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Uberlândia 2017 Universidade Federal de Uberlândia Campus Santa Mônica Instituto de Química RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA Determinação fluorimétrica de quinino em água tônica Bacharelado em Química Industrial Disciplina: Análise Instrumental Experimental Alunos: Aline Carvalho Felipe Cavalcanti Maurício Lima Caroline Silva de Freitas 1. Introdução A fluorescência é um processo de fotoluminescência onde os átomos ou moléculas são excitados através da absorção de radiação eletromagnética (Figura 1). Então as espécies excitadas relaxam ao estado fundamental, liberando o excesso de energia como fótons (Figura 2). Figura 1 – Esquema do processo de excitação de uma molécula ou átomo através da absorção atômica. FONTE: Princípios de análise instrumental / Douglas A. Skoog, F. James Holler e Timothy A. Nieman; trad. Ignez Caracelli et al. – 5. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2002. A técnica de fluorescência molecular possui alta sensibilidade intrínseca, sendo de uma a três vezes maior que a da espectroscopia de absorção. Em determinadas condições controladas, pode-se determinar a presença de uma única molécula por meio da espectroscopia de fluorescência. Figura 2 – Diagrama de níveis energéticos mostrando alguns processos que ocorrem durante (a) absorção de radiação incidente, (b) relaxação não-radiativa e (c) emissão de fluorescência por espécies moleculares. FONTE: Princípios de análise instrumental / Douglas A. Skoog, F. James Holler e Timothy A. Nieman; trad. Ignez Caracelli et al. – 5. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2002. A vantagem dos métodos de fluorescência está na faixa linear de concentração, que é efetivamente maior que a encontrada na espectroscopia de absorção. No entanto, os métodos de fluorescência são menos utilizados devido à baixa quantidade de espécies que fluorescem com intensidade apreciável. Todas as moléculas absorventes apresentam potencial para fluorescerem, porem muitos compostos não o fazem porque suas estruturas possuem meios de liberar energia proveniente da excitação por meio de relaxação não-radiativa mais rápida que a emissão fluorescente. As moléculas que possuem anéis aromáticos apresentam emissão fluorescente mais intensa e mais útil. Assim como compostos carbonílicos alicíclicos, alifáticos, e ainda estruturas que apresentam duplas conjugadas também fluorescem. Estudos mostram que a rigidez aumenta efetivamente a fluorescência. 2. Objetivos • Determinar por meio fluorimétrico o teor de sulfato de quinino em água tônica; • Construir a curva analítica; • Conhecer a técnica utilizada na prática fluorimétrica e manusear o equipamento responsável pela medida de fluorescência. 3. Parte experimental 3.1 Materiais utilizados • Fluorímetro Thermo Scientific fuontec-filter fluorometer; • Solução padrão estoque de sulfato de quinino (10 mg L-1); • Solução 0,2 mol L-1 de H2SO4; • 6 Balões volumétricos de 50 mL; • 1 Balão volumétrico de 10 mL; • Amostra de água tônica; • Pipeta volumétrica de 5 mL; • Cubeta de Quartzo; • Béquer de 50 mL. 3.2 Procedimentos 4. Preparar soluções padrões contendo, 0,2; 0,4; 0,6; 0,8; 1,0 mg L-1 de sulfato de quinino a partir da diluição da solução padrão estoque de sulfato de quinino (10 mg L-1). Essas diluições devem ser feitas em balões de 50 mL e os volumes devem ser completados com solução 0,2 mol L-1 de H2SO4. Escolher os filtros com comprimento de onda de excitação = 365 nm; e comprimento de onda de emissão de fluorescência = 415 nm. Preparar a amostra de quinino em água tônica: Agitar uma amostra de água tônica para eliminar o CO2. Pipetar 0,1 mL para um balão de 10 mL. Completar o volume com solução 0,2 mol L-1 de H2SO4 e homogeneizar Medir o sinal de fluorescência do equipamento usando uma solução contendo 1,0 mg L-1 de sulfato de quinino. Em seguida, medir a solução contendo 0,2 mol L-1 de H2SO4. Logo após, medir o sinal de fluorescência das demais soluções padrões e também a amostra da água tônica. Com os dados obtidos, construir uma curva de calibração. Plotar as unidades arbitrárias de fluorescência no eixo y e as concentrações da soluções padrão no eixo x. Obter a equação da reta. Calcular o teor de sulfato de quinino na água tônica em g L-1 usando a equação da reta obtida na curva de calibração. Analisar a amostra em triplicata e apresentar o resultado com desvio padrão. 5. Resultados e discussões Com a utilização de um aparelho de fluorimetria obteve-se a intensidade de fluorescência das soluções de sulfato de quinino , com concentrações de 0,2 mg L-1, 0,4 mg L-1, 0,6 mg L-1, 0,8 mg L-1 e 1,0 mg L-1 . A análise fluorimetrica foi efetuada utilizando os filtros de 365 nm (excitação) e 415 nm (emissão). Os valores obtidos encontram-se expressos na Tabela 1. Tabela 1 – Valores de intensidade de fluorescência de sulfato de quinino nos filtros de 365 nm e 415nm, em diferentes concentrações Com os dados obtidos obteve-se uma reta correspondente à intensidade de fluorescência, apresentado no Gráfico 1. Gráfico 1 – Curva de calibração para a solução de sulfato de quinino com λ excitação= 365 nm e λ emissão= 415 nm Com base no gráfico construído obteve-se a equação da reta (Equação 1) e um coeficiente de correlação (R2) igual à 0,998. y = 1,002x + 0,015 (Equação 1) y = 1,0029x + 0,0152 R² = 0,9981 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 In te n si d a d e Quinino (mg/L) Concentração (mg L-1) Fluorescência (FIU) 0,2 0,21 0,4 0,44 0,6 0,63 0,8 0,82 1,0 1,00 Logo, pata determinar o sulfato de quinino na “Água Tônica” obteve-se a leitura de fluorescência da amostra, utilizando os mesmos filtros de λ excitação= 365 nm e λ emissão= 415 nm. A intensidade de fluorescência obtida foi igual à 0,57 FIU, obteve- se uma nova curva de calibração com base nesse valor, apresentada no gráfico 2. Gráfico 2 – Linha de tendência da intensidade de fluorescência em relação à concentração (mg L-1) das leituras efetuadas. A seta indica a concentração de sulfato de quinino na “Água Tônica”. Com base na equação 1, calculou-se o valor do teor de sulfato de quinino na “Água Tônica” e obteve-se um valor igual à 55,3 mg L-1. Os valores obtidos por todos os grupos do laboratório encontram-se expressos na Tabela 2, juntamente com o valor médio e o desvio padrão. Tabela 1 – Valores de intensidade de fluorescência da água tônica. y = 1,0029x + 0,0152 R² = 0,9981 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 In te n si d a d e Quinino (mg/L) Grupo Concentração de quinino na “Água Tônica” (mg L-1) 1 64,2 2 63,9 3 55,3 4 56,8 Média (mg L-1) 60,05 Desvio padrão 4,6608 6. Conclusão O experimento proporcionou uma interação com o fluorimetro, onde podemos compreender o funcionamento do instrumento e a quantificação do composto analisado. Pode-se verificar que a intensidade da fluorescência é proporcional à concentração da molécula fluorescente, uma vez que a concentração é diretamente proporcional à intensidade de fluorescência. A determinação do teor desulfato de quinino na “Água Tônica” foi realizada para comparação com os dados fornecidos pelo fabricante, possibilitando um conhecimento de aplicação da fluorimetria. 7. Referências Princípios de análise instrumental / Douglas A. Skoog, F. James Holler e Timothy A. Nieman; trad. Ignez Caracelli et al. – 5. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2002. Fundamentos de química analítica / Douglas A. Skoog et al; trad. Marco Tadeu Grassi. – 8. ed. – São Paulo: Cengage Learning, 2006. Roteiro das atividades práticas. Sidnei G. da Silva; Eduardo M. Richter. Universidade Federal de Uberlândia, 2016.
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