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Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. PARTES E PROCURADORES I – Conceito: são pessoas naturais ou jurídicas que participam do processo. São sujeitos do processo. No Processo de Conhecimento são chamadas de AUTOR e RÉU. a. AUTOR: aquele que deduz a pretensão em juízo contra o réu; b. RÉU: aquele à quem a pretensão dos autos é deduzida, aquele que é apontado como quem deve ressarcir ou restabelecer o status quo anti violado. A denominação das partes varia conforme a fase processual: Ex: Processo de Execução (exequente e executado) Recurso (recorrente e recorrido) Embargos (embargante e embargado) As partes são representadas no processo ou em juízo por meio do ADVOGADO (PÚBLICO OU PRIVADO), pois conforme artigo 133 da CF/88, o advogado é essencial à administração da justiça e, por tal exigência constitucional o advogado ajuda no desenvolvimento do processo, assegurando o contraditório e ampla defesa. II – Capacidade Processual a) Conceito: é a aptidão para ser sujeito ativo ou passivo do processo na relação jurídica processual. (artigo 70 CPC) Capacidade de exercício ou de fato e, a capacidade de Direito (artigo 3º e 4º do CC 2002) – artigo 71 do CPC: O absolutamente incapaz deve ser representado; O relativamente incapaz deve ser assistido; Dezoito anos completo – maioridade civil (artigo 5º CC). II.1. CURADOR ESPECIAL Caso o incapaz não tiver que o represente ou assista; ou se os interesses do representante ou assistente conflitem com o do incapaz, o JUIZ NOMEARÁ UM CURADOR ESPECIAL (ARTIGO 72, I). A função de CURADOR ESPECIAL, em regra geral incumbe ao DEFENSOR PÚBLICO, pelo artigo 4º, XVI da LC 80/94 e parágrafo único do artigo 72 do CPC; Cabe o CURADOR ESPECIAL, no caso do réu preso revel; ou do réu revel citado por citação ficta (por edital ou com hora certa) – artigo 72, II, NCPC; Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. II.1.1. Vício de Incapacidade (artigo 76 CPC) - Incapacidade processual ou irregularidade de representação das partes: a. O juiz suspende o processo; b. Marca prazo razoável para que a parte sane o defeito. - Efeitos: a. Autor: o juiz decretará a nulidade do processo e extingue o processo sem resolução de mérito; b. Réu: juiz aplica a sanção de revelia; c. Ao terceiro será excluído do processo. II.2. OUTORGA UXÓRIA (artigo 73 CPC). POLO ATIVO. a. Ações que versem sobre direitos reais imobiliários (direitos reais – art.s 1225 e 1227 CC) Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1 o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; Isto é uma disposição que se relaciona com a legitimidade de parte e não com a sua CAPACIDADE POCESSUAL. § 3 o Aplica-se o disposto neste artigo À UNIÃO ESTÁVEL comprovada nos autos. Este consentimento é chamado de outorga uxória e, pode ser conferido: a. Instrumento particular ou público; b. Declaração de próprio punho; c. Outorga de procuração. Exceção: quando o regime for de SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS, PARA QUESTÕES QUE TRATEM DE DIREITOS REAIS IMOBILIÁRIOS. Contudo, em ações que versem sobre reconhecimento de direitos reais sobre o imóvel (artigo 73, parágrafo 1º, IV, do CPC), independente do regime de casamento ou união estável comprovada, ambos os cônjuges ou companheiros devem ser citados em litisconsórcio passivo necessário. Ex: ação confessória – reconhecimento de um servidão de passagem sobre o imóvel. Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. b. SUPRIMENTO JUDICIAL DA OUTORGA (artigo 74 CPC) Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo Ocorre na recusa do cônjuge ou companheiro: a. Recusa injusta; b. Impossibilidade de autorização. Ex: ausência, estado de coma; c. Instrumento é a AÇÃO DE SUPRIMENTO DE AUTORIZAÇÃO; d. A ausência de consentimento é UM PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE VALIDADE, QUE TORNA NULO O PROCESSO. II.4. Capacidade das pessoas casada ou em união estável no polo passivo (PARÁGRAFO 1º, do artigo 73 CPC) Litisconsórcio passivo necessário; Citação de ambos os consortes ou companheiros com união estável comprovada nos autos; III – CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS JURÍDICAS (ARTIGO 75 CPC) Artigo 45 do CC: é adquirida a PERSONALIDADE JURÍDICA da pessoa com o registro de seu ato constitutivo, podendo daí ser acionada e atuar em juízo. Massa falida, herança jacente e espolio são pessoas formais que o legislador conferiu capacidade processual permitindo que figurem em juízo por tempo determinado. Leitura do artigo. IV – CURADOR ESPECIAL a. Conceito: é um múnus publico imposto pelo juiz a uma terceira pessoa, para representar uma das partes no processo. b. Hipóteses (artigo 72º do CPC): I – Incapaz, sem representante legal ou quando houver conflito entre este e o interesse do representante; II – O réu preso ou ao revel citado por edital ou por hora certa. c. Finalidade: proteger os interesses do curatelado, pelo que deve responder ao pedido do autor na inicial: I – apresenta contestação, reconvenção ou exceções; impugnações; recursos; Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. II – não pode praticar atos de disposição do direito material do curatelado (Ex: confissão, transação, reconhecimento do pedido do autor); III – não tendo elementos de prova, pode fazer contestação genérica, afastando a revelia e invertendo o ônus da prova para o autor. (artigo 341, parágrafo único do CPC). V - CAPACIDADE POSTULATÓRIA a. Conceito: é a aptidão para promover ações judiciais, elaborar defesas e praticar atos processuais. Não se confunde com a capacidade processual: aptidão para estar em juízo; Observar o artigo 103 do CPC e artigo 8ª da Lei n. 8.906/94: Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. Advogado inscrito na OAB; Ministério Público em casos excepcionais (artigo 177 do CPC); A parte nos limites da Lei. Ex: Juizados Especiais Cíveis (causas até 20 salários mínimos, até a sentença – Lei 9.099/95); b. Procuração AD JUDITIA (Procuração para o foro ou para o Juízo). b.1. Conceito: é o instrumento que habilita o advogado a praticar em nome da parte, todo e qualquer ato processual. b.2. Atos que o advogado pode fazer com a procuração: ajuizar ação, contestar, reconvir, recorrer (artigo 103 do CPC) Exceção: não pode o advogado receber citação, reconhecer a procedência do pedido, desistir, renunciar, confessar, transigir (artigo 105 CPC) b.3. o advogado sem procuração pode fazer em nome da parte (artigo 104 CPC): Atos urgentes para evitar prescrição e decadência; Sem instrumento os atos são inexistentes. Art. 104 NCPC, § 1 o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução,exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. b.4. Processo Eletrônico (artigo 105, § 1º do CPC) Quando o mandato vir da lei, dispensa-e o instrumento de procuração. (Ex: procuradores da União; Estados, Defensor Público); § 1 o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. b.5. Direitos do Advogado Artigo 133 CF/88 – indisponibilidade à administração da justiça; Ausência de hierarquia (artigo 6º, Lei n. 8.906/94); Artigo 7º do Estatuto da OAB; Artigo 107 CPC: Art. 107. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. § 1 o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. PRAZO COMUM § 2 o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. CARGA RÁPIDA § 3 o Na hipótese do § 2 o , é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. § 4 o O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o § 3 o se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz. Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. b.6. Honorários Advocatícios (artigo 82, § 2º, artigo 84 e artigo 85 do CPC) Sucumbência recíproca: Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. a. Ganho parcial; b. Divisão proporcional de honorários e despesas; c. A parte vencedora não pode desistir ou transacionar o valor dos HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA, pois pertence ao advogado (artigo 23 da Lei 9.806/94). Assistência Gratuita à parte sucumbente (artigo 11 e 12 da Lei n. 10.060/50 e artigo 98, parágrafo 3º do CPC: a. O pagamento das despesas e honorários ficam suspensos por 05 anos, quando ocorre a prescrição; b. A cobrança das verbas de sucumbência fica condicionada a prova de que cessou a hipossuficiência da parte e deve ser consignada na sentença do juiz. SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES (SUCESSÃO PROCESSUAL) Artigo 108 do CPC: Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei. A sucessão pode ser VOLUNTÁRIA resultante de ATOS INTER VIVOS ou CAUSA MORTIS; a. Substituição por atos inter vivos (artigo 109 do CPC) I – alienação da coisa ou do direito litigioso por ato inter vivos a titulo particular; O alienante permanece legitimado a figurar como sujeito da demanda (demandante ou demandado), contudo, não ficará mais na defesa de seu interesse, mas sim, passa a defender o direito do ADQUIRENTE, SENDO UMA LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA, POIS AGIRÁ COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL DO ADQUIRENTE; Aqui só ocorre a SUCESSÃO PROCESSUAL, se o adversário do alienante consentir (artigo 109, § 1 o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária); Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. O adquirente poderá intervir no processo como ASSISTENTE LITISCONSORCIAL (artigo 109, § 2 o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente); II – MORTE DA PARTE (artigo 110 CPC) Se pessoa natural, a sucessão ocorre pelo ESPÓLIO ou pelos sucessores; Juiz suspende o processo até que ocorra a habilitação (observar o artigo 313, parágrafo 1º e 2º do CPC). Exceção: ações intransmissíveis; de separação, de divórcio (conforme artigo 485, IX do NCPC) SUBSTITUIÇÃO DOS PROCURADORES I - MANDATO: é um contrato feito na base da confiança: a. A parte pode revogar a qualquer tempo, substituindo imediatamente com outro advogado (artigo 111 CPC); b. O advogado pode RENUNCIAR o mandato a qualquer tempo, cientificando a parte e, deverá ficar no patrocínio da causa no prazo de 10 dias (artigo 112, caput e parágrafo 1 do NCPC); II – MORTE OU INCAPACIDADE DO ADVOGADO (artigo 313, parágrafo 3º do CPC): a. Juiz deve suspender o processo; b. Deve conceder o prazo de 15 dias; Efeitos do não cumprimento: a. Autor: extingue-se o processo sem resolução de mérito; b. Réu: segue o processo a sua revelia. DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES (ARTIGO 77 CPC) Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. PENALIDADES § 1 o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. § 2 o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. § 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2 o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. § 4 o A multa estabelecida no § 2 o poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1 o , e 536, § 1 o . § 5 o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2 o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. § 6 o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2 o a 5 o , devendo eventual responsabilidade disciplinarser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. § 7 o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2 o . § 8 o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. Advogados: possibilidade de processo disciplinar; POSSIBILIDADE DA PARTE SER CONDENADA POR LITIGÂNCIA DE MÁ – FÉ (ARTIGOS 79, 80 e 81 do CPC) Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros. Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1 o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2 o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário- mínimo. § 3 o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap Fonte: Alexandre Câmara e outros.
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