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Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Equação da Quantidade de Movimento para um Volume de Controle Inercial (Análise restrita a um volume de controle inercial, ou seja, que não está acelerando relativo a um sistema de referência estacionário ou sistema de coordenadas inercial) Relembrando! A segunda lei de Newton para um sistema: VdVdmVP P dt Pd F sistemaVsistemamassa sistema sistema ρ ∫∫ == = )( )( linear movimento de quantidade a é onde , rrr r r r A força resultante inclui todas as forças de campo e se superfície: F r BS FFF rrr += (1) (2) Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ = SCCV sistema AdVVVdV tdt Pd r rrr r ρρ Como em t o , o Sistema e o V.C. coincidem, das eqs. (1), (2) e (4): ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ =+= SCCV BS AdVVVdV t FFF r rrrrrr ρρ Chega-se à formulação para V.C. da Segunda Lei de Newton ou Equação da Conservação da Quantidade de Movimento, a qual é vetorial. A velocidade é avaliada em relação ao V.C. Definição: “A soma de todas as forças (forças de campo e de superfície) agindo num V.C. sem aceleração é igual à soma da taxa de variação da q.d.m. dentro do V.C. e da taxa resultante de fluxo de q.d.m através da S.C.”. ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ = SCCV sistema AdVVd tdt dN r r ηρηρ Temos o Teorema do Transporte de Reynolds em que: N = e η = , portanto: P r V r (4) V r (3) Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos • Força de campo por unidade de massa b r ∫ ∫ ======== CV B VdbdmbF ρ rr r qdo. a gravidade é a única força de campo: gb m B gmB r r r r r ========⇒==== • Força de superfície devida a pressão: ∫ −−−−==== A B ApdF r r A equação da q.d.m. em suas equações escalares: ∫∫ ∫∫ ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ =+= ⋅+ ∂ ∂ =+= ⋅+ ∂ ∂ =+= SCCV BSz SCCV B y Sy SCCV BSx AdVwVdw t FFF AdVvVdv t FFF AdVuVdu t FFF zz y xx r r r r r r ρρ ρρ ρρ A título de ilustração, vamos considerar que as únicas forças de campo e superfície são a gravidade e a pressão, respectivamente: Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Determinação do sinal referente ao fluxo de q.d.m. através de qualquer porção da superfície de controle: 1 º - determinar o sinal de 2 o - determinar o sinal para cada componente da velocidade u, v e w; o sinal dependerá da escolha do sistema de coordenadas. Por exemplo, em x: VdAAdVAdV ραρρ ±==⋅ cos r r r r ( ) VdAuAdVu ρρ ±±=⋅ r r ∫ ⋅ SC AdVV r rr ρ Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Caso particular: Escoamento uniforme permanente 11112222 VVAVVAF rrr ρρ −= Se há apenas uma entrada e uma saída, a Eq. da q.d.m. torna-se: da eq. da continuidade: 111222 VAVAm ρρ ==& Assim, a eq. da q.d.m. toma a forma simplificada ( ) 12 VVmF rr & r −= ou em suas equações escalares: ( ) ( ) ( ) 12 12 12 wwmF vvmF uumF −= −= −= & & & Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Exemplo 1 Água escoa através de um cotovelo de uma tubulação horizontal e sai para a atmosfera. A vazão volumétrica é de 0,3 ft 3 /s. Calcule a força em cada barra que segura o cotovelo em seu lugar. Despreze forças de massa, efeitos viscosos e forças de cisalhamento sobre as barras. Suponha que a pressão em 1 possa ser dada por (Equação de Bernoulli): ( )2 1 2 21 2 VVp −= ρ Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Considere o escoamento simétrico de ar ao redor do cilindro. O volume de controle, excluindo o cilindro é mostrado na Fig. A distribuição de velocidade, corrente a jusante do cilindro, é aproximada por uma parábola, conforme mostrado. Determine a força de arrasto por metro de comprimento agindo sobre o cilindro. Use ρ = 1,23 kg/m 3 . Exemplo 2 Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Volume de Controle movendo-se com Velocidade Constante Um V.C. (fixo em relação às coordenadas de referência x, y, z) movendo-se com uma velocidade constante, , relativo às coordenadas de referência fixas (inerciais) X, Y, Z, é também inercial, pois ele não tem aceleração em relação a X, Y, Z. O teorema de transporte de Reynolds como apresentado pela Eq. (3) é valido para qualquer sistema x, y, z (fixo ao V.C.) dotado de movimento constante, desde que todas as velocidade e derivadas sejam medidas relativamente ao V.C. Assim: rf V r ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ =+= SC xyzxyz CV xyzBS AdVVVdV t FFF r rrrrrr ρρ O subscrito xyz enfatiza que as grandezas devem ser medidas relativas ao V.C. É conveniente imaginar que as velocidades são aquelas que seriam vistas por um observador movendo-se com velocidade constante com o V.C. Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Exemplo 3 O defletor mostrado na Fig. move-se para a direita a 30 m/s enquanto o bocal permanece estacionário. Determine (a) as componentes da força necessária para sustentar o defletor, (b) como observado por um observador fixo e (c) a potência gerada pela palheta. A velocidade do jato é 80 m/s. 2 V r Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Volume de Controle com uma Aceleração Retilínea O Teorema do Transporte de Reynolds não possui nenhuma restrição quanto ao movimento das coordenadas de referência x y z. Conseqüentemente, ele é válido a qualquer instante para qualquer movimento arbitrário das coordenadas x, y e z. Porém, a Segunda Lei de Newton para um sistema não é válida para um V.C. que acelera relativo às coordenadas inerciais de referência X, Y, Z. Se o movimento de x, y, z é translação pura, relativo às coordenadas de referência X, Y , Z, então: rfxyzXYZ aaa rrr += Assim: ∫∫∫ ⋅+ ∂ ∂ =−+ SC xyzxyz CV xyz CV rfBS AdVVVdV t VdaFF r rrr r rr ρρρ onde é a aceleração das coordenadas de referência xyz relativas às coordenadas inerciais X, Y, Z. rf a rMecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Exemplo 4 O foguete mostrado na Fig., com uma massa inicial de 150 kg, queima combustível à taxa de 10 kg/s e tem uma velocidade de exaustão constante de 700 m/s. Qual é a aceleração inicial do foguete e a velocidade após 4 s? Despreze o arrasto sobre o foguete. Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Relembrando! A primeira Lei para um sistema: quando o calor é transmitido ao sistema e quando o trabalho é efetuado pelo sistema 0>Q& (1) 0>W& A primeira lei da Termodinâmica para um Volume de Controle Inercial VdeedmE E dt dE WQ sistemaVsistemamassa sistema sistema ρ ∫∫ == =− )( )( por dada sistema, do totalenergia a é onde , & & Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ = SCCV sistema AdVeVde tdt dE r r ρρ Como em t o , o Sistema e o V.C. coincidem, das eqs. (1), (2) e (3): ∫∫ ⋅+ ∂ ∂ = SCCV sistema AdVVd tdt dN r r ηρηρ Temos o Teorema do Transporte de Reynolds em que: N = E e η = e , portanto: (3) (2) Esta é a formulação para o volume de controle da primeira lei da termodinâmica. Porém, é possível deixá-la numa forma mais conveniente! (4) gz V ueonde AdVeVde t WQ SCCV ++= ⋅+ ∂ ∂ =− ∫∫ 2 : 2 r r & & ρρ Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos 1. Trabalho de Eixo s W & 2. Trabalho efetuado na superfície de controle pelas tensões normais ∫ ⋅= SC nn AdVW r r & σ normal 3. Trabalho efetuado na superfície de controle pelas tensões tangenciais Trabalho Efetuado no Volume de Controle O trabalho efetuado no V.C. pode ser dividido em quatro classes: outrotangencialnormal WWWWW s &&&&& +++= é o trabalho transmitido pelo eixo através da superfície de controle ∫∫∫∫ ⋅+⋅+⋅=⋅= )escapes()sólida superficie()eixo( tangencial AAASC AdVAdVAdVAdVW r r r r r r r r r r r r & ττττ 4. Outras formas de trabalho Energia elétrica, eletromagnética, etc. (1) =0, pois =0, se 0====⋅⋅⋅⋅V r r τ 0====V r Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Chega-se à formulação para V.C. da primeira lei da termodinâmica ou Equação da Conservação da Energia Substituindo as expressões dos diferentes tipo de trabalho em (4): Reagrupando os termos e notando que ρ = 1/v Finalmente, substituindo e = u + V 2 /2 + gz e considerando que σ nn = p (5) ∫∫ ∫ ⋅+ ∂ ∂ = = ++⋅+− SCCV SC nns AdVeVde t WWAdVWQ r r && r r & & ρρ σ outrotangencial ( ) ( ) ∫∫ ⋅++ ∂ ∂ = =++− SC nn CV s AdVveVde t WWWQ r r &&& & ρσρ outrotangencial ( ) ∫∫ ⋅ ++++ ∂ ∂ = =++− SCCV s AdVgz V pvuVde t WWWQ r r &&& & ρρ 2 2 outrotangencial Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Escoamento Permanente Uniforme Além de perfis estáveis e escoamento permanente, considere também que 0 outrotangencial ==WW && Além disso, defina PERDAS como a soma de todos os termos representando formas de energia não-utilizáveis: ∫ ⋅+−= SC AdVuQPerdas r r & ρ Substituindo as expressões acima em (5) e rearranjando temos: A vazão em massa é dada por = ρ 1 V 1 A 1 = ρ 2 V 2 A 2, e dividindo a expressão acima por m & gm & Perda de carga Se as perdas são desprezíveis e não há trabalho de eixo: L s hzz pp g VV gm W +−+−+ − =− 12 1 1 2 2 2 1 2 2 2 γγ& & 1 1 1 2 1 2 2 2 2 2 22 z p g V z p g V ++=++ γγ a qual é identificada como sendo a equação de Bernoulli perdasgz pV AVgz pV AVW s + ++− ++=− 1 1 1 2 1 1112 2 2 2 2 222 22 ρ ρ ρ ρ& Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Da Termodinâmica, temos que: ( ) ∫∫ ⋅ +++ ∂ ∂ = =++− SCCV s AdVgz V hVde t WWWQ r r &&& & ρρ 2 2 outrotangencial pvuh += Sendo h a propriedade termodinâmica entalpia. Assim, a equação da conservação da energia (Eq. 5) pode ser escrita da seguinte forma: Obs.: Para gases perfeitos, a variação da entalpia é dada por: Tch poidealgás ∆=∆ (6) Outra forma da Equação da Energia Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Exemplo 5 A bomba da Fig. é usada para aumentar a pressão de 0,2 m 3 /s de água de 200 kPa para 600 kPa. Se a bomba tem uma eficiência de 85%, qual a potência elétrica de que a bomba necessita? A área de saída fica 20 cm acima da área da entrada. Suponha que a área de entrada e de saída sejam iguais. Mecânica dos Fluidos (SEM5749) – Prof. Oscar M. H. Rodriguez UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Núcleo de Engenharia Térmica e Fluidos Exemplo 6 Água flui de um reservatório através de uma tubulação com um diâmetro de 2,5 ft para uma unidade geradora a turbina e sai para um rio que está localizado a 100 ft abaixo da superfície do reservatório. Se a vazão do escoamento é de 90 ft 3 /s e a eficiência da turbina geradora é de 88%, calcule a potência de saída. Suponha um coeficiente de perda de carga na tubulação (incluindo a saída) de K = 2.
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