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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) DISCIPLINA SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR I Prof. Me. Angela Ali 2017 História da SAE Ao longo de sua história como profissão, a enfermagem tem acompanhado as mudanças ocorridas na sociedade. Reflexão sobre a situação prática da enfermagem. História da SAE Enfermagem começou a se preocupar em executar suas ações de forma sistematizada, embasada em teorias e direcionada ao indivíduo, família e comunidade. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) Sinônimo de processo de enfermagem. Representa um instrumento de planejamento e execução de cuidados. SAE PROCESSO DE ENFERMAGEM Definição da SAE 1. É um método científico de planejamento da assistência de enfermagem, para obtenção de metas e resultados na melhoria da condição de saúde de uma pessoa, a partir da organização das ações dos profissionais da enfermagem na implementação de cuidados. Definição da SAE 2. É uma metodologia científica que confere maior segurança aos pacientes, melhora da qualidade da assistência e maior autonomia aos profissionais de enfermagem, o qual pode aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência ao paciente. 3. É a metodologia utilizada para planejar, executar e avaliar o cuidado tratando-se de ferramenta fundamental do trabalho do enfermeiro. Qual a intensão da SAE? A meta a ser atingida será a redução e ou prevenção de possíveis agravamentos na condição de saúde da pessoa, durante o acompanhamento ou tratamento nas instituições de saúde. Requisitos para desenvolver a SAE Habilidades relacionadas ao pensamento crítico Pensamento Crítico Trata-se de um processo ativo, cognitivo, organizado, não definitivo, para examinar minuciosamente o próprio pensamento (enfermeiro) e o alheio (pessoa com problema de saúde). Por meio da realização do pensamento crítico, o profissional é capaz de tomar decisões, formular conclusões, inferir e refletir sobre um determinado fato. Pensamento Crítico Depende diretamente da capacidade de reflexão do enfermeiro, ou seja, da sua capacidade de manter-se aberto a novas informações e de contrastar a perspectiva da outra pessoa com a sua própria em um dado momento. A realização da prática crítica reflexiva permite a melhora da prática assistencial, além de influenciar, de forma favorável, no alcance de resultados para as pessoas. Habilidades do enfermeiro relacionadas ao pensamento crítico Linguagem clara e precisa: reconhecida por todos, com explicitação exata por meio de terminologia científica. Intuição clínica: complementa o pensamento crítico, mas seu desenvolvimento somente é realizado por profissionais que têm experiência clínica e atualização de conhecimento técnico-científico. Base específica de conhecimento: determinará a capacidade para realizar o raciocínio clínico e crítico sobre as necessidades de cuidado da pessoa. Habilidades do enfermeiro relacionadas ao pensamento crítico Experiência clínica: enfermeiro é capaz de reconhecer e interpretar as diversas situações de saúde e estimular um raciocínio clínico inovador na busca do alcance dos melhores resultados. Atitude: confiança, independência, imparcialidade, responsabilidade, assumir risco, disciplina, perseverança, criatividade, curiosidade, integridade e humildade. Habilidades do enfermeiro relacionadas ao pensamento crítico Padrões intelectuais: Asseguram a realização de um pensamento crítico organizado e consistente para a tomada de decisões, promovendo ações claras, precisas, específicas, relevantes, plausíveis, lógicas, amplas, completas, significativas, adequadas e justas. Padrões profissionais: Compostos pelos critérios éticos, científicos e de responsabilidade profissional na realização do pensamento crítico. Estes aspectos asseguram a eficiência e a qualidade da assistência de enfermagem. Habilidades do enfermeiro relacionadas ao pensamento crítico Interpretação: identificar informações prioritárias. Análise: analisar situação de saúde da pessoa e buscar estratégias para o planejamento dos cuidados. Evolução: avaliar os dados, situação de saúde, cuidado implementado, resultados alcançados. Inferência: integrar o pensamento crítico com o planejamento de cuidados, considerando o conhecimento científico. Esclarecimento: avaliar a efetividade dos cuidados e das estratégias utilizadas. Autorregulação: refletir sobre suas experiências clínicas e extrair novos conhecimentos e habilidades. SAE SAE e o COFEN Atividade privativa do enfermeiro – Resolução COFEN Nº 358/2009: “Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.” SAE Resolução COFEN Nº 358/2009: “§ 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros.” SAE e a ética Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem: O enfermeiro deve gerenciar as ações assistenciais, assegurando o atendimento das necessidades dos pacientes com isenção de riscos quando esses forem previsíveis. As ações dos profissionais de enfermagem devem assegurar a promoção, proteção, recuperação e reabilitação das pessoas. SAE e a lei Lei do Exercício Profissional de Enfermagem: Cabe ao enfermeiro o gerenciamento das ações de enfermagem ao planejar, executar, avaliar e discutir os resultados das condutas de enfermagem propostas com sua equipe. O enfermeiro poderá delegar determinadas atribuições ao técnico ou ao auxiliar de enfermagem, sob sua supervisão, quando não forem ações privativas do enfermeiro. O enfermeiro é responsável pelas ações de enfermagem, ao executá-las ou delegá- las na equipe de enfermagem. Etapas da SAE 1. Investigação ou coleta de dados. 2. Diagnóstico de enfermagem. 3. Planejamento. 4. Implementação da assistência de enfermagem. 5. Avaliação da assistência de enfermagem. 1. Investigação ou coleta de dados Primeiro passo para determinar o estado de saúde do paciente. Composto por anamnese (ENTREVISTA) e exame físico Informações coletadas (indivíduo, família e comunidade): Estado de saúde. Necessidades. Problemas. Preocupações. Reações humanas. Informações devem ser o mais fidedignas possível para ser possível estabelecer o perfil de saúde ou de necessidades do paciente. 2. Diagnóstico de enfermagem Dados analisados e interpretados criteriosamente. Capacidade de análise, julgamento, síntese e percepção durante a interpretação dos dados. Os diagnósticos devem ser identificados e listados em ordem de prioridade. São voltados para problemas reais e potenciais. Ex.: Padrão respiratório ineficaz relacionado à hiperventilação evidenciado por batimento de asa nasal e taquidispneia. Risco de infecção relacionado a presença de procedimentos invasivos e ruptura da pele. 3. Planejamento É um plano de ações para se alcançar resultados em relação a um diagnóstico de enfermagem. Deve-se pensar nos resultados esperados antes de realizar a prescrição de enfermagem. Ex: Déficit no autocuidado para banho relacionado à sedação instituída evidenciada por sujidade no couro cabeludo O paciente terá a higiene corporal realizada adequadamente pela equipe de enfermagem em até 6h. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEMRESULTADO ESPERADO 3. Planejamento Etapa na qual é realizada a prescrição de enfermagem. Pode-se utilizar taxonomias para auxiliar na elaboração da prescrição. Ex.: Dar banho de leito 1 vez ao dia e sempre que o paciente necessitar (após autorização do enfermeiro). Chamar o enfermeiro para avaliar acometimento da pele e mucosas. Manter o paciente monitorado durante o banho. Atentar e comunicar ao enfermeiro se houver queda da saturação de oxigênio (para menos de 90%), presença de disritmias e piora do padrão respiratório (frequência respiratória superior a 20 mpm, uso de musculatura acessória e enchimento capilar superior a 3 segundos durante o banho. 4. Implementação da assistência de enfermagem Implementar significa colocar em prática. São ações prescritas e necessárias para a obtenção dos resultados esperados. 5. Avaliação da assistência de enfermagem É a ação de acompanhar as respostas do paciente aos cuidados prescritos e implementados, por meio de: Anotação no prontuário do paciente. Observação direta da resposta do paciente à terapia proposta. Relato do paciente. Benefícios do uso da SAE Auxilia a visão holística: intervenções elaboradas para o indivíduo e não para a doença. Diminui o tempo para determinar diagnóstico e tratamento dos problemas de saúde potenciais ou vigentes → reduz o tempo de tratamento. Cria plano de custos efetivos. Documentação obrigatória: Melhora a comunicação e previne erros. Permite avaliação tardia do atendimento ao paciente (pesquisa e processos judiciais). Auxilia na mensuração de resultados. Dificuldades no uso da SAE Falta de conhecimento dos profissionais em relação ao processo de enfermagem. Falta de conhecimento em relação a legislação. Falta de preparo dos profissionais. Falta de conscientização dos profissionais. Não preenchimento dos impressos de forma adequada. Descontinuidadeda assistência. Falta de comunicação entre equipe e acadêmicos. Deficiência da educação permanente. Número insuficiente de pessoal. Condições institucionais. DÚVIDA? Referências ALMEIDA, M. A.; LUCENA, A. F.; FRANZEN, E.; LAURENT, M. C. Processo de enfermagem na prática clínica: estudos clínicos realizados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Editora Artmed, 2011. CHAVES, L. D. SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem: Considerações teóricas e aplicabilidade. 1ª ed. Editora Martinari, 2009. COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 358. 2009 DINIZ, E. C.; BEZERRA, I. C. D.; FERREIRA, J. D. A. A evolução da sistematização da assistência de enfermagem E sua influência na qualidade da assistência prestada ao cliente. Rev. COFEN, 2003. Gonçalves, L. R. R.; NERY, I. S.; NOGUEIRA, L. T.; BONFIM, E. G. O desafio de implantar a sistematização da assistência de enfermagem sob a ótica de discentes. Esc. Anna Nery R. Enferm. Florianópolis, n. 11, v . 3, p. 459-65, 2007. LEITE DE BARROS, A. L. B.; LOPES, J. L. A legislação e a sistematização da assistência de enfermagem. Enfermagem em Foco. São Paulo, n. 1, v . 2, p. 63-65, 2010. Luiz, F. F.; Mello, S. M. M.; Neves, E. T.; Ribeiro, A. C.; Tronco, C. S. A sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva da equipe de um hospital de ensino. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. Goiania, v . 12, n. 4, p. 655-9, 2010. Referências NERY, I. S.; SANTOS, A. G.; SAMPAIO, M. R. F. B. Dificuldades para a implantação sistematização da assistência de enfermagem em maternidades. Enfermagem em Foco. São Paulo, v. 4, n. 1, p. 11-14, 2013. Souza, N. R., Costa, B. M. B.; Carneiro, D. C. F. et al. Sistematização da assistência de enfermagem: dificuldades referidas por enfermeiros de um hospital universitário. Rev enferm UFPE on line. Recife, v. 9, n. 3, p. 7104-10, mar., 2015. TANNURE, M. C.; PINHEIRO, A. M. SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem. Guia prático. 2ª ed. Editora Guanabara Koogan, 2011.
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