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Aula 03 Gestão de estoque

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LOGÍSTICA HOSPITALAR 1 
Aula 3: Gestão dos estoques ......................................................................................................... 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Gerência de estoque ......................................................................................................... 3 
Visão financeira dos estoques ......................................................................................... 4 
Função dos estoques ........................................................................................................ 5 
Planejamento dos estoques ............................................................................................ 5 
Classificação dos estoques .............................................................................................. 6 
Ferramentas para a gestão dos estoques ..................................................................... 7 
Metodologia de construção – curva ABC ..................................................................... 9 
Criticidade ......................................................................................................................... 10 
Métodos para controle de estoques ............................................................................ 11 
Métodos das quantidades fixas ..................................................................................... 12 
Método das revisões periódicas .................................................................................... 15 
Avaliação de estoques .................................................................................................... 15 
Exemplo prático ............................................................................................................... 16 
Encerramento ................................................................................................................... 18 
Atividade proposta .......................................................................................................... 18 
........................................................................................................................... 18 Referências
 ......................................................................................................... 19 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 23 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 
 ..................................................................................................................................... 23 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 2 
 
Introdução 
Sabemos que os estoques são uma formas de a Organização proteger-se da 
imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, mas que 
requerem significativos investimentos financeiros e gastos na sua manutenção. 
Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número reduzido de itens e 
quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a demanda dos 
clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que aumenta a 
importância da sua gestão. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer a função, as características e a classificação dos estoques sob 
diversos aspectos; 
2. Aplicar ferramentas para o planejamento de ações gerenciais e métodos para 
a operacionalização do controle e avaliação dos estoques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 3 
Conteúdo 
Gerência de estoque 
A gestão dos estoques compreende o planejamento e a programação das 
necessidades e o controle dos materiais que são adquiridos e armazenados 
para utilização futura, a fim de atender às demandas de usuários diversos. 
 
Trata-se de uma função que adiciona o valor de tempo aos negócios de uma 
organização, sendo de importância crucial para uma organização hospitalar, na 
qual esse valor é essencial. 
 
O atendimento das necessidades de material dos clientes do suprimento é 
realizado, de modo geral, de duas formas: 
 
• Obtenção do material (compras, transferências, produção etc.); 
• Uso dos estoques existentes. 
 
O ideal seria que não houvesse a necessidade de se formar estoques, uma vez 
que representam imobilização de capital. Entretanto, o mercado fornecedor, 
algumas vezes, não pode atender prontamente às necessidades de seus 
clientes. Assim, nesses casos, a manutenção em estoques dos materiais 
necessários ao atendimento das demandas é imprescindível. 
 
No ambiente das organizações que lidam com a saúde os estoques são um 
elemento essencial no atendimento dos pacientes. Incluem-se aí estoques de 
todos os tipos de materiais, desde medicamentos até itens de uso comum e 
baixo custo, como algodão, por exemplo. 
 
Na prática, devemos antes de tudo entender que os estoques são importantes 
mas nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer quando existirem 
dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 4 
Não ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante 
complexo de ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem 
tanto a previsão das demandas quanto o ressuprimento. 
 
Dessa forma, podemos concluir que tratar do dimensionamento dos níveis dos 
estoques, bem como controlá-los não são tarefas das mais fáceis. Descobrir 
maneiras para reduzir os níveis dos estoques sem afetar o processo produtivo e 
sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios dos gestores numa 
época de escassez de recursos. 
 
Visão financeira dos estoques 
A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos 
diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos 
financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. 
 
Em empresas industriais e comerciais, o custo dos materiais representa, em 
média, mais que 50% do custo total dos produtos, podendo alcançar mais de 
80% em algumas empresas comerciais com elevado coeficiente de giro dos 
estoques. Nesses casos, é fácil perceber a importância de se otimizar a 
utilização desse recurso. 
 
Nas Organizações Hospitalares, o custo do material como parte do produto final 
não chega, na maioria das vezes, a ser significativo. Entretanto, a criticidade da 
grande maioria dos itens é fator que, em geral, eleva os níveis de estoques. 
 
Pensemos em um simples e real: 
Em uma organização de saúde, diversos exames deixaram de ser realizados 
porque o equipamento específico para isso estava inoperante, por falta de um 
simples sobressalente para pronto uso (manutenção). Somente algumas horas 
depois a contratada para realizar a manutenção do equipamento conseguiu 
repará-lo. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 5 
Função dos estoques 
Por que surgem os estoques? Para respondermos a essa pergunta devemos 
compreender as suas três funções básicas: 
 
Função Operacional 
 
Estoque decorrente da impossibilidade de se dispor dos materiais no exato 
momento em que as demandas ocorrem, ou formado em função dos ganhos de 
escala que proporciona. 
 
Função Preventiva 
 
Estoque cuja existência visa a garantir segurança no atendimento ao cliente. 
 
Função EspeculativaEstoque formado como forma de investimento ou proteção contra aumento de 
preços. 
 
Nas Organizações Hospitalares a função dos estoques é operacional e 
preventiva, não sendo aplicável a função especulativa, normalmente existente 
ou desejável em empresas comerciais. 
 
Planejamento dos estoques 
Uma das ações essenciais no planejamento é a formulação de uma política de 
estoques, ou seja, um conjunto de diretrizes, objetivos e procedimentos 
direcionados para a formação, manutenção e desmobilização de estoques. Em 
síntese, dentre as atividades associadas à política de estoques, podemos 
destacar: 
 
• Determinar “o quê” deve permanecer em estoque (número de itens). 
• Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques (periodicidade). 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 6 
• Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período 
determinado (quantidade). 
 
Classificação dos estoques 
Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão 
impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
 
Quanto à Natureza 
 
A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em subconjuntos 
em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, podem ser 
classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e destinado a 
uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de medicamentos, 
por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou parcial, 
dispensáveis ou alienáveis. 
 
Quanto ao Tipo de Demanda 
 
Existem quatro tipos de demanda: 
 
• Programada (dependente): planejada em função de quantidades e prazos de 
utilização, estando vinculada a programas específicos de operação ou 
investimento; 
• Probabilística (independente): não vinculada a programas específicos, com 
distribuição de probabilidades conhecidas, previsíveis por meio de modelos 
estatísticos; 
• Incerta (independente): decorrente de fatores de difícil previsão; 
• Eventual: decorrente de necessidades específicas, para aplicação imediata e 
cuja repetição não é prevista. 
 
Como vimos na aula anterior, o conhecimento do tipo de demanda é um ponto 
fundamental, porque para cada uma delas deve haver diferentes: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 7 
• Critérios de formação de estoques e de ressuprimentos; 
• Responsabilidades pelas informações; 
• Métodos de controle de estoques; 
• Parâmetros de avaliação; 
• Ações gerenciais. 
 
Estoque Puxado (Pull System) 
 
Esses estoques têm a característica de serem puxados pela demanda. Seu 
ressuprimento é natural, ou seja, saiu ressupre-se. É o exemplo da maioria dos 
produtos de varejo, comercializados em supermercados. 
 
Estoque Empurrado (Push System) 
 
São estoques cujo ressuprimento é definido pelos fornecedores, sejam eles 
internos ou externos. Na grande maioria das vezes não há alternativa quanto a 
outro tipo de ressuprimento, características estruturais da empresa, ou 
ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, veículos novos, 
combustíveis, bebidas etc. 
 
Ferramentas para a gestão dos estoques 
As principais ferramentas para a gestão dos estoques são: 
 
1. Sistema de Contagem de Estoque 
Existem dois tipos de sistema de contagem: 
 
Sistema Periódico de Contagem (Inventário) 
 
Neste sistema os estoques são contados de tempos em tempos, com períodos 
determinados pela organização. A contagem é efetuada através da presença 
física nos compartimentos dos responsáveis por esse trabalho. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 8 
Normalmente, os itens de maior importância exigem maior frequência de 
contagem que os itens menos importantes. 
 
Sistema Periódico de Contagem (Inventário) 
 
Neste sistema, costuma-se utilizar uma ferramenta de TI para controle de 
estoque (software), que atualiza as quantidades do estoque instantaneamente, 
ou seja, assim que o item de material é movimentado, registra-se a sua entrada 
ou saída do depósito. 
 
Confrontação de resultados 
 
Deve-se comparar os resultados dessas duas contagens, de modo a verificar 
eventuais divergências de quantidades. É importante ficar alerta para o fato de 
que, no dia a dia, esses dois tipos de contagem podem apresentar divergências 
que, usualmente, ocorrem devido ao inadequado registro das quantidades 
movimentadas (entrada ou saídas). 
 
3. Análise ou Classificação ABC 
Imagine um hospital em que existam milhares de itens em estoque. Certamente 
a sua gestão demandaria uma quantidade de pessoas e de tempo muito 
elevados, se fosse dada a mesma atenção de controle para todos os materiais, 
o que é inviável. Para se contornar esse problema, muitos adotam a 
Classificação ABC. 
 
Esse método é um investimento de planejamento que permite ao gestor 
identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da 
representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em 
estoque. 
 
Na prática, permite identificar aqueles itens que justificam mais atenção, 
dispensando tratamento adequado quanto a sua administração, cabendo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 9 
destacar que não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do 
total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. 
 
Mas a lógica padrão é a seguinte: 
 
Classe A: Pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor 
total dos estoques, que justificam procedimentos meticulosos no seu 
dimensionamento e controle. Representam, em média, 5% dos itens e 80% dos 
recursos financeiros. 
 
Classe B: Itens intermediários entre as classes A e C, cujos procedimentos de 
dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos. Representam, 
em média, 15% dos itens e 15% dos recursos financeiros. 
 
Classe C: Itens de menor importância, que não justificam procedimentos 
rigorosos de dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de 
estoques elevados. Representam, em média, 80% dos itens e 5% dos recursos 
financeiros. 
 
Metodologia de construção – curva ABC 
Dividimos didaticamente a construção da Curva ABC em 8 (oito) passos: 
 
Passo 1 - Listar todos os itens com respectivos custos unitários e consumo 
anual. 
 
Passo 2 - Calcular o valor monetário consumido no período. 
 
Passo 3 - Ordenar os itens por ordem decrescente do valor consumido durante 
o período. 
 
Passo 4 - Obter o custo anual total a partir do somatório de cada custo anual. 
Efetuando soma de todos os valores totais, obtivemos 141.700. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 10 
Passo 5 - Calcular os percentuais de cada um dos itens em relação ao total. 
 
Passo 6 - Acumular os percentuais dos itens calculados na ordem decrescente. 
 
Passo 7 - Determinar os itens de classe A, B e C. 
 
Com a coluna % acumulada concluída, cabe neste momento uma análise dos 
dados obtidos. Deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. 
Essa proporção deverá ser feita considerando-se o seguinte: A > B > C, em que 
a soma de A, B e C deverá ser 100%. 
 
Passo 8 - Confeccionar o gráfico da Curva ABC. 
 
Ao aplicar o método ABC em seus itens de estoque a organização de saúde 
pode dar um grande passo na racionalização de seus métodos de controle e 
classificação de materiais, trazendo grande mobilidade nas tomadas de decisão 
em relação aos investimentos feitos em estoque. 
 
Criticidade 
Como pudemos perceber, a classificação ou análise ABC é feita sob a ótica do 
valor ou da quantidade, o que muitas das vezes pode levar a distorções 
perigosas, uma vez que deixa de considerar a importância relativa de cada item 
em relação à operação do sistema como um todo. Além da análise ABC 
tradicional,a criticidade assume importância cada dia maior, visto que muitas 
vezes a falta de um item de baixíssimo custo e pequena rotatividade pode parar 
toda a operação de uma organização. 
 
Portanto, complementarmente à análise ABC tradicional, podemos realizar uma 
análise pautada na criticidade dos itens em estoque, meramente 
qualitativa. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 11 
Essa classificação visa entender qual o grau de importância, de criticidade para 
o negócio da organização. Tem também uma nomenclatura alfabética e em 
conjunto com a classificação ABC tem mostrado bons resultados nas gestões de 
estoques. 
 
Nível 1 - Material que não pode faltar no estoque, pois sua falta causa atraso 
ou parada operacional e prejuízos irrecuperáveis. 
 
Nível 2 - Material considerável substituível. 
 
Nível 3 - Material considerado supérfluo, só deve ser adquirido quando 
necessário à operação. 
 
Método ABC x Nível de Criticidade 
 
 
 
Métodos para controle de estoques 
O controle de estoques envolve, dentre outras responsabilidades, o 
cumprimento das seguintes tarefas: 
 
• Ressuprimento dos estoques; 
• Análise e acompanhamento dos níveis de estoques; 
• Identificação dos excedentes e inservíveis; 
• Avaliação de demandas e tempos de compra. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 12 
Nas organizações que trabalham com demandas independentes e relativamente 
regulares, o método mais empregado é o das quantidades fixas. O método das 
revisões periódicas é mais adequado para itens de valor elevado e passíveis de 
descontinuidade de uso, podendo ser adotado também por questões de 
otimização logística. 
 
Como exemplo, podemos citar algumas distribuidoras de medicamentos que 
agrupam pedidos de redes de farmácia e assim reduzem o número de 
fornecimentos. 
 
Métodos das quantidades fixas 
Um tipo de método empregado no controle dos estoques de organizações 
hospitalares e assemelhadas. 
 
 
 
Demanda ou Consumo (D) 
 
É a quantidade de material requerida para atender às necessidades de 
operação da organização. 
 
Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 13 
É o tempo necessário para o seu ressuprimento. 
 
Intervalo de Ressuprimento (IR) 
 
É um período preestabelecido pela gerência de estoque que corresponde, 
aproximadamente, ao intervalo de tempo decorrido entre duas quantidades de 
ressuprimento sucessivas. 
Por exemplo, uma demanda de 1600 unidades poderá ser atendida por uma 
única compra (IR=12 meses), por quatro compras (IR= 3 meses) ou mais. 
 
 
 
Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR) 
 
Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR): É uma quantidade de 
material, pré-determinada que, ao ser atendida pela ação da demanda, dá 
origem a uma solicitação de ressuprimento. 
 
Caso tenhamos um Estoque de Segurança, o cálculo do Ponto de 
Ressuprimento se dará da seguinte forma: 
 
PR = D. LT + ES
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 14 
Onde: 
PR = Ponto de Ressuprimento (UN) 
D = Demanda Média 
LT = Lead Time 
ES = Estoque Segurança (UN) 
 
Ruptura de Estoque (RE) é a situação em que o material existente chega a 
zero, após consumido todo o estoque de segurança (quando houver). A partir 
desse ponto de ruptura, a ação continuada da demanda irá provocar a falta de 
material e seu consequente custo. 
 
Nível de Serviço x Fator de Segurança 
 
Es = D x K 
 
Onde: 
Es = Estoque segurança em unidades 
d = Demanda Média 
K= Fator de Segurança 
*O fator K é arbitrado e é proporcional ao grau de atendimento ou nível de 
serviço desejado para o item. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 15 
Método das revisões periódicas 
Esse método é aplicável quando se deseja utilizar um procedimento menos 
automatizado para recompor os níveis de estoques. 
 
Os procedimentos de controle do estoque ocorrem em intervalos regulares de 
tempo (semana, mês, semestre), sendo de fundamental importância a definição 
do intervalo de tempo entre revisões de controle, pois é justamente nesse 
intervalo de tempo que há mais risco da falta de material. 
 
Avaliação de estoques 
Por que devemos avaliar os nossos estoques? 
 
1 - Para conhecimento e controle dos valores monetários investidos em 
estoques; 
 
2 - Assegurar que os recursos investidos estejam de acordo com a política da 
empresa; 
 
3 - Garantir que a valorização reflita seu conteúdo. 
 
O objetivo do registro do estoque é controlar a quantidade de materiais, tanto 
em volume físico quanto em valor financeiro. A avaliação de estoque anual 
deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação 
exata do material e informações financeiras atualizadas. 
 
Fato é que o método de avaliação escolhido afetará o total do lucro, 
uma vez que os estoques constituem conta patrimonial do ativo das 
organizações. 
 
Logo, permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque 
final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto 
menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 16 
Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos 
materiais entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura 
de mercado, outro fornecedor etc.), surge o problema de selecionar o método 
que se deve adotar para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são: 
 
• Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (FIFO ou PEPS); 
• Último a Entrar, Primeiro a Sair (LIFO ou UEPS); 
• Custo Médio. 
 
Exemplo prático 
Para ilustrar numericamente, vamos utilizar uma sequência de operações 
realizadas por uma empresa e posteriormente aplicar, para o mesmo exemplo, 
os três métodos de avaliação de estoque. 
 
Suponha-se que uma empresa, no primeiro dia do mês, possua um estoque 
(inicial) igual a zero de certo item. A partir daí, obtivemos as seguintes 
informações sobre as entradas e saídas do item em análise: 
 
 
 
Cálculo pelo Critério FIFO (First-in, First-out)/PEPS 
Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro 
que entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos 
dando baixas no estoque a partir das primeiras entradas, ou seja, a primeira 
unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 17 
 
 
Cálculo pelo Critério LIFO (Last-in, First-out)/UEPS 
Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o último 
que entra é o primeiro que sai (UEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos 
dando baixas no estoque a partir das últimas entradas, ou seja, a última 
unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. 
 
 
 
Cálculo pelo Critério do Custo Médio 
Este método, também chamado de método da média ponderada, utiliza os 
custos médios em lugar dos custos efetivos, sendo amplamente usado e aceito 
pelo Fisco. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 18 
 
 
Encerramento 
Nesta aula compreendemos as principais características da gestão de estoques 
para a área de saúde e suas principais ferramentas. 
 
Na próxima aula serão apresentadas as principais características da Função 
Compras e aspectos relevantes da relação com os fornecedores. 
 
Atividade proposta 
A Classificação ABC é uma ferramenta bastante útil, pois, como vimos, permite 
uma priorização dos itens dos estoques. Nesse contexto, que tal pesquisar 
sobre como a classificação ABC pode contribuir para minimizar os custos dos 
estoques? 
 
Chave de resposta: A divisão em classes permite quecada item do estoque 
tenha um tratamento diferenciado, priorizando a redução dos níveis de 
estoques e o controle dos produtos A. Por exemplo, podemos optar por uma 
política ótima que minimize a imobilização de recursos em alguns itens, 
realizando pedidos mais frequentes e menores. 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 19 
CHRISDTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de 
suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
FERREIRA, F.A. Administração de material. Rio de Janeiro: CNI. 
MACHLINI, C; Barbieri, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos 
diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos 
financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. Sobre os estoques 
foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Os estoques são importantes mas nem sempre necessários. 
II - A formação dos estoques deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à 
demanda ou ao ressuprimento. 
III - Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que 
vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
Questão 2 
Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e 
venda - no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as 
etapas de compra, transformação e venda — no processo de produção em 
empresas industriais. Nesse contexto, foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional 
da empresa. 
II - Os estoques funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as 
duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 20 
os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e 
procura. 
III - Normalmente, a decisão pela manutenção de estoques decorre da 
dificuldade de se prever a demanda com exatidão. 
Está(ão) correta(s): 
 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente II e III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
Questão 3 
Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão 
impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Assinale a alternativa que 
não contempla um tipo de demanda que influencie na característica dos 
estoques: 
a) Inativa 
b) Dependente 
c) Probabilística 
d) Incerta 
e) Eventual 
 
Questão 4 
A classificação dos estoques quanto à natureza visa a agrupar os materiais em 
subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, 
podem ser classificados em: 
a) Ativo e inativo 
b) Dependente e independente 
c) Cíclico e sazonal 
d) De segurança e mínimo 
e) Máximo e mínimo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 21 
Questão 5 
Sabemos que os estoques variam de acordo com sua classificação e 
características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
Nesse contexto, existe um tipo de estoque em cujo ressuprimento é definido 
pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. Estamos nos referindo ao: 
a) Estoque puxado 
b) Estoque empurrado 
c) Estoque sazonal 
d) Estoque de segurança 
e) Estoque antecipado 
 
Questão 6 
Em um ambiente hospitalar, sabemos que alguns itens de material são mais 
importantes que outros e precisam ser tratados como tal. Tendo isso em 
mente, devemos direcionar recursos, esforços e pessoal para fazer com os itens 
mais críticos sejam atendidos com atenção especial. Uma ferramenta que 
auxilia os gestores nessa priorização é o(a): 
a) Classificação ABC 
b) PERT 
c) PEPS 
d) Trade-off 
e) CIF 
 
Questão 7 
A Classificação ou Análise ABC é feita sob a ótica do valor ou da quantidade, o 
que muitas das vezes pode levar a distorções perigosas, uma vez que deixa de 
considerar a importância relativa de cada item em relação à operação do 
sistema como um todo. Nesse contexto, complementarmente à Análise ABC 
tradicional, comumente adota-se um outro critério, denominado de: 
a) Criticidade 
b) Paretto 
c) Análise SWOT 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 22 
d) Matriz GUT 
e) Matriz Ansoff 
 
Questão 8 
Conceito que exprime o período que decorre a partir de uma decisão ou medida 
adotada e sua efetiva concretização. Tomando por exemplo a gestão de 
estoques, diz respeito ao tempo necessário para a reposição do produto em 
carência, que toma partida no pedido ao fornecedor e termina com a entrega 
concreta da mercadoria. Estamos nos referindo a(o): 
a) Intervalo de ressuprimento 
b) Tempo de ressuprimento 
c) Giro do estoque 
d) Tempo de espera 
e) Ciclo de suprimento 
 
Questão 9 
Sobre o Estoque de Segurança foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Devemos ter bastante critério e bom senso ao dimensionar o estoque de 
segurança, pois também representam capital empatado e inoperante. 
II - O Estoque de Segurança é uma quantidade predeterminada de material 
destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda 
ou do tempo de ressuprimento. 
III - O Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo deve ser dimensionado de 
forma que previna o consumo acima do normal e os atrasos de entrega durante 
o período de revisão e o tempo de reposição. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 23 
Questão 10 
O almoxarifado de um hospital apresentou a seguinte movimentação de um 
remédio específico (considere o estoque inicial no dia 1 igual a zero). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utilizando o método de avaliação de estoque UEPS (último a entrar, primeiro a 
sair), o valor do estoque final desse produto no almoxarifado no quinto dia é 
de: 
a) 347 
b) 360 
c) 400 
d) 480 
e) 750 
 
Estoque de Segurança (ES): É uma quantidade predeterminada de material 
destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda 
ou do tempo de ressuprimento. 
 
Aula 3 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Dia Entrada (unid.) Custo (R$) Saída (unid.) 
1 100 12 - 
2 200 10 - 
3 - - 250 
4 80 15 - 
5 - - 100 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 24 
Justificativa: Na prática, devemos, antes de tudo, entender que os estoques são 
importantes, mas, nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer 
quando existirem dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. Não 
ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante complexo de 
ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem tanto a previsão 
das demandas quanto ao ressuprimento. Dessa forma, concluímos que tratar 
do dimensionamento dos níveis dos estoques bem como controlá-los não são 
tarefas das mais fáceis. Descobrir maneiras para reduzir os níveis dos estoques 
sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos 
maiores desafios dos gestores numa época de escassez de recursos. 
 
Questão 2 - E 
Justificativa: Os estoques são uma forma de a organização proteger-se da 
imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, 
constituindo-se de um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda 
— no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as 
etapas de compra, transformação evenda — no processo de produção em 
empresas industriais. Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número 
reduzido de itens e quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a 
demanda dos clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que 
aumenta a importância da sua gestão. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Existem quatro tipos de demanda que influenciam nas 
características dos estoques: Programada (dependente); Probabilística 
(independente); Incerta (independente); Eventual: decorrente de necessidades 
específicas, para aplicação imediata e cuja repetição não é prevista. Quanto à 
Natureza, os estoques podem ser classificados em Ativo, resultante de um 
planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida e repetida 
operacionalmente, como de medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem 
perspectiva de utilização total ou parcial, dispensáveis ou alienáveis. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 25 
Questão 4 - A 
Justificativa: A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em 
subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, 
podem ser classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e 
destinado a uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de 
medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou 
parcial, dispensáveis ou alienáveis. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: O Estoque Empurrado (Push System) é definido pelos 
fornecedores, sejam eles internos ou externos. Na maioria das vezes não há 
alternativa quanto a outro tipo de ressuprimento, características estruturais da 
empresa, ou ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, 
veículos novos, combustíveis, bebidas etc. 
 
Questão 6 - A 
Justificativa: A Classificação ABC é um investimento de planejamento que 
permite ao gestor identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em 
razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos 
em estoque. 
 
Questão 7 - A 
Justificativa: A Criticidade é um outro tipo de classificação dos itens em estoque 
que é meramente qualitativa. Essa classificação visa entender qual o grau de 
importância, de criticidade para o negócio da empresa. Tem também uma 
nomenclatura alfabética e em conjunto com a classificação ABC tem mostrado 
bons resultados nas gestões de estoques. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) é o tempo necessário 
para o ressuprimento de um item. Se um item é comprado, o LT refere-se ao 
tempo decorrido desde a colocação do pedido de compra até o recebimento do 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 26 
material comprado. Se for um item fabricado, o LT refere-se ao tempo 
decorrido desde a liberação de uma ordem de produção até que o item 
fabricado esteja pronto e disponível para uso. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: As incertezas intrínsecas existentes na gestão de estoques, 
principalmente advindas da demanda e do Lead Time dos fornecedores, 
obrigam a criação de um estoque suplementar para diminuir seus efeitos, 
denominado Estoque de Segurança (ES), que serve para evitar a falta de 
materiais em estoque, ocasionada por: 
Aumento não previsto da demanda no intervalo de ressuprimento; 
Atraso no próprio tempo de ressuprimento; 
Cobrir a retirada média durante o período de risco, ou seja, o intervalo entre a 
colocação do pedido e a entrega; 
Absorver as flutuações acima da média durante este tempo, até um total 
desejado. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: Da primeira saída (250) restarão 50 unidades a R$ 12,00 cada, 
pois sairão as 200 unidades de R$ 10,00 e 50 unidades de R$ 12,00. Da 
segunda saída (100), restarão 30 unidades a R$ 12,00 cada, pois sairão as 80 
unidades a R$ 15,00 e 20 unidades de R$ 12,00. Portanto, restando 30 
unidades a R$ 12,00 cada, o valor total do estoque é de R$ 360,00.

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