Buscar

ARISTÓTELES-Arte da poesia-Estética e Historia da arquitetura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ARISTÓTELES. Arte poética. 
 
A - Considerações Gerais
1.          Lígia Telles salienta a importância de COMPAGNON para o curso. Acrescenta, dele: de Aristóteles a Auerbach não houve descontinuidade no uso conceito de MIMESIS no pensametno ocidental. Auerbach ainda entende MIMESIS como Aristóteles o fazia.
2.          Esta é a primeira sistematização (o primeiro tratado) sobre o que hoje chamamos de literatura (poesia) que se conhece. No Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés (editora Cultrix), um grande número de palavras é explicado a partir dessa obra de Aristóteles.
3.          O que hoje conhecemos como gêneros era chamado de espécies por Aristóteles (p. 37).
4.          Aristóteles não propõe simplesmente a arte pela arte (a autonomização da estética): “(...) o poeta deve ser mais fabulador que versificador, porque ele é poeta pela imitação e porque imita ações.” (p. 79). Portanto, o conteúdo é muito relevante.
5.          Coincidentemente (?), no capítulo III da Poética, Aristóteles classifica as espécies de poesia imitativa, como Platão o faz no Livro III da República. (?) Investigar mais.
6.          Quanto mais mimese, mais literário, mais literariedade (formalistas russos)
7.         Margites ou Louco enfatuado de si mesmo, poema satírico que Aristóteles atribui a Homero, perdeu-se. Aristóteles vê nele a origem da comédia, e na Ilíada e na Odisséia a origem da tragédia.
8.          ANOTAÇÕES a partir da leitura de COSTA, Lígia Militz da. A Poética de Aristóteles: mimese e verossimilhança. São Paulo: Editora Ática, 2003. (Série Princípios) a. “[A mímesis, na civilização grega] nunca correspondeu, entretanto, a qualquer realismo grosseiro.” (p. 5) // “Distante das mais altas exigências pedagógicas e morais e limitada a representar, num terceiro nível, as formas originárias, a mimese foi depreciada por Platão.” (p. 6) // “[Aristóteles] refutou, contudo, o conceito platônico [de mimese], enaltecendo o valor da arte justamente pela autonomia do processo mimético face à verdade preestabelecida.[...] O critério do verossímil, que merecera a crítica de Platão por ser apenas ilusão da verdade, torna-se, com Aristóteles, o princípio que garante a autonomia da arte mimética.” (p. 6) // “[A Poética] circunscreve-se aos limites da tragédia e da epopéia, oferecendo apenas como promessa estudo posterior de outras espécies de ‘poesia’, como é o caso da comédia, citada no início do capítulo VI.” (p. 7)  // “A Poética reconhece explicitamente como gêneros somente a tragédia, a epopéia e a comédia, ou seja, as espécies miméticas que implicam a transformação do caráter do modelo (homem comum) para melhor (tragédia e epopéia) ou para pior (comédia).” (p. 12) // “Homero será considerado por Aristóteles como o poeta supremo, no gênero austero ou sério, e o precursor tanto da tragédia quanto da comédia.” (p. 15) // “A teoria da tragédia é a base de toda a teoria da arte contida no texto aristotélico.” (p. 18) // “[A tragédia é definida por Aristóteles como] a representação de ações de homens de caráter elevado (objeto da imitação), expressa por uma linguagem ornamentada (meio), através do diálogo e do espetáculo cênico (modo), e visando à purificação das emoções (efeito catártico), à medida que suscita o temor e a piedade no espectador.” (p. 18) // CONSIDERAÇÕES ACERCA DA MÍMESE A PARTIR DA POÉTICA: “a poesia (arte literária) é mimese: imitação, representação (cap. I).”  (p.47) // “mimese corresponde a um processo construível através de meios, objetos e modos (cap. I, II e III).” (p. 47) // “a mimese pode ser produzida através de dois modos: narrativo (próprio da epopéia) e dramático (próprio da tragédia).” (p. 48) // “a mímese se explica como uma tendência congênita no homem, ao qual apraz tanto produzi-la quanto contemplá-la; o prazer que a mimese determina envolve uma aprendizagem (conhecimento) e um reconhecimento (identificação com uma forma original) (cap. IV).” (p. 48) // “a tragédia se identifica com a mimese de qualidade superior, em contraponto com a mimese efetuada pela comédia (...)(cap. VI).” (p. 48) // CONSIDERAÇÕES SOBRE MITO & MIMESE: “na Poética, praticamente toda a mimese pode ser compreendida pelo estudo do mito trágico, porque, sendo a base da mimese, o mito com ela se identifica (cap. VII a XIV).” (p. 49) // “o mito é a representação de uma ação que compõe um todo uno (...).” (p.49) // “a mimese, que o mito opera, supõe seleção e ordenação dos elementos segundo a probabilidade e a necessidade, daí não corresponder à representação de acontecimentos reais ou históricos, mas de acontecimentos possíveis.” (p. 49) // “o encadeamento causal que estrutura a ação, na mimese, segundo o verossímil (provável) e o necessário (lógico), torna a poesia mais geral ou universal que a história, circunscrita a relatos de acontecimentos particulares.” (p. 49) // “é a capacidade de compor um mito que define um homem como poeta (artista)”. (p. 49) // “todas as partes que compõem o mito – peripécia, reconhecimento e catástrofe – subordinam-se aos princípios do verossímil e do necessário.” (p. 50) // “o próprio desenlace do mito trágico deve decorrer do arranjo das ações e, não, do deus ex machina.” (p. 50) // [Em contraste a Platão] “a mimese [em Aristóteles] reúne, assim, duas exigências: a reprodução reconhecível do modelo original e a sua elevação ética.” (p. 51) // [????] “um recurso da mimese trágica é o efeito de surpresa, o qual, mesmo inverossímil, pode parecer verossímil, porque é verossímil que aconteçam coisas inverossímeis.” (p. 50) // “a tragédia é mais verossímil do que a epopéia; esta admite com mais facilidade o uso do irracional.” (p.  52) // “o paralogismo é um recurso da mimese trágica que foi ensinado pelo supremo poeta épico: Homero; coube a ele ensinar como convencer, dizendo o que é falso a partir de uma estratégia verossímil; enquanto o silogismo é um recurso que leva à aceitação de uma conclusão verdadeira, o paralogismo leva à admissão de um raciocínio falso.” (p. 52) // “o verossímil é o critério que deve nortear a escolha dos argumentos para a composição mimética; um argumento impossível que convença é melhor do que um possível que não convença; o próprio irracional, utilizado com aparência razoável de racional, torna-se aceitável.” (p. 52) // CONCLUSÕES: “o conceito aristotélico de mimese não significa mera imitação ou reprodução da ‘realidade’.” (p. 53) // “a construção mimética é presidida por um critério fundamental: a verossimilhança [o possível, e não o verdadeiro]”. (p. 53) // REFERINDO-SE A COSTA LIMA: “O uso pragmático da linguagem atua diretamente sobre a realidade; a função estética só indiretamente estabelece uma relação como o real. Esta é, segundo [Costa Lima], a distinção entre a mimese e as outras formas de representação social.” (p. 61) // “Resgatada como um processo dinâmico de criação, a mimese opera uma transformação singular do já existente através de novas correlações. O princípio estruturador dessa nova ordem é o verossímil (interno), o qual permite que a engrenagem ficcional construa-se como um todo, com a unidade pensável de possibilidades referenciais.” (p. 70-71)
 
B - Termos basilares/vocabulário:
1.          Espécies: o que hoje conhecemos como gêneros. (p. 37)
2.          Mito =  no contexto da Poética aristotélica, mito é sinônimo de fábula, intriga ou história, significando um conjunto elaborado de elementos selecionados e agenciados, segundo uma ordem verossímil, que se opõe à diversidade aleatória dos acontecimentos reais.” (COSTA, 2003, p. 73-74).
3.          Mimesis = imitação; relação entre literatura e realidade; representação. (Aurélio): Mimese: 1. Ret. Figura que consiste no uso do discurso direto e principalmente na imitação do gesto, voz e palavras de outrem. 2. Liter. Imitação ou representação do real na arte literária, ou seja, a recriação da realidade.
4.         Os cantos fálicos eram farsas mimadas, bastante indecentes, celebradas em cidades como Sicíone.Eram executados por cantores chamados falóforos, aosgritos de que sua cantoria não era para as virgens.
5.          Representação/Representar: o mesmo que mimesis/imitar?. (p. ?) // “o conceito aristotélico de mimese não significa mera imitação ou reprodução da ‘realidade’” (COSTA, 2003, p. 53).
6.          deus ex machina = em teatro greco-romano, ator representando um deus que vem por meio de mecanismos; evento que traz desenlace inesperado e feliz a uma situação grave
7.          Poesia (poiésis): a arte em geral; a literatura em geral? (p. 37)
8.          Paralogismo: s. m. Lóg. Falso raciocínio, não estabelecido de má-fé como no sofisma.
9.          Silogismo: s. m. Lóg. Argumento que consiste em três proposições: a primeira, chamada premissa maior; a segunda, chamada premissa menor; e a terceira, conclusão. Admitida a coerência das premissas, a conclusão se infere da maior por intermédio da menor. [enquanto o silogismo é um recurso que leva à aceitação de uma conclusão verdadeira, o paralogismo leva à admissão de um raciocínio falso]
10.       Epopéia: v. Épica: Grego epikós; épos, palavra narrativa, poema, recitação. P. 181 (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés):ainda que se venha a provar a existência de realizações épicas anteriores a Homero, é com os seus poemas (Odisséia e Ilíada, século IX a.C.) que principia a história dessa espécie de poesia. (...) Os Lusíadas (1572) constituem a mais alta realização épica dos tempos modernos. P.181// A poesia épica deve girar em torno de assunto ilustre, sublime, solene, especialmente vinculado a cometimentos bélicos; deve prender-se a acontecimentos históricos, ocorridos há muito tempo (...). p.184 / ler mais em Massaud Moisés.
11.       Tragédia: (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés): Grego tragoidía, canto de bode (grupo de cantores vestidos de bode, sátiros, portanto), em honra a Baco. Para Aristóteles, a origem da tragédia seria do ditirambo. // Praticamente olvidada no curso da Idade Média, a tragédia voltou a ser apreciada e estudada com o Renascimento, graças à onda de Classicismo que o acompanhou. P.495 // A partir do século XIX, com a recusa da pureza dos gêneros e das regras clássicas, a tragédia quase desapareceu por completo, (...) mercê do surgimento do drama. P.496  // A tragédia clássica apresentava a seguinte estrutura: 1) prólogo, em forma de diálogo, 2) párodo, ou entrada do coro, 3) episódios, em número de três, separados pelos estásimos, ou intervenções do coro, 4) êxodo, ou desfecho. E conforme Aristóteles (...), seis partes a constituiriam: fábula, ou ação, personagens, elocução, pensamento, espetáculo e música. P.498 // A rigor, a tragédia saiu de circulação no século XIX; no entanto, algumas peças de Ibsen ou o moderno teatro do absurdo têm sido ocasionalmente rotulados como tal. P. 498 // ler mais em Massaud Moisés.
12.       Comédia: (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés): Grego komodía.   ler mais em Massaud Moisés.
13.       Drama: (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés ): Grego drama, ação. // (...) como a ação se afigurava exclusiva do teatro, passou a conter um significado específico. Aristóteles, na Poética (...), distingue a imitação, ou mimese, “na forma narrativa” daquela em que as “pessoas agem e obram diretamente”, ou seja, em que se processa a imitação da ação. Ao segundo tipo confere o apelativo de drama. Portanto, em sentido amplo, a qualquer peça destinada a representar-se caberia análoga denominação. P.161 // ler mais em Massaud Moisés
14.       Narrativa: ( Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés): Em crítica literária, o termo às vezes é usado como sinônimo de história, ação, mas parece uma abusiva extensão semântica. Melhor será fixar o vocábulo “narrativa”para a denominação genérica, e reservar a palavra “narração” como designativo de recurso expressivo da prosa de ficção, lado a lado com a descrição, o diálogo, e a dissertação. P.356
15.       A peripécia é a mudança da ação no sentido contrário ao que parecia indicado e sempre, como dissemos, em conformidade com o verossímil e o necessário.
16.       Ditirambo (poesia ditirâmbica): (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés): Vinculado, pois, aos cultos dionisíacos e exaltando os prazeres da mesa, o ditirambo estaria, segundo Aristóteles (...), na raiz da tragédia. Inicialmente, ao canto se acrescentavam a dança e a música de flauta. Nos séculos VII e VI ªC., o poeta Ariosto, (...) emprestou-lhe a estrutura que se tornaria clássica: adotou a intervenção do coro e fixou-lhe o número em cinqüenta participantes; destacou o líder do coro (corifeu) e, tornando-o solista, implantou o germe do diálogo que teria colaborado, conforme se supõe, no processo criador das representações trágicas. P.157-8. [Canto ritual em homenagem a Dioniso (Baco)]
17.       VEROSSIMILHANÇA: Unidade ou coerência dentro da obra: personagens e enredo plausíveis. // (Aurélio): ou verosimilhança: 1. Qualidade ou caráter de verossímil [ou verossimilhante: 1. Semelhante à verdade; que parece verdadeiro. 2. Provável.]; 2. Liter. Coerência interna da obra literária no tocante ao mundo imaginário das personagens e situações recriadas.    [Verossimilhança X Verdade] “critério fundamental do conceito aristotélico de mimese, responsável pela distinção entre a obra do poeta e a do historiador. Representar o verossímil, na mimese, significa que o objeto da representação do poeta não o que realmente aconteceu, mas o que poderia acontecer, isto é, o possível.
18.       Catarse:           * (Dicionário de Termos Literários, de Massaud Moisés): A Catarse é uma das questões mais controvertidas e debatidas da história das idéias estéticas. Aristóteles colocou-a pela primeira vez, ao proceder à exegese da tragédia, afirmando que esta, “suscitando o terror e a piedade, tem por efeito a purificação desses sentimentos” (...). p.79 // As várias propostas em torno do vocábulo “catarse” podem ser resumidas em duas principais: ora se entende que a purgação constitui a experiência da piedade e terror que o espectador sofre perante a tragédia que contempla, de molde a “viver”a situação infausta do herói e aprender a distanciá-la de si; ora se julga que a visualização do tormento alheiro proporciona à platéia o alívio da próprias tensões, ao menos enquanto dura o espetáculo. P.79 // A noção de catarse, indispensável em toda discussão acerca do valor ético da Arte, assemelha-se à idéia de “sublimação” como a compreende a Psicanálise de Freud: na medida em que o impulso sexual, ou sua energia (libido), é canalizado para ou transformado em Arte, de maneira a tornar-se socialmente aceitável, o mecanismo da catarse equivaleria ao da sublimação. P.79-80                           * (Aurélio): 1. Purgação, purificação, limpeza. 2. Méd. Evacuação, natural ou provocada, por qualquer via. 3. Psicol. Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida. 4. Teat. O efeito moral e purificador da tragédia clássica, conceituado por Aristóteles (...), cujas situações dramáticas, de extrema intensidade e violência, trazem à tona os sentimentos de terror e piedade dos espectadores, proporcionando-lhes o alívio, ou purgação, desses sentimentos (...).

Outros materiais