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Direito penal aplicado I 01

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Direito penal aplicado I 01
INTRODUÇÃO, CONCEITO E PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
Conceito de direito penal e sua importância como fonte de regramento social. 
Origem do Direito Penal. 
Princípios do direito penal.
1. Introdução e conceito de Direito Penal 
A vida em sociedade impõe ao ser humano uma séria de relações com seus semelhantes. Nem sempre essas relações serão pacíficas, daí nasce a necessidade de se criar regras de comportamento. 
Nesse sentido cria-se o Estado, que tem o objetivo de proteger os seres humanos e lhe garantir um bem estar, protendo os bens do homem e da sociedade que são mais importantes, os erige a condução de bens tutelados pelo direito penal. 
Assim, quando os bens do homem (vida, patrimônio liberdade, dignidade sexual, etc) recebem essa proteção de uma norma criada pelo Estado, surgirá a criação dos bens jurídico. A partir da prática de uma dessas condutas incriminadas pelo direito penal, surgi para o Estado o poder-dever de exercer seu ius puniendi (direito de punir). Importante ressaltar que o estado detém o monopólio desse direito de punir. Somente o Estado pode legitimante punir uma pessoa que transgrediu um normal penal. 
INFRAÇÕES PENAIS:
Em decorrência da necessidade do Estado de proteger os bens jurídicos mais importantes para o ser humano e para sociedade como um todo surge a criação de infrações penais, que nada mais são do que regras de comportamento que impõe uma sansão penal a quem as transgredir. As normais penais, em sua maioria, estão compiladas em um código denominado de código Penal (Decreto-Lei 2848/40). O legislador criou as infrações penais, que é um gênero do qual o crime e a contravenção são espécie; 
Infração penal :Contravenção e crime:
A diferença entre crime e contravenção esta na espécie de pena aplicada ao crime, pois nas contravenções penais a pena é de prisão simples, o que impõe um regime semiaberto ou aberto, sem rigor penitenciário. Enquanto o crime a pena pode ser em regime fechado. 
COMPÕE-SE DE DUAS PARTES A NORMA PENAL: 
 - Comando Principal ou Preceito Primário (descrição da conduta); 
 - Sanção ou Preceito Secundário (sanção). 
Função e fonte do direito penal:
Função: A função do direto penal é proteger os bens jurídicos. 
Fontes do Direito Penal: Em relação a sua produção sempre deve vir por meio de lei penal, pois compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (art. 22, I da Constituição Federal). Importante destacar que em os costumes não possuem o a força de lei, portanto não podem refogar a lei nem criar norma penal. 
Visão interdisciplinar:
O direito penal faz parte de um sistema que é o ordenamento jurídico. A base desse sistema, que norteia os demais ramos do direito, como se fosse um verdadeiro tronco de uma árvore, é o direito constitucional. O direito penal guarda intima relação com o direito constitucional, em especial na parte de direito e garantias fundamentais (previstos no Art. 5º Da constituição Federal). Mas ele também se relaciona com outros ramos como o direito civil, administrativo, processual e etc. 
Principios do direito penal:
Princípio da Dignidade Humana. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
(...) 
III - a dignidade da pessoa humana; 
Principios da legalidade Direito Penal:
Art. 5º, XXXIX Constituição Federal 1988 - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
Art. 1º do Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 
OBS: Este princípio contem outros subprincípios. 
Reserva da Lei:
Só a lei pode definir crimes e cominar penalidades, nenhuma outra fonte inferior a lei pode gerar uma norma penal. Dessa forma não há possibilidade de uma portaria, resolução, Medidas provisória (que são outras espécies de normas) criar um crime. Dessa forma a demais normas, que não sejam lei, não podem definir crimes e impor penas.
Anterioridade da lei penal:
Somente se aplicará pena que esteja prevista anteriormente na lei como aplicável ao autor do crime. A estipulação do crime e sua respectiva pena dever ser criadas anteriormente a conduta do autor, pois do contrário poder-se-ia criar ou até mesmo alterar a pena (assim como o crime) de acordo com determinados casos, o que certamente iria gerar quebra de igualdade e isonomia que todos devem ter perante a lei. 
Taxatividade:
O conjunto de normas incriminadoras é taxativo. O fato é típico ou atípico. O elenco não admite ampliações. Assim fica impossibilitado o emprego da analogia. Para tanto a lei deve especificar ao máximo o fato típico, evitando generalizações. 
A conduta que se quer evitar por meio da criação de um crime deve esta bem descrita na norma penal.
Irretroatividade da lei penal:
A regra é que não se aplique a lei penal ao fatos passados, ou seja, quando o indivíduo praticou determinada conduta esta era permitida, daí depois vem uma nova lei e afirma que aquela conduta anteriormente pratica (que até então era permitida) agora é crime. A lei não retroagirá, salvo para beneficiar o investigado. 
Art. 5º, XL da Constituição Federal/88 –“a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”; 
 Subsidiariedade:
As relações do homem em sociedade são variadas e contínuas. Dessa forma o Estado para regular estas relações e manter a paz social utiliza de regras (ramos do direito) que interfiram menos na vida das pessoas. Entretanto quando estes outros ramos do direito falharem na proteção do bem jurídico, daí que o Estado se utilizará do Direito Penal, por ser mais forte sua incidência na vida das pessoas porque pode lhes privar de um bem muito importante que é a liberdade. 
Fragmentariedade (intervenção mínima)
As relações sociais entre indivíduos na sociedade são contínuas, ou seja, consubstanciam-se em verdadeiras relações permanentes. As relações de convívio, de urbanidade educação, de vizinhança, familiar, etc. Dessa forma não são todas as condutas das relações humanas que serão merecedoras da atenção do direito penal. Com efeito, o direito penal atua apenas em determinados fragmentos dessa relação contínuo existente em sociedade. 
Lesividade (Alteridade ou transcendentalidade)
O direito penal só deve ser aplicado às condutas que extrapolem a esfera do próprio autor e lesem bem jurídico de terceiros, ou ao menos coloquem em risco o bem jurídico tutelado. 
No Direito Penal, o princípio da lesividade, proíbe a incriminação de atitude meramente interna, subjetiva do agente, pois se revela incapaz de lesionar o bem jurídico. 
Culpabilidade:
A culpabilidade esta relacionada com o juízo de reprovação que se faz a cerca da conduta do autor, pois o autor poderia e era lhe exigido que atuasse de outra forma que não o cometimento do crime. A culpabilidade deve ser vista como fundamento e como limite da própria pena, onde a sanção imposta ao indivíduo deve guardar adequada proporção à gravidade de sua ação delituosa. 
Insignificância ou bagatela:
Sua aplicação decorre no sentido de que o direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado cujo desvalor - por não importar em lesão significativa ao bens jurídicos de forma relevantes - não represente, por isso mesmo prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. 
Para ser utilizado, faz-se necessária a presença de certos requisitos, tais como: 
(a) a mínima ofensividade da conduta do agente; 
(b) a nenhuma periculosidade social da ação; 
(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; 
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada (exemplo: o furto de algo de baixo valor) 
Vedação da dupla punição 
(ne bis in idem) 
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Possui duplo significado: 
 - Penal material: ninguém pode sofrer duas penas em face do mesmo crime; 
 - Processual: ninguém pode ser processado e julgadoduas vezes pelo mesmo fato. 
02
DIREITO PENAL APLICADO I 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
Nesta aula vamos: 
Conhecer quais regras são aplicadas em relação ao tempo do crime. 
Compreender os conflitos de lei penal no tempo e solucioná-los. 
Identificar o lugar do crime. 
Analisar as questões de extraterritorialidade e saber como acontece a contagem e prazo penal. 
Conceito de analogia em Direito Penal. Natureza Jurídica e incidência
Trata-se de complementar uma lacuna da lei. Ocorre quando a lei não regula determinada situação jurídica, sendo necessária a utilização de outra lei que compreenda a mesma razão para solucionar o caso, ou seja, o direito penal não regula determinado fato, então o intérprete se utiliza de outra regra, ainda que de outro ramo do direito, para solucionar o caso.
Espécies de Analogia – Continuação 
In bonan partem: a analogia é empregada em benefício do agente (réu); É admitida no nosso ordenamento jurídico. 
In malan partem: a analogia é empregada em prejuízo do agente (réu). 
OBS: Analogia de norma penal incriminadora é vedada porque viola o princípio da reserva legal, dessa forma não posso aplicar analogia para criar crime (ou incriminar conduta que não é prevista como crime). É inadmissível. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
Ocorre quando duas ou mais normas aparentemente parecem aplicáveis ao mesmo fato. 
Elementos configurativos do conflito: 
Uma só infração penal – unidade de fatos; 
Duas ou mais normas pretende regular o fato – pluralidade de normas; 
Aparente aplicação de todas as normas à espécie; 
Efetiva aplicação de apenas uma delas. 
OBS: ALGUNS PRICÍPIOS SOLUCIONAM ESTE CONFLITO APARENTE 
ESPECIALIDADE:
Especial é a norma que possui todos os elementos gerais e mais alguns denominados de especializantes que trazem um minus ou um plus de severidade. A lei especial prevalece sobre a geral a qual deixa de incidir sobre aquela hipótese. Ex.: o art. 123 do CP, trata de infanticídio que prevalece sobre o artigo 121 homicídio, pois além de ter os elementos genéricos deste possui elementos especializantes (próprio filho, durante o parto ou logo após, etc.). Lei especial derroga lei geral. 
Subsidiariedade
Subsidiária é aquela norma que descreve em grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual embora definido como delito autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase normal de execução de crime mais grave. A norma primária prevalece sobre a subsidiária. 
Ex: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
Consunção:
Ocorre quando um fato mais grave absorve outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento
 Lei penal no tempo :
Neste tópico estudaremos o aspecto da lei penal que muito se aproxima da manifestação da vida humana como todo, pois assim como os seres humanos a lei pode nascer, viver e morrer, com as devidas peculiaridades dos aspectos essências que uma norma pode possuir, é claro. A lei esta submetida a corrosão do tempo e encontra a limitação na sua criação ou na sua morte. 
Conceito e aspectos principais: 
A lei inicia, normalmente, sua vida com a publicação no Diário Oficial quando se inicial sua vigência. Geralmente a lei traz em seu texto a seguinte expressão “entra em vigor na data de sua publicação” e isso significa que quando publicada no D.O iniciará sua existência, pois terá início sua vigência. Contudo, pode ocorrer da lei ao ser produzida, não especificar da data de sua entrada em vigor e neste caso aplica-se a regra estabelecida no art. 1º do Decreto-Lei nº 4657/42 – L.I.N.D.B, que prevê no caso de omissão que a lei entra em vigor em 45 dias após a sua publicação. 
Outra hipótese é quando a lei estabelece que entrará em vigor a partir de uma data específica, como aconteceu com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – que entrou em vigor após 90 dias após sua publicação na forma do art. 266 do ECA. Nesta última hipótese, em que a lei estabelece um prazo para entrar em vigor, denomina-se de “vacatio legis”, ou seja, vacância da lei, mas sempre deve estar expressa na lei esse período de vacância. Dessa forma vacatio legis corresponde ao período que decorre entre a data da publicação de uma lei e o início de sua vigência. 
É importante estabelecer quando a lei deixará de existir, ou seja, em outras palavras, quando ela morrerá. Neste ponto, cabe ressaltar que uma lei só deixará de existir quando uma outra lei lhe revogar. 
A revogação é o gênero da qual existem duas espécies: 
- Ab-rogação: Que significa a total revogação da lei anterior pela lei nova. Extingue-se totalmente a existência da lei. 
- Derrogação: que é a revogação parcial da lei pela lei nova, permanecendo parte dela ainda em vigor. 
Princípio da Lei Penal no Tempo:
A lei penal é regulada pelo princípio do “TEMPUS REGIT ACTUM”, ou seja, a lei do tempo irá reger o ato. Traduzindo, significa que a lei penal aplica-se aos fatos da sua época, ou seja, a lei aplicável à repressão da prática do crime é a lei vigente ao tempo de sua execução Esta norma está expressa no artigo 1º do Código Penal. 
Conflito de Leis Penais no Tempo
Como as leis podem ser revogadas, então pode ocorrer problemas em decorrência dessa sucessão de leis, pois leis podem ser mais brandas ou mais rígidas e isso refletirá na análise do fato em relação a sua regulação pelo direito. A nova lei sempre traz conteúdo diverso da lei anterior, pois se assim não fosse não seria necessário criar uma nova lei. A regra é a aplicação da lei em vigor na época em que o fato (crime) foi praticado em decorrência da aplicação do princípio do TEMPUS REGIT ACTUM. 
Exceções ao princípio do TEMPUS REGIT ACTUM
A) A lei cria uma nova figura penal, ou seja, incrimina uma conduta que até então era permitida (NOVATIO LEGIS incriminadora); 
B) A lei posterior é mais rígida do que a lei anterior (LEX GRAVIOR). 
C) A lei posterior extingue o crime (ABOLITIO CRIMINIS) 
D) A lei posterior é mais benéfica ao réu (LEX MITIOR). 
E) A lei posterior possui parte mais benéfica ao réu e outra parte mais maléfica. 
TEMPO DO CRIME
Necessário se faz estabelecer o momento em que o crime é praticado, até esmo para que possamos estabelecer quando incidirá a lei penal sobre o fato criminoso. Nesse cotexto, devemos neste momento estabelecer quando o crime é praticado. Para solucionar esta questão surgem três teorias. 
TEORIAS DO TEMPO DO CRIME
I – TEORIA DA ATIVIDADE O código penal adota esta teoria conforme se depreende da leitura do art. 4 do CP. 
II - TEORIA DO RESULTADO 
III – TEORIA MISTA OU DA UBIGUIDADE: 
LEI PENAL NO ESPAÇO
No que se refere ao direito penal no espaço, devemos ter em mente que precisamos estabelecer qual o limite espacial (territorial) que será possível aplicar o direito penal. Não podemos deixar de assinalar que a possibilidade de aplicar o direito, seja ele de qual ramos for, é um exercício de soberania do Estado, então só será possível aplicar o direito no local em que o Estado exerce essa soberania, ou seja, no seu território. 
Territorialidade
O código penal limita a sua incidência ao território nacional, por conta disso afirma-se que aplicamos como regra o princípio da territorialidade na forma do art. 5º do CP. Contudo a lei também prevê exceções a esta regra, que são os casos de extraterritorialidade previsto no art. 7 do CP. 
Conceito de Território
Inicialmente se faz necessário estabelecer qual o conceito de território, que compreende: 
A) Solo – ocupado pela corporação política. 
B) Rios, lagos, mares interiores, golfos, baías e portos. 
 C) Marte territorial (12 milhas marítimas) 
D) Zona contígua (12 as 24 milhas marítimas) 
E) Zona econômica exclusiva (12 as 200 milhas) 
F) Espaço aéreo (dimensão estatal de altitude
EXTRATERRITORIALIDADE
O artigo 7º, do Código Penal cuida do denominadoprincípio da extraterritorialidade da lei penal brasileira. 
As hipóteses são expressamente previstas na lei penal, ante seu caráter excepcional, já que a regra é a territorialidade da lei, prevista no artigo 5º, do mesmo Código Penal. 
Espécies de Extraterritorialidade
INCONDICIONADA: Esta prevista no art. 7º, I do CP. Na hipótese da extraterritorialidade incondicionada, a lei brasileira se aplica de maneira imediata, sem qualquer condição. As hipóteses estão previstas no artigo 7º, inciso I, cujas alíneas a, b e c representam o princípio da defesa, real ou de proteção; enquanto que a alínea d é expressão do princípio da justiça universal. 
CONDICIONADA: Já no art. 7º, II do CP ocorre a previsão da extraterritorialidade condicionada, pois a lei brasileira será aplicada mediante observância das condições impostas pelas alíneas a”” até a “e”, do 2º; Estas condições são verdadeiras causas objetivas de punibilidade (sem elas não tem como punir o autor), pois na ausência de qualquer delas o fato não é punível no Brasil. 
HIPERCONDICIONADA: Por derradeiro, esta a a hipótese de hiper condicionamento para aplicação da lei penal aos casos praticados fora do território nacional, sendo assim denominada porque para sua incidência, o fato deve reunir não só as condições exigidas no parágrafo 2º, mas ainda não ter sido pedida extradição do estrangeiro (isso porque ele precisa estar no Brasil) e haver requisição do Ministro da Justiça. 
LUGAR DO CRIME
A aplicação da lei penal brasileira para ser aplicada, precisa estabelecer o local do crime. Para tanto surgi três teorias para estabelecer qual o local do crime. 
1ª) TEORIA DA ATIVIDADE OU DA AÇÃO ( adotada pelo Código Penal em seu Art. 6 ) 
2ª) TEORIA DO RESULTADO OU DO EVENTO 
3ª) TEORIA MISTA OU DA UBIGUIDADE
DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Importante estabelecer qual a forma irá se dar a contagem dos prazos no direito penal. Esta circunstância afeta de forma direta vários outros instituto que estudaremos mais à frente, como por exemplo a prescrição. O art. 10 do CP nos traz a solução pois estabelece que para calcular o prazo penal devemos incluir o dia do começo. A contagem do prazo penal inclui feriados e finais de semana sem qualquer interrupção. Despreza-se as frações de dia. Vamos ver um exemplo para fixar o entendimento. 
Direito penal aplicado I 03
TEORIA DO CRIME
A definição atual de Delito tem como marco histórico a segunda metade do Século XIX.
ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL
Infração Crime. 
 Penal Contravenção Penal
 
Art.1º, LICP e DL n 3.688/41.
INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO.
Lei n.9099/1995.
 ART. 61. “ CONSIDERAM-SE INFRAÇÕES penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa”. 
Critérios distintivos. 
Natureza da lesão ao bem jurídico.
 e
Gravidade da sanção imposta.
Teoria do crime :
CONCEITOS DE DELITO 
 
 Formal Material ANALÍTICO 
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME .
CONTROVÉRSIAS
 
Elementos: fato típico e ilícito.
Elementos: fato típico, ilícito e culpável.
Elementos: fato típico, ilícito, culpável e punível.
O crime é composto por : 
 FATO TÍPICO. 
 ILÍCITO.
 CULPÁVEL.
SUJEITOS DA INFRAÇÃO PENAL.
Sujeito Ativo
 Consoante o princípio da culpabilidade a conduta somente pode ser praticada pelo homem, dotado de vontade.
 Sujeito Ativo é aquele que realiza a conduta descrita no tipo penal.
Sujeito Passivo 
 Imediato pessoa natural ou jurídica;
 coletividade;
 Estado
 Mediato – Estado. 
A RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA (CONTROVÉRSIAS).
 Vide art. 225,§3º e 173, §5º, ambos da CRFB/1988.
Teoria da ficção jurídica (Savigny); 
Não há que se confundir sujeito da ação e sujeito da imputação (Luiz Regis Prado, Direito Penal do Ambiente, 2 ed., 2009; pp 120 e 121)
A pessoa jurídica não possui capacidade de ação em sentido estrito; capacidade de culpabilidade; capacidade de pena (Luiz Regis Prado, idem).
 A responsabilidade pessoal dos dirigentes não se confunde com a responsabilidade da pessoa jurídica. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES.
Crimes materiais, formais e de mera conduta.
Crimes de dano e de perigo.
Crimes comuns e próprios.
Crimes de mão própria ou atuação pessoal.
Crimes de dano e de perigo.
Crimes de ação única e crimes de ação múltipla (tipos mistos).
QUESTÕES
Segundo entendimento predominante no Brasil, América Latina e Europa, é possível afirmar que o crime é constituído pelos seguintes elementos:
a) 	tipicidade e culpabilidade 
b)	tipicidade e ilicitude
c)	tipicidade, ilicitude e culpabilidade
d)	tipicidade, ilicitude, culpabilidade e punibilidade.
e) tipicidade, ilicitude e punibilidade.
2) Em relação à classificação das infrações penais, assinale a opção INCORRETA:
a) 	crime de dano é aquele que exige, para sua consumação, a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, ao passo que, crime de perigo é aquele que se consuma com a exposição do bem a perigo de dano.
b)	Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, enquanto, para a configuração do crime próprio, exige-se alguma característica específica do agente.
c) crime vago é aquele que tem como sujeito passivo uma coletividade destituída de personalidade jurídica.
d) crime instantâneo é aquele em que uma conduta isolada não constitui crime. Para a configuração do delito exige-se uma reiteração de atos. 
3) Sobre a teoria do delito, assinale a opção correta:
O sistema penal é tripartido, pois considera três espécies de infração penal: delito, crime e contravenção penal.
Com a entrada em vigor da lei n.9099/95, as contravenções penais
foram extintas do sistema penal pátrio.
c) O critério para a seleção de infrações penais de menor potencial ofensivo funda-se na pena máxima concreta.
d) O critério para a seleção de infrações penais de menor potencial ofensivo funda-se na pena máxima abstrata, prevista no preceito secundário da lei incriminadora.
Direito penal aplicado 04
Fato Típico. Conduta.
 Conduta.
 Nexo Causal.
Elementos
 Resultado.
 Tipicidade
Conceito de Fato Típico. 
“ É o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal”. (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1. 14 ed. pp136).
Conduta
Conceito de Conduta: 
“ é ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade”. (CAPEZ, idem).
Elementos da conduta.
 vontade.
 finalidade.
 exteriorização ( por ação ou omissão)
 consciência 
Ausência de Conduta.
 - caso fortuito e força maior;
 - ato reflexo;
 - coação física irresistível;
 - estado de inconsciência; 
Obs. a vis compulsiva e seus reflexos.
Teorias da Conduta.
	4.1.Teoria Causal. “ a ação consiste numa modificação causal do mundo exterior, perceptível pelos sentidos, e produzida por uma manifestação de vontade, isto é, por uma ação ou omissão voluntária” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Parte geral. Vol.1. 15 ed. Pp 259).
4.2Teoria Final. “ a ação humana é exercício de atividade final. (...) a finalidade baseia-se na capacidade de vontade de prever, dentro de certos limites, as consequências de sua intervenção no curso causal e de dirigi-lo, por conseguinte, conforme a um plano, à consecução de um fim”. (idem)
(...) a vontade consciente do fim compreende:
a proposição do fim seleção dosmeios de ação
 para realizar o fim 
CONCLUSÕES:
Distinção entre dolo e culpa.
Culpabilidade como juízo de reprovabilidade da conduta.
Função Garantista do conceito de conduta.
Distinção entre Teorias Causal e Final.
4.3.Teoria Social.
Desenvolvida por Schimidt e Jescheck.
A ação é um comportamento socialmente relevante, dominado ou dominável pela vontade humana.
Falha: método valorativo para a obtenção do conceito de relevância social da conduta.
5. Das Condutas Comissivas e Omissivas.
5.1.  Distinção entre Ação e Omissão.
 “Os delitos comissivos são os cometidos por intermédio de uma ação (...) os omissivos são praticados através de uma abstenção” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp 179)
Ação: comportamento positivo
 
 
 movimentação corpórea.
 Omissão: comportamento negativo
 
 abstenção de movimento
5.2.Omissão: pode ser pópria ou imprópria.
Omissão própria .
 Exige expressa previsão legal.
 Não há o dever jurídico de agir.
 O omitente será responsabilizado pela mera omissão
Exemplo:
Omissão de socorro. Art. 135, CP. 
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
B)Omissão Imprópria.
Há o dever de agir
Não possuem tipificação específica.
São delitos de resultado
 - conhecimento da ação típica; 
 - consciência do seu poder 
Requisitos de ação; 
 - possibilidade real, física, de 
 levar a efeito a ação exigida.
(CAPEZ, Fernado. op cit pp 166)
O Agente Garantidor – art.13§2º, CP.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Questões
1) (XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Isadora, mãe da adolescente Larissa, de 12 anos de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, da janela da sala, vê seu companheiro, Frederico, mantendo relações sexuais com sua filha no sofá. Chocada com a cena, não teve qualquer reação. 
Não tendo sido vista por ambos, Isadora decidiu, a partir de então, chegar à sua residência naquele mesmo horário e verificou que o fato se repetia por semanas. Isadora tinha efetiva ciência dos abusos perpetrados por Frederico, porém, muito apaixonada por ele, nada fez. Assim, Isadora, sabendo dos abusos cometidos por seu companheiro contra sua filha, deixa de agir para impedi-los. 
Nesse caso, é correto afirmar que o crime cometido por Isadora é:
omissivo impróprio.
omissivo próprio.
c) comissivo.
omissivo por comissão.
2) Sobre os crimes omissivos, assinale a opção INCORRETA:
a) crimes omissivos são aqueles em que o agente viola o dever jurídico de agir, imposto pela norma, e basta a desobediência ao comando da norma para caracterizar o delito. São condições para a ocorrência dos crimes omissivos o conhecimento da situação típica da 
qual surge o dever e a possibilidade física real de realizar a ação ordenada.
b) A diferença entre os crimes omissivos próprio e impróprio é que, no primeiro, a obrigação de agir decorre da norma; ao passo que, no segundo a obrigação é resultado de um especial dever jurídico de agir. 
c) Em regra, todos os crimes comissivos podem ser praticados por omissão, salvo aqueles em que é necessária uma atividade do agente. São elementos do crime comissivo por omissão a abstenção da atividade que a norma impõe, a superveniência do resultado típico em virtude da omissão, a ocorrência da situação de fato da qual deflui o dever de agir.
d) Os crimes omissivos próprios e impróprios necessitam da produção de um resultado naturalístico para a sua caracterização.
Direito Penal aplicado 05
DOLO E CULPA
DA CONDUTA DOLOSA.
CÓDIGO PENAL
 ART.18. Diz-se o crime:
doloso, quando o agente quis o resultado, ou assumiu o risco de produzi-lo
1.1.Teorias adotadas pelo Código Penal. 
 
► Vontade.
 ► Assentimento ou consentimento
1.2. ESPÉCIES DE DOLO.
DOLO DIRETO - o agente pratica a conduta com vistas à produção de um resultado certo e determinado.
Ainda, o dolo direto pode ser dividido em:
a) Dolo direto de primeiro grau.
O agente direciona sua ação única e exclusivamente para alcançar o seu fim.
b) Dolo direto de segundo grau: 
Nessa espécie ocorre efeitos colaterais, representados como necessários. 
DOLO EVENTUAL - o agente prevê o resultado e, embora não o queira propriamente, concorda com sua produção.
DOLO ALTERNATIVO – o agente concorda com a ocorrência de qualquer dos possíveis resultados previstos
Dolo Genérico – vontade de realizar a conduta sem um fim especial.
 
 Ex.Art.121, CP – Matar alguém:
 Pena - reclusão de 6 a 20 anos.
 
Especial Fim de Agir - vontade de realizar a conduta visando a um fim especial previsto no tipo penal.
 
 Ex. Art. 155, CP – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
 Pena – reclusão de 1 a 4 anos, e multa
. DA CONDUTA CULPOSA
 CÓDIGO PENAL. ART.18. Diz-se o crime:
 II. Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
2.1. CONCEITO. quebra do dever de cuidado na prática de condutas lícitas com o advento de um resultado ilícito. 
E Conduta – finalidade lítica
L
E Quebra do dever objetivo de cuidado. 
M
E Imprudência. Imperícia. Negligência.
N
T Produção de resultado ilícito.
O Previsibilidade Objetiva do Resultado
S
 Nexo Causal.
2.3. ESPÉCIES DE CULPA.
CULPA INCONSCIENTE – prática de uma conduta com a quebra do dever objetivo de cuidado da qual adveio um resultado lesivo previsível objetivamente, mas que não fora previsto pelo agente na prática.
CULPA CONSCIENTE - prática de uma conduta com a quebra do dever objetivo de cuidado da qual adveio um resultado lesivo previsível objetivamente, previsível pelo agente na prática, mas que, equivocadamente, acreditou ser capaz de impedir.
3. CRIMES AGRAVADOS PELO RESULTADO.
Agravação pelo resultado
CP, Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.
O crime preterdoloso é espécie de crime agravado pelo resultado.
Ex. CP, Art.129. Lesão corporal de natureza grave.
§ 2° Se resulta:
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
QUESTÕES
1) Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco do carona está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse naquela velocidade, poderia facilmente perder
o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua vez, responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria, pois se sua profissão era ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser mais competente do que ele na condução de um veículo. Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa na areia trazida para o asfalto por conta dos ventos do
litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o atropelamento de uma pessoa que passava pelo local. A vítima do atropelamento falece instantaneamente. Wilson e Ivana sofrem pequenas escoriações. Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de velocidade. 
Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que, em relação à vítima do atropelamento, Wilson agiu com:
a)	dolo direto.b)	dolo eventual.
c)	culpa consciente.
d)	culpa inconsciente.
e)	negligência.
2) Existe algum ponto de semelhança entre as condutas praticadas com culpa consciente e com dolo eventual? (2016.UFMT.DPE-MT)
 a)Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, há aceitação do resultado. 
 
 b) Não, pois não há ponto de semelhança nas condutas em questão. 
c) Sim, pois em ambas o elemento subjetivo da conduta é o dolo. 
 d )Não, pois a aceitação do resultado na culpa consciente é elemento normativo da conduta. 
 e)Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, o agente prevê o resultado. 
3) Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível por imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que: (MPE-RJ. Analista do Ministério Público. 2016)
 
o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias; 
 b) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade;
 c) no crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a negligência, por um comportamento positivo; 
d) o crime culposo admite como regra a forma tentada; 
e) na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa. 
 
Direito penal aplicado 06
Relação de Causalidade.
→ Qual a relevância do nexo causal?
 → Quais condutas concorreram de alguma forma para a produção de um resultado lesivo?
Conceitos de: Causa, Condição, Concausa. 
Art.13,Código Penal. 
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
1.Conceito. Nexo Causal é o liame, físico, natural, entre conduta e resultado naturalístico, segundo a qual é possível determinar-se a imputação de responsabilidade penal.
Atenção. O Código Penal, adotou a Teoria da Equivalência das Condições.
2. Teorias sobre nexo causal.
2.1. Teoria da equivalência das condições.
Causa é a totalidade das condições sem as quais o resultado não teria ocorrido - conditio sine qua non ( Stuart Mill).
Procedimento Hipotético de Eliminação.
 
Toda conduta que, uma vez retirada da cadeia causal, provocar a exclusão do resultado considera-se causa (Thyrén)
2.2. Teoria da causalidade adequada.
Considera-se causa a condição idônea de produzir o resultado. (Von Kries).
 Art.13, §1º, CP. Superveniência de causa independente.
A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,, imputam-se a quem os praticou.
A relevância causal da omissão.
 Art.13,§2º, CP- A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
3. Espécies de causas e nexo causal.
3.1 DEPENDENTE. 
origina-se da conduta, sem a qual não
existiria; art.13, caput, CP.
atua com absoluta dependência da causa anterior, da qual resulta como consequência natural e esperada. art.13, caput, CP
3.2 INDEPENDENTE. 
 É aquela que não se encontra no desdobramento natural da conduta anterior e , por si só, é capaz de produzir o resultado.
 
I. Absolutamente preexistente
 concomitante 
 art.13, superveniente
 caput, CP
II. Relativamente Independente
 - preexistente - art.13, caput, CP.
 - concomitante - art.13, caput, CP. 
 - superveniente – art.13, §1º, CP 
 
4. Espécies de Causas e Interrupção do Nexo Causal 
Questões:
1) A é esfaqueada por B, sofrendo lesões corporais leves. Socorrida e medicada, A é orientada quanto aos cuidados a tomar, mas não obedece à prescrição médica e em virtude dessa falta de cuidado, o ferimento infecciona, gangrena, e ela morre. Assinale a alternativa CORRETA: (Concursos)
a) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa superveniente absolutamente independente.
b) B responde pelo ato de lesão praticado, visto se tratar de causa concomitante relativamente independente.
c) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa concomitante absolutamente independente.
d) B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa preexistente relativamente independente
e) B responde pelo ato de lesão anteriormente praticado, visto se tratar de causa superveniente relativamente independente, que por si só produziu o resultado.
2) João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava. Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado. (Concursos)
a) Homicídio consumado.
b) Homicídio tentado.
c) Lesão corporal.
d) Lesão corporal seguida de morte.
e) Exposição a perigo à vida ou à saúde de outrem.
Direito penal aplicado 07
ITER CRIMINIS
→ Para a consumação do delito é necessária a produção de resultado naturalístico?
→ Em que momento o crime se consuma e o que se entende por iter criminis?
→ Quais situações fáticas impedem a consumação do delito?
→ Nos casos em que não houver consumação, haverá responsabilização penal à conduta?
DO RESULTADO.
1.1. Conceito. Teorias.
 Teoria jurídica.
 Naturalística
1.2.Classificação dos crimes quanto ao resultado naturalístico.
 Material.
 Formal.
 Mera conduta.
1.3 Distinção entre Consumação, Resultado e Exaurimento.
Distinção entre consumação e resultado.
Distinção entre consumação e exaurimento.
ATENÇÃO: 
Qual a relevância do reconhecimento do exaurimento?
 
Pode existir crime sem resultado?
II. ITER CRIMINIS.
2.1. Conceito.
2.2. Fases
 Fase interna cogitação
 preparação
 Fase externa execução
 consumação
Atos de cogitação, preparação e execução - distinção.
 
 Cogitação - pensamento humano 
 Preparação- há o início da ação
 objetiva 
Controvérsia: Os atos preparatórios são puníveis? Vide art. 33,§1º, lei n.11343/2006
Atos Preparatórios e Executórios- critérios de identificação do início de execução.
 
 Critérios - material – ataque ao bem jurídico
 
 - formal - início da realização
 do tipo (CP)
III. CONSUMAÇÃO. 
Art.14, I CP. Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
IV. TENTATIVA
Art.14, II, CP. tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 parágrafo único. salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
4.1.Natureza Jurídica.
causa de diminuição de pena.
norma de extensão de adequação típica por subordinação mediata. 
4.2.REQUISITOS.
Início da execução;
 NÃO consumação do delito por circunstâncias ALHEIAS à vontade do agente.
Aplicam-se aos crimes dolosos, ainda que tenham sido praticados com violência ou grave ameaça à pessoa.
4.3 ESPÉCIES.
 Perfeita
 Quanto à execução 
 Imperfeita
 
Quanto à lesão ao bem jurídico 
 ↓ ↓
 Branca CruentaV. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ.
5.1.Conceito.
 Art.15, CP - o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
5.2. Natureza Jurídica
 Causa de exclusão da tipicidade.
5.3. Requisitos
Início da execução;
NÃO consumação do delito por ATO VOLUNTÁRIO do agente.
Aplicam-se aos crimes dolosos, ainda que tenham sido praticados com violência ou grave ameaça à pessoa.
OBS. Distinção entre Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
VI. Crime impossível .
Art. 17, CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
6.1. Requisitos. 
Início da execução 
Não consumação do delito
Impropriedade Ineficácia
absoluta do objeto absoluta do meio 
 
6.2. Natureza Jurídica
 Causa de exclusão da tipicidade.
Atenção. Ineficácia e Impropriedade Relativas → consequência.
VII. ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16, CP. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa , até o recebimento da denúncia ou queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
7.1. Requisitos
Consumação do delito.
Integral reparação do dano ou restituição do bem.
Ato voluntário do agente.
Incide somente em crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa.
7.2. Natureza jurídica
 Causa de diminuição de pena.
Atenção. Lapso temporal para caracterização → art.65, III, b, do CP.
Questões:
1) Acerca dos institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, assinale a opção correta. : 
a) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza responderá pelo crime consumado com causa de redução de pena de um a dois terços.
b)A desistência voluntária e o arrependimento eficaz, espécies de tentativa abandonada ou qualificada, passam por três fases: o início da execução, a não consumação e a interferência da vontade do próprio agente.
c) Crimes de mera conduta e formais comportam arrependimento eficaz, uma vezque, encerrada a execução, o resultado naturalístico pode ser evitado
d) A natureza jurídica do arrependimento posterior é a de causa geradora de atipicidade absoluta da conduta, que provoca a adequação típica indireta, de forma que o autor não responde pela tentativa, mas pelos atos até então praticados
2) Bebeto e sua namorada Val foram a uma festa na casa de Bia. Durante a festa, sem que Val percebesse, Bebeto aproveita-se da distração de todos e subtrai um anel de ouro de Bia a fim de presenteá-lo a Val. Alguns dias após a festa Bebeto decide fazer uma surpresa a Val e lhe dá o referido anel. 
Entretanto, no momento em que Val coloca o anel no dedo o reconhece e, sem comentar nada com Bebeto decide devolvê-lo à amiga sem deixar indícios de que foi seu amado o responsável pelo furto. Desta forma, sob o pretexto de conversar sobre a festa Val combina um almoço na casa de Bia e ao chegar lá deixa o anel na pia do banheiro da amiga. Diante dos fatos narrados, assinale a opção correta:
Bebeto não será responsabilizado pelo delito de furto, pois não houve lesão ao patrimônio de Bia, já que o anel foi devolvido por sua namorada.
Bebeto será responsabilizado pelo delito de furto, entretanto, sua pena será diminuída, face ao arrependimento posterior de sua namorada.
c) Bebeto será responsabilizado pelo delito de furto na forma tentada, pois não houve lesão ao patrimônio de Bia, já que o anel foi devolvido por sua namorada.
d) Bebeto será responsabilizado pelo delito de furto na forma consumada, pois a devolução do anel pela sua namorada não possui relevância jurídico-penal
Bebeto será responsabilizado pelo delito de furto na forma tentada, pois a devolução do anel pela sua namorada não possui relevância jurídico-penal.
Direito Penal aplicado 08
ILICITUDE.
CONCEITO.
 Relação de contrariedade entre a conduta e o ordenamento jurídico. 
CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO. 
Descriminantes legais e putativas.
Distinção. Art. 23 e Art. 20, §1º, CP. 
► As causas legais constituem um rol exemplificativo ou taxativo? 
► Qual a natureza jurídica das discriminantes putativas?
Art. 23, CP. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
 Art. 20, CP. - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Discriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
I.CAUSAS LEGAIS DE JUSTIFICAÇÃO .
 
1.1.ESTADO DE NECESSIDADE. Art.24, CP 
Teorias Unitária 
 ponderação de interesses;
 
 Diferenciadora objetiva 
 ponderação de bens
OBS. A Teoria Unitária e o Art.24,§2º, do CP.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
REQUISITOS.
 A) Objetivos 
 B) Subjetivos
► Os requisitos objetivos e a inexistência do dever de enfrentar o perigo.
Art. 24§1º, CP. Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
 Art.13§2º, CP. 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
ESPÉCIES
 Justificante 
 Exculpante Próprio 
 De Terceiro
 
 
 Real 
 Putativo
Excesso punível
Art. 23, parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
 
 Doloso
 Culposo 
1.2. LEGÍTIMA DEFESA.
Conceito. Objetivos
Requisitos Subjetivos
Art. 25, CP- Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
ESPÉCIES
 Justificante 
 Exculpante Próprio 
 De Terceiro
 
 
 Real 
 Putativo
Excesso Punível. Doloso
 Culposo 
Legítima Defesa Sucessiva
1.3. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.
Art. 23, CP. 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Ofendículos.
 Natureza Jurídica. Controvérsias
 Requisitos. 
Questões:
1) Analise o caso a seguir. Ao passar próximo ao estoque de uma loja de roupas, um dos vendedores viu que havia ali um incêndio de grandes proporções. Naquela situação, correu em direção à porta do estabelecimento que, por ser estreita, estava totalmente obstruída por um cliente que entrava no local. 
Desconhecendo o incêndio e achando que estava sofrendo uma agressão, o cliente reagiu empurrando o vendedor, que lhe desferiu um soco. Os empurrões do cliente, assim como a agressão do vendedor produziram recíprocas lesões corporais de natureza leve. Na hipótese, é CORRETO afirmar. (Concursos). 
que o vendedor agiu em estado de necessidade e o cliente, em legítima defesa putativa.
b) que o vendedor agiu em estado de necessidade putativo e o cliente, em legítima defesa.
c) que o vendedor agiu em legítima defesa e o cliente, em estado de necessidade.
d) que o vendedor agiu em legítima defesa putativa e o cliente, em estado de necessidade putativo.
2) Mévio e Tício, ambos com 22 anos, estavam treinando para o campeonato brasileiro de Jiu-jitsu. Durante o treino, por orientação do treinador,Tício desferiu um golpe que causou ofensa à integridade física do Mévio. Considerando que a conduta causadora do dano está regulamentada nas normas da modalidade esportiva referida, marque a resposta correta: ( Concursos)
Tício deverá responder pelo delito de lesão corporal porque praticou fato típico, ilícito e culpável.
	Tício deverá responder pela contravenção penal de vias de fato porque praticou fato típico, ilícito e culpável.
c) Tício não deverá ser responsabilizado criminalmente porque agiu no exercício regular de direito.
Tício não deverá ser responsabilizado criminalmente porque agiu no estrito cumprimento do dever legal.
	Tício não deverá ser responsabilizado criminalmente porque agiu sob obediência hierárquica.
Direito Penal Aplicado 09
Culpabilidade
I. CONCEITOS.
 Juízo de Reprovabilidade da Conduta.
 Fundamento e Limite da Pena.
 Consciência da ilicitude e exigibilidade 
de conduta conforme a norma. 
Princípio que veda a responsabilidade Penal Objetiva.
II. TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL
Para a Teoria Normativa Pura a culpabilidade passa a ser normativa e o dolo e a culpa migram para o fato típico – conduta. (Teoria Finalista da Ação)
O Código Penal com a reforma de 1984 passou a adotar a Teoria Normativa Limitada.
 Descriminantes Putativas
 Erro de Proibição
III. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA CONCEPÇÃO FINALISTA E SUAS CAUSAS EXCLUDENTES.
 
 a) Imputabilidade
 (art.26, 27 e 28, do CP) 
 b)Potencial Consciência da Ilicitude
 (art.21, CP)
 c) Exigibilidade de Conduta Diversa.
A) Imputabilidade (art.26, 27 e 28, do CP)
► Causas excludentes da imputabilidade. 
Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
►Sistemas de aferição da inimputabilidade pelo CP.
 - Biológico 
 - Biopsicológico (causal; cronológico;
 consequencial) 
Observações 
► Vide art. art.96 e 97, do Código Penal - Medidas de Segurança, aplicável aos inimputáveis e semi-imputáveis, exceto nos casos de menoridade penal.
► Menoridade – Art.27, CP e art.103, lei n.8069/1990.
►Art.28, II, CP Embriaguez. 
Conceito . Intoxicação aguda e transitória decorrente da ingestão de álcool ou substância de efeitos psicotrópicos.
 Fases - excitação;
 - depressão;
 - sono.
Art.28, CP. Não excluem a imputabilidade penal:
 I. a emoção ou a paixão;
 II. a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§1º. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação 
ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento.
§2º. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento.
Espécies de Embriaguez
Não acidental - voluntária; 
 - culposa.
 Incompleta
 Completa. 
 
Acidental - caso fortuito 
 - força maior
B)POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 art.21, CP X art.65, II, CP.
Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite (...), quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
Causas Excludentes.
 
 Coação Moral Irresistível.
 Obediência Hierárquica.
ART.22, CP. 
Se o fato é cometido sob coação irresistível 
 ou
 em estrita obediência a ordem, não manifestadamente ilegal, de superior hierárquico,
 só é punível o autor da coação ou da ordem. 
Questões:
1) Walter ao chegar à casa de sua namorada Amélia a encontra abraçada a outro homem. Ao ver a cena é dominado pelo ciúme e desfere um soco no irmão de Amélia. Surpreendido pelo pai de Amélia é levado por este à Delegacia de Polícia. Lá chegando, Walter alega em sua defesa não ser responsável pelos seus atos, pois havia bebido um pouco antes de encontrar sua namorada e como não estava
acostumado a beber perdeu o controle sobre seus atos. Diante do caso exposto assinale a alternativa correta. A defesa de Walter está :
	correta, pois a sua embriaguez foi culposa, logo sua imputabilidade será excluída;
	correta, pois a sua embriaguez foi acidental, logo sua imputabilidade será excluída;
c) incorreta, pois ainda que a sua embriaguez tenha sido culposa, foi incompleta, logo não terá sua imputabilidade excluída;
d) incorreta, pois ainda que a sua embriaguez tenha sido acidental, foi incompleta, logo não terá sua imputabilidade excluída
Canguçu, com 40 anos de idade, ao chegar em casa solicita que sua mulher Lucinda pegue um remédio para sua indisposição estomacal e outro para sua pressão arterial, indo deitar-se no quarto do casal com as luzes apagadas. Lucinda, embora acostumada a preparar os dois remédios para Canguçu, por equívoco, acaba dando para este ingerir um remédio que é utilizado para depressão e outro para emagrecimento. 
Cerca de 30 minutos depois de ingerir os remédios, Canguçu começa a ter alucinações e acaba agredindo sua sogra Armanda com um soco no rosto, provocando-lhe lesões corporais graves. É comprovado que Canguçu não possuía, ao tempo da agressão em sua sogra, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento, justamente em razão da embriaguez provocada pelos remédios. É correto afinar que Canguçu: (Concursos)
 Terá excluída a culpabilidade em razão da embriaguez acidental e completa.
	Poderá ter a sua pena reduzida em razão da embriaguez acidental e incompleta.
) Terá excluída a culpabilidade em razão da embriaguez culposa e completa.
d) Poderá ter a sua pena reduzida em razão da embriaguez culposa e incompleta.
e) Poderá ter sua pena agravada em razão da embriaguez preordenada.
Direito Penal 10 
TEORIA DO ERRO
CONCEITO DE ERRO.
 “ Ignorância ou falsa percepção da realidade”.
 1. ERRO DE TIPO. A falsa percepção da realidade recai sobre elementos constitutivos do tipo penal 
1.1.ESPÉCIES 
 Essencial Escusável
 Acidental Inescusável 
 
1.2. Erro determinado por terceiro – art. 20,§2º, CP.
1.3. Erro sobre a pessoa – art.20,§3º, CP. 
Distinção entre Erro sobre a Pessoa e Erro de Execução.
 Art. 73, CP. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no §3º do art. 20 deste Código 
2. ERRO DE PROIBIÇÃO
 O objeto do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude, ou seja, contrariedade do fato em relação à lei. 
 Erro escusável: exclusão
 de culpabilidade.
 Erro inescusável: causa de diminuição
 de pena
Art.21, CP. O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
2.1.Espécies
 Escusável Direto 
 Inescusável Indireto ou 
 Erro de Permissão
Distinção entre Erro de Tipoe Erro de Proibição. 
 No erro de tipo, o agente tem uma visão distorcida da realidade, não vislumbrando na situação que se lhe apresenta a existência de fatos descritos no tipo como elementares ou circunstâncias (...)
(...) No erro de proibição , ao contrário, há uma perfeita noção acerca de tudo o que está se passando. O sujeito conhece toda a situação fática, sem que haja distorção da realidade (...) seu equívoco incide sobre o que lhe é permitido fazer diante daquela situação 
Questões:
1) Jorge pretendia matar sua irmã, Ana, para passar a ser o único beneficiário de herança que ambos receberiam. No dia do crime, Jorge fica à espreita enquanto Ana sai da garagem em seu carro. Ocorre que, naquele dia não era Ana que estava ao volante, como ocorria diariamente, mas sim seu namorado. Ana se encontrava no banco do carona. Jorge sabia que sua irmã sempre dirigia seu próprio carro e, 
assim, tinha certeza de que estaria mirando a arma na direção de Ana, ainda que não conseguisse enxergar o interior do veículo devido aos vidros escuros. Jorge atira no veículo, mas o projétil atinge o namorado de Ana, que vem a falecer. É correto afirmar que Jorge praticou:(Concursos)
a) o crime de tentativa de homicídio doloso qualificado contra Ana e de homicídio culposo contra o namorado de Ana.
	b) apenas um crime de homicídio doloso qualificado, mas não incidirá na hipótese a circunstância agravante em razão de ser Ana sua irmã, uma vez que foi o namorado desta última quem veio a falecer.
c) o crime de tentativa de homicídio doloso qualificado contra Ana e de homicídio qualificado contra o namorado de Ana.
	d) apenas um crime de homicídio doloso qualificado, e a pena a ser aplicada ainda será agravada pelo fato de Ana ser sua irmã.
	e) apenas o crime de homicídio culposo contra o namorado de Ana.
	
2) Maria colocou um par de botas no sapateiro para consertar. Na ocasião, ela recebeu um comprovante da entrega das botas, contendo o preço, o prazo de entrega e uma observação em caixa alta e negrito, na qual constava que a mercadoria seria vendida para saldar a dívida do conserto, caso não viesse a ser retirada no prazo de três meses. Maria, por esquecimento, não retornou para saldar o conserto e retirar suas botas. 
Transcorridos os três meses, suas botas foram vendidas pelo sapateiro, o qual acreditava ser lícita sua conduta por se tratar de uma prática habitual em seu meio. Assim, o sapateiro:
	incidiu no erro de tipo vencível.
	incidiu em erro quanto ao objeto
	incidiu em erro de proibição
	poderá responder pelo crime de furto.
	incidiu em erro de tipo invencível.

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