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Livro Contab. Gerencial Capitulo I para Ativ I

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Contabilidade 
Gerencial
1
10 q capítulo 1
1. Contabilidade Gerencial
O presente capítulo se propõe a apresentar como os gestores das empresas po-
dem utilizar as informações da Contabilidade Gerencial para planejar e coorde-
nar estratégias, tomar decisões, avaliar projetos entre outros, pois, esses são os 
responsáveis por decisões na empresa e precisam estar munidos de instrumen-
tos para o embasamento necessário.
Dessa forma, estas informações, podem estar disponíveis na contabilidade 
societária e, devem ser organizadas e disponibilizadas de forma clara e tempes-
tiva, na linguagem dos gestores. 
Dessa forma o capítulo busca contextualizar a Contabilidade Gerencial de 
forma a apresentar os aspectos introdutórios e o seu histórico, as diferenças 
entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira e, como se dá o 
processo de tomada de decisões baseado na Contabilidade Gerencial. 
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
q� Contextualizar a Contabilidade Gerencial;
q� Apresentar a Contabilidade Gerencial e a diferença entre esta e a Contabilidade Financeira; 
q� Descrever as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilida-
de Gerencial;
q� Apresentar a relação da Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões. 
1.1 A Contabilidade Gerencial
Inicialmente é necessário elucidar o que é a Contabilidade Gerencial. 
Contabilidade Gerencial é “o processo de identificar, mensurar, acumular, ana-
lisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores 
a atingir objetivos organizacionais”. (HORNGREN, SUNDEM, STRATTON, 2004 
apud FREZATTI et al, 2009).
Assim, para atingir os objetivos organizacionais, os gestores colocam em 
prática o processo decisório, que envolve as atividades de planejar, dirigir e 
controlar, para que, a partir dessas atividades, possam buscar alcançar os tais 
objetivos da organização. 
capítulo 1�q 11
De acordo com (HORGREN; FOSTER; DATAR, 2000 apud FREZATTI et al, 
2009) a Contabilidade Gerencial busca medir e reportar as informações finan-
ceiras e não financeiras que ajudam os gestores a tomar decisões, para atingir 
os objetivos da organização.
Consequentemente, a Contabilidade Gerencial, fornece as informações ge-
renciais para tomada de decisão a fim de que eles possam planejar, dirigir e 
controlar a organização.
 
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Figura 1.1 – Tomada de Decisão. 
Esses objetivos organizacionais que os gestores devem atingir estão relacio-
nados aos resultados que a organização pretende alcançar em um determinado 
período. Está relacionado aos objetivos e metas de desempenho, como lucrati-
vidade e crescimento.
 
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Figura 1.2 – Objetivos Organizacionais. 
12 q capítulo 1
A seguir serão apresentadas as definições de Contabilidade Financeira e a 
Contabilidade Gerencial.
1.2 Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial
Para Crepaldi (2014) A Contabilidade Financeira é o processo de elaboração de 
demonstrativos financeiros para propósitos externos: pessoal externo à organi-
zação, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Processo que 
tem influência de autoridades que estabelecem padrões regulamentadores e 
fiscais conforme exigências de auditoria de contadores independentes.
Segundo Atkinson et al (2011):
A Contabilidade Financeira é o processo de geração de demonstrativos financeiros 
para públicos externos, como acionistas, credores e autoridades governamentais. 
Esse processo é fortemente limitado por autoridades governamentais que defi-
nem padrões, regulamentações e impostos, além de exigir o parecer de auditores 
independentes.
Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e in-
terpretação dos fatos econômicos. Assim, usam-se os termos Contabilidade 
Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e Contabilidade 
Financeira quando a organização presta informações a terceiros.
De acordo com Crepaldi (2014, 1- 2):
A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos regis-
tros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contáveis. Em 
termos de registro histórico, é importante destacar a obra Summa de arithmética, 
geometria, proportioni et proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza 
em 1494. Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilidade expandiu sua 
utilização para instituições como a Igreja e o Estado foi um importante instrumento 
no desenvolvimento do capitalismo. No entanto, as técnicas e as informações ficavam 
restritas ao dono do empreendimento, pois os livros eram considerados sigilosos. Isto 
possibilitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência, uma vez que não existia 
troca de ideias entre os profissionais.
capítulo 1�q 13
Pois bem, foi o desenvolvimento forte do mercado acionário e o fortaleci-
mento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabi-
lidade passou a ser acatada, também, como um importantíssimo instrumento 
para a sociedade. O usuário das informações contábeis já não é mais somente 
o proprietário; outros usuários também têm interesse em saber sobre uma em-
presa: sindicatos, governo, fisco, investidores, credores etc.
Assim, o crescimento no mercado, fez com que as organizações se preocu-
passem em atualizar-se constantemente, inovar o modelo de gestão para seus 
negócios. Isso torna-se essencial para as empresas que buscam maior compe-
titividade, continuidade e controle de suas atividades, com o objetivo de obter 
informações econômicas, fornecidas pela Contabilidade Gerencial, para apoio 
no processo de tomada de decisão. 
A Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer 
instrumentos aos administradores de empresas que auxiliem em suas funções geren-
ciais. É voltada para a melhor utilização de recursos econômicos da empresa, através 
de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação 
gerencial. CREPALDI (2014, p.06).
Segundo Atkinson et al. (2011) a Contabilidade Gerencial é uma ferramenta 
para administração da organização, oferecendo relatórios que contém dados 
úteis que permite aos seus usuários a tomada de decisões mais acertadas e em 
tempo hábil. Desta forma a Contabilidade Gerencial auxilia os gestores em seu 
processo decisório e controle financeiro. 
Já Padoveze (2010) afirma que Contabilidade Gerencial tem como função
-objetivo a criação de valor para acionistas, empresários, contribuindo para a 
geração do lucro empresarial, que é finalidade da empresa para seu proprie-
tário. No ambiente em que as microempresas estão inseridas requer que seus 
proprietários e gestores tomem decisões que lhes permitam garantir a sobrevi-
vência, continuidade e crescimento, contribuindo para a permanência no mer-
cado. E, para isso se faz necessário que essas organizações utilizem técnicas 
que facilite sua gestão e oriente seus gestores. 
As empresas geralmente não se preocupam em desenvolver e utilizar mode-
los de gestão com base nas informações contábeis e gerenciais para a obtenção 
dos objetivos almejados (SCHIER, 2008).
14 q capítulo 1
 
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Figura 1.3 – Informações Contábeis. 
De acordo com Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007):
As principais referências conceituais em termos de definição dos objetivos da Conta-
bilidade Financeira provêm dos órgãos reguladores, em especial, International Accou-
nting Standard Board (IASB), em nível mundial, Financial Accounting Standard Board 
(FASB), no ambiente norte-americano, e Comissão de Valores Mobiliários(CVM), 
quando se trata do Brasil. A tabela 1.1 apresenta os objetivos da Contabilidade 
Financeira segundo cada um desses três órgãos. Percebe-se que, de maneira geral, o 
objetivo da Contabilidade Financeira se confunde com o objetivo das demonstrações 
contábeis que, para fins de publicação externa, precisam atender aos princípios e 
normas de Contabilidade Financeira.
 
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Figura 1.4 – Contabilidade Financeira. 
capítulo 1�q 15
FONTES CONCEITO/OBJETIVO SOBRE CONTABILIDADE FINANCEIRA
IASB (1989)
O objetivo das demonstrações contábeis é dar informações sobre a 
posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de 
uma empresa que sejam úteis a um grande número de usuários em suas 
tomadas de decisão.
FASB (1980)
A divulgação financeira deve fornecer informações que sejam úteis para 
investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros 
usuários que visem à tomada racional de decisões de investimento, crédi-
to e outras semelhantes
CVM (1986)
Permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação da situação 
econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como 
fazer inferências sobre suas tendências futuras. Para a consecução desse 
objetivo, é preciso que as empresas dêem ênfase à evidenciação de todas 
as informações que permitam não só a avaliação da sua situação patrimo-
nial e das mutações desse patrimônio, mas, além disso, que possibilitem a 
realização de inferências sobre o seu futuro.
Tabela 1.1 – Objetivos da Contabilidade Financeira. Fonte: Frezzati, Aguiar e Gerreiro 
(2007)
Ainda, de acordo com os autores Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007): No que 
se refere à Contabilidade Gerencial, algumas referências conceituais podem 
ser consideradas no estudo do tema e foram sintetizadas no Quadro 2. 
Os principais pontos em comum em termos de conceitos/objetivos da 
Contabilidade Gerencial são:
ß� Composição do processo
As etapas de composição do processo que envolvem a Contabilidade 
Gerencial são assemelhadas, algumas mais abrangentes e detalhadas, mas in-
cluindo identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpre-
tação e comunicação das informações.
ß� Informações para usuários
De um modo genérico e abrangente, a Contabilidade Gerencial produz in-
formações que se destinam aos usuários internos. Especificamente, as infor-
mações são direcionadas aos gestores responsáveis pelo processo decisório.
ß� Apoio ao processo decisório
A descrição das etapas do processo (planejar, avaliar, controlar) convive 
com termos mais genéricos (dar apoio às necessidades dos gestores ou infor-
mações úteis, ou que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais).
16 q capítulo 1
ß� Conexão com os objetivos da entidade
De maneira explícita, pode ser descrita como:[...] auxiliam os gestores a 
atingir objetivos organizacionais. (HORNGREN et al., 2004, p.4).
Segue abaixo a tabela 1.2 que apresenta a Comparação de conceituações 
disponíveis sobre Contabilidade Gerencial:
FONTES CONCEITO/OBJETIVO SOBRE CONTABILIDADE GERENCIAL
ANDERSON, NEE-
DLES E CADWELL 
(1989)
Processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, inter-
pretação e comunicação da informação financeira usada pelos gestores para pla-
nejamento, avaliação e controle. A informação financeira possibilita aos gestores, 
de um lado, o uso apropriado de recursos, de outro lado, a prestação de contas 
(accountability) decorrente desse uso.
LOUDERBACK ET 
AL. (2000)
Prover informações para dar apoio às necessidades dos gestores internos da 
organização.
ANTHONY E 
WELSCH (1981)
Fornecer informações úteis para os gestores, que são pessoas que estão dentro 
da organização.
HANSEN E MO-
WEN (1997)
Identificar, coletar, mensurar, classificar, e reportar informações que são úteis para 
os gestores no planejamento, controle e processo decisório.
HORNGREN, 
FOSTER E DATAR 
(2000)
Medir e reportar as informações financeiras e não-financeiras que ajudam os 
gestores a tomar decisões, para atingir os objetivos da organização
HORNGREN, SUN-
DEM E STRATTON 
(2004)
Processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comu-
nicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais.
Tabela 1.2 – Comparação de conceituações disponíveis sobre Contabilidade Gerencial. 
Fonte: Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007).
Corroborando com Atckinson et al (2011) Vale ressaltar que as informações 
dos sistemas de Contabilidade Gerencial devem ajudar os funcionários a pren-
der a fazer o seguinte: 
1. Melhorar a qualidade das operações;
2. Reduzir o custo das operações;
3. Aumentar a adequação das operações às necessidades dos clientes.
E, é claro que os estudantes de Contabilidade Gerencial focam as decisões e 
as necessidades dos participantes da organização.
A partir de agora serão apresentadas as principais diferenças entre a 
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial.
capítulo 1�q 17
1.3 Principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a 
Contabilidade Gerencial
A princípio coloca-se o seguinte questionamento: Por que será que a conta-
bilidade, que poderia oferecer informações satisfatoriamente a todos os usuá-
rios, é dividida e apresenta diferenças conforme o usuário? 
Pois bem, estudar a evolução histórica da contabilidade é a melhor forma 
para compreender o motivo dessas diferenças.
Para os autores Cardoso; Mario e Aquino (2007): A contabilidade tem regis-
tro de sua existência desde as civilizações mais remotas, sendo os mais signifi-
cativos, devido à comprovação, os dos Babilônios e dos Egípcios. Para tanto, até 
o século XIII, a contabilidade tinha como papel principal o de contar quanto 
era o patrimônio de uma determinada pessoa ou família. O registro do patrimô-
nio de determinada pessoa ou família também está relacionado ao surgimento 
da contabilidade.
Em virtude das mudanças sociais, econômicas e políticas que ocorreram na 
Europa medieval, principalmente as causadas pela guerra contra os muçulma-
nos, deu-se a necessidade de não somente avaliar quanto é o patrimônio, mas 
também de descrever como ele é formado, devido à existência de um comércio 
mais intenso, tanto dentro da Europa, como desta para com outras regiões geo-
gráficas, como a Ásia, principalmente. É interessante notar que, com isso, eles 
desenvolviam práticas de planejamento, mensuração e controle, ainda que de 
maneira muito rudimentar.
Após em virtude das caravanas que já existiam desenvolveu-se também o 
comércio marítimo. E, assim a necessidade da quantificação do patrimônio, 
que era feita por meio de medidas iniciais e finais.
No século XV, a contabilidade das partidas dobradas foi organizada e divul-
gada pelo monge Luca Pacioli. Até a Revolução Industrial, a contabilidade apu-
rava o custo das vendas mediante o levantamento físico dos estoques.
Forças como comércio intensificado, a existência de moeda como meio de 
troca, utilização da escrita e da matemática, a propriedade particular e outras 
mais ajudaram no desenvolvimento da Contabilidade e no aperfeiçoamento de 
sua técnica, especialmente o Método das Partidas Dobradas, descrito pelo Frei 
Luca Pacioli.
18 q capítulo 1
No século XVIII, com a Revolução Industrial e o nascimento do capitalismo, 
surge a necessidade de compreender os custos dos recursos empregados, pois 
eles são, agora, fatores de produção: matéria-prima, mão de obra e outros insu-
mos, e não mais mercadorias.
Tornou-se mais complexa a função do contador, que, para levantamento do 
balanço e apuração do resultado, não dispunha tão facilmente dos dados para 
poder atribuir valor aos estoques: o seu valor de “compras”na empresa comer-
cial era substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção 
utilizados. 
Os autores Johnson e Kaplan optaram por delimitar o início do século XIX, 
mais precisamente em 1812, como marco inicial da Contabilidade Gerencial: 
“A Contabilidade Gerencial surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, quan-
do as organizações comerciais, em vez de dependerem dos mercados externos 
para trocas econômicas diretas, passaram a conduzir trocas econômicas inter-
nas”. (JOHNSON e KAPLAN, 1996, p. 17-19).
Segundo Cardoso; Mario e Aquino (2007), as indústrias norte-americanas, 
tais como as têxteis, as de siderurgia, as de transporte (ferrovias) e as de distri-
buição varejista, apesar de suas peculiaridades, atuavam de maneira a conhe-
cer os custos em relação aos seus processos produtivos e de comercialização. 
Assim, essas indústrias demandavam informação e controle. 
A Contabilidade Gerencial pôde continuar se desenvolvendo no século XIX 
com o aumento da demanda, do tamanho e da complexidade das organizações. 
Afinal, uma consequência dessa nova realidade foi a necessidade de descentra-
lização e da avaliação por unidade de negócios ou por mercados, que facilitasse 
os proprietários ou principais gestores a acompanharem o desempenho de to-
dos os mercados em que atuavam, mas que estavam fisicamente distantes. Daí 
o foco no usuário interno.
Conforme Atkinson et al. (2011), no início do século XX uma série de ino-
vações começaram a ocorrer na Contabilidade Gerencial para dar suporte ao 
crescimento de empresas multidivisionais diversificadas. As siderúrgicas já 
efetuavam mensuração de custo dos insumos por unidade e avaliação de inves-
timentos e decisões sobre preços. A Marshall Field’s e Sears se destacaram pelo 
desenvolvimento de conceitos de margem bruta e retorno sobre os estoques 
para mensurar e avaliar desempenho. Duas empresas se destacaram pelo de-
senvolvimento de sistemas de custo e orçamento para planejar, avaliar e con-
trolar os negócios: a DuPont e a General Motors.
capítulo 1�q 19
Pode-se afirmar que de fato no século XX, os sistemas contábeis das empre-
sas eram preparados para atender às necessidades de tomada de decisão.
 
A tabela 1.3 a seguir mostra as características básicas e o contraste entre a 
Contabilidade Financeira e gerencial (ATKINSON et al., 2011, p. 37 e 38).
CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL
AUDIÊNCIA
Externa: acionistas, credores, autorida-
des tributárias
Interna: funcionários, gerentes, 
executivos.
PROPÓSITO
Relatar o desempenho passado ao 
público externo; contratos com proprie-
tários e credores.
Informar as decisões internas 
tomadas por funcionários e ge-
rentes; dar feedback e controlar o 
desempenho operacional.
POSIÇÃO NO TEMPO Histórica; atrasada Atual, orientada para o futuro.
RESTRIÇÕES
Regulamentada; orientada por princípios 
contábeis geralmente aceitos e por 
autoridades governamentais.
Desregulamentada; sistemas e 
informações determinados pela 
administração para atender às 
necessidades estratégicas e 
operacionais.
TIPO DE INFORMAÇÃO Apenas mensurações financeiras.
Mensurações financeiras, opera-
cionais e físicas sobre processos, 
tecnologias, fornecedores, clientes 
e concorrentes.
NATUREZA DA 
INFORMAÇÃO 
Objetiva, auditável, confiável, consisten-
te, precisa.
Mais subjetiva e sujeita a juízo de 
valor; válida, relevante, precisa.
ESCOPO
Altamente agregada; relatórios sobre a 
organização total.
Desagregada: informa decisões e 
ações locais.
Tabela 1.3 – Características básicas das Contabilidades Financeira e Gerencial. Fonte: 
Atkinson et al. (2011),
Corroborando com Atickson et al (2011) Vale ressaltar, que no século XXI 
a contabilidade passou a ser bastante exigida para o público externo em razão 
da crescente regulamentação e dos vários padrões de relatórios externos (FASB 
e SEC nos Estados Unidos) e, a demanda desse público externo levou muitas 
organizações a enfatizar mais o desenvolvimento de informação para os rela-
tórios financeiros externos do que para a tomada de decisão gerencial interna 
e o controle. 
20 q capítulo 1
CONCEITO
A Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários), frequentemente 
abreviada SEC, é uma agência federal dos Estados Unidos que detém a responsabilidade 
primária pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores mobiliá-
rios, as ações da nação e opções de câmbio, e outros mercados de valores eletrônicos nos 
Estados Unidos.
CONCEITO
O Financial Accounting Standards Board (FASB) é uma organização estadunidense sem 
fins lucrativos criado em 1973 para padronizar os procedimentos da Contabilidade Financei-
ra de empresas cotadas em bolsa e não governamentais. Órgão autorizado e reconhecido 
pela SEC (Securities and Exchange Commission). Essas normas são oficialmente reconhe-
cidas. O FASB tem objetivo de trazer padronização, maior eficiência na economia e nas deci-
sões tomadas pelas empresas trazendo maior clareza nas informações divulgadas.
De acordo com Crepaldi (2012) O contador gerencial é definido pelo IFAC 
(Internacional Federation of Accounting) – como um profissional que: 
“...identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto 
financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas fun-
ções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso 
apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos”.
CONEXÃO
Mais aspectos sobre os conceitos e as diferenças entre a Contabilidade Financeira e Geren-
cial podem ser obtidos pela deliberação número 29 de 1986 – Estrutura conceitual básica 
da contabilidade da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no site: <www.cvm.gov.br>.
capítulo 1�q 21
 
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Figura 1.5 – Contador gerencial. 
CONEXÃO
Você poderá conhecer um pouco mais sobre os aspectos dos sistemas de controle ge-
rencial em organizações no artigo AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE CONTROLE GEREN-
CIAL EM I: NSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR COM O PERFORMANCE MANAGE-
MENT AND CONTROL. Disponível no site: < http://www.revistas.usp.br/jistem/article/
viewFile/80182/84082>.
Esse contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a administra-
ção tome as melhores decisões estratégicas.
Teve-se, ainda, como resultado, que os sistemas de Contabilidade Gerencial 
na maioria das organizações provaram ser inadequados para mudar e desafiar 
as condições competitivas, tecnológicas e de mercado.
Veremos a seguir o processo de tomada de decisão pela 
Contabilidade Gerencial.
1.4 Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões
Como já mencionado no tópico anterior antes da Revolução Industrial as em-
presas viviam basicamente do comércio; a apuração do valor monetário dos 
estoques era baseado em levantamentos físicos e valorizado pelo montante 
pago pelos itens. Com o aparecimento das indústrias, outros valores passaram 
22 q capítulo 1
a agregar o estoque devido ao processo de transformação que os bens sofriam. 
Com isso, surge a necessidade de avaliar os estoques de matéria-prima, de 
produtos acabados, de produtos em processo, a necessidade de decidir o que 
produzir, quanto produzir, além de determinar o total de recursos consumidos 
pelo item produzido. 
Conforme Hendriksen & Van Breda (1999) “À medida que aumen tava a ne-
cessidade de informação gerencial sobre os custos de produção e os custos a se-
rem atribuídos à avaliação de estoques, o mesmo acontecia com a necessidade 
de sistemas de contabilidade de custos”. 
Grande parte das informações gerenciais para tomada de decisão forneci-
das pela ContabilidadeGerencial está relacionada a custos, que são utilizados, 
por exemplo, para: 
ß� Decisões sobre mix de produtos e mix de clientes,
ß� Lucro que desejo obter versus o preço que o mercado está dis posto a pagar.
Atkinson et al (2011) relatam a necessidade que gerentes de empresas in-
dustriais e de serviços possuem em obter informações precisas e relevantes 
sobre seus custos realizados. Quanto maior a competitividade do mercado em 
que a empresa atua, maior a necessidade. Segundo os autores, essas informa-
ções sobre custos são importantes para, por exemplo:
� Ajudar os engenheiros a projetarem produtos que possam ser fabricados 
com maior eficiência;
ß� Apontar demandas de melhorias de qualidade, eficiência e rapi dez 
na produção;
ß� Orientar decisões relacionadas a mix de produto;
� Escolher entre fornecedores alternativos;
ß� Negociações sobre preços, especificações de produto, qualida de, entrega 
e serviços.
Dessa forma, pode-se dizer que o grande desafio que se enfrenta até hoje na 
Contabilidade Gerencial é o de conseguir a agregação de valor para as empresas 
às partes que com ela se relacionam (stakeholders). 
capítulo 1�q 23
Umas das técnicas utilizadas para 
auxiliar no avanço competitivo é o uso 
do sistema de informações, oferecen-
do as empresas relatórios gerenciais 
com informações que auxilie, no pro-
cesso de gestão criando vantagens 
competitivas no mercado concorrente.
 
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Figura 1.6 – Contabilidade Gerencial. 
Crepaldi (2012, 15) afirma que o ponto fundamental da Contabilidade 
Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para administra-
ção. É o processo de produzir informação operacional financeira para funcio-
nários e administradores.
Corroborando com Crepaldi (2012) o sistema de informação contábil geren-
cial só poderá ser executado de forma eficiente, através de um sistema integra-
do de informações contábeis que abrangem tanto os recursos humanos quanto 
o tecnológico.
 
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Figura 1.7 – Sistema de informação contábil gerencial. 
24 q capítulo 1
ATIVIDADES
01. Explique as principais características da Contabilidade Gerencial enfatizando o que a 
diferencia da Contabilidade Financeira.
02. Quando se estuda a contabilidade, do ponto de vista dos seus usuários. Ela pode ser 
dividida em Contabilidades:
a) financeira e legal;
b) gerencial e pública;
c) financeira e gerencial;
d) gerencial e proprietária.
03. Quais as semelhanças entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira?
a) São feitas para os usuários internos e externos.
b) Pretende usar a Contabilidade como fonte básica no processo decisório.
c) Seguem uma legislação que determina as regras e padrões.
d) Relatam apenas fatos passados.
e) Usam o custeio por absorção em suas operações.
04. Explique as principais características da Contabilidade Gerencial enfatizando o que a 
diferencia da Contabilidade Financeira.
05. Fale sobre o desenvolvimento da Contabilidade Gerencial no século XVIII e sua evolução 
no século XIX.
06. Cite ao menos três tipos de decisões tomadas internamente pelos gestores das empre-
sas auxiliados por informações proporcionadas pela análise de custos.
REFLEXÃO
Nesta unidade você aprendeu o que é Contabilidade Gerencial e porque ela é diferente da 
Contabilidade Financeira ou societária. Estudou que a Contabilidade Gerencial tem como 
objetivo oferecer a seus diversos usuários informações e avaliações de natureza econômica, 
financeira, física e de produtividade, relacionadas a uma entidade objeto de estudo, e o faz a 
partir de demonstrações e análises.
capítulo 1�q 25
Destacam-se as informações de natureza econômica e financeira, sendo que se enten-
dem por informações de natureza econômica as relativas aos eventos, tais como receitas e 
despesas, bem como capital e patrimônio. Por outro lado, a dimensão financeira refere-se, 
por exemplo, a fluxos de caixa, capital de giro etc.
Trata-se de um sistema de informações que permite oferecer aos gestores da empresa 
diversos tipos de indicadores para mensurar a eficá cia da empresa. Porém, os diversos in-
dicadores de eficácia, tais como posição de mercado, inovação, produtividade, rentabilidade, 
recursos físicos e financeiros etc., são pressupostos para o atendimento da eficácia, e não 
exatamente a eficácia.
LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo citado a seguir que mostra na prática as diferenças entre as 
duas contabilidades bem como os elementos que as distanciam:
Diferenciações entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial: uma pesquisa 
empírica a partir de pesquisadores de vários países
RESUMO
Este trabalho objetiva identificar os principais elementos que diferenciam a Contabilidade 
Financeira da Contabilidade Gerencial em vários países do mundo. A evolução mostra que, 
em algum momento, na verdade, em alguma situação esses dois ramos da Contabilidade 
poderiam ser assemelhados e, até mesmo, iguais. Contudo, as diferentes demandas e per-
cepções de seus usuários, em vários países, fazem com que elas se distanciem. Para enten-
der essas diferenças foi feita uma pesquisa em 24 países a fim de identificar os elementos 
que podem apresentar diferenciações entre os dois ramos da Contabilidade. Os elementos 
incluídos neste estudo foram definidos a partir da combinação de abordagem de vários au-
tores. A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio da aplicação de um questionário com 
estrutura de perguntas baseada em escala Likert, respondido por especialistas. Percebeu-se 
que os principais elementos que diferenciam as duas Contabilidades são: aplicação de prin-
cípios, foco de análise, grau de confiabilidade, agentes que influenciam ou podem influenciar, 
freqüência de emissão de relatórios e exigência legal de pessoal habilitado em amplitudes 
variadas. As diferenças reforçam a necessidade de um sistema de informação contábil que 
possa atender, igualmente, aos seus dois principais grupos de usuários: externos e internos.
26 q capítulo 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREZATTI, Fábio; AGUIAR, Andson Braga de; GUERREIRO, Reinaldo. Diferenciações entre a 
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial: uma pesquisa empírica a partir de pesquisadores 
de vários países. Revista Contabilidade & Finanças, [S.l.], v. 18, n. 44, p. 9-22 , aug. 2007. ISSN 1808-
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