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Farmacos antimicrobianos tortora

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Fármacos antimicrobianos
Espectro de atividade antimicrobiana
Alguns fármacos têm um espectro restrito de atividade microbiana, ou alcance dos diferentes tipos microbianos que eles podem afetar – como podem afetar bactérias gram-positivas, mas apenas algumas poucas bactérias gram-negativas. Os antibióticos que afetam uma ampla variedade de bactérias gram-positivas ou gram-negativas são chamados de antibióticos de amplo espectro.
Um fator primordial envolvido na toxicidade seletiva de ação antibacteriana reside na camada externa de lipopolissacarídeo de bactérias gram-negativas e nas porinas. 
Os fármacos de amplo espectro destroem grande parte da microbiota normal do hospedeiro. A microbiota normal geralmente compete e limita o crescimento de patógenos e outros micróbios. 
Principais mecanismos de ação dos fármacos antibacterianos
Os fármacos antimicrobianos podem ser bactericidas (destroem os micróbios diretamente) ou bacteriostáticos (impedem o crescimento dos micróbios). Na bacteriostase, as próprias defesas do hospedeiro, como a fagocitose e a produção de anticorpos, normalmente destroem o microrganismo.
Inibição da síntese de parede celular
A penicilina, é um exemplo de inibidor da síntese de parede celular. A parede celular de uma bactéria é formada por peptideoglicano. A penicilina e alguns outros antibióticos previnem a síntese de peptideoglicano intactos; a parede celular fica enfraquecida, e a célula sofre lise. Apenas células que estejam crescendo ativamente são afetadas por esses antibióticos – e, já́ que as células humanas não têm parede celular constituída por peptideoglicano, a penicilina apresenta pouca toxicidade para as células do hospedeiro.
Inibição da síntese proteica 
Uma diferença notável entre procariotos e eucariotos é a estrutura de seus ribossomos. As células eucarióticas têm ribossomos 80S, ao passo que as células procarióticas têm ribossomos 70S. A diferença na estrutura ribossomal é a razão da toxicidade seletiva dos antibióticos que afetam a síntese de proteínas. Contudo, as mitocôndrias (importantes organelas eucarióticas) também contém ribossomos 70S similares àqueles de bactérias. Dessa forma, antibióticos que afetam os ribossomos 70S podem causar efeitos adversos nas células do hospedeiro. Entre os antibióticos que interferem na síntese proteica estão o cloranfenicol, a eritromicina, a estreptomicina e as tetraciclinas.
Danos à membrana plasmática
Determinados antibióticos, principalmente aqueles compostos por polipeptídios, provocam mudanças na permeabilidade da membrana plasmática, que resultam na perda de metabólitos importantes pela célula microbiana.
Inibição da síntese de ácidos nucleicos
Vários antibióticos interferem nos processos de replicação e transcrição do DNA nos microrganismos. Alguns fármacos com essa atividade apresentam utilidade extremamente limitada, pois também interferem no metabolismo do DNA e do RNA de mamíferos.
Inibição da síntese de metabolitos essenciais
Uma atividade enzimática em particular de um microrganismo pode ser inibida competitivamente por uma substância (antimetabólito) que se assemelha intimamente ao substrato normal da enzima. Um exemplo de inibição competitiva é a relação entre o antimetabólito sulfanilamida (fármaco sulfa) e o ácido paraminobenzoico (PABA). Em muitos microrganismos, o PABA é o substrato para uma reação enzimática que leva à síntese de ácido fólico, vitamina que atua como coenzima para a síntese de bases purínicas e pirimidínicas de ácidos nucleicos e de muitos aminoácidos.
Antibióticos antibacterianos: inibidores da síntese de parede celular
A célula eucariótica dos mamíferos geralmente não tem parede celular; em vez disso, ela tem apenas uma membrana plasmática. Até mesmo essa membrana difere em composição da membrana plasmática de células procarióticas. Por essa razão, a parede celular microbiana é um alvo atraente para a ação dos antibióticos.
Penicilina
Todas as penicilinas têm uma estrutura central comum, contendo um anel β-lactâmico, chamado de núcleo. Os tipos de penicilina são diferenciados pelas cadeias laterais químicas associadas aos seus núcleos. Elas impedem a ligação cruzada entre peptideoglicano, o que interfere nos estágios finais da construção das paredes celulares, principalmente de bactérias gram-positivas. As penicilinas podem ser produzidas de forma natural ou semissintética.
Penicilinas naturais - As penicilinas extraídas de culturas do bolor Penicillium são chamadas de penicilinas naturais. O composto protótipo de todas as penicilinas é a penicilina G. Ela tem um espectro de atividade restrito, mas útil, e frequentemente é o fármaco de escolha contra a maioria dos estafilococos, estreptococos e diversas espiroquetas. 
As penicilinases são enzimas produzidas por muitas bactérias, principalmente espécies de Staphylococcus, que clivam o anel β-lactâmico da molécula de penicilina. Devido a essa característica, as penicilinases são muitas vezes chamadas de β-lactamases.
Penicilinas semissintéticas - Uma variedade de penicilinas semissintéticas tem sido desenvolvida na tentativa de superar as desvantagens das penicilinas naturais. Parte da penicilina é produzida pelo bolor e parte é adicionada sinteticamente.
Penicilinas resistentes à penicilinases - Antibióticos que eram relativamente resistentes a essa enzima, como a penicilina semissintética meticilina, o organismo que apresenta essa resistência é denominado Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). 
Penicilinas de espectro estendido - Essas novas penicilinas são eficientes contra muitas bactérias gram-negativas e também contra gram-positivas, embora elas não sejam resistentes a penicilinases.
Essas penicilinas de amplo espectro são resultantes da modificação da estrutura da ampicilina. Entretanto, a busca por modificações ainda mais eficientes na penicilina continua.
Penicilinas associadas a inibidores da β-Lactamases - Uma abordagem distinta para combater a proliferação da penicilinases é associar penicilinas ao clavulanato de potássio (ácido clavulânico), substância produzida por um estreptomiceto. O clavulanato de potássio é um inibidor não competitivo da penicilinase sem qualquer ação antimicrobiana própria. 
Carbapenemos
Os carbapenemos são uma classe de antibióticos β-lactâmicos em que um átomo de carbono é substituído por um átomo de enxofre e uma ligação dupla é adicionada ao núcleo da penicilina. Esses antibióticos inibem a síntese da parede celular e têm um espectro de atividade extremamente amplo. Um representante desse grupo é a Primaxina. Ele é especialmente útil contra infecções por Pseudomonas aeruginosa.
Monobactamos
Outro método de evitar os efeitos da penicilinase é mostrado pelo aztreonam. Esse antibiótico sintético apresenta apenas um único anel β-lactâmico, conhecido como monobactamo. Antibiótico que apresenta toxicidade excepcionalmente baixa e afeta apenas determinadas bactérias gram-negativas, incluindo as pseudomonadas e E. coli.
Cefalosporinas
As cefalosporinas inibem a síntese da parede celular de forma essencialmente similar à ação das penicilinas. O anel β-lactâmico das cefalosporinas difere-se ligeiramente daquele da penicilina, contudo as bactérias desenvolveram β-lactamases que são capazes de inativá-lo. As cefalosporinas são mais comumente agrupadas de acordo com as suas gerações, o que reflete seu continuo desenvolvimento.
Antibióticos polipeptídicos
Bacitracina - A bacitracina é um antibiótico polipeptídico efetivo principalmente contra bactérias gram-positivas, como estafilococos e estreptococos. A bacitracina inibe a síntese da parede celular bacteriana em uma fase anterior àquela em que a penicilina e a cefalosporinas agem. Ela interfere na síntese das fitas lineares dos peptideoglicano.
Vancomicina - A vancomicina faz parte de um pequeno grupo de antibióticos glicopeptídicos. Embora ela tenha um espectro de atividade bastante restrito, que se baseia na inibição da síntese da parede celular. 
Antibióticos
antimicobacterianos
A parede celular de membros do gênero Mycobacterium difere da parede celular da maioria das outras bactérias. Ela incorpora ácidos micólicos, que são um fator diferencial em suas propriedades de coloração, o que faz ela se apresentar como acidorresistente. O gênero inclui importantes patógenos, como aqueles que causam a tuberculose e a hanseníase.
A isoniazida (INH) é um fármaco antimicrobiano. O efeito principal da INH é a inibição da síntese de ácido micólico, componente da parede celular encontrado apenas em micobactérias. 
Inibidores da síntese proteica
Cloranfenicol
O cloranfenicol inibe a formação de ligações peptídicas nas cadeias nascentes de polipeptídios pela reação com a porção 50S do ribossomo procarioto 70S. O antibiótico tem amplo espectro de ação. 
Aminoglicosídeos
Os aminoglicosídeos formam um grupo de antibióticos em que os aminoaçúcares se encontram ligados por ligações glicosídicas. Os antibióticos aminoglicosídeos interferem nas etapas iniciais da síntese proteica, alterando a conformação da porção 30S do ribossomo procariótico 70S. Essa interferência leva à leitura incorreta do código genético impresso no mRNA. Eles estão entre os primeiros antibióticos que apresentaram atividade significativa contra bactérias gram-negativas.
Tetraciclinas
As tetraciclinas formam um grupo de antibióticos de amplo espectro intimamente relacionados que são produzidos por espécies de Streptomyces. Esses antibióticos interferem na ligação do tRNA, carreando aminoácidos específicos à porção 30S do ribossomo 70S procariótico, impedindo a adição de aminoácidos às cadeias polipeptídicas nascentes. Eles não interferem na atividade dos ribossomos de mamíferos pôr não penetrarem de forma eficiente nas células eucarióticas intactas. São eficazes contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. As tetraciclinas são utilizadas no tratamento de muitas infecções urinárias, pneumonia por micoplasma e infecções por clamídias e riquétsias. 
Glicilciclinas
Elas são estruturalmente similares às tetraciclinas. O exemplo mais conhecido é a tigeciclina. Esse antibiótico bacteriostático de amplo espectro se liga à̀ subunidade ribossomal 30S, bloqueando a síntese proteica. Uma vantagem essencial é que as glicilciclinas inibem os efeitos do efluxo rápido, importante mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos.
Macrolídeos
Os macrolídeos possuem um anel lactônico macrocíclico. O mais bem conhecido é a eritromicina. Seu modo de ação consiste na inibição da síntese proteica, aparentemente por meio do bloqueio, não é capaz de penetrar na parede celular bacteriana da maioria dos bacilos gram-negativos. 
Estreptograminas
O primeiro desses fármacos a ser liberado, Synercid, é uma combinação de dois peptídeos cíclicos, a quinupristina e a dalfopristina, que têm uma relação distante com os macrolídeos. Elas bloqueiam a síntese proteica por sua ligação à porção 50S dos ribossomos. São eficientes contra uma ampla gama de bactérias gram-positivas.
Oxazolidinonas
Como diversos outros antibióticos que inibem a síntese proteica, as oxazolidinonas atuam nos ribossomos. Entretanto, seu alvo nesse sitio é único, ligando-se à porção 50S em um ponto próximo à interface com a subunidade 30S. Esses fármacos são totalmente sintéticos.
Pleuromutilinas
Elas apresentam um mecanismo de ação singular que interfere na síntese proteica. Elas são efetivas contra bactérias gram-positivas. 
Danos à membrana plasmática
A síntese da membrana plasmática bacteriana requer a produção de determinados ácidos graxos, que funcionam como blocos de montagem. Exemplos de antimicrobianos de sucesso que têm como alvo a síntese de ácidos graxos inclui o fármaco da tuberculose, isoniazida, e o antibacteriano doméstico, triclosan.
Lipopeptídeos
Um antibiótico lipopeptídeo eficaz apenas para bactérias gram-positivas é a daptomicina, produzida por um estreptomiceto. O mecanismo de ação aparente consiste em atacar a membrana da célula bacteriana, e a resistência é incomum. 
Inibidores da síntese de ácidos nucleicos
Rifamicinas
O derivado mais conhecido da família de antibióticos das rifamicinas é a rifampicina. Esses fármacos são estruturalmente relacionados aos macrolídeos e inibem a síntese de mRNAs. Sem dúvida, a utilização mais importante das rifampicinas é contra micobactérias 
Quinolonas e fluoroquinolonas
Ácido nalidíxico, o primeiro do grupo de antimicrobianos, denominado quinolonas. Ele ficou conhecido por exercer um efeito bactericida único, pela inibição seletiva de uma enzima (DNA-girase) necessária para a replicação do DNA. As fluoroquinolonas são divididas em dois grupos, cada um apresentando um espectro de atividade progressivamente mais amplo. As primeiras gerações incluem os fármacos norfloxacina e ciprofloxacina.
Inibição competitiva de metabólitos essenciais
Bloquear a capacidade de síntese de metabólitos essenciais de uma célula consiste em outro mecanismo de ação dos fármacos antimicrobianos.
Sulfonamidas
O ácido fólico é uma importante coenzima essencial para a síntese de proteínas, DNA e RNA. Os fármacos sulfas são estruturalmente similares a um precursor do ácido fólico, chamado de ácido paraminobenzoico (PABA), o que permite que elas se liguem competitivamente à enzima destinada ao PABA e, assim, bloqueiem a produção de ácido fólico. Os fármacos são bacteriostáticos e não provocam danos às células humanas.

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