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Síndromes Pleurais Mirella Lourencini Palaoro – Medicina Int. de Sinais e Sintomas em clínica – Profª Layla Leal Síndromes Pleurais Anatomia Pleural Membranas de tecido conjuntivo que revestem os pulmões; 2 folhetos: parietal e visceral; Pleura parietal Contato direto com a parede torácica, possui inervação sensitiva; Pleura visceral Contato direto com os pulmões; Cavidade pleural espaço “virtual” entre as duas pleuras; Líquido pleural evita atrito entre as pleuras, permite deslizamento durante a ventilação pulmonar, estabiliza os folhetos pleurais através de uma pressão negativa, o que evita colapso dos pulmões e permite a entrada e saída de ar. DERRAME PLEURAL Acúmulo de quantidade excessiva de líquido no espaço pleural; Produção > Absorção DERRAME PLEURAL Qual a clínica do paciente? Dor ventilatório-dependente ou pleurítica, dispneia e tosse. Sintomas sistêmicos: anorexia, febre, astenia, emagrecimento. Exame físico: Normal se DP < 300 mL Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido na área do derrame e aumentado na área do pulmão em contato com o líquido pleural Percussão: macicez Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do derrame, egofonia e estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural. DERRAME PLEURAL Abordagem diagnóstica Radiografia de tórax normal Radiografia de tórax com DP DERRAME PLEURAL Abordagem diagnóstica Confirmado DP Descobrir a causa! 1º passo: Determinar se é transudato ou exsudato: Transudato: forma-se quando os fatores sistêmicos que influenciam a produção e a absorção do líquido pleural estão alterados. Principais causas: insuficiência ventricular esquerda e cirrose. Exsudato: forma-se quando os fatores locais que regulam a formação e a absorção do líquido pleural estão alterados. Principais causas: pneumonias bacterianas, neoplasias malignas, infecções virais e embolia pulmonar. DERRAME PLEURAL Abordagem diagnóstica Como diferenciar? Toracocentese diagnóstica: Determinação dos níveis da lactato desidrogenase (LDH) e das proteínas no líquido pleural. Os derrames pleurais exsudativos preenchem pelo menos um dos critérios adiante, enquanto os derrames pleurais transudativos não se encaixam em nenhum destes parâmetros: Se o paciente tiver derrame pleural exsudativo, realizar os seguintes exames no líquido pleural: descrição das características físicas, nível de glicose, contagem diferencial de células, exames microbiológicos e citologia. Relação entre as proteínas no líquido pleural/soro > 0,5 Relação entre LDH no líquido pleural/soro > 0,6 LDH no líquido pleural mais de dois terços do limite superior normal do soro 8 Derrame pleural transudativo Causas Insuficiência cardíaca: A insuficiência ventricular esquerda é a causa mais comum de DP; Formação do DP devido quantidades aumentadas de líquido nos espaços intersticiais do pulmão que saem em parte pela pleura visceral, o que ultrapassa a capacidade de remoção do líquido pelos vasos linfáticos da pleura parietal; Tratar insuficiência cardíaca. Hidrotórax hepático: 5% dos pacientes com cirrose e ascite têm DP; O principal mecanismo responsável é a passagem direta do líquido peritoneal para o espaço pleural pelos pequenos orifícios existentes no diafragma; O DP normalmente localiza-se à direita e frequentemente é volumoso a ponto de causar dispneia grave. Derrame pleural exsudativo Causas Derrame parapneumônico: Associados às pneumonias bacterianas, ao abscesso pulmonar ou à bronquiectasia; São as causas mais comuns de DP exsudativo; Características: presença de empiema (derrame grosseiramente purulento); Pacientes com pneumonia bacteriana aeróbia e DP apresentam doença febril aguda, dor torácica, expectoração e leucocitose; Pacientes com infecções anaeróbias têm doença subaguda com emagrecimento, leucocitose acentuada, anemia leve e história de algum fator predisponente à aspiração. Derrame secundário a neoplasias malignas: 2º tipo mais comum de DP exsudativo; 3 tumores responsáveis por cerca de 75% de todos os DP malignos são: carcinomas do pulmão, câncer de mama e linfoma; Nível de glicose pode estar reduzido se a invasão tumoral no espaço pleural for grande. Diagnóstico é firmado pela citologia do líquido pleural; Presença do DP indica doença disseminada e a maioria das neoplasias malignas associadas aos derrames não é curável por quimioterapia. Derrame pleural exsudativo Causas Derrame secundário a embolia pulmonar: O diagnóstico que quase sempre passa despercebido na investigação de um DP de etiologia indeterminada; O diagnóstico é confirmado pela TC helicoidal ou pela arteriografia pulmonar. Pleurite tuberculosa: Em muitas regiões do mundo, a TB é a causa mais comum de DP exsudativo; São atribuídos principalmente a uma reação de hipersensibilidade à proteína do bacilo da tuberculose no espaço pleural; Pacientes apresentam febre, emagrecimento, dispneia e/ou dor torácica pleurítica; O líquido pleural é exsudato com predomínio de linfócitos pequenos; O diagnóstico é firmado pela demonstração de níveis altos dos marcadores da TB no líquido pleural (adenosina-desaminase > 40 UI/L, ou interferon γ > 140 pg/mL). Derrame secundário a infecções virais: Responsáveis por uma porcentagem expressiva dos DP exsudativos sem etiologia determinada. Derrame pleural Outras causas Quilotórax: Ocorre quando o ducto torácico é bloqueado e o quilo acumula-se no espaço pleural. A causa mais comum é traumática (cirurgia torácica), e tumores do mediastino; Radiografias do tórax com DP volumoso;. Hemotórax: Toracocentese diagnóstica com líquido pleural sanguinolento; A maioria dos casos de hemotórax é traumática, embora outras causas sejam rupturas de vasos sanguíneos ou tumores. Causas diversas: Ruptura do esôfago ou doença pancreática e abscesso intraabdominal. PNEUMOTÓRAX Presença de ar no espaço pleural Sinais clínicos: Dor na inspiração profunda (não é músculo-esquelética), dor torácica súbita correlacionada ao lado acometido e dispneia sem correlação com atividade física Exame físico: Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é grande, cianose; Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos Percussão: hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a atenção Ausculta: murmúrio vesicular e ressonância vocal diminuídos. PNEUMOTÓRAX – Abordagens diagnósticas Radiografia de tórax normal Radiografia de tórax com PNTX – Desvio da traqueia e do mediastino contralateral à lesão 1 - PNTX em hemitórax direito com desvio mediastinal 2 - PNTX em hemitórax direito, as setas menores mostram o folheto visceral da pleura; a seta maior mostra o folheto parietal 1 2 PNEUMOTÓRAX PNEUMOTÓRAX Pneumotórax espontâneo primário: Ocorre devido a ruptura de bolhas pleurais apicais (pequenos espaços císticos localizados dentro ou imediatamente sob a pleura visceral) Ocorre quase exclusivamente nos fumantes e isso sugere que tais pacientes tenham doença pulmonar subclínica. 50% dos pacientes com seu primeiro PNTX espontâneo primário apresentam recidivas. O tratamento inicial recomendado é aspiração simples, se não funcionar, toracoscopia com grampeamento das paredes das bolhas e abrasão pleural. Pneumotórax espontâneo secundário: Maioria associada à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas quase todas as doenças pulmonares podem causar pneumotórax. PNTX mais perigoso que nos indivíduos normais diminuição de reserva pulmonar em tais pacientes. Tratamento: toracostomia e inserção de tubo, grampeamento das paredes das bolhas e abrasão pleural. PNEUMOTÓRAX Pneumotórax traumático: Causados por traumatismo torácico fechado ou perfurante Tratamento: oxigênio suplementar ou aspiração, se necessário, realizartoracostomia e inserção de dreno. Principais causas: aspirações transtorácicas por agulha, toracocentese e inserção de cateteres intravenosos centrais. Pneumotórax de tensão: Associado a respiração artificial ou a tentativas de reanimação A pressão pleural positiva ventilação gravemente comprometida e a pressão positiva é transmitida ao mediastino Resulta na redução do retorno venoso ao coração e na diminuição do DC. Referências Medicina interna de Harrison. 18.ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 2 v. Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan
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