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Direito Processual Civil

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CURSO: PROCURADORIAS (2018/2019)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Professor: Roberto Rosio
Introdução
1. Exposição de Motivos
· O primeiro objetivo do Novo CPC foi alinhar os seus dispositivos à Constituição Federal. O CPC anterior foi editado em 1.973, ou seja, antes da CF 88, e por esse motivo possuía dispositivos incompatíveis com os preceitos da CF 88.
· O segundo objetivo do Novo CPC foi simplificar o processo. 
a) Primeiro exemplo: Exclusão do rito Ordinário e Sumário. No Novo CPC, há apenas o Procedimento Comum.
b) Segundo exemplo: Concentração das defesas do réu na Contestação.
· O terceiro objetivo do Novo CPC é dar maior rendimento ao processo. Exemplo: Criação do instituto da Tutela Antecipada Antecedente (posso requerer uma tutela antecipada antes do início do processo, antes da petição inicial completa). E se o réu não apresentar Recurso, a tutela estabiliza e se finda o processo, antes mesmo de citação ou audiência de conciliação. 
· O último objetivo do Novo CPC foi organizar o Código. O Novo CPC é mais didático do que o Código anterior.
Divisão do CPC
a) PARTE GERAL
- Normas Fundamentais
- Atos Processuais
- Sujeitos Processuais
- Litisconsórcio
- Intervenção de terceiros, etc.
 b) PARTE ESPECIAL
 - Processo de conhecimento
 - Execução
 - Processos nos Tribunais
 - Meios de impugnação às decisões judiciais
Normas Fundamentais de Processo Civil (Artigos 1º a 12 CPC)
O rol de normas fundamentais, segundo a doutrina, é um rol exemplificativo. Pois outras normas fundamentais podem ser encontradas ao longo do CPC.
1ª: Interpretação das regras de processo conforme a CF (Artigo 1º) 
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
O Novo CPC, a despeito de ser interpretado conforme a CF, repete algumas normas constitucionais: 
· Exemplo: Artigo 3º, CPC - Art. 3o. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito (o mesmo preceito está no Artigo 5º, CF). 
Atenção! Segundo a doutrina, se uma decisão judicial violar dispositivo legal que repete norma constitucional, caberá RECURSO EXTRAORDINÁRIO (e não Especial), isto porque, no fundo, o que foi violado foi a CF (a norma infralegal apenas repetiu o preceito constitucional). 
· Exemplo: Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (praticamente o mesmo preceito encontra-se no artigo 37, CF). 
2ª: Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito (Artigo 4º)
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável (CF, artigo 5º, LXXVIII – duração razoável do processo) a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
As partes têm o direito de obter do Estado a solução integral do mérito.
Exemplo 1: CPC, Artigo 139, IX - Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais.
Exemplo 2: CPC, Art. 321.  O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão (expressamente) o que deve ser corrigido ou completado.
Exemplo 3: CPC, Artigo 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 05 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Exemplo 4: CPC, Artigo 485, § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo (julgamento sem resolução do mérito), o juiz terá 05 (cinco) dias para retratar-se.
3ª: Princípio da cooperação entre as partes (Artigo 6º)
Todos os sujeitos do processo deverão cooperar entre si.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Modelo Publicista-> Quem manda no processo é o juiz, é ele quem decide o que as partes fazem, quais provas deverão ser produzidas. 
Modelo Adversarial-> Quem manda no processo são as partes. O juiz é um elemento secundário.
O Novo CPC não é Publicista, e nem Adversarial. Ele utiliza um modelo intermediário, que é o da cooperação entre as partes. As partes constroem o processo, de acordo com o princípio da boa fé. Modelo de cooperação é decorrente da boa fé objetiva, prevista no artigo 5º do CPC.
1º Exemplo de observância do princípio da cooperação e do princípio da boa fé: 
Súmula 418, STF: É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação.
Com base no Novo CPC, esta Súmula 418 foi cancelada, sendo substituída pela Súmula 579, STJ:
Súmula 579, STJ:
Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
2º Exemplo de observância do princípio da cooperação e do princípio da boa fé: 
CPC, Artigo 218, § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
CPC, Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
4ª: Princípio do efetivo contraditório (Artigos 7º, 9º e 10º)
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
O princípio do contraditório (princípio antigo) resulta em duas exigências: 
1- Dar ciência ao réu da existência de um processo e aos litigantes de tudo que se passa;
2- Permitir aos litigantes que se manifestem.
Assim, o objetivo do princípio do contraditório (princípio antigo) é dar informação às partes, bem como possibilidade de manifestação, segundo a doutrina tradicional (EX. Alexandre Freitas Câmara).
Contudo, a doutrina moderna entende que, além disso, também é necessário ter o poder de influenciar o julgador. Esse é o chamado contraditório substancial. 
O juiz não pode proferir decisão contra uma das partes sem que antes ela seja ouvida. Contudo, essa regra possui exceções (nesses casos, o contraditório será diferido):
1. Tutelas de Urgência (Artigo 9º)
2. Tutelas de Evidência (Artigo 311, II e III)
3. Tutela na Ação Monitória (Artigo 701)
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (Princípio da vedação da decisão surpresa).
Observação! Os juizes atenderão, preferencialmente, a ordem cronológica de conclusão para proferir a sua decisão. 
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.       
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
Aplicação da Norma Processual
As normas do CPC serão aplicadas supletiva e subsidiariamente aos processos eleitorais, trabalhistas e administrativos.
Direito Intertemporal (CPC, Artigo 14)
As normas processuais não retroagem e são aplicadasimediatamente aos processos em curso, respeitados os atos já praticados.
Os procedimentos Sumário e Especial, não previstos no Novo CPC, seguirão com validade, desde que já propostos e não sentenciados (Artigo 1.046, parágrafo 1º).
Quanto às provas, somente se aplica o Novo CPC se foram requeridas ou determinadas pelo juiz a partir da sua vigência.
JURISDIÇÃO
Conceito: É o poder-dever do Estado de resolver o conflito de interesses.
Equivalentes Jurisdicionais: 
1. Autotutela - É a solução do conflito por meio da força. Em regra, isto não é permitido, configurando crime. Porém, ainda podemos encontrar resquícios seus que são admitidos: 
a) Legítima defesa civil (CC, Artigo 188, I)
b) Legítima defesa da posse (CC, Artigo 1.210, parágrafo 1º) 
2. Autocomposição - É a solução do conflito por meio do consenso. A doutrina cria 03 formas de Autocomposição:
a) Transação: Solução do conflito por meio de sacrifícios recíprocos.
b) Renúncia: Ocorre sempre que o titular abre mão do seu direito.
c) Submissão: Ocorre sempre que a parte contrária admite o direito do titular. A doutrina diz que a Submissão ocorre sempre quando firmada fora do processo. Se firmada dentro do processo, será chamada de Reconhecimento jurídico do pedido.
Observação: Se a Autocomposição for realizada dentro do processo, será homologada pelo juiz por sentença com julgamento do mérito (CPC, Artigo 487, III).
Atenção! O CPC prevê 03 hipóteses de Audiência para tentativa de Autocomposição:
1. Audiência de conciliação ou mediação (CPC, Artigo 334) 
2. Audiência de instrução e julgamento (CPC, Artigo 359)
3. A qualquer momento, determinado pelo juiz (CPC, Artigo 139, V)
O Artigo 165 do CPC prevê a criação de centro de conciliação ou mediação. 
Art. 165.  Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Para a obtenção da Autocomposição, existem duas técnicas: a Conciliação e a Mediação (CPC, Artigo 165, parágrafos 2º e 3º).
Conciliação-> A postura do terceiro é proativa, podendo sugerir soluções para o caso concreto. Será utilizada, preferencialmente, quando não houver vínculo anterior entre as partes. Ex. Ação de indenização.
Mediação-> O terceiro não apresenta soluções, mas atua como interlocutor entre as partes. É utilizada, preferencialmente, quando existe vínculo anterior entre as partes. Ex. Audiências de família.
3. Arbitragem (Lei 9.307/1996) – É a solução do conflito por um terceiro (não pertencente ao Judiciário), escolhido pelas partes por meio da Convenção de Arbitragem. As partes podem estipular a Arbitragem através de duas formas:
a) Cláusula Arbitral: É a Convenção prevista antes mesmo do início do litígio.
b) Compromisso Arbitral: É aquele criado após o início do litígio.
Pergunta-se: Arbitragem é Jurisdição? 
1ª Posição-> Sim, uma vez que a sentença arbitral faz coisa julgada e é título executivo judicial. Essa é a posição majoritária (Diddier; Carmona e STJ).
2ª Posição-> Não é jurisdição, uma vez que só pode ser exercida por alguém investido no cargo de juiz. Só é cabível para direitos disponíveis e pessoas capazes. Posição minoritária.
Princípios da Jurisdição
1. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE (CF, Artigo 5º, XXXV): A lei não excluirá da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
Observação: Segundo o STF e o STJ, não afronta esse princípio a limitação do acesso ao Judiciário a outros mecanismos: STF (RE 631.240 MG); STJ (RE 1.349.453 MS).
2. PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE: A jurisdição não pode ser delegada para outro sujeito que não exerça a função jurisdicional.
3. PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE: Uma vez instaurada, a jurisdição não depende da vontade das partes, não cabendo dela discordar.
4. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL (CF, Artigo 5º, LIII e XXXVII): O princípio possui duas facetas: 
· Juiz natural é aquele que tem competência por meio de regras previamente existentes, isto é, que não podem ser modificadas posteriormente. As regras de competências devem existir antes do litígio. O CPC prevê duas conseqüências desse princípio:
a) Regras de Impedimento e Suspeição do juiz (CPC, Artigos 144 e 145)
b) Uma vez proposta a demanda, e extinta sem resolução do mérito, se for reproposta será distribuída “por dependência” ao mesmo juízo que sentenciou.
· Não é possível a criação de tribunais específicos para determinados casos (Tribunais de Exceção).
Súmula Vinculante nº 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. (não há afronta ao princípio do Juiz Natural)
Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária
a) Jurisdição Contenciosa
As partes buscam um provimento jurisdicional que obrigue a parte contrária. Existe lide, existem partes e existe coisa julgada material.
b) Jurisdição Voluntária (CPC, Artigos 719 e seguintes)
A pessoa busca um provimento jurisdicional que obrigue ela mesma. Não existe lide, nem partes (apenas interessados), e o juiz exerce uma atividade integrativa. Exemplo: Interdição e Divórcio Consensual.
Há possibilidade de julgamento por Equidade (CPC, Artigo 723, parágrafo único): O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
Art. 721.  Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 723.  O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Pergunta-se: Jurisdição Voluntária é Jurisdição?
1ª Corrente (Majoritária)-> Não é Jurisdição, mas sim uma Administração Pública de interesses privados. Frederico Marques, Dinamarco.
2ª Corrente (doutrinadores mais modernos)-> Sim, é Jurisdição. Isto porque é possível surgir uma lide, e suas decisões se tornam indiscutíveis. Alexandre Câmara.
COMPETÊNCIA
Conceito: É a medida de Jurisdição.
Conceito mais moderno: É a limitação do exercício legítimo da Jurisdição (o que se mede é o exercício, e não a Jurisdição).
Definição da Competência
· Competência dos Tribunais Superiores-> Definida pela CF
· Competência de Foro Territorial -> Definida pelas Leis Federais
· Competência de Juízo-> Definidas pelas Leis de Organização Judiciária
Qual a diferença entre Foro e Juízo?
Foro: Base territorial sobre a qual o juiz exerce a sua competência. Foro equivale a Comarca.
Juízo: A unidade judiciária onde funcionam o juiz e seus auxiliares. Juízo equivale a Vara.
Limites da Jurisdição Nacional (No CPC antigo, o título era “Competência Internacional” – Novo CPC, Artigos 21 e seguintes)
Em regra, a sentença estrangeira não produz efeitos no Brasil, nem ação proposta fora do Brasil gera litispendência dentro do país.
Competência Concorrente (Artigos 21 e 22) - A lei permite homologação de sentença estrangeira.
Competência exclusiva (Artigo 23) - A lei prevê causas que só poderão ser julgadas no Brasil. Exemplo: Ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Perpetuação da Competência ou Perpetuatio Jurisdicionis (CPC, Artigo 43)
CPC, Art. 43.  Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
“Registro”-> Quando há apenas uma única Vara.
“Distribuição”-> Quando há várias Varas, distribuindo-se para uma.
Delimitação da Competência
Nelson Nery apresenta um passo a passo para buscar a delimitação da competência:
1º Passo: Qual é a Justiça? 
Justiça Especial-> Divide-se em Justiça do Trabalho (CF, artigo 114); Justiça Eleitoral(CF, artigo 121) e em Justiça Militar (CF, artigo 123)
Justiça Comum-> Divide-se em Justiça Federal (competência prevista na CF, artigo 109, ex. artigo 109, I, que diz que será da JF todas as vezes em que for autora, ré ou interessada a União, uma autarquia federal ou uma empresa pública federal) e em Justiça Estadual (a sua competência é residual, abarcando tudo que não for de competência da JF).
Observação: Sociedade de Economia Mista Federal compete à Justiça Comum Estadual (Súmulas 507 e 556 do STF).
2º Passo: Qual é o Foro?
CPC, artigos 43 a 56 elenca, basicamente, todas as competências territoriais estaduais (ler artigos).
Competência de Foro Geral: 
A regra geral é a propositura da demanda no domicílio do Réu (CPC, artigo 46).
Sendo o Réu pessoa jurídica-> Demanda deverá ser proposta onde está a sede da empresa (CPC, artigo 53, I, a)
Exceções:
· Ações relacionadas a casamento ou união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
· Ações de alimentos: No domicílio do alimentando
· No local onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento.
· No local de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto.
CPC, Art. 53.  É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
CPC, Art. 51.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único.  Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
CPC, Art. 52.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único.  Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
As ações de reparação de danos deverão ser propostas no lugar do ato ou fato, salvo se decorrentes de delito ou de colisão de veículos, quando deverá ser proposta no lugar do fato ou domicílio do autor.
Classificação da Competência
1ª Classificação
1. COMPETÊNCIA MATERIAL - Aquela que leva em conta o objeto discutido no processo. Dividida, por exemplo, em competência penal, eleitoral, cível, trabalhista.
2. COMPETÊNCIA FUNCIONAL - Leva em conta a pessoa que participa do processo ou a hierarquia do órgão julgador, a depender do caso concreto. Exemplo: Mandado de Segurança impetrado contra o Presidente da República deverá ser julgado pelo STF; Apelação interposta contra sentença proferida pelo juiz deverá ser julgada pelo Tribunal (órgão hierarquicamente superior ao juiz).
3. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA: Leva em conta o valor dado à causa pelo autor na petição inicial. Exemplo: Juizado Especial Cível. 
4. COMPETÊNCIA TERRITORIAL: Leva em conta o local onde a demanda deverá ser distribuída.
2ª Classificação (critério é o interesse protegido no processo)
	INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA
	INCOMPETÊNCIA RELATIVA
	· Normas visam proteger o interesse público. São normas de ordem pública.
· Juiz pode reconhecê-la de ofício.
· As partes podem alegá-la a qualquer momento. Contudo, se o Réu quiser alegá-la em Contestação, deverá abrir uma Preliminar específica para isso (fora isso, poderá alegar em petição simples). CPC, Artigo 64.
· Admite Ação Rescisória (CPC, Artigo 966, II).
· Reconhecida a incompetência absoluta, o juiz remeterá ao juízo competente, mantendo-se os atos decisórios até que outros sejam proferidos.
· Não admite modificação de competência, seja legal ou convencional.
· Competência Material
· Competência Funcional
	· Normas visam proteger o interesse privado das partes. Não são normas de ordem pública.
· Juiz não pode reconhecê-la de ofício (Súmula 33, STJ), salvo se houver cláusula de eleição de fora abusiva (CPC, artigo 63, parágrafo 3º).
· As partes deverão alegá-la na Contestação, através de Preliminar. Caso não alegada nesta ocasião, ocorrerá a Prorrogação de Competência ( o juízo incompetente torna-se competente).
· Não admite Ação Rescisória.
· Reconhecida a incompetência relativa, o juiz apenas remeterá ao juízo competente.
· Admite modificação de competência (ex. foro de eleição).
· Competência segundo o valor da causa
Exceções: 
1ª: Juizado Especial Federal (Lei nº 10.259/2001)
2ª: Juizado Especial da Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009)
Ambos os Juizados julgam causa de até 60 salários mínimos, e são obrigatórios!
· Competência Territorial
Exceção: CPC, Artigo 47 (Foro da situação do imóvel)
Modificação de Competência
1. PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Ocorre quando o Réu deixar de alegar a incompetência relativa em sua Contestação.
CPC, Art. 65.  Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único.  A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
2. DERROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
É o foro de eleição plenamente permitido. As partes elegem o foro, desde que a competência seja relativa.
CPC, Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
3. CONEXÃO
Reunião de duas ou mais ações quando houver identidade de pedido ou causa de pedir.
Observação 01: Verificada a Conexão, a reunião de demandas não é obrigatória (STJ), seguindo a conveniência do juiz.
Observação 02: Só é possível a reunião de demandas enquanto não houver sentença. Ademais, não é necessário ter o trânsito em julgado.
É possível a reunião de Execução de título extrajudicial e uma Ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico.
Também é possível a reunião de execuções fundadas no mesmo título executivo.
Atenção! Haverá reunião de demandas, também, se houver risco de decisões conflitantes, ainda que não haja Conexão (Conexão por Prejudicialidade).
CPC, Art. 55.  Reputam-se conexas 02 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
4. CONTINÊNCIA 
É a reunião de ações com as mesmas partes e causa de pedir, mas o pedido de uma abrange o pedido da outra.
Art. 56.  Dá-se a continência entre 02 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Observação: As demandas serão reunidas ao juízo prevento, isto é, aquele em que a primeira demanda foi distribuídaou registrada.
Art. 58.  A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.
AÇÃO
O direito de ação é o direito público, subjetivo e condicionado, exercido contra o Estado, para o fim de obter uma tutela jurisdicional.
Teorias do Direito de Ação
1. TEORIA IMANENTISTA (Savigny)
O direito de ação é o próprio direito material. Segundo essa teoria, só existe direito de ação se existir direito material. Teoria não é adotada (imagine o seguinte problema: se ação for julgada improcedente, o direito de ação nunca teria existido?!).
2. TEORIA CONCRETISTA (Wach)
O direito de ação é diferente do direito material, mas só existirá direito de ação se a ação for julgada procedente. Teoria não é adotada.
3. TEORIA ABSTRATIVISTA PURA (Degengolpe e Plósz)
Existe ação independentemente da resposta do Judiciário, de mérito ou não. Não é a teoria adotada.
4. TEORIA ABSTRATIVISTA ECLÉTICA (Liebman)
Somente existe ação se houver uma resposta de mérito, que só será atingida se forem obedecidas algumas condições. Teoria adotada no Brasil (STJ). 
Condições da Ação (CPC, Artigos 17 e 485, VI)
O Novo CPC não prevê mais o termo “Condições da Ação”, motivo pelo qual parte da doutrina entende que não há mais as Condições da Ação, por ausência de previsão legal (Medina e Diddier).
Por outro lado, a doutrina majoritária entende que as Condições da ação estão mantidas, independentemente de sua previsão legal (Teresa Wambier, Cássio Scarpinella, Alexandre Câmara, Humberto Theodoro). Quais são as Condições da Ação?
1. Legitimidade de Parte-> A titularidade do direito discutido no processo.
- Legitimidade Ordinária (CPC, Artigo 18): Defende-se em nome próprio direito próprio.
- Legitimidade Extraordinária ou Substituição Processual: Defende-se em nome próprio direito alheio. O substituído pode atuar no processo como assistente litisconsorcial.
- Representação Processual: Defende-se em nome alheio direito alheio. Ex. Mãe que pede alimentos para filho menor. 
2. Interesse de Agir-> É a necessidade de buscar o Judiciário e a adequação do meio escolhido.
Observação: 
Segundo a Teoria da Asserção, as Condições da Ação devem ser verificadas de acordo com a Petição Inicial, e de forma Abstrata (assim, de acordo com essa teoria, o juiz de plano verifica, em tese, se há ou não as Condições da Ação). O juiz adepto desta teoria julga o mérito (improcedente). É uma teoria mais radical.
Já outras teorias entendem que as Condições da Ação podem ser verificadas a qualquer momento. O juiz adepto dessa teoria extingue o processo sem resolução do mérito.
PROCESSO
É composto por uma relação jurídica mais um procedimento. 
A relação jurídica travada em um processo se dá entre Autor, Juiz e Réu.
O procedimento é a seqüência de atos destinados e ordenados para determinada finalidade.
Pressupostos Processuais
1. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
	PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
	PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
	1. Jurisdição
2. Pedido ou Demanda
3. Citação
4. Capacidade Postulatória (na maioria dos casos, a parte deverá estar representada por um advogado)
	1. Juiz Imparcial e Competente
2. Petição Inicial apta
3. Citação válida
4. Capacidade de ser parte e Capacidade Processual
Cuidado! Artigo 104, § 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. (Por esta palavra “ineficaz”, alguns doutrinadores não chamam mais de pressuposto de existência, mas de eficácia. Contudo, a maioria entende que é pressuposto de Existência)
· Capacidade de ser Parte: Toda pessoa, física ou jurídica, pode ser parte em uma demanda. 
Cuidado! Também podem figurar como parte Entes Despersonalizados: Condomínio, Massa falida, Nascituro, Espólio, Herança jacente ou vacante.
Observação: A Casa Legislativa e os Tribunais de Contas também podem ser parte nos seus interesses institucionais.
Súmula 525, STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
Alguns autores afirmam que os Entes Despersonalizados não têm personalidade jurídica, mas tem Personalidade Judiciária. 
· Capacidade Processual: É a aptidão para praticar os atos pessoalmente. Assim, tem capacidade processual a pessoa capaz. CPC, Artigo 70. Se for relativamente incapaz, será assistido. Se for absolutamente incapaz, será representado.
Curador Especial-> Será nomeado pelo Juiz em situações específicas:
Art. 72.  O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único.  A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
Atenção! A representação das Pessoas Jurídicas e dos Entes Despersonalizados se encontram no artigo 75 do CPC.
Art. 75.  Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
Observação: O defeito de representação exige do juiz a Suspensão do Processo, com a intimação da parte para regularização.
Se o autor não regularizar a sua representação -> O processo será extinto sem resolução do mérito.
Se o réu não regularizar a sua representação -> Revelia.
Se o terceiro não regularizar a sua representação-> Se no polo ativo, será excluído do processo. Se no polo passivo, será revel.
Além dos pressupostos de Existência e de Validade, diz a doutrina que há também os PRESSUPOSTOS NEGATIVOS (aqueles que não podem existir, sob pena de extinção da demanda sem resolução do mérito):
1. Litispendência-> É a repetição de uma ação que já se encontra em curso. CPC, Artigo 337, parágrafo 3º.
2. Coisa Julgada-> É a repetição de uma ação que já transitou em julgado. CPC, Artigo 337, parágrafo 4º.
3. Perempção-> É a perda do direito de promover uma demanda em razão da sua propositura e abandono por 03 (três) vezes. CPC, Artigo 486, parágrafo 3º. 
4. Convenção de Arbitragem-> Obs. A Convenção de Arbitragem é o único pressuposto negativo que não pode ser reconhecido pelo Juiz de ofício; o Juiz deverá esperar a parte se manifestar.
No CPC, há dois tipos de Processo:
1. PROCESSO DE CONHECIMENTO-> Para que ele ocorra, deve haver uma “crise de certeza” (não temos a certeza de quem tem o direito). 
2. PROCESSO DE EXECUÇÃO-> Já há certeza sobre quem tem o direito. A crise a ser resolvida é a “crise de satisfação” (o devedor deverá satisfazer o meu direito).
PARTES E PROCURADORES
PARTES
Conceito: Parte é quem pede, e contra quem se pede.
Deveres das Partes: CPC, Artigos 77 e seguintes.
Art. 77.  Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e nãopraticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
Ato Atentatório à Dignidade da Justiça: Ocorre todas as vezes em que a parte descumpre um dever processual, especificamente a uma Ordem Judicial. Consequências:
1. Multa de até 20% do valor da causa (valor irá para o Estado);
2. Sanções civis, penais e processuais.
Cuidado! Não responderão por essas penalidades os advogados públicos, privados, Defensoria Pública e Ministério Público, uma vez que respondem diretamente ao seu órgão de classe ou Corregedoria.
Pergunta: Uma vez que é o destinatário da multa, o Estado responde por Ato Atentatório à Dignidade da Justiça?
1ª Corrente-> O Estado não responde por Ato Atentatório à Dignidade da Justiça, uma vez que haveria confusão patrimonial. É a corrente majoritária.
2ª Corrente-> O agente responde pessoalmente.
3ª Corrente-> Há uma reversão do valor para outro ente federativo.
Litigância de Má Fé: CPC, Artigo 80.
Art. 80.  Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Sanções da Litigância de Má Fé:
1. Multa entre 1 a 10% do valor da causa (valor irá para a outra parte)
2. Indenização (valor irá para a outra parte)
Art. 81.  De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
Ainda que a parte seja beneficiária da gratuidade de justiça, deverá pagar pela Litigância de má fé.
Não esquecer!
Litigância de Má Fé: Valor arrecadado com a multa ficará para o Estado.
Ato Atentatório à Dignidade da Justiça: Valor arrecadado com multa e indenização irá para parte contrária.
Sucessão de Partes e Procuradores (CPC, Artigos 108 e seguintes)
Ocorrerá nas seguintes situações:
1. ALIENAÇÃO DA COISA LITIGIOSA: A alienação da coisa litigiosa não altera a legitimidade das partes, e o adquirente da coisa só ingressará no processo se a parte contrária consentir. Se não consentir, o adquirente atua como Assistente Litisconsorcial.
Art. 109.  A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
2. MORTE: Com a morte de uma das partes o processo será suspenso, até que um de seus sucessores integre a relação processual.
Art. 110.  Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o.
Sucessão de Procuradores
1. Revogação de procuração: Revogada a procuração, a parte terá 15 (quinze) dias para constituir um novo advogado.
Art. 111.  A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único.  Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
2. Renúncia do mandato: Para renunciar o mandato, o advogado deverá cientificar a parte, respondendo no processo pelos próximos 10 (dez) dias subsequentes.
Art. 112.  O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
3. Morte do procurador: Também acarreta a suspensão do processo, até que a parte constitua novo advogado.
Observação! Não confundir Sucessão de Partes com Substituição Processual.
Sujeitos Processuais
1. MINISTÉRIO PÚBLICO: Poderá atuar como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Será parte quando a própria lei assim determinar (ex. MP é legitimado para propor ACP). Já as situações em que atuará como fiscal da ordem jurídica estão previstas no artigo 178 do CPC.
Art. 176.  O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.
Art. 177.  O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais.
Art. 178.  O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único.  A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
Art. 179.  Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
Art. 180.  O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o.
§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 181.  O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Observação! Caso o MP não participe como fiscal, haverá NULIDADE, DESDE QUE HAJA PREJUÍZO.
Art. 279.  É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Art. 967.  Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
Prerrogativas do MINISTÉRIO PÚBLICO:
-Prazo em dobro
-Intimação pessoal
-Legitimidade para recorrer
-Vista dos autos após as partes
Atenção! O membro do Ministério Público será responsabilizado se agir com dolo ou fraude no exercício das funções.
2. ADVOCACIAPÚBLICA: CPC, Artigos 182 e seguintes. São advogados públicos aqueles que promovem o interesse da União, Estados, DF, Municípios e pessoas de direito público.
Prerrogativas da ADVOCACIA PÚBLICA:
-Prazo em dobro (salvo se a lei previr prazo específico para a Fazenda Pública). Artigo 183, CPC.
-Honorários. Artigo 85, CPC, parágrafo 3º. 
-As Custas dos Atos Processuais serão pagas ao final, pelo vencido.
-Haverá intimação pessoal por carga, remessa ou meio eletrônico.
O advogado público responderá por Dolo ou Fraude no exercício das suas funções.
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
Art. 184.  O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:
I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de 08 e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de 05 e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de 03 e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de 01 e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça 
Poderes do Juiz
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Parágrafo único.  A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.
Observação: 
Atenção especial com o inciso IV. Ele permite a adoção de medidas coercitivas pelo juiz. 
Segundo o STJ, a apreensão do passaporte é ILEGAL e ARBITRÁRIA, uma vez que limita o direito de ir e vir. Contudo, a apreensão da CNH é plenamente viável. Recurso em HC 97876-SP (Informativo 631, STJ).
Inafastabilidade do Julgamento
O juiz não pode se eximir de julgar se não houver lei (CPC, Artigo 140) – Non Liquet – podendo recorrer à analogia, costumes e princípios gerais do direito.
A equidade só poderá ser utilizada se for prevista em lei.
Art. 140.  O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Imparcialidade
CPC, Artigos 144 e 145 – Casos de Impedimento e Suspeição.
Atenção! Tanto o Impedimento quanto a Suspeição podem ser alegados por Petição Específica, no prazo de 15 (quinze) dias do conhecimento do fato (Artigo 146) - Não existe mais a exceção de impedimento e suspeição do CPC anterior.
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membrodo Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
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Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 147.  Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Art. 148.  Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento interno.
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha.
Litisconsórcio (CPC, Artigos 113 a 118)
Conceito: É a pluralidade de pessoas em pelo menos um dos polos da ação. 
Objetivos: Economia processual e Harmonia dos julgados.
A lei não prevê um número mínimo máximo de litisconsortes. Contudo, é óbvio que muitas partes gerariam uma confusão no processo. Assim, o juiz analisará cada caso concreto.
Litisconsórcio multitudinário (Artigo 113, parágrafo 1º): É a possibilidade de limitação do número de litisconsortes facultativos, desde que dificulte a defesa ou atrapalhe a rápida solução do litígio.
Artigo 113, § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
Requisitos para a limitação do Litisconsórcio:
1. Litisconsórcio deverá ser facultativo;
2. Litisconsórcio facultativo deverá comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa;
Observação: Essa limitação de litisconsortes poderá ser realizada de ofício pelo juiz ou a requerimento do réu.
O réu deverá requerer a limitação de litisconsortes no prazo de DEFESA, interrompendo o prazo para Contestação até que o requerimento seja solucionado.
Da decisão do juiz sobre limitação de Litisconsórcio caberá Agravo de Instrumento (Artigos 1.015, VII e VIII, CPC).
Classificação dos Litisconsórcios:
1. Quanto ao polo da ação
1.1. Litisconsórcio Ativo: A presença de vários autores na mesma demanda.
1.2. Litisconsórcio Passivo: A presença de vários réus na mesma demanda.
1.3. Litisconsórcio misto: A presença de vários autores e réus na mesma demanda.
2. Quanto ao momento de formação
1.1. Litisconsórcio Inicial: É aquele formado desde a petição inicial do autor.
1.2. Litisconsórcio Ulterior: É aquele formado durante o processo.
3. Quanto à sentença ou à uniformidade da decisão
1.1. Litisconsórcio Simples: É aquele em que a sentença pode ser diferente para cada litisconsorte. Ex. Vítimas do acidente com a barragem de Mariana-MG podem ingressar com uma só ação contra a Vale, mas cada um poderá receber uma sentença diferente.
1.2. Litisconsórcio Unitário: É aquele em que a sentença será necessariamente a mesma para todos os litisconsortes. Ex. Marido e esposa se causaram com uma causa de nulidade (eram irmãos). MP descobre e promove ação de anulação de casamento contra os dois. Se o juiz entender pela anulação, a sentença será idêntica para os dois.
4. Quanto à obrigatoriedade de formação
1.1. Litisconsórcio Facultativo: É aquele de formação opcional. É o único que pode ser limitado. Ex. Vítimas de Mariana-MG podem propor ação contra a Vale unidas ou em separado.
1.2. Litisconsórcio Necessário ou Obrigatório: É aquele de formação obrigatória, seja em razão da lei, seja em razão da mesma relação jurídica.
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Observação: 
· Se o Litisconsórcio for Necessário Passivo, o próprio juiz pode determinara inclusão do litisconsorte, sob pena de extinção do processo. 
Ex. A Administração firmou contrato com uma empreiteira, que fez uma subcontratação de outra empresa para recolher entulhos. Houve uma ruptura no equilíbrio econômico financeiro do contrato entre o Poder Público e a empreiteira, que entrou com uma ação e extinguiu o contrato. A subcontratada tinha materiais na obra, e ajuizou ação apenas contra o Poder Público. Isso não está correto, pois a empreiteira é litisconsorte necessária, devendo ser incluída no polo passivo. 
· Se o Litisconsórcio for Necessário Ativo, existe divergência doutrinária. Há três posições:
1ª. Se o litisconsorte necessário não desejar litigar, não haverá processo (Cândido Dinamarco). Não é a corrente adotada.
2ª. Se o litisconsorte necessário não desejar litigar, haverá processo e ele será citado para que tome uma de três posições:
a) Assumir o polo ativo, litigando em conjunto com o autor;
b) Integrar o polo passivo, devendo apresentar Contestação;
c) Se manter inerte.
Posição adotada por Fred Diddier; não é a posição que predomina.
3ª. Se o litisconsorte necessário não desejar litigar, haverá processo e ele será réu, já que resiste à pretensão. Posição mais aceita hoje.
Atos dos Litisconsortes
Em regra, o ato de um litisconsorte não prejudica os outros. 
Exceção-> Litisconsórcio Unitário. Situações:
1. Se apenas um litisconsorte contestar, todos os outros serão beneficiados (CPC, Artigo 345).
2. Se apenas um litisconsorte recorrer, todos os outros serão beneficiados (CPC, Artigo 1.005).
3. Se apenas um litisconsorte confessar, a confissão não atinge os outros litisconsortes (CPC, Artigo 391)
Cuidado! 
- Há prazos diferenciados para litisconsortes. Os litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios diferentes e autos não eletrônicos (ou seja, autos físicos), terão prazo em dobro para se manifestar nos autos. CPC, Artigo 229.
- Se apenas um dos réus contestar, cessa o prazo em dobro!
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.
Intervenção de terceiros (CPC, Artigos 119 a 138)
Terceiro é aquele que não é parte na relação jurídica processual.
Intervenção de terceiros é a possibilidade do ingresso, em um processo, de pessoa que não faz parte dele. 
Classificações de Intervenções
1. Intervenção Típica-> Aquela que é prevista no CPC como tal. Ex. Assistência.
2. Intervenção Atípica-> Ex. Embargos de Terceiros; Recurso de terceiro prejudicado.
1. Intervenção Espontânea-> Aquela em que o terceiro deseja ingressar no processo. Ex. Assistência e Amicus Curiae.
2. Intervenção Provocada-> Aquela em que o terceiro é convidado a ingressar no processo. Ex. Denunciação da lide; Chamamento ao processo, Amicus Curiae.
1. Intervenção por inserção-> Aquela que ocorre dentro da própria relação processual. Ex. Assistência.
2. Intervenção por ação> Aquela que gera uma nova demanda contra um terceiro. Ex. Denunciação da lide.
Modalidades de Intervenção
CPC 1973
- Previa 05 Intervenções de terceiros:
a) Assistência
b) Oposição
c) Nomeação à autoria
d) Denunciação da lide
e) Chamamento ao processo
NOVO CPC
a)Assistência (Artigos 119 a 124)
b) Denunciação da lide (Artigos 125 a 129)
c) Chamamento ao processo (Artigos 130 a 132)
O NOVO CPC criou mais duas modalidades de Intervenção de terceiros:
d) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (Artigos 136 a 137)
e) Amicus Curiae (Artigo 138)
- Oposição: Virou um procedimento especial, deixando de ser Intervenção de terceiro (Artigos 682 e seguintes).
- Nomeação à autoria: Foi extinta. Foi convertida num pedido do réu em Contestação (Artigos 338 e 339).
· Mnemônico: A D I C A 
1. Assistência 
Tem cabimento todas as vezes em que o terceiro tiver interesse jurídico em auxiliar uma das partes. 
A Assistência pode ser requerida a qualquer momento do processo, por petição simples, sendo intimadas as partes a se manifestarem em 15 DIAS.
Se nenhuma se manifestar, a Assistência será aceita. Se alguma se recusar, o juiz decidirá. O juiz decidirá no mesmo processo, e sem suspendê-lo (novidade do Novo CPC).
1.1 Assistência Simples-> Aquela em que o terceiro tem relação jurídica somente com uma das partes, sendo atingido indiretamente pela sentença. Nesse caso, o terceiro não vira parte no processo, mas sim mero auxiliar. Ex. Locação e sublocação. A firma contrato com B, e B firma sublocação com C. Se B for despejado, C será afetado indiretamente.
1.2 Assistência Litisconsorcial-> Aquela em que o terceiro tem relação jurídica com ambas as partes, sendo atingido diretamente pela sentença e, portanto, vira parte do processo. Ex. A e B são proprietários do mesmo imóvel (condomínio), tendo adquirido de forma errada o imóvel (vendedor não era o real dono). A demanda poderá ser proposta somente contra A ou B, pois um dos condôminos pode defender o imóvel por inteiro. Se somente A, for acionado e a sentença for prejudicial, atingirá B diretamente, que ingressará no processo como parte. 
Cuidado! Proferida a sentença, o assistente simples será atingido pela JUSTIÇA DA DECISÃO, isto é, pela motivação da sentença (parte da fundamentação, e não pelo dispositivo).
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
Da Assistência Simples
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
Da Assistência Litisconsorcial
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
2. Denunciação da lide
É a forma de trazer ao processo um terceiro que responderáregressivamente pela relação jurídica firmada. 
A Denunciação tem algumas características:
- Tem natureza de ação
- Pode ser requerida pelo Autor na inicial ou Réu na contestação
- Tem cabimento sempre que houver um direito de regresso
Situações de Denunciação da Lide:
a) Evicção-> Perda de um bem por decisão judicial, em razão de relação jurídica anterior. Ex. A vende imóvel a B. B foi demandado por C, que reivindica a posse do imóvel. Se B perder o processo por evicção, poderá denunciar à lide A.
b) Quando houver direito de regresso em razão da lei ou em razão de um contrato - Relação jurídica contratual ou legal-> Ex. Seguradora. Eu causo um acidente, a vítima me processa, e eu denuncio à lide a minha seguradora.
A Denunciação é obrigatória? Segundo o Novo CPC NÃO, uma vez que se o juiz a indeferir, será possível a ação autônoma. 
Atenção! Só é possível uma Denunciação sucessiva. Ex. Poder Público licita e exige da construtora uma seguradora, e muitas vezes a seguradora tem uma seguradora. Ocorre um acidente na obra, e pessoas morrem. Os familiares podem requerer indenização do Poder Público, que poderá denunciar à lide a construtora. A construtora poderá denunciar à lide a seguradora. A seguradora poderá denunciar a sua seguradora? Não mais, pois só é permitida uma denunciação à lide sucessiva.
Não é permitida a Denunciação à lide per saltum, segundo a doutrina (deve ser seguida a ordem).
Observação: Uma vez condenado o denunciante, o denunciado será condenado conjuntamente e responderá solidariamente pelos danos causados. Súmula 537, STJ.
Características da Denunciação da Lide:
1ª-> Tem natureza de ação.
2ª-> Pode ser realizada pelo autor e pelo réu.
3ª-> Permite o direito de regresso.
O juiz, ao proferir a sentença da demanda principal, e julgá-la improcedente, a denunciação sequer será analisada, cabendo honorários ao denunciado.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131 .
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.
3. Chamamento ao processo
É a forma de trazer ao processo o coobrigado de uma relação jurídica. Há apenas 03 casos:
1. Fiador, que chama ao processo o afiançado, que é o devedor principal (solidariedade);
2. Fiador, que chama ao processo os outros fiadores (solidariedade);
3. Devedor que chama ao processo outros devedores (solidariedade).
Observação: O CDC prevê o Chamamento ao Processo da seguradora (o que é uma impropriedade, pois o correto seria Denunciação da lide). Mesmo errado, no caso do CDC, será Chamamento ao processo. 
Observação: O chamamento só pode ser realizado pelo réu, no prazo de Contestação.
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.
4. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
É a intervenção que tem por finalidade responsabilizar a pessoa física por dívidas da pessoa jurídica, e vice versa.
Modelos de procedimentos:
Desconsideração por meio de Ação-> O autor pode requerer a desconsideração na própria petição inicial, e nesse caso, serão citados pessoa física e jurídica.
Desconsideração por meio de um Incidente-> Após a petição inicial, a desconsideração pode ser requerida a qualquer momento do processo, gerando um incidente e suspendendo o processo principal até a resolução do incidente.
Legitimidade: Somente as Partes e o Ministério Público podem requerer a Desconsideração (jamais de ofício). O terceiro deverá se manifestar em 15 DIAS. Ao final, o juiz proferirá a decisão.
Julgada procedente, a alienação ou oneração do bem será considerada ineficaz perante o requerente.
Atenção: Essa é a única intervenção de terceiros permitida no Juizado Especial Cível.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisãointerlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
5. “Amicus Curiae”
Intervenção que permite o ingresso de pessoa ou entidade especializada, provocada ou voluntariamente, para oferecer esclarecimentos em determinado processo. Artigo 138, CPC.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Critérios para admissão do “Amicus Curiae”:
a) Deve-se tratar de um tema específico;
b) Deve haver relevância da matéria (ex. Aborto);
c) Deve existir repercussão social.
Observação: Admitido o “Amicus Curiae” por decisão irrecorrível, não haverá mudança de competência. 
Poderes do “Amicus Curiae”: Serão determinados pelo juiz, podendo Embargar de declaração ou recorrer no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.
Observação: Segundo o STF, indeferido o ingresso do Amicus Curiae, não cabe Recurso!
6. Intervenção Anômala ou Anódina (não está prevista no rol do CPC acima exposto) – Lei nº 6469/1997
A União poderá intervir nas causas em que figurarem como autora, ré, as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista ou empresas públicas federais, independentemente de interesse jurídico.
Súmula 150 do STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas (Se a União não tiver interesse, volta para a Justiça Estadual).
Os poderes públicos também podem intervir nas causas em que puder haver reflexos econômicos em sua esfera jurídica.
Atos Processuais (CPC, Artigos 188 a 293)
Conceito: A conduta humana praticada dentro do processo, e que tem relevância para ele.
Difere de Fato Processual (que não é conduta do homem, mas sim fato da natureza). Ex. Morte do autor.
Classificação:
a) Atos das Partes
b) Atos Judiciais
c) Atos dos Auxiliares de Justiça
Atos das Partes
As partes podem praticar atos unilaterais (não dependem de ato da parte contrária; ex. contestação) ou bilaterais (dependem de ato da parte contrária; ex. desistência).
Os atos das partes produzem efeitos imediatamente (salvo a desistência), permitindo a exigência de Recibo (cópia protocolada).
É proibida a inserção de cotas marginais (entre linhas), sob pena de meio salário mínimo, e há determinação do juiz para riscá-las.
Cotas marginais são notas, apontamentos, anotações ou referências feitas com relação a determinado escrito. Se lançadas à margem do texto são chamadas de cotas marginais; entrelinhas e espaços, interlineares.
Pronunciamentos Judiciais (Artigo 203 e seguintes)
O Novo CPC mudou o termo Ato Judicial para Pronunciamento Judicial, por ser mais abrangente. Tipos:
a) Sentença (Artigo 203, parágrafo 1º)-> Pronunciamento judicial cujo conteúdo abrange os Artigos 485 ou 487 do CPC, encerrando a fase de conhecimento ou extinguindo a execução.
Sentença=Conteúdo (485 ou 487) + Função (Extinção do processo)
b) Decisão Interlocutória (Artigo 203, parágrafo 2º)-> Pronunciamento com conteúdo decisório que não se enquadra em sentença.
c) Despachos (Artigo 203, parágrafos 3º e 4º)-> Atos judiciais que dão andamento ao processo, sem conteúdo decisório.
d) Acórdão (Artigo 204)-> Julgamento colegiado proferido pelos Tribunais.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes.
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.
Forma dos Atos Processuais
Em regra, a forma dos atos processuais é livre, salvo se a lei exigir diferente.
Se a forma não for cumprida, mas a finalidade for atingida, o ato será considerado válido.
Em regra os atos são públicos, salvo segredo de justiça. Exemplos: 
- Processos que versem sobre casamento, divórcio, filiação, alimentos.
- Dados protegidos pelo direito constitucional da intimidade.
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas

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