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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS CUMULADA COM LUCROS CESSANTES

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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
Direito
Adriele Fernanda Frigeri
PETIÇÃO INICIAL
Eunápolis
2018
Adriele Fernanda Frigeri
 
PETIÇÃO INICIAL
Trabalho apresentado ao curso de Direito das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como requisito para a disciplina de Introdução ao Estudo do Direito, sob a orientação do professor João Martinelle.
Eunápolis
2018
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CÍVIL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
	PEDRO MIRANDA, nacionalidade..., programador de 
computadores,  estado civil...,  inscrito  no  CPF/MF  sob  o  nº..., portador do RG nº...,residente e domiciliado na Rua....,nº..., bairro ..., na cidade de São Paulo/SP, por seu advogado que esta subscreve, nos termos do mandato em anexo, com endereço na Rua...., nº..., bairro ..., na cidade de São Paulo/SP, local onde dever" receber as intimações que se fizerem necessárias (email: ...), vem, pela presente, propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃOPOR DANOS MATERIAIS CUMULADA COM LUCROS CESSANTES, observando-se o procedimento comum, em face da empresa SMART ELETRONIC LTDA, sediada na cidade de Londrina/PR, pelos razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
Pedro Miranda fora contratado por terceiros a participar da elaboração de um novo aplicativo para celulares e, por este motivo, teve a necessidade de adquirir um notebook de última geração que facilitasse a criação do referido programa, no entanto, tal notebook, por se tratar de um produto importado, apenas possuía alguns representantes no Brasil, cujos quais,  tinham em seus estoques o produto disponível, e uma delas era justamente a empresa demanda.
Assim sendo, o demandante efetuou a compra do equipamento, por telefone, e pagou a demandada a importância de R$ 22.000,00, em parcela única via cartão de crédito, tendo a mesma dado quitação nos termos do recibo de pagamento anexo. A ré entregou o produto na residência do autor após 04 (quatro) dias da compra ter sido efetuada.
No entanto, embora o autor tenha seguido passo a passo todas as instruções contidas no manual do notebook, o mesmo não conseguiu ligar o aparelho adquirido, pois, o produto não funcionava, então, após 05 (cinco) dias da compra, Pedro foi até a loja física da Smart Eletrônics, situada na cidade de Londrina/PR, para exigir a substituição do produto, e foi informado de que a empresa, por ser somente uma representante da marca deste computador no Brasil, possuía um serviço de assistência técnica para onde o produto deveria ser encaminhado para verificação.
O autor, por conseguinte, firmou e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao conserto, que, 30 (trinta) dias depois, retornou da assistência técnica.
Acontece que, ao testar o notebook na própria loja da revenda, Pedro constatou que o equipamento ligava, porém não a inicializava. Diante dos fatos, o autor, então, recusou-se a retirar o produto e exigiu, dessa vez, a restituição da quantia paga. Contudo, a empresa ré negou-se efetuar a restituição, sobre a alegação de que se tratava de um produto importado.
O demandante deixou a loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução do dinheiro. 
Conforme o ocorrido, Pedro não conseguiu concluir o projeto para o qual fora contratado, que lhe renderia a importância de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
Assim, diante da exposição de todos fatos ocorridos, é competente ao caso concreto, que haja o ingresso da presente ação de reparação de danos para que seja restituído ao autor tudo o que investiu na compra do devido equipamento, bem como, perdas e danos com lucros cessantes.
II – DO DIREITO
Da relação de Consumo
Dispõe os artigos 03 e 08 do Código de Defesa do Consumidor que 
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviço. 
Diante do exposto, não emergem dúvidas de que o fato narrado classifica-se como relação de consumo, tendo o autor como consumidor e a ré como fornecedora de produtos, motivo este, pelo qual, tal fato deve ser analisado conforme a perspectiva do Código de defesa do Consumidor.
Dos fatos materiais
Dentre os direitos fundamentais do consumidor está previsto a prevenção e reparação de danos patrimoniais, é o que dispõe o art. 6º, VI, do Código de defesa do Consumidor. 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. 
Comprovado esta que a REQUERENTE sofreu danos materiais no tocante à compra efetuada, uma vez que não pode utilizar o produto para o fim a que se destinava. 
Ademais, o artigo 18, § 1º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor determina que os fornecedores de produtos restituam de imediato a quantia paga pelo consumidor, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, em razão de vícios de qualidade ou quantidade que tornaram os produtos impróprios ou inadequados ao consumo.
Do Lucro Cessante 
É notório que os lucros cessantes são aqueles valores que a pessoa física ou jurídica deixou de auferir em razão de algum ato cometido por outrem, alheio a sua vontade. 
No que diz respeito aos lucros cessantes, expõe a doutrina:
“... alusivo E privação de um ganho pelo lesado, ou seja, ao lucro que deixou de auferir em razão do prejuízo que lhe foi causado” (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade civil).
 O Código Civil de 2002, por sua vez, em seus artigos 402 e 403, examina que:
“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” (grifou-se).
“Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos s; incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato , sem prejuízo do disposto na lei processual.” (grifou-se).
Assim, resta evidente que o AUTOR faz jus ao ressarcimento do valor que deixou de auferir em razão do não cumprimento do contrato ocasionado pelo defeito no produto adquirido.
III - DOS PEDIDOS
 
Pelo exposto, REQUER o autor a V. Exa:
I - A citação do Réu para que, querendo, apresente defesa, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;
II - Seja a presente ação julgada procedente, determinando-se o pagamento, pelo REQUERIDA, pelos danos materiais causados ao REQUERENTE, no valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), bem como a importância de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), a título de lucros cessantes, devidamente atualizados com juros e correção monetária;
III - Seja a REQUERIDA, condenada a pagar as despesas e custas processuais, bem como honorários advocatícios no montante de 20% do valor da condenação.
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova s admitidos em direito, nos termos do art. 369 do Código de Processo Civil.
Nos termos do art. 369, VII, do CPC, o requerente registra que “não tem interesse na designação de audiência de conciliação”.
Dá-se a causa o valor de R$ 52.000,00 (cinquenta e dois mil reais).
Termos em que,
Pede e aguarda deferimento.
(local,data)
(Advogado)

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