normas da constituição que lhe seja 
imediatamente anterior. Ao ser rebaixada a norma vai perder sua estatura constitucional, passando à 
natureza de lei ordinária. 
 
- Bloco de Constitucionalidade e Supra Legalidade dos Tratados Internacionais sobre Direitos 
Humanos não aprovados conforme art. 5º, §3º CF/88 
 
O denominado bloco de constitucionalidade é composto pela CF/88 (Corpo+ADCT), pelas Emendas 
à constituição e, ainda, pelos Tratados Internacionais que versem sobre Direitos Humanos e que 
tenham sido aprovados por 3/5 dos votos em 2 sessões em cada casa do Congresso Nacional. 
Abaixo do bloco de constitucionalidade situam-se os tratados internacionais que tratam de Direitos 
Humanos,mas que não tenham sido aprovados na forma acima especificada. Esses tratados têm status 
supralegal, eis que não pertencem ao bloco de constitucionalidade, mas são superiores às leis 
ordinárias, complementares, delegadas ou medidas provisórias convertidas em lei. 
Da supralegalidade decorre o controle de convencionalidade, segundo o qual, os atos de hierarquia 
legal devem guardar compatibilidade com os de hierarquia supralegal, sob pena de não produzir 
efeitos. Foi com base da tese da supra-legalidade que o STF editou a Súmula Vinculante nº 25, por 
meio da qual passou a proibir a prisão civil do depositário infiel. 
De tudo isso é possível concluir que a única prisão civil admitida no Brasil é a do devedor de alimentos, 
na forma do art. 5º, LXVII - primeira parte da CF, limitada ao prazo máximo de 3 meses. 
 
e) Mutação Constitucional 
As normas constitucionais podem ser formal ou informalmente modificadas. 
A modificação formal é levada à efeito através das emendas à constituição, na forma do art. 60, CF/88. 
Mutação constitucional é o processo informal de modificação das normas constitucionais, processo 
hermenêutico por meio do qual o intérprete extrai conclusão diversa da anteriormente adotada sem que 
tenha havido alteração no texto escrito. Isto é, a redação constitucional permanece a mesma, mas o 
resultado interpretativo é modificado. 
 
f) Coisa julgada, direito adquirido, e ato jurídico perfeito 
Uma nova constituição, enquanto produto final dos trabalhos do poder constituinte, não pode ser 
limitada e nem mesmo condicionada pela ordem jurídica que lhe antecedeu. 
Desse modo, uma nova carta constitucional não se obriga a respeitar coisas julgadas formadas ao tempo 
de outras constituições e, nem mesmo, aos direitos adquiridos e aos atos jurídicos formados com base 
em regime anterior. 
 
Embora a nova constituição não esteja vinculada à pretérita, suas normas são geralmente dotadas de 
retroatividade mínima. Isso quer dizer que os fatos ocorridos na vigência da constituição anterior serão 
por ela regidos, mas aqueles que ocorrerem na vigência da nova constituição serão regulados 
inteiramente pelo novo diploma. Isso se dá nas denominadas relações de trato sucessivo, isto é, aquelas 
que perduram no tempo e que, por isso, não se esgotam de uma só vez. 
 
 Máxima 
Eficácia Retroativa Média 
 Mínima (CF/88) 
 
 
Direitos de Nacionalidade 
 
Para a doutrina, nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une uma pessoa a um determinado 
país. Pessoa titular de nacionalidade é nacional; pessoa sem nacionalidade é apátrida ou heimatlo; 
pessoa titular de 2 ou mais nacionalidades é polipátrida. 
O Brasil é signatário da Convenção Internacional que aprovou o Estatuto dos Apátridas, tal como 
decorre do Decreto 4246/2002. Isso significa que o Brasil vai emprestar tutela jurídica e social às 
pessoas que não possuem pátria. Tendo ainda assumido a obrigação de não dificultar a aquisição da 
nacionalidade brasileira. 
A nacionalidade pode ser distinguida em originária e derivada. 
O titular de nacionalidade originária brasileira é brasileiro nato. Esta nacionalidade é adquirida 
involuntariamente, decorrendo diretamente das normas constitucionais previstas no art. 12, I. 
O brasileiro nato pode renunciar à nacionalidade brasileira. 
A nacionalidade derivada é adquirida por ato voluntário do interessado. No Brasil, o titular de 
nacionalidade derivada é denominado brasileiro naturalizado. 
Conforme se depreende do art. 12, § 2º, não é permitido que lei estabeleça distinção ou discriminação 
entre brasileiros natos e naturalizados. Só a CF pode tratar de maneira diversa das pessoas. 
 
 
- Brasileiro Nato - Art. 12, I, alíneas “a” “b” e “c” 
 
Nacionalidade Originária ou Primária 
 
1) Art. 12, I, a – Jus Soli 
A nacionalidade originária ou primária, que é adquirida de forma involuntária, tem no art. 12, I, a, a 
sua regra geral consagradora do critério territorial (Jus Soli), segundo o qual, basta que a pessoa tenha 
nascido no Brasil para que seja brasileira nata. Os filhos de estrangeiros também estão sujeitos a esta 
regra geral desde que os seus pais (ao menos um deles) não esteja servindo, aqui no Brasil, ao seu país 
de origem. 
Obs.: O Brasil não adota o modelo de aquisição de nacionalidade pela via do casamento (Jure 
Matrimonii). 
 
2) Art. 12, I, b – Sanguinis 
A constituição brasileira também contempla a nacionalidade originária em razão da consanguinidade 
(Jus Sanguinis), tal como se percebe no Art. 12, I, b. Neste caso, a pessoa nasce no estrangeiro sendo 
filha de pai ou mãe estrangeiro e ao menos um deles se encontra no exterior a serviço do Brasil. Neste 
caso, em que pese a pessoa não ter nascido em território brasileiro, prevalecerá o fato de ser filho de 
brasileiro que está servindo o país no exterior 
 
3) Art. 12, I, c, 1ª parte – Jus Sanguinis + Registro Consular 
A pessoa nascida no exterior, de pai ou mãe brasileira, quando nenhum destes esteja a serviço do Brasil 
terá de ser registrada em repartição consular para que seja considerada brasileira nata. 
 
4) Art. 12, I, c, 2ª parte – Jus sanguinis + Opção por meio de ação 
Também será brasileiro nato aquele que tenha nascido no exterior sem ter sido registrado em repartição 
consular e que opte, depois de atingida a maioridade, por meio de ação de opção de nacionalidade, 
na forma do Art. 63 da Lei 13.445/17, a ser ajuizada perante a uma vara federal do seu domicílio (art. 
109, X, CF). 
Entre o período que o menor venha a residir no Brasil até a data em que completar 18 anos será 
considerado brasileiro nato. A partir dos 18 anos, a nacionalidade originária brasileira ficará suspensa, 
aguardando que o interessado se valha da ação acima referida. 
 
Perda de Nacionalidade 
A nacionalidade originária ou primária pode ser perdida na forma do art. 12 § 4º, II, isto é, quando o 
brasileiro nato, por sua livre e espontânea vontade, naturalizar-se junto a outro país. 
Uma vez perdida a nacionalidade brasileira, na forma do art. 12, § 4º, II, a pessoa poderá readiquirí-la 
na forma do Art. 76 da Lei 13.445/17. Diante da omissão da lei de migração coube ao Art. 254 do 
Decreto 9.179/17 a regulamentação da condição do brasileiro que readquire a nacionalidade brasileira. 
Consta do § 7º, do referido artigo que o deferimento do requerimento de aquisição importa no 
restabelecimento da nacionalidade originária brasileira. O decreto nada mais faz do que positivar a 
doutrina defendida por José Afonso da Silva, Paulo Bonavides e Dirley da Cunha Jr. 
No mesmo sentido da doutrina existem precedentes do STF anteriores a Constituição de 88. 
Alexandre de Moraes, no entanto, tem opinião divergente pois, para este autor, a reaquisição conferiria 
ao brasileiro a nacionalidade derivada ou secundária, tornando-o naturalizado. 
 
Nacionalidade Derivada ou Secundária 
Estrangeiros que tenham interesse na aquisição da nacionalidade brasileira deverão se submeter ao 
processo de naturalização. 
Segundo o Art. 64 da Lei 13.445/17 a naturalização pode ser: ordinária (art. 65), extraordinária (art. 
67), especial (art. 69) e provisória (art. 70). 
Adquirida a nacionalidade brasileira por ato de vontade, a pessoa assumirá a condição de brasileiro 
naturalizado, o que lhe permitirá fruir de todos os direitos conferidos aos titulares de nacionalidade 
originária, exceto as hipóteses em que a constituição (jamais a lei) exigir a condição de brasileiro nato. 
A CF, em seu art. 5º, LI, permite que o brasileiro naturalizado seja extraditado em apenas dois casos, 
a saber: 
- Quando o naturalizado, antes da naturalização, tiver cometido crime comum. 
- Quando, após a naturalização, for comprovado o seuenvolvimento com o crime de tráfico de drogas, 
na forma do Decreto 98.961/90. 
 
 
Direitos Políticos 
 
Os direitos políticos, enquanto direitos fundamentais do cidadão no Brasil, devem ser compreendidos 
como os meios pelos quais o brasileiro participa das decisões fundamentais tomadas na república. 
A participação dos cidadãos numa democracia representativa faz-se, via de regra, indiretamente, por 
meio da eleição de representantes. 
A democracia representativa não afasta, no entanto, a participação popular pela via direta já que o 
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular constituem-se em meios diretos de tomadas de decisões 
políticas fundamentais. 
Os direitos políticos são titularizados pelos denominados cidadãos, sendo correto afirmar que, no 
Brasil, a plenitude desses direitos só é alcançada aos 35 anos, por se tratar da idade mínima exigida 
para que o brasileiro nato concorra aos cargos de presidente e vice-presidente da república, ou para 
que o brasileiro nato ou naturalizado concorra ao cargo de senador. 
A plenitude dos direitos políticos depende do ato formal de alistamento eleitoral, que deve ser 
compreendido, na prática, com a obtenção do título de eleitor na forma prevista no art. 42 e seguintes 
da Lei 4.737/65, que é denominada código eleitoral. 
A idade a que se refere o art. 14, VI é a idade da posse. 
A constituição, embora impeça o conscrito de se alistar, não afasta os militares da vida política do país. 
Tratando-se de limitar que sendo ele alistável poderá ser eleito se atender às exigências previstas no § 
8º do art. 14 da CF. As mencionadas exigências podem ser sintetizadas como a necessidade de o militar 
não exercer, simultaneamente, suas funções e atividades políticas. 
É preciso registrar ainda que o militar em serviço ativo não pode ser filiar a partido político, conforme 
previsão expressa do art. 142, § 3º, V da CF. 
Diante desta vedação, o STF afastou, para os militares ativos, a condição de elegibilidade prevista no 
art. 142, § 3º, V, que consiste exatamente na necessidade de filiação partidária. 
Deve ser registrado ainda que a CF não exige que o militar abandone a carreira para que possa tentar 
a vida política. Assim, se determinado militar for eleito, mas não for reeleito para nenhum outro cargo, 
ele poderá regressar à vida militar. 
 
- Casos de Desincompatibilização – art. 14 § 6º 
A desincompatibilização somente é exigida dos chefes dos poderes executivos das três esferas 
federativas. Mas somente é exigida se as referidas autoridades tiverem a pretensão de concorrer a 
cargos diversos daqueles que ocupam. 
 
- Ativo 
- Passivo

Continue navegando