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Cinemática do Trauma
Processo de análise e avaliação da cena do acidente, com intuito de se estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das lesões resultantes da energia, força e movimentos envolvidos.
As condições de avaliação e o atendimento ao traumatizado podem ser divididos em três fases: pré-colisão, colisão e pós-colisão.
PRÉ-COLISÃO: incluem os eventos que precedem o incidente, como ingestão de álcool e drogas, doenças preexistentes, estado mental do paciente.
COLISÃO: Inicia-se no momento do impacto. Estimar a força de impacto e quantidade de energia transferida para a vítima. Na maioria dos traumas ocorrem três impactos: (1) o impacto dos dois objetos, (2) o impacto dos ocupantes com o veículo, (3) o impacto dos órgãos dentro dos ocupantes.
PÓS-COLISÃO: Começa tão logo a energia da colisão é absorvida e o doente é traumatizado. As informações obtidas reforçam o diagnóstico de suspeita. O socorrista deve traduzir estas informações em previsão de lesões e tratamento adequado.
As lesões podem ser descrita como interações entre o hospedeiro (vítima) e o agente (energia) em um ambiente. O agente (energia) se apresenta em cinco formas básicas: (1) mecânica ou cinética, (2) térmica, (3) química, (4) elétrica, e (5) radiação. A energia mecânica (movimento) permanece como o agente de lesão mais comum e é o agente dos acidentes automobilísticos, quedas, traumatismos penetrantes e por explosão.
As lesões por movimento (mecânicas) são as principais causas de mortalidade por trauma no páis. Sempre considerar a lesão potencial como presente até que esta seja afastada no ambiente hospitalar.
Existem três mecanismos básicos de lesões por movimento:
1. Desaceleração frontal rápida.
2. Desaceleração vertical rápida.
3. Penetração de projétil.
Para possibilitar o estudo do mecanismo do trauma e facilitar o reconhecimento de lesões é necessário que o socorrista conheça alguns princípios fundamentais:
PRIMEIRA LEI DO MOVIMENTO DE NEWTON: Afirma que um corpo em repouso permanecerá em repouso e um corpo em movimento permanecerá em movimento, a menos que uma força externa atue sobre ele.
LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA: afirma que a energia não pode ser criada nem destruída, mas pode mudar de forma. Um objeto em movimento para que ele pare completamente, deve perder toda a sua energia convertendo-a em outra forma de energia, ou transferindo esta energia para outro objeto.
CAVITAÇÃO: Um objeto em movimento atinge o corpo humano, ou quando o corpo humano em movimento atinge um objeto parado. O tecido do corpo humano é arremessado para longe de sua posição original criando uma cavidade.
CAVITAÇÃO TEMPORÁRIA: É causada por estiramento dos tecidos; surge no momento do impacto, os tecidos conservam sua elasticidade e retomam a sua condição inicial.
CAVITAÇÃO PERMANENTE: É causada por compressão ou laceração dos tecidos.
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA (DENSIDADE/ ÁREA DE CONTATO): Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas por um objeto em movimento. Portanto, a quantidade de energia transferida dependerá do tipo de órgão que sofre o impacto. A quantidade de energia transferida que causaria danos na vítima depende da energia do objeto e da densidade do tecido no trajeto da transferência de energia.
Tipos de Trauma
Trauma contuso
O trauma contuso ocorre quando há transferência de energia em uma superfície corporal extensa, não penetrando a pele. Existem dois tipos de forças envolvidas no trauma contuso: cisalhamento e compressão.
O cisalhamento acontece quando há uma mudança brusca de velocidade, deslocando uma estrutura ou parte dela, provocando sua laceração. É mais encontrado na desaceleração brusca do que na aceleração brusca.
A compressão é quando o impacto comprime uma estrutura ou parte dela sobre outra região provocando a lesão. É frequentemente associada a mecanismos que formam cavidade temporária.
Colisão automobilística
A absorção de energia cinética do movimento é o componente básico da produção de lesão. Você deve considerar as colisões de veículo como ocorrendo em três eventos distintos: colisão da máquina, colisão do corpo e colisão dos órgãos internos.
Colisões de veículos ocorrem em várias formas e cada uma delas é associada com certos padrões de lesão. As quatro formas comuns de acidentes com veículos automotores são:
- Colisão frontal: Neste tipo de acidente, um corpo não contido é freado subitamente e a transferência de energia é capaz de produzir lesões múltiplas. Existem grandes probabilidades de traumatismos da cabeça e de coluna cervical. O impacto secundário é com o tórax e abdômen. Quando o joelho é o ponto de impacto, pode ocorrer fratura de fêmur e luxação posterior de quadril. Se o ponto de impacto for a tíbia ocorre danos aos ligamentos do joelho.
- Colisão lateral: Em cruzamentos ou derrapagens os impactos podem ser na lateral do veículo. A porta ou a lateral do veículo pode atingir o ocupante. O braço e o ombro tendem a ser atingidos em primeiro lugar, podendo ocorrer fratura de úmero e de clavícula. Se o braço estiver fora do local de impacto e este atingir o tórax, podem ocorrer fraturas de costelas e estruturas intratorácicas. O abdome também sofre impacto, e as vísceras mais atingidas são o baço do motorista e o fígado do passageiro. O trocanter maior do fêmur pode ser atingido fazendo com que a cabeça do fêmur entre no acetábulo. As fraturas de ilíaco também são comuns. Existe um grande risco de dano à coluna cervical, pois ocorre flexão lateral do pescoço e rotação da cabeça na direção oposta à do tronco.
- Colisão traseira: As duas formas de colisão traseira são: quando o carro parado é atingido por outro veículo em movimento ou quando o carro é atingido na traseira por outro carro deslocando-se mais rápido e na mesma direção. O aumento súbito da aceleração produz deslocamento posterior dos ocupantes e hiperextensão da coluna cervical se o descanso de cabeça não estiver propriamente ajustado. Pode também haver desaceleração frontal rápida se o carro colidir de frente com um objeto ou se o motorista frear subitamente.
- Capotagem: Durante a capotagem, o corpo pode sofrer impacto em qualquer direção, chocando-se com o para-brisa, teto, lateral e assoalho do veículo. O potencial de lesões é grande, inclusive as já citadas acima. A possibilidade de lesões por compressão da coluna vertebral aumenta nesta forma de acidente. Existem mais lesões letais nesta forma de acidente, pois o ocupante tem mais chances de ser ejetado do veículo. O ocupante ejetado do carro tem 25 vezes mais chance de morrer do que os não ejetados.
Motocicletas
Os motociclistas não estão dentro de cabines com equipamentos de contenção. Quando o motociclista é submetido às colisões clássicas, colisões frontais, laterais, de traseira ou capotagens, as formas de proteção são:
- Manobras evasivas.
- Uso do capacete.
- Vestes de proteção (por exemplo, roupas de couro, capacete, botas).
É muito importante que os motociclistas usem o capacete. Os capacetes previnem traumas de cabeça (que causam 75% das mortes). Os capacetes não protegem a coluna e as áreas mais afetadas são cabeça, pescoço e extremidades.
Atropelamentos
As lesões produzidas nos atropelamentos tendem a ser mais graves, pois o pedestre tem menos proteção que o ocupante de um veículo em que a carroceria absorve parte da energia cinética da colisão. O pedestre atingido por um carro quase sempre sofre lesões internas graves, mesmo que o carro esteja à baixa velocidade. O adulto geralmente tem fraturas bilaterais baixas nas pernas ou fraturas de joelho associadas a lesões secundárias que ocorrem quando o corpo atinge o carro e depois o chão. As crianças são mais baixas e o para-choque tem maior chance de atingi-las na pelve ou no tronco. Geralmente caem sobre suas cabeças no impacto secundário. A massa do veículo é tão grande que ocorre transferência de grande quantidade de energia mesmo com baixas velocidades, e se o veículo estiver em alta velocidade, os resultados geralmente são desastrosos.Trauma penetrante
O trauma penetrante tem como característica a transferência de energia em uma área concentrada, com isso há pouca dispersão de energia provocando laceração da pele.
Podemos encontrar objetos fixados no trauma penetrante, as lesões não incluem apenas os tecidos na trajetória do objeto, deve-se suspeitar de movimentos circulares do objeto penetrante. As lesões provocadas por transferência de alta energia, por exemplo, arma de fogo, não se resumem apenas na trajetória do PAF (projétil de arma de fogo), mas também nas estruturas adjacentes que sofreram um deslocamento temporário.
Armas de fogo
O dano produzido é proporcional à densidade do tecido. Órgãos altamente densos como osso, músculo e fígado sustentam mais dano que órgãos menos densos como os pulmões. Quando um tecido denso como o osso é atingido, pode ocorrer fragmentação gerando projéteis secundários. Em tecidos como o fígado, a cavitação é mais grave devido à força tensional baixa. Uma vez que a bala entra no corpo, sua trajetória pode não ser mais uma linha reta. O indivíduo baleado utilizando colete à prova de balas deve ser tratado com cautela; devido à possível contusão cardíaca ou de outros órgãos. Qualquer paciente com uma penetração por um míssil na cabeça, no tórax ou abdome deve ser transportado imediatamente. Em ferimentos abdominais por arma de fogo, o socorrista deve sempre assumir a existência de lesão visceral, pois é muito raro que projéteis mesmo os de baixa velocidade, não penetrem na cavidade.
Arma branca
Armas de baixa energia incluem armas guiadas pela mão, tal como facas, picadores de gelo, chaves de parafuso, garrafas quebradas e flechas. A lesão produzida equivale geralmente ao trajeto do objeto, pois a energia cinética é pequena. Assim, o socorrista tem melhores condições de prever a extensão das lesões internas.
A severidade dos ferimentos por faca depende da área anatômica penetrada, comprimento da lâmina e do ângulo de penetração.
Ao avaliar uma vítima com um ferimento à faca, é importante procurar por mais de um ferimento. Múltiplos ferimentos à faca são possíveis e não deveria ser desconsiderado até o paciente ser exposto e examinado com atenção. Esta inspeção minuciosa pode ser feita no local ou a caminho do hospital, dependendo das circunstâncias em volta do incidente e condições da vítima.
Bibliografia
http://www.minutoenfermagem.com.br
http://notrauma.blogspot.com.br
http://enfermeiropsf.blogspot.com.br
www.uff.br/ph/artigos/cinematica.pdf

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