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ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PERIOPERATORIO DE TRANSPLANTE 
RENAL COM DOADOR VIVO: UM RELATO DE EXPERIENCIA 
 
Liliane Angélica da Roza da Silva², Patrícia Dalla Barba2, Isadora Fontana2, 
Eliane Raquel Rieth Benetti³, Eniva Miladi Fernandes Stumm4 
1 Estudo realizado durante o componente curricular Prática de Enfermagem em 
Saúde do Adulto II, Curso de Enfermagem da UNIJUÍ. 
² Acadêmica do sétimo semestre do Curso de Enfermagem da Universidade 
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). E-mail: 
liliane.rdsilva@gmail.com 
³ Enfermeira da Supervisão Noturna do Hospital Unimed Noroeste/RS, Especialista 
em Urgência, Emergência e Trauma e em Nefrologia Interdisciplinar. Mestranda em 
Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Docente hora/aula 
do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Noroeste do 
Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). 
4 Enfermeira, Mestre em Administração, Doutoranda em Enfermagem pela 
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Docente da Universidade Regional 
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). 
 
DESCRITORES: Enfermagem, Insuficiência Renal Crônica, Transplante Renal. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Os rins funcionam como um filtro deixando passar substâncias que podem ser 
tóxicas e retendo aquelas que são importantes para manter o equilíbrio do 
organismo. A insuficiência renal acontece quando os rins diminuem seu 
funcionamento ou param de funcionar, configurando assim, uma síndrome urêmica, 
ou seja, um conjunto de sinais e sintomas provocados por alterações fisiológicas, 
representado pelo aumento da concentração, no organismo, de substâncias, como 
ureia e creatinina (SMELTZER; BARE, 2009). Para as autoras a Insuficiência Renal 
Crônica (IRC) produz mais alterações orgânicas degenerativas e pode ter várias 
causas: congênitas, doenças hereditárias e há também as adquiridas. E, uma vez 
instalada, é necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal, e os 
tratamentos disponíveis são a diálise peritoneal, hemodiálise e o transplante renal 
(RIELLA, 1996). O transplante de órgãos constitui uma última esperança de sucesso 
na recuperação de doenças em estágio terminal. Albuquerque, Lira e Lopes (2008) 
consideram o transplante renal como o tratamento de escolha para a maioria dos 
pacientes com IRC. Dessa forma, torna-se de fundamental importância, a união de 
todas as pessoas envolvidas nesse processo para o seu pleno êxito e 
sustentabilidade (SILVA et al., 2009). O avanço no campo farmacológico, com a 
descoberta de medicamentos imunossupressores, possibilitou a minimização do 
problema da rejeição do órgão transplantado, mas mesmo assim, ainda existem 
inúmeras barreiras a transpor para que seja garantido ao paciente um resultado 
satisfatório. No processo de transplante, a Enfermagem desempenha papel 
fundamental, pois participa de forma atuante, desde a captação do órgão até o 
acompanhamento pós-cirúrgico ambulatorial (SILVA et al., 2009). A assistência ao 
paciente transplantado é especializada e requer a atuação do enfermeiro nas 
diversas fases do processo e, assim exige pessoal com capacitação específica. Este 
profissional assume a responsabilidade na delegação de atividades a equipe de 
enfermagem, pois esses pacientes necessitam de cuidados mais complexos do que 
outros, além de atenção e orientação adequada (MASSAROLLO; KURCGANT, 
2000). Mesmo com um transplante bem sucedido, após a alta e com o enxerto 
funcionante, o paciente necessita de cuidados e medicações específicas. Consultas 
hospitalares com regularidade são necessárias e podem causar estresse, 
especialmente nos primeiros seis meses, quando são mais freqüentes. Quando o 
intenso contato com sistema de saúde diminui, o retorno a um estilo de vida normal 
(diferente, entretanto do estilo de vida anterior à doença renal) traz novas 
preocupações, como a necessidade de retomar a vida profissional, o convívio com a 
família e outras responsabilidades. Os riscos de rejeição envolvidos após o 
transplante renal tornam fundamental a realização do acompanhamento 
ambulatorial, com o intuito de prevenir complicações que possam comprometer a 
sobrevida do paciente e do enxerto renal (ALBUQUERQUE; LIRA; LOPES, 2008). O 
paciente e a família devem ser devidamente orientados a cerca do 
acompanhamento ambulatorial, sobre a dieta necessária, medicações, exercícios, 
prevenção de infecções e identificação de sinais e sintomas de rejeição. O 
enfermeiro deve inserir-se nesse contexto e trabalhar juntamente com o paciente e a 
família, assegurando-lhes a compreensão do estado geral de saúde do 
transplantado, desde o diagnóstico pré-transplante até a necessidade do 
acompanhamento ambulatorial pós-transplante (ALBUQUERQUE; LIRA; LOPES 
2008). Nesse sentido, a identificação dos diagnósticos de enfermagem e de seus 
problemas colaboradores dá subsídios ao enfermeiro, para a elaboração de um 
plano de cuidados mais específico, de acordo com o comprometimento de cada 
indivíduo. A partir do conhecimento de tais respostas humanas e de seus 
respectivos fatores preditores, torna-se possível predizer, prever, detectar e controlar 
as complicações potenciais (ALBUQUERQUE; LIRA; LOPES 2008). Salienta-se que 
para os pacientes assumam os cuidados e controle do esquema terapêutico, é 
necessário identificar as suas necessidades, auxiliá-los a se sentirem responsáveis e 
capazes de cuidarem de si mesmos. Neste contexto a enfermagem pode 
proporcionar aos transplantados renais os cuidados e meios necessários para que 
estes desenvolvam mecanismos de enfrentamento, com vistas a melhorar a sua 
condição de vida e incentivar a família a participar ativamente do processo. 
 
OBJETIVOS 
 Descrever e refletir sobre a assistência de enfermagem prestada a um 
paciente no perioperatório de transplante renal. 
 
MÉTODO 
 Trata-se de um relato de experiência, a partir de vivências no Centro Cirúrgico 
do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), durante estágio curricular em Saúde do Adulto 
II, no período de setembro a outubro de 2012, junto a um paciente submetido a 
transplante renal. Utilizaram-se como referencial teórico o modelo conceitual de 
Wanda Horta e a Taxonomia II da NANDA para definição dos diagnósticos de 
enfermagem. A sistematização da assistência de enfermagem foi realizada e 
foram contempladas as seguintes etapas: coleta de dados, exame físico, pesquisa 
em prontuário, diagnósticos de enfermagem, planejamento das intervenções de 
enfermagem. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A cirurgia se constitui um momento de complexidade e estresse, vivenciados 
pelo paciente e familiares. A enfermagem ocupa papel fundamental, por ser esse 
profissional que está mais próximo ao paciente. O trabalho prestado pelo enfermeiro 
vai além do cuidado, ele presta suporte emocional, esclarece dúvidas, avalia e 
minimiza riscos, prepara o paciente, fornece informações a familiares quando no 
aguardo da cirurgia. A visita pré-operatória se constitui um importante instrumento 
para a enfermagem, através da coleta do histórico do cliente, pode-se planejar um 
plano assistencial apropriado às necessidades do mesmo. Galvão, Sawada e Rossi 
(2002) corroboram que a visita pré-operatória de enfermagem ao paciente cirúrgico é 
o início da sistematização da assistência de enfermagem perioperatória. O bem 
estar do paciente deve constituir o principal objetivo dos profissionais que assistem o 
paciente cirúrgico, pois, no período pré-operatório, estes podem apresentar um alto 
nível de estresse, bem como desenvolver sentimentos que podem atuar 
negativamente em seu estado emocional, tornando-os vulneráveis e dependentes 
(CHRISTÓFORO; CARVALHO,2009). Neste contexto, foi aplicada a sistematização 
da assistência de enfermagem, método pelo qual se estrutura a prática da 
enfermagem, visto que possibilita aos profissionais da enfermagem a identificação 
das necessidades básicas dos clientes. A partir da classificação dos diagnósticos, 
são estabelecidas as intervenções de enfermagem, que contribui também para a 
melhoria na comunicação entre a equipe de enfermagem e o direcionamento da 
assistência. A partir do levantamento de problemas, foram identificados os 
diagnósticos de enfermagem do período perioperatório, dos quais se destacam os 
riscos de: perfusão renal ineficaz, sangramento, infecção, desequilíbrio de líquidos, 
distúrbios da identidade, perfusão tissular cardíaca diminuída, ventilação espontânea 
prejudicada, integridade da pele prejudicada, choque, hipertermia, glicemia instável, 
volume de líquido deficiente, desequilíbrio eletrolítico, lesão por posicionamento 
perioperatório, síndrome do estresse por mudança, nutrição desequilibrada: mais do 
que as necessidades corporais, de baixa autoestima situacional. Embasadas nestes 
diagnósticos, foi elaborado o planejamento da assistência de enfermagem: 
Posicionar o paciente no leito, conforme o tipo de anestesia e manter cabeceira 
elevada 30º; Observar o nível de consciência (sonolência); Controle dos sinais vitais 
4h/4h; Realizar controle da diurese, avaliando coloração, quantidade, frequência, e 
presença de edema; Realizar balanço hídrico rigoroso; Verificar medidas 
antropométricas rigorosamente, todas as manhãs; Observar e relatar as seguintes 
complicações: Pulmonares (cianose, dispnéia, agitação) Urinárias (infecção e 
retenção urinária); Gastrointestinais (náuseas, vômitos, constipação intestinal, sede); 
Vasculares (Cianoses e edemas); da ferida operatória (hemorragia, infecção e 
deiscência) e choque; Prestar apoio emocional ao paciente e familiar; Encaminhar a 
nutricionista para recomendação de dieta hipossódica; Orientar as Equipes da 
Unidade e familiares quanto à lavagem correta das mãos quando em contato com o 
paciente; Controlar fluxo de pessoas de modo a prevenir infecções já que o paciente 
encontra-se suscetível à mesma. Avaliar presença de dor e medicar conforme 
prescrição. Observou-se, no presente estudo, que o paciente necessita de cuidados 
não só no âmbito físico, mas também psicológico e social, que possibilitem a 
melhora do seu estado clínico. O conhecimento dos principais diagnósticos de 
enfermagem permitiu a elaboração de intervenções baseadas nas reais 
necessidades desses pacientes. Além disso, foi possível a construção de um plano 
de cuidados de enfermagem que viabilizou a aplicação do Processo de Enfermagem 
na unidade em estudo. Acreditamos que, as intervenções fundamentadas com 
referencial teórico, são de suma importância para a prática dos enfermeiros que 
trabalham nessa área. Assim, considera-se que a sistematização da assistência de 
enfermagem é uma estratégia imprescindível para a avaliação do paciente 
transplantado renal e para elaboração de um plano de cuidados de enfermagem. 
Acredita-se, portanto, que essa sistematização contribui de forma significativa para 
melhorar a qualidade da assistência prestada ao paciente. 
 
CONCLUSÕES 
 À medida que o enfermeiro percebe as reais demandas de cuidado e elabora 
propostas sistematizadas, individualizadas e articuladas com as necessidades do 
paciente, proporciona uma assistência de enfermagem mais qualificada e focada na 
realidade do cliente. Esta experiência de assistência junto à paciente submetido a 
transplante renal torna-se relevante para a formação de acadêmicos de enfermagem 
e principalmente pela possibilidade de divulgar as importantes intervenções de 
enfermagem, de grande relevância, para sedimentar às áreas de saber e fazer da 
enfermagem, na assistência a clientes e familiares que passam por um evento 
traumático como é o transplante. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALBUQUERQUE, J. G.; LIRA, A. L. B. C.; LOPES M. V. O. Fatores preditivos de 
diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos ao transplante renal. Rev 
Bras Enferm. v. 63, n. 1, 2010.

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