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Parasito aula de Protozoários (Giardia)

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02/04/18
Professora: Júlia Peralta 
Bloco 02 – Aula 01: Protozoários. 
Protozoários, introdução:
São seres unicelulares eucariontes. Possuem praticamente todas as organelas das células eucarióticas: membrana plasmática; ribossomos; aparelho de Golgi; mitocôndrias; membrana nuclear; cromossomas; vacúolos etc.
Possuem também organelas especiais:
Locomoção: pseudópodes (ex: amebas) – flagelos (ex: Trypanossoma cruzi) – cílios – mionemas (filamentos para a movimentação da célula)
Sustentação: parede cística - axóstilo
Outros: hidrogenossomos (como se fosse mitocôndria, na respiração anaeróbia)
Trofozoítas: é a forma de vida ativa dos protozoários, na qual ele se alimenta e reproduz. A partir destes Trofozoítas tem a formação da parede cística e a formação do cisto. 
Cistos: é a forma de vida inativa ou de resistência, através da qual se perpetua no ambiente ou nos tecidos do hospedeiro. Essa forma resiste ao meio externo por causa da sua parede cística. É a forma de transmissão dos protozoários para o hospedeiro.
Oocistos: se diferencia de cistos porque origina-se de reprodução sexuada. Também são formas de resistência, por causa da sua parede cística.
Gametas: são estruturas celulares que vão ocorrer nos protozoários que fazem produção sexuada. Macrogametas (célula maior e imóvel) – feminino; Microgametas (células menores e moveis) – masculino. Fusão do macrogameta e microgameta forma o zigoto, oocistos.
Ordem: DIPLOMONADIDA
Classe: Zoomastigophora
Gênero: Giardia
Espécie (agente etiológico): Giardia lamblia, G. intestinalis, Lambia intestinalis.
Doença: Giardíase
É um parasito intestinal (porção do intestino delgado) mais comum em humanos, mas também são encontrados nos intestinos de outros animais como pássaros, repteis, anfíbios, cães, gatos, bovinos. Esses podem servir como reservatório para a infecção humana (zoonose).
É um parasito adaptado ao parasitismo monóxeno (1 único hospedeiro para desenvolver todo o seu ciclo).
Muito comum em crianças.
Morfologia: Se apresentam em 2 estágios evolutivos: 
TROFOZOÍTA: forma ativa, móvel, encontrada no trato intestinal causando diarreia.
Ficam aderidos ao epitélio, formato de pêra (piriforme), possui simetria bilateral, possui axonema (estrutura formada por microtúbulos, que dão sustentação a célula, na forma piriforme), possui 4 pares de flagelos, 2 núcleos centrais (parecem olhos), corpos parabasais (aparelho de Golgi da célula), disco suctórial ou disco ventral (para agarrar na parede intestinal).
CISTO: forma latente e resistente, imóvel, responsável pela transmissão, formato ovalar. (forma de resistência)
Tem de 2 a 4 núcleos, corpo parabasal, membrana externa bem destacada do citoplasma. (só os cistos são infectantes) 
Ciclo Biológico: 
Ingestão dos cistos maduros através da água e alimentos contaminados ou transmissão direta pelas mãos. Fecal-oral. (uma vez ingerido já acontece a contaminação).
Inicio do desencistamento no estômago, por causa do pH que favorece a sinalização para a formação de 2 Trofozoítas, mas só é finalizado no intestino delgado (duodeno), sendo originado 2 Trofozoítas de cada cisto.
Colonização de Trofozoítas na mucosa do intestino delgado.
Locomoção (flagelos) para a porção final do intestino/ divisão binaria e encistamento (jejuno, 6-15 dias), cada Trofozoítas pode originar 1 cisto. (o encistamento favorece a permanência do cisto no organismo, e a partir de 1 cisto formam-se 2 durante sua forma Trofozoíta).
Eliminação dos cistos nas fezes (14 bilhões de cistos infectantes por dia, sendo esses muito resistentes. Podem sobreviver por até 24h no intestino de moscas, 7 dias nas baratas, podendo essas serem vetores desses cistos, e 2 meses no meio exterior)
Manifestação clínica:
Indivíduos com crise diarreica intensa, podem liberar nas fezes Trofozoítas, porem estes não resistem ao meio externo. Apenas cistos são infectantes!!
Os cistos são super-resistentes a processos de cloração da água, processos de congelamento, sendo como melhor meio de desinfecção a fervura da água a 60°C por mais de 5 min.
A maioria dos indivíduos são assintomáticos, os sintomas podem aparecer de 1-45 dias após a infecção dependendo da quantidade de colônias, podendo variar de indivíduo para indivíduo. 
Causam destruição da parede intestinal, por ficarem aderidos a parede, causando forte diarreia. Causam apoptose das células intestinais, causando perda de H2O e eletrólitos. 
Mesmo que o trofozoíta não esteja aderido à parede do epitélio, ele libera proteínas e as enterotoxinas que vão causar uma alteração tecidual e morte celular dos enterócitos. Causando uma alteração das microvilosidades intestinais, desencadeando a crise diarreica e a má absorção de nutrientes. (o trofozoíto possui proteína responsável pela indução do apoptose nos enterócitos). Pode também alterar a conformação do citoesqueleto das células, principalmente os filamentos de aquitina, podendo clivar as proteínas de junção célula-célula, tendo um aumento da permeabilidade da membrana e a perda de água para a membrana. Essa proteína também induz a perda de íons cloreto para o meio, além da perda de água, ocorre a perda de eletrólitos. 
Causam problemas de absorção de gordura (má absorção), com isso há má absorção de vit. Lipossolúveis (A, D, E, K), vit. B12, ferro, xilose, lactose, tendo como consequência a desnutrição.
Em casos extremos pode causar esteatorréia: fezes com presença de gordura.
Diagnostico: 
Clinico: crianças são mais suscetíveis. Pois não tem “boas práticas de higiene”. 
É complicado de se realizar diagnostico clínico, pois as manifestações clinicas são parecidas com a de outras doenças.
Laboratorial: Testes de flutuação das fezes, para separar os cistos para análise.
 Testes de absorção de xilose (é absorvida no duodeno, sendo assim os indivíduos que tem lesão tecidual nesse local, não absorvem xilose) e lactose (lactase está presente no intestino, se não há absorção de lactose é porque pode haver presença de trofozoíta). 
EPF (Exame Parasitológico de Fezes) dependendo da consistência das fezes (liquidas: Trofozoítas; Pastosas ou sólidas: cistos) amostras de 3 dias alternados. Principal método utilizado! 
 Endoscopia. 
Testes sorológicos (são mais usados para testes epidemiológicos). 
Imunológico (pode dar falso-negativo)
Teste de Elisa (pesquisa de antígenos de G. intestinalis nas fezes, por ensaio imunoenzimático ou imunofluorescência).
Tratamento: Metronidazol (Flagyl), mais utilizado. Age alterando a cadeia de DNA da Giárdia, atuando em microrganismos anaeróbicos. Mebendazol e albendazol (tratamento alternativo).
Profilaxia: Educação sanitária, saneamento básico, sondagens periódicas. 
Meios de transmissão: Água não tratada, fecal-oral, sexual (oral-anal), alimentos contaminados com água de esgoto ou vetores mecânicos, mãos contaminadas com fezes.

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