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Precaução Padrão Profa. MsC. Vera Lúcia Cecim dos Santos Precaução Padrão Em janeiro de 1996 foi publicado o novo Guideline do CDC e HICPAC ( Hospital Infection Control Practices Advisory Committee) – Precaução para isolamento em hospitais. Surge a Precaução Padrão (PP) em substituição ás Precauções Universais (PU) e Isolamento de Substâncias Corpóreas (ISC) e as Precauções baseadas na transmissão de Doenças, indicadas para reduzir o risco de transmissão por contato, por gotículas ou por aerossóis, e sempre usadas em adição às PP. Esta nova política de isolamento é considerada uma nova etapa na evolução das práticas de isolamento nos hospitais norte-americanos. As recomendações de isolamento do CDC tem orientado a prática no Brasil. Foi atualizado através do Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmision of Infectious Agents in Healthcare Settings, CDC 2007. Estabelecido as Precauções Padrão e as Precauções Expandidas que são: –Contato –Gotícula –Aerossóis Precauções Padrão É o conjunto de medidas aplicadas no atendimento de TODOS os pacientes; Devem ser utilizadas quando houver risco de contaminação com sangue ou outro fluido corporal, mesmo que estes não sejam visíveis ou em ; Risco de contato com: -Material biológico; -Pele não íntegra; -Mucosas; -Manipulação de equipamentos e artigos contaminados As PRECAUÇÕES PADRÃO são: 1. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 2. USO DE EPI E INDIVIDUAL E COLETIVA 3. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E ROUPAS 4. PROCESSAMENTO DE SUPERFÍCIES E MANEJO 5. ADEQUADO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE; 6. MANEJO ADEQUADO DE MATERIAL PERFUROCORTANTE Precauções Padrão Higienização das mãos Manter unhas curtas e retirar adornos; Lavagem com água e sabão e fricção com álcool em gel Quando? Sempre, antes e depois de qualquer procedimento com o paciente. Seleção adequada os EPIs Luvas –Usar luvas de procedimento quando houver possibilidade de contato com sangue ou outros fluídos corporais ou artigos contaminados. –Trocar de luvas no atendimento do mesmo paciente se houver risco de contaminação cruzada entre diferentes sítios anatômicos. –Retirar luvas após uso, antes de tocar em superfícies ambientais ou de contato com outro paciente. –Lavar as mãos imediatamente após a retirada das luvas. Máscara e Óculos de Proteção Recomendados sempre que houver risco de respingos de sangue ou outro fluído corpóreo na face. Oferece proteção individual de mucosa dos olhos, nariz e boca. Avental Usar avental limpo de manga longa para proteção individual, sempre que houver risco de sujar a roupa / MMSS com sangue ou fluídos corpóreos. Escolha do avental apropriado para a atividade (descartável? de tecido? Impermeável?) Retirar o avental o mais rápido possível e lavar as mãos. Artigos e equipamentos de assistência ao paciente: Manusear com cuidado os artigos sujos de sangue ou outro fluído corpóreo para evitar a disseminação. Se houver a sua reutilização entre diferentes pacientes deve ser realizado limpeza / desinfecção ou esterilização. Ambiente: Estabelecer e garantir procedimentos de rotina para a limpeza e descontaminação das superfícies ambientais, especialmente na presença de matéria orgânica extravasadas. CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS HOSPITALARES Artigos críticos: Penetram em tecidos estéreis ou sistema vascular devem ser esterilizados. Ex: pinças e todo o material cirúrgico. Artigos semi-críticos Destinados ao contato com a pele não intacta ou com mucosas íntegras. Ex: Equipamentos respiratórios e de anestesia, endoscopia, etc. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização. (Matam todas os agentes infecciosos, com exceção dos esporulados) Artigos não críticos Artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Ex. comadres, cubas, aparelhos de pressão, etc. Requerem limpeza ou desinfecção de médio ou baixo nível. (Eliminam alguns agentes infecciosos e apenas inativam outros). Classificação das Áreas Hospitalares Áreas Críticas: Existe um risco maior de desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência, seja pela execução de processos envolvendo artigos críticos ou material biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou pela presença de pacientes com suscetibilidade aumentada aos agentes infecciosos ou portadores de patógenos de importância epidemiológica. Exemplo, CTI, Área suja da Central de Material e Lavanderia. Áreas semicríticas – locais ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. Exemplo: Enfermarias e quartos onde abrigam os pacientes. Áreas não-críticas – todos os demais locais de estabelecimentos de assistência à saúde não ocupados por pacientes, onde não se realizam procedimentos de risco. ANVISA. Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde: Limpeza e desinfecção de superfícies. Brasil. Roupas: Manipular, transportar e processar as roupas usadas prevenindo a exposição da pele, mucosas e roupas pessoais. Manipular com o mínimo de agitação possível. Utilizar sacos impermeáveis. Material perfurocortante: Descarte adequado em caixas rígidas de papelão. Não ultrapassar o limite de preenchimento da mesma. Montar as caixas conforme a instrução do fabricante. Depositar somente material cortante. Higiene Respiratória/Etiqueta de Tosse Educar o pessoal sobre a importância de contenção das secreções respiratórias, especialmente durante surtos sazonais de infecções virais do trato respiratório. Ex. Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), gripe, adenovirus, parainfluenza. PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS Guideline for Isolation Precautions in Hospitals, CDC 2007 Precauções de contato Internação de paciente: Quarto privativo (preferência) ou coorte com a mesma doença ou microrganismo. Higiene das mãos Uso de antisséptico. Luvas -Qualquer contato com o paciente e equipamentos/superfícies próximas; –Trocar luvas após contato com área ou material infectante; –Devem ser calçadas dentro do quarto e desprezadas ao término do cuidado; –Após retirar as luvas lavar as mãos com antisséptico Avental –Usar avental ao entrar no quarto, quando se prevê um contato direto com o paciente. –Retirá-lo antes de deixar o quarto/box do paciente. –Assegurar que as roupas pessoais não entrem em contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas. Equipamentos de cuidado ao paciente –Exclusivos sempre que possível, caso contrário devem ser limpos e desinfetados entre pacientes. Ambiente: –Superfícies ambientais: limpeza diária –Superfícies próximas ao paciente: desinfecção com álcool 70% a cada plantão Visitas: –Restritas, reduzidas e orientadas. Transporte do paciente –Limitado. O profissional que transportar o paciente deve utilizar as precauções padrão, realizar desinfecção das superfícies após uso pelo paciente. A transmissão de microrganismos por via aérea ou respiratória pode ser por gotículas ou por aerossóis Gotículas Partículas grandes: > 5 µm Não atravessam longas distâncias Limite: 1 m Não se mantém suspensas no ar Aerossol Partículas pequenas: < 5 µm Disseminam-se por vários metros Até outros quartos (corrente de ar) Mantém-se suspensas no ar por horas Precaução para gotículas Indicação: Colonização / infecção (suspeita ou confirmada) por microrganismos transmissíveis por gotículas. Ex: Coqueluche, caxumba, rubéola, meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis, Menigococcemia. Precaução para gotículas Internação do paciente –Quarto privativo (preferência) ou coorte com a mesma doença. –Ambiente compartilhado: distância mínima entre pacientes deve ser de um metro. -Manter a porta do quarto fechada. Máscara -Deve ser utilizada máscara comum (tipo cirúrgica) por todos que entrarem no quarto. Transporte de paciente –Limitado. Utilizar máscara comum. Visitas –Restritas, reduzidas e orientadas. Precaução para aerossóis Indicação: –Infecção suspeita ou confirmada por microrganismos transmitidos por aerossóis que permanecem suspensas no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias. Ex: Tuberculose, Sarampo, Varicela e Herpes Zoster disseminado ou localizado em imunodeprimido. Precaução para aerossóis Local de internação –Quarto privativo com pressão negativa em relação às áreas adjacentes com no mínimo 6 trocas de ar por hora, - Filtragem do ar com filtros de alta –eficiência (HEPA). –Manter as portas do quarto sempre fechadas. Transporte de paciente –Limitado. Utilizar máscara cirúrgica para o paciente. Visitas –Restritas, reduzidas e orientadas. Precaução para aerossóis Proteção respiratória –Utilizar máscaras (N95). Cuidados: -Colocar a máscara antes de entrar no quarto e retirá-la após sair e fechar a porta; -Verificar se a mascara está perfeitamente ajustada à face e com boa vedação; -A máscara é de uso individual; -Descartar a máscara ao final do plantão. Isolamento Reverso (Ambiente Protetor) Isolamento reverso Este isolamento é estabelecido para proteger das infecções um indivíduo imunocomprometido. Materiais : Quarto privado Luvas de procedimentos Máscara comum Avental de manga longa Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções EPC – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA Visam proteger o meio ambiente, a saúde e a integridade dos ocupantes de determinada área, diminuindo ou eliminando os riscos provocados pelo manuseio de produtos químicos, principalmente tóxicos e inflamáveis, além de agentes microbiológicos e biológicos. TIPOS DE EPC Cabine de segurança biológica; Cabine de segurança química; Chuveiro de emergência Lava-olhos Kit para derramamento de produtos químicos. Equipamentos de combate a incêndios Uso de EPIs e EPCs tem sido alvo de contínua preocupação dos empregadores e profissionais dos laboratórios químicos e biológicos: Para ter proteção efetiva - - Treinamento e reciclagem contínua; - Disponibilização de informações atualizadas quanto ao uso adequado; - Criação de uma Comissão de Biossegurança; - Disponibilização adequada dos EPIs e EPCs. - Oferece limitações – em razão da integridade comprometida, condições inadequadas de manuseio e guarda. - Profa. MsC. Vera Cecim. - E-mail: vera.cecim@live.estacio.br - REFERÊNCIAS - GUIDELINES FOR ISOLATION PRECAUTIONS –CDC, 2007 - Precauções e isolamentos, Angela F. Sola - Livro CCIH - Ministério do Trabalho. Normas regulamentadoras: segurança e medicina do trabalho. 48ªed. São Paulo: Atlas; 2001. - MASTROENI, M.F; BIOSSEGURANÇA aplicada a laboratórios e serviços de saúde. 2ª. Ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
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