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Pratica Simulada IV - Aula 03

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTO JUIZO DA VARA DE CIVEL DA COMARCA DE FORTALEZA/CE.
COMPANHIA XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° xxxx, representada por: CARLOS, nacionalidade, estado civil, portador do RG n° xxxxx, inscrito no CPF n° xxxxxx, sob endereço eletrônico: xxxxxxxx, residente e domiciliado em Fortaleza/Ceará e GUSTAVO, nacionalidade, estado civil, portador do RG n° xxxxx, inscrito no CPF n° xxxxx, sob endereço eletrônico: xxxxxx, residente e domiciliado em Fortaleza/Ceará, vêm, por sua procuradora que esta subscreve, com endereço profissional: xxxxxx@xxxx.xxx.xxx, com escritório na Rua xxxxxx, nº xxxxx, bairro xxxxx, em xxxxxx, xxxx, vem respeitosamente a presença de vossa excelência propor a seguinte:
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL
Pelo rito comum, em face de PEDRO, nacionalidade, casado, portador do RG n° xxxxx, inscrito no CPF n° xxxx, sob endereço eletrônico: xxxxx, residente e domiciliado em Fortaleza/Ceará, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
Os autores Carlos, Gustavo e o réu Pedro decidiriam constituir uma companhia cujo nome é XYZ Viagens S.A, possui capital fechado e a sua sede em Fortaleza/CE. No estatuto social ficou estipulado que o capital social seria de R$ 900.000,00, dividido em 900 ações, sendo 300 preferenciais sem direito de voto e 600 ordinárias, todas a serem subscritas em dinheiro pelo preço de emissão de R$ 1.000 cada. 
A administração da companhia incumbiu aos acionistas Carlos e Gustavo a faculdade de representa-los. Cada um dos três acionistas subscreveu a quantidade total de 300 ações sendo que 200 seriam ordinárias e 100 preferenciais, tendo havido a realização, como entrada de 10% do preço de emissão. Em relação ao restante, os acionistas comprometeram-se de integraliza-lo até o dia 23.07.2015, de acordo com os respectivos boletins de subscrição devidamente assinados.
Ocorre que o réu não integralizou o preço de emissão de suas ações, os autores recorrem a este juízo para requerer a prestação devida, tendo em vista que não desejam promover a redução do capital social estabelecido no estatuto social e nem retirar o réu que é um dos sócios para admitir um novo.
DO DIREITO
Tendo em vista que o réu deixou de cumprir com suas obrigações, ou seja, integralizar as ações na Companhia, ensina o nobre Doutrinador Fábio Ulhôa Coelho que sócio remisso é aquele que não cumpre com suas obrigações para a formação do capital social, assim, verificada a existência de mora do acionista, conforme o art. 107, inciso I da Lei que dispõe sobre as Sociedades Anônimas, a companhia pode:
Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:
        I - Promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), processo de execução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil;
Sendo os boletins de subscrição, um título executivo extrajudicial dotado de liquides e exigibilidade, o Código de Processo Civil proporciona aos exequentes desde já a execução dos mesmos, sem percorrer por toda a fase do processo de conhecimento, assim são títulos executivos extrajudiciais:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
(...)
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
Em caso análogo a este, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, entendeu:
Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA. CRT. AÇÕES. SUBSCRIÇÃO. NÚMERO DE AÇÕES. DIFERENÇA. DIREITO DO ACIONISTA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Eventual impossibilidade de emissão de ações no momento do cumprimento do julgado não se caracteriza como uma das condições da ação, capaz de levar à extinção do feito com base na impossibilidade jurídica do pedido. Ademais, é viável a transformação em perdas e danos em caso de impossibilidade fática de emissão dos títulos no momento do cumprimento da decisão. Preliminar rejeitada. ENTREGA DE AÇÕES A MENOR, AO ACIONISTA. NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO. OBSERVÂNCIA DO VALOR PATRIMONIAL DAS AÇÕES NA DATA DA SUBSCRIÇÃO. A relação entre o acionista e a companhia não se confunde com a relação entre o usuário do serviço de telefonia e a concessionária. A primeira, regula-se pelo direito privado, pelas normas do direito civil e societário. A segunda, é disciplinada pelos princípios e pelas normas de direito público que regulam a prestação de serviço público (CF, art. 21, XI). Precedente do STJ. Há incontornável correlação lógica e simetria legal entre o valor do capital social da companhia e o número e o valor das ações (LSA, arts. 1º, 6º, 11 e 12). A captação de recursos pela companhia mediante subscrição, impõe a entrega das ações pelo valor patrimonial da data da subscrição pelo acionista. É pressuposto lógico e jurídico para a subscrição de ações que haja aumento de capital e emissão das ações. A CRT tinha capital autorizado que possibilitava a emissão das ações. A legislação não reconhece promessa de subscrição de ações¿ ou `contrato de participação financeira. Portarias de órgãos subalternos do Poder Executivo não podem inovar a ordem jurídica ou legislar para regular a relação jurídica entre o acionista e a companhia. Tendo havido entrega de ações a menor, impõe-se a complementação da diferença do número de ações. Sendo reconhecido o direito à indenização pela incorreta subscrição das ações, deve também ser a parte autora ressarcida dos dividendos que deixou de auferir em decorrência do ato ilícito. Em se tratando de ações escriturais, não há falar em emissão de certificado de propriedade de ações. Exegese dos arts. 34 e 35 da Lei das Sociedades Anônimas. APELOS PROVIDOS EM PARTE. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. (Apelação Cível Nº 70008085912, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, Julgado em 21/06/2006)
Também no caso de mora de um dos sócios, conforme o art. 1.004 e parágrafo único do Código Civil, é assegurado aos sócios o direito de requerer uma indenização, a exclusão do sócio remisso ou a redução da sua quota.
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031.
Por todo o exposto, os exequentes pleiteiam através deste juízo, tendo em vista ser o modo mais célere, considerando que os exequentes não desejam acarretar a redução do capital social da Companhia e também de não retirar o réu da sua qualidade de sócio, os exequentes requererem que seja deferida a prestação devida pelo o réu.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
A citação dos Réus, para, responder aos termos da presente ação e apresentar a defesa que tiver, no prazo de 15, sob pena de revelia;
Julgar procedente o pedido para a executar o título extrajudicial;
Que seja o réu considerado em mora, sendo condenado ao pagamento da multa de 10% sob o valor do título, conforme disposto no artigo 106, § 2°, da Lei nº 6.404/76; 
Condenação do Réu ao pagamento das custas judiciais e honorários de advogado, em 20% sob o valor da condenação. 
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, conforme artigo 369 do CPC, especialmente documental.
Valor da causa: xxxxxxxxxxxxx
Xxxx, xxxx de xxxxxx
________________________
Advogado xxxxx
OAB/XX n° xxx.xxx.xxx

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