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LOGÍSTICA HOSPITALAR 1 Aula 3: Gestão dos estoques ......................................................................................................... 2 ............................................................................................................................. 2 Introdução ................................................................................................................................ 3 Conteúdo Gerência de estoque ......................................................................................................... 3 Visão financeira dos estoques ......................................................................................... 4 Função dos estoques ........................................................................................................ 5 Planejamento dos estoques ............................................................................................ 5 Classificação dos estoques .............................................................................................. 6 Ferramentas para a gestão dos estoques ..................................................................... 7 Metodologia de construção – curva ABC ..................................................................... 9 Criticidade ......................................................................................................................... 10 Métodos para controle de estoques ............................................................................ 11 Métodos das quantidades fixas ..................................................................................... 12 Método das revisões periódicas .................................................................................... 15 Avaliação de estoques .................................................................................................... 15 Exemplo prático ............................................................................................................... 16 Encerramento ................................................................................................................... 18 Atividade proposta .......................................................................................................... 18 ........................................................................................................................... 18 Referências ......................................................................................................... 19 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 23 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 ..................................................................................................................................... 23 Aula 3 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 LOGÍSTICA HOSPITALAR 2 Introdução Sabemos que os estoques são uma formas de a Organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, mas que requerem significativos investimentos financeiros e gastos na sua manutenção. Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número reduzido de itens e quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a demanda dos clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que aumenta a importância da sua gestão. Objetivo: 1. Conhecer a função, as características e a classificação dos estoques sob diversos aspectos; 2. Aplicar ferramentas para o planejamento de ações gerenciais e métodos para a operacionalização do controle e avaliação dos estoques. LOGÍSTICA HOSPITALAR 3 Conteúdo Gerência de estoque A gestão dos estoques compreende o planejamento e a programação das necessidades e o controle dos materiais que são adquiridos e armazenados para utilização futura, a fim de atender às demandas de usuários diversos. Trata-se de uma função que adiciona o valor de tempo aos negócios de uma organização, sendo de importância crucial para uma organização hospitalar, na qual esse valor é essencial. O atendimento das necessidades de material dos clientes do suprimento é realizado, de modo geral, de duas formas: • Obtenção do material (compras, transferências, produção etc.); • Uso dos estoques existentes. O ideal seria que não houvesse a necessidade de se formar estoques, uma vez que representam imobilização de capital. Entretanto, o mercado fornecedor, algumas vezes, não pode atender prontamente às necessidades de seus clientes. Assim, nesses casos, a manutenção em estoques dos materiais necessários ao atendimento das demandas é imprescindível. No ambiente das organizações que lidam com a saúde os estoques são um elemento essencial no atendimento dos pacientes. Incluem-se aí estoques de todos os tipos de materiais, desde medicamentos até itens de uso comum e baixo custo, como algodão, por exemplo. Na prática, devemos antes de tudo entender que os estoques são importantes mas nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. LOGÍSTICA HOSPITALAR 4 Não ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante complexo de ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem tanto a previsão das demandas quanto o ressuprimento. Dessa forma, podemos concluir que tratar do dimensionamento dos níveis dos estoques, bem como controlá-los não são tarefas das mais fáceis. Descobrir maneiras para reduzir os níveis dos estoques sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios dos gestores numa época de escassez de recursos. Visão financeira dos estoques A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. Em empresas industriais e comerciais, o custo dos materiais representa, em média, mais que 50% do custo total dos produtos, podendo alcançar mais de 80% em algumas empresas comerciais com elevado coeficiente de giro dos estoques. Nesses casos, é fácil perceber a importância de se otimizar a utilização desse recurso. Nas Organizações Hospitalares, o custo do material como parte do produto final não chega, na maioria das vezes, a ser significativo. Entretanto, a criticidade da grande maioria dos itens é fator que, em geral, eleva os níveis de estoques. Pensemos em um simples e real: Em uma organização de saúde, diversos exames deixaram de ser realizados porque o equipamento específico para isso estava inoperante, por falta de um simples sobressalente para pronto uso (manutenção). Somente algumas horas depois a contratada para realizar a manutenção do equipamento conseguiu repará-lo. LOGÍSTICA HOSPITALAR 5 Função dos estoques Por que surgem os estoques? Para respondermos a essa pergunta devemos compreender as suas três funções básicas: Função Operacional Estoque decorrente da impossibilidade de se dispor dos materiais no exato momento em que as demandas ocorrem, ou formado em função dos ganhos de escala que proporciona. Função Preventiva Estoque cuja existência visa a garantir segurança no atendimento ao cliente. Função EspeculativaEstoque formado como forma de investimento ou proteção contra aumento de preços. Nas Organizações Hospitalares a função dos estoques é operacional e preventiva, não sendo aplicável a função especulativa, normalmente existente ou desejável em empresas comerciais. Planejamento dos estoques Uma das ações essenciais no planejamento é a formulação de uma política de estoques, ou seja, um conjunto de diretrizes, objetivos e procedimentos direcionados para a formação, manutenção e desmobilização de estoques. Em síntese, dentre as atividades associadas à política de estoques, podemos destacar: • Determinar “o quê” deve permanecer em estoque (número de itens). • Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques (periodicidade). LOGÍSTICA HOSPITALAR 6 • Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período determinado (quantidade). Classificação dos estoques Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Quanto à Natureza A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, podem ser classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou parcial, dispensáveis ou alienáveis. Quanto ao Tipo de Demanda Existem quatro tipos de demanda: • Programada (dependente): planejada em função de quantidades e prazos de utilização, estando vinculada a programas específicos de operação ou investimento; • Probabilística (independente): não vinculada a programas específicos, com distribuição de probabilidades conhecidas, previsíveis por meio de modelos estatísticos; • Incerta (independente): decorrente de fatores de difícil previsão; • Eventual: decorrente de necessidades específicas, para aplicação imediata e cuja repetição não é prevista. Como vimos na aula anterior, o conhecimento do tipo de demanda é um ponto fundamental, porque para cada uma delas deve haver diferentes: LOGÍSTICA HOSPITALAR 7 • Critérios de formação de estoques e de ressuprimentos; • Responsabilidades pelas informações; • Métodos de controle de estoques; • Parâmetros de avaliação; • Ações gerenciais. Estoque Puxado (Pull System) Esses estoques têm a característica de serem puxados pela demanda. Seu ressuprimento é natural, ou seja, saiu ressupre-se. É o exemplo da maioria dos produtos de varejo, comercializados em supermercados. Estoque Empurrado (Push System) São estoques cujo ressuprimento é definido pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. Na grande maioria das vezes não há alternativa quanto a outro tipo de ressuprimento, características estruturais da empresa, ou ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, veículos novos, combustíveis, bebidas etc. Ferramentas para a gestão dos estoques As principais ferramentas para a gestão dos estoques são: 1. Sistema de Contagem de Estoque Existem dois tipos de sistema de contagem: Sistema Periódico de Contagem (Inventário) Neste sistema os estoques são contados de tempos em tempos, com períodos determinados pela organização. A contagem é efetuada através da presença física nos compartimentos dos responsáveis por esse trabalho. LOGÍSTICA HOSPITALAR 8 Normalmente, os itens de maior importância exigem maior frequência de contagem que os itens menos importantes. Sistema Periódico de Contagem (Inventário) Neste sistema, costuma-se utilizar uma ferramenta de TI para controle de estoque (software), que atualiza as quantidades do estoque instantaneamente, ou seja, assim que o item de material é movimentado, registra-se a sua entrada ou saída do depósito. Confrontação de resultados Deve-se comparar os resultados dessas duas contagens, de modo a verificar eventuais divergências de quantidades. É importante ficar alerta para o fato de que, no dia a dia, esses dois tipos de contagem podem apresentar divergências que, usualmente, ocorrem devido ao inadequado registro das quantidades movimentadas (entrada ou saídas). 3. Análise ou Classificação ABC Imagine um hospital em que existam milhares de itens em estoque. Certamente a sua gestão demandaria uma quantidade de pessoas e de tempo muito elevados, se fosse dada a mesma atenção de controle para todos os materiais, o que é inviável. Para se contornar esse problema, muitos adotam a Classificação ABC. Esse método é um investimento de planejamento que permite ao gestor identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque. Na prática, permite identificar aqueles itens que justificam mais atenção, dispensando tratamento adequado quanto a sua administração, cabendo LOGÍSTICA HOSPITALAR 9 destacar que não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. Mas a lógica padrão é a seguinte: Classe A: Pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor total dos estoques, que justificam procedimentos meticulosos no seu dimensionamento e controle. Representam, em média, 5% dos itens e 80% dos recursos financeiros. Classe B: Itens intermediários entre as classes A e C, cujos procedimentos de dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos. Representam, em média, 15% dos itens e 15% dos recursos financeiros. Classe C: Itens de menor importância, que não justificam procedimentos rigorosos de dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de estoques elevados. Representam, em média, 80% dos itens e 5% dos recursos financeiros. Metodologia de construção – curva ABC Dividimos didaticamente a construção da Curva ABC em 8 (oito) passos: Passo 1 - Listar todos os itens com respectivos custos unitários e consumo anual. Passo 2 - Calcular o valor monetário consumido no período. Passo 3 - Ordenar os itens por ordem decrescente do valor consumido durante o período. Passo 4 - Obter o custo anual total a partir do somatório de cada custo anual. Efetuando soma de todos os valores totais, obtivemos 141.700. LOGÍSTICA HOSPITALAR 10 Passo 5 - Calcular os percentuais de cada um dos itens em relação ao total. Passo 6 - Acumular os percentuais dos itens calculados na ordem decrescente. Passo 7 - Determinar os itens de classe A, B e C. Com a coluna % acumulada concluída, cabe neste momento uma análise dos dados obtidos. Deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. Essa proporção deverá ser feita considerando-se o seguinte: A > B > C, em que a soma de A, B e C deverá ser 100%. Passo 8 - Confeccionar o gráfico da Curva ABC. Ao aplicar o método ABC em seus itens de estoque a organização de saúde pode dar um grande passo na racionalização de seus métodos de controle e classificação de materiais, trazendo grande mobilidade nas tomadas de decisão em relação aos investimentos feitos em estoque. Criticidade Como pudemos perceber, a classificação ou análise ABC é feita sob a ótica do valor ou da quantidade, o que muitas das vezes pode levar a distorções perigosas, uma vez que deixa de considerar a importância relativa de cada item em relação à operação do sistema como um todo. Além da análise ABC tradicional,a criticidade assume importância cada dia maior, visto que muitas vezes a falta de um item de baixíssimo custo e pequena rotatividade pode parar toda a operação de uma organização. Portanto, complementarmente à análise ABC tradicional, podemos realizar uma análise pautada na criticidade dos itens em estoque, meramente qualitativa. LOGÍSTICA HOSPITALAR 11 Essa classificação visa entender qual o grau de importância, de criticidade para o negócio da organização. Tem também uma nomenclatura alfabética e em conjunto com a classificação ABC tem mostrado bons resultados nas gestões de estoques. Nível 1 - Material que não pode faltar no estoque, pois sua falta causa atraso ou parada operacional e prejuízos irrecuperáveis. Nível 2 - Material considerável substituível. Nível 3 - Material considerado supérfluo, só deve ser adquirido quando necessário à operação. Método ABC x Nível de Criticidade Métodos para controle de estoques O controle de estoques envolve, dentre outras responsabilidades, o cumprimento das seguintes tarefas: • Ressuprimento dos estoques; • Análise e acompanhamento dos níveis de estoques; • Identificação dos excedentes e inservíveis; • Avaliação de demandas e tempos de compra. LOGÍSTICA HOSPITALAR 12 Nas organizações que trabalham com demandas independentes e relativamente regulares, o método mais empregado é o das quantidades fixas. O método das revisões periódicas é mais adequado para itens de valor elevado e passíveis de descontinuidade de uso, podendo ser adotado também por questões de otimização logística. Como exemplo, podemos citar algumas distribuidoras de medicamentos que agrupam pedidos de redes de farmácia e assim reduzem o número de fornecimentos. Métodos das quantidades fixas Um tipo de método empregado no controle dos estoques de organizações hospitalares e assemelhadas. Demanda ou Consumo (D) É a quantidade de material requerida para atender às necessidades de operação da organização. Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) LOGÍSTICA HOSPITALAR 13 É o tempo necessário para o seu ressuprimento. Intervalo de Ressuprimento (IR) É um período preestabelecido pela gerência de estoque que corresponde, aproximadamente, ao intervalo de tempo decorrido entre duas quantidades de ressuprimento sucessivas. Por exemplo, uma demanda de 1600 unidades poderá ser atendida por uma única compra (IR=12 meses), por quatro compras (IR= 3 meses) ou mais. Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR) Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR): É uma quantidade de material, pré-determinada que, ao ser atendida pela ação da demanda, dá origem a uma solicitação de ressuprimento. Caso tenhamos um Estoque de Segurança, o cálculo do Ponto de Ressuprimento se dará da seguinte forma: PR = D. LT + ES LOGÍSTICA HOSPITALAR 14 Onde: PR = Ponto de Ressuprimento (UN) D = Demanda Média LT = Lead Time ES = Estoque Segurança (UN) Ruptura de Estoque (RE) é a situação em que o material existente chega a zero, após consumido todo o estoque de segurança (quando houver). A partir desse ponto de ruptura, a ação continuada da demanda irá provocar a falta de material e seu consequente custo. Nível de Serviço x Fator de Segurança Es = D x K Onde: Es = Estoque segurança em unidades d = Demanda Média K= Fator de Segurança *O fator K é arbitrado e é proporcional ao grau de atendimento ou nível de serviço desejado para o item. LOGÍSTICA HOSPITALAR 15 Método das revisões periódicas Esse método é aplicável quando se deseja utilizar um procedimento menos automatizado para recompor os níveis de estoques. Os procedimentos de controle do estoque ocorrem em intervalos regulares de tempo (semana, mês, semestre), sendo de fundamental importância a definição do intervalo de tempo entre revisões de controle, pois é justamente nesse intervalo de tempo que há mais risco da falta de material. Avaliação de estoques Por que devemos avaliar os nossos estoques? 1 - Para conhecimento e controle dos valores monetários investidos em estoques; 2 - Assegurar que os recursos investidos estejam de acordo com a política da empresa; 3 - Garantir que a valorização reflita seu conteúdo. O objetivo do registro do estoque é controlar a quantidade de materiais, tanto em volume físico quanto em valor financeiro. A avaliação de estoque anual deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação exata do material e informações financeiras atualizadas. Fato é que o método de avaliação escolhido afetará o total do lucro, uma vez que os estoques constituem conta patrimonial do ativo das organizações. Logo, permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo. LOGÍSTICA HOSPITALAR 16 Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro fornecedor etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são: • Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (FIFO ou PEPS); • Último a Entrar, Primeiro a Sair (LIFO ou UEPS); • Custo Médio. Exemplo prático Para ilustrar numericamente, vamos utilizar uma sequência de operações realizadas por uma empresa e posteriormente aplicar, para o mesmo exemplo, os três métodos de avaliação de estoque. Suponha-se que uma empresa, no primeiro dia do mês, possua um estoque (inicial) igual a zero de certo item. A partir daí, obtivemos as seguintes informações sobre as entradas e saídas do item em análise: Cálculo pelo Critério FIFO (First-in, First-out)/PEPS Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos dando baixas no estoque a partir das primeiras entradas, ou seja, a primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. LOGÍSTICA HOSPITALAR 17 Cálculo pelo Critério LIFO (Last-in, First-out)/UEPS Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o último que entra é o primeiro que sai (UEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos dando baixas no estoque a partir das últimas entradas, ou seja, a última unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. Cálculo pelo Critério do Custo Médio Este método, também chamado de método da média ponderada, utiliza os custos médios em lugar dos custos efetivos, sendo amplamente usado e aceito pelo Fisco. LOGÍSTICA HOSPITALAR 18 Encerramento Nesta aula compreendemos as principais características da gestão de estoques para a área de saúde e suas principais ferramentas. Na próxima aula serão apresentadas as principais características da Função Compras e aspectos relevantes da relação com os fornecedores. Atividade proposta A Classificação ABC é uma ferramenta bastante útil, pois, como vimos, permite uma priorização dos itens dos estoques. Nesse contexto, que tal pesquisar sobre como a classificação ABC pode contribuir para minimizar os custos dos estoques? Chave de resposta: A divisão em classes permite quecada item do estoque tenha um tratamento diferenciado, priorizando a redução dos níveis de estoques e o controle dos produtos A. Por exemplo, podemos optar por uma política ótima que minimize a imobilização de recursos em alguns itens, realizando pedidos mais frequentes e menores. Referências BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. LOGÍSTICA HOSPITALAR 19 CHRISDTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. FERREIRA, F.A. Administração de material. Rio de Janeiro: CNI. MACHLINI, C; Barbieri, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. Exercícios de fixação Questão 1 A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. Sobre os estoques foram feitas as seguintes afirmações: I - Os estoques são importantes mas nem sempre necessários. II - A formação dos estoques deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à demanda ou ao ressuprimento. III - Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Está(ão) correta(s): a) Somente I b) Somente I e II c) Somente III d) Somente I e III e) I, II e III Questão 2 Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as etapas de compra, transformação e venda — no processo de produção em empresas industriais. Nesse contexto, foram feitas as seguintes afirmações: I - Os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. II - Os estoques funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam LOGÍSTICA HOSPITALAR 20 os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura. III - Normalmente, a decisão pela manutenção de estoques decorre da dificuldade de se prever a demanda com exatidão. Está(ão) correta(s): a) Somente I b) Somente I e II c) Somente II e III d) Somente I e III e) I, II e III Questão 3 Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Assinale a alternativa que não contempla um tipo de demanda que influencie na característica dos estoques: a) Inativa b) Dependente c) Probabilística d) Incerta e) Eventual Questão 4 A classificação dos estoques quanto à natureza visa a agrupar os materiais em subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, podem ser classificados em: a) Ativo e inativo b) Dependente e independente c) Cíclico e sazonal d) De segurança e mínimo e) Máximo e mínimo LOGÍSTICA HOSPITALAR 21 Questão 5 Sabemos que os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Nesse contexto, existe um tipo de estoque em cujo ressuprimento é definido pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. Estamos nos referindo ao: a) Estoque puxado b) Estoque empurrado c) Estoque sazonal d) Estoque de segurança e) Estoque antecipado Questão 6 Em um ambiente hospitalar, sabemos que alguns itens de material são mais importantes que outros e precisam ser tratados como tal. Tendo isso em mente, devemos direcionar recursos, esforços e pessoal para fazer com os itens mais críticos sejam atendidos com atenção especial. Uma ferramenta que auxilia os gestores nessa priorização é o(a): a) Classificação ABC b) PERT c) PEPS d) Trade-off e) CIF Questão 7 A Classificação ou Análise ABC é feita sob a ótica do valor ou da quantidade, o que muitas das vezes pode levar a distorções perigosas, uma vez que deixa de considerar a importância relativa de cada item em relação à operação do sistema como um todo. Nesse contexto, complementarmente à Análise ABC tradicional, comumente adota-se um outro critério, denominado de: a) Criticidade b) Paretto c) Análise SWOT LOGÍSTICA HOSPITALAR 22 d) Matriz GUT e) Matriz Ansoff Questão 8 Conceito que exprime o período que decorre a partir de uma decisão ou medida adotada e sua efetiva concretização. Tomando por exemplo a gestão de estoques, diz respeito ao tempo necessário para a reposição do produto em carência, que toma partida no pedido ao fornecedor e termina com a entrega concreta da mercadoria. Estamos nos referindo a(o): a) Intervalo de ressuprimento b) Tempo de ressuprimento c) Giro do estoque d) Tempo de espera e) Ciclo de suprimento Questão 9 Sobre o Estoque de Segurança foram feitas as seguintes afirmações: I - Devemos ter bastante critério e bom senso ao dimensionar o estoque de segurança, pois também representam capital empatado e inoperante. II - O Estoque de Segurança é uma quantidade predeterminada de material destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda ou do tempo de ressuprimento. III - O Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo deve ser dimensionado de forma que previna o consumo acima do normal e os atrasos de entrega durante o período de revisão e o tempo de reposição. Está(ão) correta(s): a) Somente I b) Somente I e II c) Somente III d) Somente I e III e) I, II e III LOGÍSTICA HOSPITALAR 23 Questão 10 O almoxarifado de um hospital apresentou a seguinte movimentação de um remédio específico (considere o estoque inicial no dia 1 igual a zero). Utilizando o método de avaliação de estoque UEPS (último a entrar, primeiro a sair), o valor do estoque final desse produto no almoxarifado no quinto dia é de: a) 347 b) 360 c) 400 d) 480 e) 750 Estoque de Segurança (ES): É uma quantidade predeterminada de material destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda ou do tempo de ressuprimento. Aula 3 Exercícios de fixação Questão 1 - E Dia Entrada (unid.) Custo (R$) Saída (unid.) 1 100 12 - 2 200 10 - 3 - - 250 4 80 15 - 5 - - 100 LOGÍSTICA HOSPITALAR 24 Justificativa: Na prática, devemos, antes de tudo, entender que os estoques são importantes, mas, nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. Não ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante complexo de ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem tanto a previsão das demandas quanto ao ressuprimento. Dessa forma, concluímos que tratar do dimensionamento dos níveis dos estoques bem como controlá-los não são tarefas das mais fáceis. Descobrir maneiras para reduzir os níveis dos estoques sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios dos gestores numa época de escassez de recursos. Questão 2 - E Justificativa: Os estoques são uma forma de a organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, constituindo-se de um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda — no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as etapas de compra, transformação evenda — no processo de produção em empresas industriais. Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número reduzido de itens e quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a demanda dos clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que aumenta a importância da sua gestão. Questão 3 - A Justificativa: Existem quatro tipos de demanda que influenciam nas características dos estoques: Programada (dependente); Probabilística (independente); Incerta (independente); Eventual: decorrente de necessidades específicas, para aplicação imediata e cuja repetição não é prevista. Quanto à Natureza, os estoques podem ser classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou parcial, dispensáveis ou alienáveis. LOGÍSTICA HOSPITALAR 25 Questão 4 - A Justificativa: A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, podem ser classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou parcial, dispensáveis ou alienáveis. Questão 5 - B Justificativa: O Estoque Empurrado (Push System) é definido pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. Na maioria das vezes não há alternativa quanto a outro tipo de ressuprimento, características estruturais da empresa, ou ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, veículos novos, combustíveis, bebidas etc. Questão 6 - A Justificativa: A Classificação ABC é um investimento de planejamento que permite ao gestor identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque. Questão 7 - A Justificativa: A Criticidade é um outro tipo de classificação dos itens em estoque que é meramente qualitativa. Essa classificação visa entender qual o grau de importância, de criticidade para o negócio da empresa. Tem também uma nomenclatura alfabética e em conjunto com a classificação ABC tem mostrado bons resultados nas gestões de estoques. Questão 8 - B Justificativa: Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) é o tempo necessário para o ressuprimento de um item. Se um item é comprado, o LT refere-se ao tempo decorrido desde a colocação do pedido de compra até o recebimento do LOGÍSTICA HOSPITALAR 26 material comprado. Se for um item fabricado, o LT refere-se ao tempo decorrido desde a liberação de uma ordem de produção até que o item fabricado esteja pronto e disponível para uso. Questão 9 - E Justificativa: As incertezas intrínsecas existentes na gestão de estoques, principalmente advindas da demanda e do Lead Time dos fornecedores, obrigam a criação de um estoque suplementar para diminuir seus efeitos, denominado Estoque de Segurança (ES), que serve para evitar a falta de materiais em estoque, ocasionada por: Aumento não previsto da demanda no intervalo de ressuprimento; Atraso no próprio tempo de ressuprimento; Cobrir a retirada média durante o período de risco, ou seja, o intervalo entre a colocação do pedido e a entrega; Absorver as flutuações acima da média durante este tempo, até um total desejado. Questão 10 - B Justificativa: Da primeira saída (250) restarão 50 unidades a R$ 12,00 cada, pois sairão as 200 unidades de R$ 10,00 e 50 unidades de R$ 12,00. Da segunda saída (100), restarão 30 unidades a R$ 12,00 cada, pois sairão as 80 unidades a R$ 15,00 e 20 unidades de R$ 12,00. Portanto, restando 30 unidades a R$ 12,00 cada, o valor total do estoque é de R$ 360,00.
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