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Desenvolvimento sustentável

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Desenvolvimento sustentável: uma análise dos mecanismos e práticas adotadas por uma empresa rural situada no município de Vilhena-RO no cultivo da silvicultura para fins comerciais.
Resumo: O termo Desenvolvimento Sustentável, cada vez mais discutido em Conferências relacionadas ao Meio Ambiente, gera alternativas de preservação e recuperação de áreas degradadas. Um dos exemplos voltados ao desenvolvimento econômico garantindo a sustentabilidade ambiental é a Fazenda Londrina situada no município de Vilhena-RO, que buscou o empreendedorismo ligado ao reflorestamento como uma alternativa de recuperação do solo e rentabilidade dos investimentos. Diante dessa realidade, o grupo Irmãos Batista (proprietários da fazenda) abre novos horizontes em relação ao reflorestamento para fins comerciais. No início, o objetivo do grupo era somente a recuperação do solo para fins agrícolas, mas viu-se neste empreendimento, uma oportunidade de viabilidade econômica sem comprometer os recursos naturais ali existentes. Dito isso, como resultado de um estudo de caso, o presente artigo tem como objetivo analisar o processo de implantação do reflorestamento pelos gestores da fazenda, relacionando seus resultados a aspectos de Desenvolvimento Sustentável.
Palavra-chave: Desenvolvimento Sustentável; Manejo Florestal; Reflorestamento.
Introdução
A questão ambiental que vem sendo discutida em todos os âmbitos da sociedade é de interesse de todos, uma vez que as mudanças ambientais podem trazer consequências positivas ou negativas à qualidade de vida da sociedade contemporânea. Diante de uma necessidade de repensar seu modo de produção e utilização dos recursos naturais, o desenvolvimento sustentável segundo o Relatório de Brundtland visa satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras, de atenderem as suas próprias necessidades.
Dito isso, alternativas de sustentabilidade estão sendo lançadas pelos governos, empresas, sociedade civil, entre outros. Uma das atividades que vem recebendo destaque no cenário internacional é a prática do reflorestamento, e um dos exemplos verificados no estado de Rondônia é a Fazenda Londrina, que traz ao município de Vilhena o pioneirismo na área de reflorestamento com fins comerciais, proporcionando não somente a geração de emprego e renda, mas também a participação no PIB nacional, através da comercialização dos insumos não só para região Norte, mas também para outros países, como ocorreu no ano de 2013 com a exportação de resina de Pinus para Holanda e posteriormente para Rússia.
Utilizando-se da Fazenda Londrina como objeto de estudo de caso (estratégia metodológica utilizada), esse trabalho visa contribuir com a construção de uma abordagem para o estudo da sustentabilidade através do reflorestamento e posteriormente contribuir para futuras pesquisas relacionadas ao tema. Além de servir de modelo para outras empresas, investidores e produtores rurais (grandes ou pequenos). Esse artigo está dividido em quatro seções: 1) abordando aspectos do desenvolvimento sustentável; 2) reflorestamento e seus benefícios ao meio ambiente, além de ser uma atividade alavancadora de resultados econômicos e financeiros; 3) análise dos resultados; e 4) considerações finais.
1- Abordando aspectos de desenvolvimento sustentável
As limitações dos recursos naturais despertaram o ser humano pela busca de mudanças em relação ao seu comportamento predatório durante o processo de ocupação do especo geográfico ao longo da história (SEIFFERT, 2011). Essa postura introduz como premissa básica a “sustentabilidade” do comportamento humano, no sentido de encontrar medidas de controle e prevenção no sentido de evitar uma crise ecológica de dimensões desconhecidas (MILANI, 1999). Veiga (2006) e Sachs (2009) relatam conceitos sobre desenvolvimento e discutem a semelhança do tema em relação ao crescimento econômico. Segundo Veiga (2006), a expressão do Desenvolvimento Sustentável passa a ser considerada como parte dos desafios para a sociedade contemporânea, pois a mesma deverá pensar a curto e em longo prazo na questão ambiental. Portanto, quatro desses desafios estão voltados à destruição ou perda de seus recursos naturais, como habitat, fontes proteicas, biodiversidade e solo. 
Veiga (2006) explica que a conscientização ambiental está parcialmente relacionada à descoberta de que a humanidade adquiriu através do poder técnico, da aquisição de tecnologias avançadas que trazem a destruição da vida no planeta. Mesmo tendo consciência da limitação do capital natural, agressões ao meio ambiente são constantes.
O autor ainda discorre sobre a incompatibilidade entre crescimento econômico contínuo e a conservação do meio ambiente, atentando para a possibilidade de conciliação desses dois objetivos: conservação e crescimento (VEIGA, 2006). Dessa maneira, teria a ideia de crescer sem destruir. Centrado na dimensão econômica, o quadro ideológico do modelo de desenvolvimento atual se encontra, historicamente, muito presente nos discursos de políticas públicas em todo mundo, fato que leva a um questionamento dos governos em favor do chamando desenvolvimento sustentável. Daí, a sustentabilidade pode ser considerada uma proposta ao desenvolvimento, como um modelo, tendo em vista a compatibilização entre o agir humano e as características da biosfera (ROSA, 2009).
De acordo com Sachs (2009), a conservação da biodiversidade não poderia ser apreciada com a opção do não uso dos recursos naturais essenciais. Ao certo, o objetivo seria estabelecer o aproveitamento racional e ecologicamente sustentável, para gerar benefícios à população local. Portanto a discussão do termo Desenvolvimento Sustentável, em relação a Veiga (2006) e Sachs (2009), entra no contexto de conscientização da sociedade em geral, no sentido de que os recursos estão cada vez mais escassos, e as alternativas não estão sendo suficientes para suprir estas depressões.
A partir do relatório de Brundtland, divulgado em 1987, pode-se observar a ideia mais convincente em relação ao termo Desenvolvimento Sustentável, pois o mesmo relata que “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988, p.46 apud BARBIERI, 2009, p.19). Dito isso, verifica-se uma alternativa a se seguir quando entra no cenário as políticas de desenvolvimento sustentável, possibilitando a preservação coerente dos recursos naturais. Além dessas possibilidades direcionadas pela esfera pública, no âmbito empresarial, também são percebidas ações no sentido de se preservar, proteger e regatar o meio ambiente natural. Assim, surge como alternativa dessas atividades, o atendimento às demandas do setor madeireiro desenvolvidas no contexto do manejo legal.
2- Reflorestamento: resultados ambientais e econômicos
Manejo florestal, a partir do regime de rendimento sustentável, é a condução de um povoamento florestal aproveitando apenas aquilo que ele é capaz de produzir, ao longo de um determinado período de tempo, sem comprometer sua estrutura natural e o capital investido (PARANÁ, 2002). A sustentabilidade do manejo deve ser garantida através da busca do aperfeiçoamento contínuo dos sistemas utilizados e desenvolvimento de novos sistemas, que contemplem o elevado número de variáveis encontradas nas florestas amazônicas. Atingir tal equilíbrio requer a busca contínua do aperfeiçoamento dos sistemas utilizados no manejo florestal, além da criação e desenvolvimento de novos sistemas que possam garantir a sustentabilidade dos recursos florestais. A importância do setor florestal brasileiro (cadeia produtiva ligada à produção de florestas e de produtos florestais) é confirmada por sua participação em 4,5% no Produto Interno Bruto - PIB, faturamento anual de US$ 21 bilhões, arrecadação de cerca de US$ 2 bilhões em impostos e geração de 2 milhões de empregos diretos e indiretos (BRDE, 2003; SBS, 2003, ABIMCI, 2003 apud MENDES, 2004). Até o iníciodos anos 60, as florestas nativas foram a principal fonte de suprimento de madeira para o setor de base florestal, sendo as mesmas exploradas sem nenhum critério racional. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Floresta Plantada, as florestas plantadas têm assumido relevância crescente ao servirem como fonte de matéria prima florestal, principalmente na forma de madeira em tora, na maioria dos países, independentemente de sua extensão, ao mesmo tempo colabora para reduzir a pressão sobre as florestas nativas, prestando importantes serviços ambientais para a sociedade (Disponível em www.abraflor.org.br).
O desmatamento, principalmente para fins agrícolas e de pecuária, aliado ao manejo florestal não sustentável em larga escala e por longo período, levou à degradação ambiental e ao comprometimento da eficiência do setor florestal em grande parte do território nacional. Sendo assim, o plantio de florestas no Brasil passou a ter expressão a partir da década de 60, quando o governo federal introduziu incentivos fiscais para reflorestamento - FISET4, incentivos estes localizados dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento - PND, tendo como visão a geração de matéria-prima florestal para viabilizar as indústrias de papel e celulose e siderurgias. Além destes incentivos, a publicação do Código Florestal em 1965 e a criação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) em 1967 foram ações que ajudaram a definir uma nova política florestal para o País, promovendo o reflorestamento em larga escala (MENDES, 2004). Nas décadas de 1980 e 1990, a indústria de transformação de madeira em Rondônia, entra em seu apogeu em decorrência de seu pólo industrial fazer ao uso da matéria-prima de origem florestal, mas em contra partida com o intenso desmatamento e a exportação da madeira para a Região Sul do país não estavam sendo favoráveis tanto para aspectos ambientais como também econômicos, pois no mercado do Sul o preço da madeira extraída era bastante elevado, enquanto em Rondônia o preço pago para os produtores rurais era muito baixo. Em muitos dos casos a madeira era trocada por prestação de serviços de empresas para cobrir custos pela abertura de vias de acesso aos lotes rurais, sendo ocupados por produtores rurais (CARDOSO, 2013).
Com o agravamento da questão ambiental, a opinião pública e entidades internacionais têm cobrado dos governantes uma postura de maior vigilância sobre os recursos naturais renováveis. Diante dessa questão, o governo do estado optou pelo reflorestamento, com o intuito de desenvolver ações para estimular o plantio de espécies florestais das espécies nativas ou exóticas, para assegurar a sustentabilidade da cadeia produtiva da madeira no estado. Fatores importantes em relação a este novo empreendimento foram lançados, como a desburocratização do processo de extração e comercialização de madeiras (espécies nativas ou exóticas). Para esse feito, o governo do estado lança no cenário através de suas políticas de desenvolvimento sustentável o Decreto 15.933 e a Instrução Normativa 01 SEDAM / 2011. Esta medida possibilitou no ano de 2012, a liberação de 98.880 metros cubos de espécies nativas, com este volume liberado reaqueceu o setor de produção de lâminas para compensados. Através desta iniciativa, o governo abre as portas para as empresas do ramo reativarem suas atividades com modernização para o desdobro de madeira com elevados índices de aproveitamento (CARDOSO, 2013).
A expectativa em relação à silvicultura em Rondônia é promissora, a floresta plantada representa o futuro na geração de empregos e de renda dentro do estado, superando até mesmo as usinas do Rio Madeira que, no auge das construções, chegaram a empregar cerca de 35 mil operários, enquanto que o setor de florestas poderá gerar, seguramente, mais de 40 mil postos de trabalho diretos e indiretos nos próximos anos. Portanto o setor reaquece a economia do estado de forma produtiva e sustentável.
3- Análise dos resultados: mecanismos e práticas adotadas por uma empresa rural situada no município de Vilhena-RO no cultivo da silvicultura para fins comerciais
Vilhena é um município do estado de Rondônia. Sua população, de acordo com o IBGE/2012, é de 78.686 habitantes, sendo assim a quarta cidade mais populosa de Rondônia e a trigésima terceira mais populosa da Região Norte do Brasil. Esse município está entre os dez que concentram o PIB do estado, sendo que 11% da atividade econômica com participação no valor adicionado bruto estão na área da silvicultura e exploração florestal (SEPLAN, 2011).
No ano de 2009, o município teve uma participação significativa na geração do PIB do estado de 5,87%, obtendo a 3ª posição no ranking dos municípios responsáveis pela geração de renda na economia rondoniense. De acordo com dados apresentados no relatório de 2011 organizado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN, a renda per capita do município em (R$ 1,00) é de 17.001, valor esse referente aos anos de 2005 a 2009, nesses anos correspondentes, o município vem se mantendo na 3ª posição na participação do PIB do estado. Tendo participação ativa na economia do município de Vilhena, a Fazenda Londrina, adquirida no ano de 1987, com uma extensão inicial de cerca um mil hectares, atualmente é composta por dez mil hectares (equivalente a 167 módulos fiscais). Essa propriedade está localizada às margens da BR 364, distando 28 quilômetros do município de Vilhena.
Tendo em vista esses dados, a pesquisa busca explicar como foi o processo de adequação aos instrumentos legais voltados ao reflorestamento, ou seja, como a propriedade se adequou na área de silvicultura de forma sustentável e rentável. Incluem-se também explicações sobre as dificuldades enfrentadas pelos implementadores, como a falta de incentivo do governo do estado na aquisição da matéria prima da floresta, no que se refere à compra de mudas. No decorrer dessa análise, serão relacionados os resultados advindos da atividade de reflorestamento na Fazenda Londrina aos aspectos de desenvolvimento sustentável. Incêndios eram ocorrentes no mês de agosto de cada ano, às margens da BR 364, o que prejudicava totalmente a propriedade, em decorrência das queimadas, o solo foi se tornando cada vez mais contuso gerando prejuízos à propriedade. Cultivo de lavouras entre outros implementos agrícolas foram executados sem sucesso. No ano de 2005, o Engenheiro Florestal responsável apresentou uma nova alternativa de recuperação e faturamento ao grupo Irmãos Batista, responsável pela propriedade. Era uma alternativa de plantio de forma produtiva e sustentável. Para o início da plantação, foi utilizada uma área correspondente a dois mil hectares, subdivididos em duas espécies de árvores exóticas: Pinus e Eucalipto.
Nesse contexto, foram plantadas 400 mil mudas de Pinus e 200 mil de eucalipto, ambas para fins comerciais. As plantações foram executadas ano após ano até se chegar ao quarto ano, uma vez que se completava o reflorestamento, pois a meta de plantio era de dois milhões de árvores nesses respectivos anos. No ano de 2013, chegaram a ser três milhões de árvores plantadas, e para 2014, a produção irá aumentar, pois está em projeto uma nova aquisição de 1.000 hectares para plantação de novas florestas de Pinus e Eucalipto. Ainda em 2013, a Fazenda Londrina foi pioneira na exportação de Resina de Pinus para Holanda. A propriedade se enquadra ao “Programa Mais Ambiente”, de âmbito federal. A primeira colheita de eucalipto ocorreu cinco anos depois de seu plantio, e o Pinus para fins madeireiros pode ser extraído com dezoito anos de cultivo. No entanto, havia outro componente para fins de comercialização no município de Vilhena: a resina retirada do Pinus. Com esta se faz mais de cem tipos de subprodutos, como: cola, cremes, perfumes. Para a coleta da resina é feita a raspagem do fuste, sangramento, colocação de sacos de coleta e posterior colheita.
As árvores são monitoradas através de parcelas, ou seja, placas de monitoramento que são fixadasem cada bloco das florestas para estudo, com essas placas são obtidas informações sobre o crescimento anual de cada floresta. A espécie Pinus cresce por volta de 34 metros cúbicos por ano, e o Eucalipto cresce por volta de 60 metros cúbicos ao ano. O Pinus tem uma produção equivalente a 100 anos. Nesse período, a planta produz resina e posteriormente pode ser utilizada em fabricação de móveis. Um hectare de Pinus produz 3 mil quilos de resina por ano, o preço de mercado varia: atualmente o quilo equivale a R$ 2,00 (dois reais), o valor de mercado pode chegar até R$ 4,00 (quatro reais) o quilo. Segundo o engenheiro responsável, a produção de resina pode gerar uma receita de R$ 6.000,00 (seis mil reais) por hectares ao ano, ou seja, como uma floresta de cinco mil hectares o empresário terá uma rentabilidade de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) ao ano desse respectivo lote. Com uma visão econômica, antes do plantio, o hectare da propriedade não produzia esse equivalente. A prática do reflorestamento valorizou economicamente o empreendimento, além de promover a sustentabilidade na perspectiva ambiental. Nesse contexto, podem-se apresentar as visões de SACHS (1993) em relação ao aspecto econômico e ambiental.
A Fazenda adota a política de melhoramento das árvores de espécie denominada Eucalipto, pois há uma diferenciação entre as árvores, como observado durante a visita técnica (Junho de 2013). Percebe-se claramente a diferença entre um plantio e outro em relação ao diâmetro e à altura das árvores. A técnica de melhoramento é aplicada a cada ano através de observações da floresta, a cada ano as espécies vão se aprimorando às necessidades do setor madeireiro, gerando um faturamento mais elevado em circunstâncias da qualidade da madeira, sendo que as melhores árvores são destinadas à serraria. Outra forma de ampliação de qualidade são as árvores de clones, ou seja, as melhores árvores são clonadas para melhoramento da espécie, essas árvores são destinadas à madeireira. Entre 5 e 6 anos são desbastados os primeiros lotes de madeira, faz se uma seletiva: são retiradas as árvores finas e tortas. Com 10 anos, fazem-se novamente outro desbaste, mas com uma diferenciação: nesse período, após 10 anos, deixa-se 250 árvores, (para fins de serraria) que trará uma rentabilidade de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) por hectare para o proprietário. A floresta nativa dá em média 30 metros por hectare e a floresta plantada produz em média 800 metros de toras por hectares. Assim, o custo/benefício é bastante relevante em relação à floresta plantada, pois na floresta nativa tem-se que abrir estradas, fazer ponte, enquanto na floresta plantada essas questões já estão disponíveis. Preocupados com a questão ambiental, os gestores da fazenda adotam programas de conservação do solo, preservação das áreas de reserva legal e Áreas de Preservação Permanente -APP, proibição da caça e pesca na área do empreendimento, manejo integrado de pragas e doenças com aplicação controlada de defensivos florestais, e controle sistemático de incêndios florestais. Os tipos de proteção florestal podem variar com as condições locais.
Árvores frutíferas como um pé de amoreira foram plantadas juntamente com a floresta, com o intuito de atrair pássaros, abelhas, em fim recuperando sua fauna, que devido às queimadas não se via mais animais na região, e com a implantação desse fator a fauna se recuperou proporcionado à floresta uma vida ativa. Esse também é um dos aspectos da sustentabilidade ambiental. A fiscalização está presente no empreendimento. Fiscais da Secretaria do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, periodicamente visitam o empreendimento e fazem valer a legislação visada pelo Decreto 15.933 juntamente com a Instrução Normativa Nº 01 da SEDAM, que expõe seus objetivos de forma coerente através da legalização, para que posteriormente ocorra a formação da cadeia produtiva e viabilização da atividade comercial. Os proprietários da Fazenda Londrina também são sócios da Associação dos Plantadores e Consumidores de Florestas Plantadas – ARFLORA, a associação tem como objetivo central viabilizar as leis para o plantio e comercialização de floresta plantada em Rondônia, promovendo eventos que contribuam para a comercialização de toda cadeia produtiva.
No aspecto social do desenvolvimento, considera-se as palavras de Sachs (1993), pois o autor aborda a meta de se construir uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e bens. A Fazenda Londrina emprega 60 funcionários, sendo que 20 são fixos e 40 são terceirizados, gerando assim o desenvolvimento para região. Ainda segundo o autor, podem-se incluir os aspectos ambientais, econômicos e políticos do desenvolvimento gerado pela Fazenda Londrina, quando esta utiliza o meio ambiente para obter uma rentabilidade esperada, sem agredi-lo, obedecendo a suas políticas de desenvolvimento sustentável, as quais foram apresentadas aos implementadores através do programa de âmbito estadual chamado Programa Floresta Plantada. Esse programa orienta os seus participantes quanto ao manejo legal sustentável da floresta.
A questão social é bastante considerada na propriedade, pois a fazenda adota políticas voltadas para os funcionários, tais como: área de treinamento e segurança do trabalho. Os gestores da Fazenda periodicamente promovem treinamento com os funcionários, uma vez que para trabalhar com plantio de florestas necessita-se de pessoal especializado. Também existe o programa de segurança no trabalho, no qual é considerada a obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI. Quanto ao acompanhamento médico, a Fazenda obedece à legislação trabalhista. Os funcionários não recebem cesta básica, pois dentro da fazenda há um restaurante onde os mesmos recebem alimentação. O número de funcionários é distinto: em média, 20 funcionários fixos (no plantio e manutenção da floresta) e 40 funcionários terceirizados (na exploração de lenha e resinagem de pinus).
Os funcionários fixos residem, durante a semana, em alojamentos na fazenda, e no final de semana e nos feriados se deslocam para Vilhena-RO, onde possuem residência permanente. A idade média de cada funcionário varia entre vinte e quarenta anos, com nível de escolaridade equivalente ao Ensino Médio incompleto, tendo renda anual de R$ 14.000,00. Os aspectos sociais estão presentes nos estudos de Sachs relacionado à sustentabilidade, que visa a meta de construir uma civilização com maior igualdade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
As florestas plantadas são garantias de sucesso ao empreendedor que aposta na área da silvicultura como uma alternativa de ganho e ao mesmo tempo um exemplo de desenvolvimento sustentável. A Fazenda Londrina apresenta resultados positivos em relação ao grande investimento realizando, pois o pioneirismo na área da silvicultura trouxe informação, desenvolvimento e cultura para todo estado de Rondônia. Através do estudo de caso apresentado, pode-se reafirmar que o desenvolvimento traz consigo as preocupações da escassez dos recursos naturais fazendo-se parte do cotidiano dos seres humanos, pois lacunas estão sendo abertas e alternativas lançadas para suprir as necessidades que atingirão não somente o presente, mas principalmente as futuras gerações.
Considerações Finais
Um dos motivos para a realização da presente pesquisa foi a preocupação de apresentar meios que garantissem o desenvolvimento sustentável promovido através do Reflorestamento. Políticas públicas podem contribuir com benefícios através da regularização e titulação das terras para produção ativa de árvores entre outros cultivos. Com esse feito, a intenção é suprir a demanda (em relação ao setor madeireiro do estado), pois o mesmo não produz suficientemente madeira para empresas que a usam como matéria-prima, a exemplo das cerâmicas, termelétricas e no segmento da construção.
O estudo de caso apresentado analisou aspectos de desenvolvimento sustentávelem uma empresa rural que utiliza das políticas públicas voltadas ao reflorestamento, buscando relacionar suas práticas de gestão às dimensões de sustentabilidade preconizadas por Sachs (1993, 2002 e 2009).
Diante do exposto, verificou-se que as florestas plantadas são garantias de sucesso ao empreendedor que aposta na área da silvicultura como uma alternativa de ganho e ao mesmo tempo um exemplo de desenvolvimento sustentável. A Fazenda Londrina apresenta resultados positivos em relação ao grande investimento realizando, pois o pioneirismo na área da silvicultura trouxe informação, desenvolvimento e cultura para todo estado de Rondônia.
Referências
Agroflorestal, Donadoni Investimentos Florestais. [s.l.: s.n], 2013
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de mudanças da Agenda 21. José Carlos Barbieri. II Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
Brasil. Importância das Florestas Plantadas para o Brasil. Disponível em: <www.abraflor.org.br>. Acessado em 28/04/2013
CARDOSO, Edgard Menezes. Palestra sobre O setor florestal em Rondônia – Situação atual e Tendências, Guajará-Mirim, Maio de 2013.
FREITAS, Marcílio de; SILVA, Marilene Corrêa da; BARROS, Marcus. Diálogos com a Amazônia. Manaus, Ed Valer 2010. 
MENDES, Jefferson B. Relatório, Incentivos e Mecanismos Financeiros para o Manejo Florestal Sustentável na Região Sul do Brasil. [s.n.], Curitiba, 06 de Fevereiro de 2004.
Paraná. Resumo Público, IMM 01/01 TB – rev. 0, Plano de Manejo Florestal em Regime Sustentável, Indústria de Madeira Manoa Ltda. [s.n.], Curitiba PR. 2002.
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TEIXEIRA, Celso Elenaldo. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na Transformação da Realidade. [s.n.] AATR- BA. 2002.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável: Pensando sobre o Desenvolvimento na Era do Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Ed: Garamond Ltda. 2011.
SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: instrumentos, esfera de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2011.
VEIGA, José da Eli da. Meio Ambiente & Desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Ed: SENAC, 2006.
_______. José da Eli da. Desenvolvimento Sustentável: O desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.
_______. José da Eli da. in Rosa, Tereza da Silva. Economia socioambiental. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2009.

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