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Auditoria e Controladoria Governamental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites Finanças Públicas • Finanças Públicas • As despesas públicas • Receitas Públicas • Diferenças entre as finanças públicas e finanças privadas · Esta Unidade tem como objetivos principais a aquisição e a correta utilização dos seguintes conceitos: finanças públicas; as despesas públicas; receitas públicas; diferenças entre as finanças públicas e finanças privadas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Olá, Aluno (a)! Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema: finanças públicas. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, tanto a videoaula como a aula narrada são essenciais para sua aprendizagem, elas estão na pasta de atividades. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude todos com atenção! Bons estudos! ORIENTAÇÕES Finanças Públicas UNIDADE Finanças Públicas Contextualização Quais são as principais diferenças entre finanças públicas e finanças corporativas (privadas), elas realmente existem? Se o profissional for um bom gestor privado, consequentemente será um bom gestor público? O ponto focal desta unidade é a desmitificação dos conceitos de finanças públicas, que em muitas ocasiões se mesclam com os de finanças corporativas, embora com um diferencial muito grande: “ [...] finanças públicas buscam prover, por meio das autoridades públicas os bens e serviço público, ou coletivo que as pessoas não podem adquirir em pequenas quantidades”, sendo assim, a busca incessante do bem comum. Muitas vezes verificamos em notícias da grande mídia que esse bem comum foi deturpado em prol do bem de poucos ou alguns escolhidos, cabe-nos como gestores públicos termos consciência e transparência para antever os riscos e sempre buscar a solução ideal, minimizando perdas para sempre buscar a máxima utilização da ‘máquina pública’ em benefício da maior parte da população, dessa forma, efetivaremos a grandeza dessa tarefa tão árdua que é a de sermos gestores públicos. 6 7 Finanças Públicas A expressão ‘finanças públicas’ pode ser utilizada em três sentidos fundamentais, são eles: a) Sentido orgânico – fala-se de finanças públicas para designar o conjunto dos órgãos do Estado ou de outro ente público (incluindo a parte respectiva da administração pública a quem compete gerir os recursos econômicos destinados à satisfação de certas necessidades sociais – ex.: Ministério de Finanças; b) Sentido objetivo – designa a atividade por meio da qual o Estado ou outro ente público afeta bens econômicos para a satisfação de certas necessidades sociais; c) Sentido subjetivo – refere-se à disciplina científica que estuda os princípios e as regras que regem a atividade do Estado a fim de satisfazer as necessidades que lhe estão confiadas. Diálogo com o Autor: o termo ‘finanças públicas’ pode ser utilizado em três sentidos fundamentais: sentido orgânico, sentido objetivo e sentido subjetivoEx pl or A tarefa central das finanças públicas é a de estudar a natureza e os efeitos do uso, pelo Estado, dos instrumentos fiscais: tributação e gasto, obtenção de empréstimos, e sua concessão, compra e venda. Estão incluídas nesse universo as interações das agências do próprio Governo, bem como do governo central, dos governos estaduais e municipais. Assim as finanças públicas buscam prover, por meio das autoridades públicas, os bens e serviços públicos, ou coletivos, que as pessoas não podem adquirir em pequenas quantidades – como por exemplo: educação, saúde pública, justiça, segurança pública, entre outros – e a maneira pela qual são financiados. As finanças públicas fazem parte do estudo da economia governamental com a implantação de medidas para melhorar o bem-estar dos cidadãos. É a vertente da ciência econômica que tem como estudo a política fiscal e que estuda as políticas públicas em relação à natureza fiscal. Além disso, estuda conceitos como dívida pública, despesas públicas, etc. No conceito de finanças públicas estão incluídas também as finanças com o exterior, as quais dizem respeito à renda das exportações de bens e serviços, receitas de serviços como: fretes, turismo, juros, assistência técnica, lucros, investimentos diretos, empréstimos e financiamentos. É o saldo apresentado pelo balanço de pagamentos do país, que vai indicar se ele é devedor ou credor de outras nações. Assim, o setor financeiro público, por intermédio de seus órgãos competentes, é encarregado de receber ou efetuar pagamentos aos países estrangeiros. Essas transações com o exterior são geralmente feitas em dólares. 7 UNIDADE Finanças Públicas Constituem-se assim as finanças públicas nas operações voltadas para a obtenção, distribuição e utilização do dinheiro indispensável à satisfação das inúmeras necessidades públicas. A expressão ‘finanças públicas’ designa os métodos, princípios e processos financeiros por meio dos quais os governos federal, estadual, distrital e municipal desempenham suas funções: alocativas, distributivas e estabilizadoras. Função alocativa Processo pelo qual o governo divide os recursos para a utilização no setor público e privado, oferecendo bens públicos, semipúblicos ou meritórios aos cidadãos – como rodovias, segurança, educação, saúde, dentre outros. Função distributiva A função distributiva está relacionada com a distribuição de renda de um país no intuito de manter uma população mais homogênea e igualitária. É a distribuição de renda de forma justa e o redirecionamento de recursos para serviços como a saúde, um dos mais usados pela população de baixa renda. O governo é responsável pela retirada de recursos de determinadas camadas da população para realocar em outras pessoas por meio de políticas de distribuição de renda. Um exemplo desse tipo de função são as isenções de impostos, redução de preço de determinado produto para aumentar sua concorrência e a redução de preços para a população; essas ações são implantadas para melhorar a divisão da renda dos brasileiros. Função estabilizadora Essa função está baseada no intuito do governo de estabilizar a economia quando o mercado não consegue garantir que isso ocorra. Ele age reduzindo os preços, estabilizando os juros, aumentando a oferta de empregos, reduzindo a inflação, etc. Essa função é bem distinta das anteriores, uma vez que o governo não pode esperar uma decisão do mercado e, por isso, utiliza a política fiscal para manter a economia estável. Dessa forma, a organização político-administrativa do Estado determina quem são os entes públicos e suas responsabilidades, e as finanças públicas indicam a maneira como esses entes deverão trabalhar para atingir seus fins, planejando, executando e prestando contas das receitas e dos gastos realizados pelo Estado. Para tanto, o Estado dispõe de instrumentos de planejamento, tais como: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de amplo alcance, cuja finalidade é estabelecer os programas e as metas governamentais de longo prazo. 8 9 Importante! O Estado dispõe de instrumentos de planejamento, tais como: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Importante! Atualmente sua vigência é de quatro anos e uma das suas seis características é a regionalização, pois serve de instrumento para diminuir as desigualdades entre as diferentesregiões. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento intermediário entre o PPA e a LOA, que antecipa as diretrizes, as prioridades de gastos, as normas e os parâmetros que devem orientar a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária para o exercício seguinte. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o plano de trabalho para o exercício a que se refere, expresso por um conjunto de ações a realizar, com o fim de atender às demandas da sociedade e indicar os recursos necessários à sua execução. No Brasil, as finanças públicas são disciplinadas, dentre outros, pela Constituição Federal, pela Lei n. 4.320/64 e pela Lei Complementar n. 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal. Esses normativos definem as linhas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, principalmente quanto ao planejamento das receitas e despesas públicas que constituem o orçamento público. O ponto central da ciência das finanças incide sobre a atividade fiscal, ou seja, a desempenha com o propósito de obter recursos para o custeio das atividades estatais. Assim como acontece nas empresas, o governo também realiza a administração dos seus recursos arrecadando e liberando valores, ou seja, as finanças públicas têm o objetivo de equilibrar os gastos e as receitas públicas. Importante! Receita: forma de conseguir recursos por meio das tarifas, tributação, impostos, etc. Despesa: são gastos do estado envolvendo atividades governamentais e políticas públicas. Em Síntese 9 UNIDADE Finanças Públicas As despesas públicas Obter e dispor de dinheiros públicos, como afetá-los ou distingui-los, não é mais do que a realização da receita e da despesa orçamental, já que, no nível da gestão financeira pública, é essa terminologia – a das receitas e despesas – que está legalmente consagrada. Pode-se definir despesa pública como o gasto ou o dispêndio de bens por parte dos entes públicos para criar ou adquirir bens ou prestar serviços suscetíveis de satisfazer necessidades públicas; elas concretizam o próprio fim da atividade financeira do Estado – satisfação de necessidades. Com base na natureza econômica das despesas e tendo em conta as interfaces entre economia e as finanças, pode-se falar de três tipos de despesas públicas, são elas: a) Despesa de investimento: são as que contribuem para a formação de capital – técnico – do Estado; b) Despesa de funcionamento: consubstanciam os gastos necessários ao normal funcionamento da “máquina” administrativa; c) Despesas em bens e serviços: são as que asseguram a criação de utilidades por meio da compra de bens e serviços pelo Estado; enquanto que as despesas de transferências se limitam a redistribuir recursos a novas entidades – quer do setor público, quer do setor privado; d) Despesas produtivas: criam diretamente utilidades; enquanto que as despesas reprodutivas distribuem para o aumento da capacidade produtiva, gerando, pois, utilidades acrescidas, mas no futuro. Classificação das despesas públicas a) Despesas ordinárias: são as que, com grande verossimilhança, se repetirão em todos os períodos financeiros; as despesas extraordinárias se repetem todos os anos, são difíceis de prever, não sendo possível saber quando voltarão a se repetir; b) Despesas correntes: são as que o Estado faz, durante um período financeiro, em bens consumíveis, ou que vão se traduzir na compra de bens consumíveis; as despesas de capital são realizadas em bens duradouros e no reembolso de empréstimos; 10 11 c) Despesas efetivas: são as que se traduzem, sempre, em uma diminuição do patrimônio monetário do Estado, quer se trate de despesas em bens de consumo ou em bens duradouros, implicam sempre em uma saída efetiva e definitiva de dinheiros da tesouraria; despesas não efetivas são as que, embora representem uma diminuição do patrimônio da tesouraria, têm, como contrapartida, o desaparecimento de uma verba de idêntico valor do passivo patrimonial; d) Despesas plurianuais: são aquelas cuja efetividade se prolonga por mais de um ano; as despesas anuais são as que não se prolongam por mais de um ano. Classificação orçamental das despesas São quatro as classificações orçamentais, segundo o art. 8°/2 Lei 6/91: a) Orgânica: as despesas repartem-se por departamentos da administração; b) Econômica: distingue-se das despesas correntes e de capital, umas e outras; c) Funcional: as despesas são aqui agrupadas de acordo com a natureza das funções exercidas pelo Estado, tendo-se adotado para o efeito o modelo do Fundo Monetário Internacional; d) Despesas por programas: um programa de despesas é um conjunto de verbas destinadas à realização de determinado objetivo, abrangendo um ou vários projetos. Importante! São quatro as classificações orçamentais: orgânica; econômica; funcional; e despesas por programas Em Síntese 11 UNIDADE Finanças Públicas Receitas Públicas As receitas são todos os recursos obtidos durante um dado período financeiro para a satisfação das despesas públicas a cargo de um ente público. São elas: a) Receitas patrimoniais: obtidas pelo patrimônio estadual, têm uma importância reduzida; b) Receitas creditícias: as que regulam do recurso ao crédito, os limites da contratação de empréstimos pelo Estado, no interior ou no exterior do País; c) Receitas tributárias: são as receitas que provêm dos impostos. Classificação das Receitas Públicas Receitas ordinárias São as que o Estado cobra num ano e vai voltar a cobrar nos anos seguintes. Receitas extraordinárias São as que, tendo sido cobradas num ano, não voltarão a ser cobradas com toda a verossimilhança nos anos seguintes. Receitas correntes São as que provêm do rendimento do próprio período. Receitas de capital São as que resultam de aforo (empréstimos). Receitas efetivas São as que se traduzem sempre em um aumento de patrimônio monetário do Estado (impostos, taxas). Receitas não efetivas São as que, aumentando o patrimônio monetário do Estado no momento do ingresso das verbas da tesouraria, acarretam um aumento do passivo do seu patrimônio gerando uma dívida a pagar em momento ulterior ao da arrecadação (receitas creditícias, resultantes de empréstimos). 12 13 Receitas obrigatórias São as percebidas pelo Estado, em virtude de obrigações impostas aos cidadãos pela lei, são aquelas cujo montante é negocialmente estabelecido. As finanças públicas são compostas pelas políticas que instrumentalizam os gastos públicos e os impostos. É dessa relação que dependerá a estabilidade econômica do país e a sua entrada em déficit ou excedente. O Estado é o responsável pelas finanças públicas. O principal objetivo estatal por meio das finanças públicas é o do fomento da plena ocupação e o controle da demanda agregada. O Estado intervém nas finanças através da variação da despesa pública e dos impostos. A despesa pública é o investimento que realiza o Estado em vários projetos de interesse social. Para poder concretizar os investimentos, isto é, manter a despesa pública, as autoridades devem se assegurar de arrecadar impostos, os quais são pagos por todos os cidadãos e pelas empresas de uma nação. Diferenças entre as finanças públicas e finanças privadas As finanças públicas diferem radicalmente das finanças privadas ou dos particulares: · Em primeiro lugar, os impostos constituem um meio de funcionamento específico do Estado, que não se encontra a dispor de nenhuma empresa privada; essas obtêm as suas receitas por meio dos preços que cobram pela venda de bens ou pela prestação de serviços. O Estado também vende e presta serviços, mas as receitas daí resultantes são secundárias se comparadas com aquelas que são geradas pela arrecadação de impostos; · Em segundo lugar, há a possibilidade do Estado recorreraos impostos, ao contrário do que sucede nas finanças privadas, pois nas finanças públicas não são as receitas que determinam as despesas; · Por último, o Estado procura satisfazer necessidades coletivas e atingir outros fins com a realização de despesas e a cobrança de receitas. As empresas privadas, por sua vez, têm como objetivo a maximização do seu lucro por meio da minimização das despesas e maximização das receitas. 13 UNIDADE Finanças Públicas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites A importância das finanças públicas equilibradas para o desenvolvimento econômico de um país Para se inteirar de outros pontos de vista sobre as finanças públicas, recomendamos que acesse o link e leia o artigo http://goo.gl/79NQYO 14 15 Referências REZENDE, Fernando. Finanças públicas. São Paulo: Atlas, 2001. GIAMBIAGE, Fábio; ALÉM, Ana Cláudia. Finanças públicas: teoria e prática no brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2001. CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria, contabilidade e controle interno: integração das áreas do ciclo de gestão: planejamento, orçamento, finanças, contabilidade e auditoria e organização dos controles internos, como suporte à governança corporativa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 15
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