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UNICAMP - Graduac¸a˜o Aula 2 Fenoˆmenos de Transporte I - Prof. Dr. S.S.V. Vianna Engenharia Qu´ımica Nome : Fevereiro 2018 RA: Aula 2 28/02/18 1 Introduc¸a˜o Para que o escoamento de fluidos seja descrito de forma apropriada e´ preciso lidar com quantidades de complexidade distinta. Algumas quantidades sa˜o definidas por apenas um componente e sa˜o chamadas de escalares. Outras quantidades necessitam de treˆs componentes e sa˜o denominadas vetores. Algumas outras entidades necessitam de pelo menos 9 componentes, tais como os tensores, para que o fenoˆmeno seja completamente descrito. 2 Escalares e vetores O escalar e´ uma quantidade que e´ completamente descrita por apenas a sua magnitude. Tal quan- tidade e´ independente do sistema de coordenada. Como exemplo de escalares tem-se a temperatura e a densidade de um fluido. O vetor, todavia, conte´m uma magnitude e direc¸a˜o e pode ser completamente descrito pelos seus componentes atrave´s de treˆs eixos de coordenadas especificados. Pode-se tomar um sistema de coordenadas Cartesianas com treˆs eixos (1,2 e 3) conforme apresentado na Figura 1 em que as coordenadas x1, x2 e x3, com seus respectivos vetores unita´rios e1, e2 e e3 e os respectivos eixos perpendiculares, podem ser identificados. Cabe ainda mencionar, que os vetores unita´rios tambe´m sa˜o comumente documentados como sendo i,j e k. Dessa forma o vetor posic¸a˜o num sistema de coordenadas Cartesianas pode ser escrito como sendo: x = x1e1 + x2e2 + x3e3 em que x1,x2, e x3, sa˜o os componentes do vetor x ao longo da direc¸a˜o das respectivas coorde- nadas. Os componentes do vetor tambe´m podem ser representados por um ı´ndice que leva os treˆs valores 1, 2 e 3. Como exemplo, os componentes podem ser escritos como xi em que i = 1, 2, 3. x = x1x2 x3 A transposta da matriz e´ definida como sendo; xT = ( x1 x2 x3 ) Engenharia Qu´ımica Aula 2 - Page 2 of 6 28/02/18 Figure 1: Rotac¸a˜o do sistema de coordenadas Figure 2: Rotac¸a˜o do sistema de coordenadas em duas dimenso˜es Engenharia Qu´ımica Aula 2 - Page 3 of 6 28/02/18 2.1 Rotac¸a˜o dos eixos: Definic¸a˜o formal de um vetor O vetor pode ainda ser formalmente definido como sendo uma quantidade em que os seus compo- nentes mudam de forma similar aos componentes de um vetor posic¸a˜o sujeito a rotac¸a˜o do sistema de coordenadas, conforme apresentada na Figura 1. Considere x1, x2 e x3 como sendo os eixos originais do sistema de coordenadas e x ′ 1, x ′ 2 e x ′ 3 como os eixos do sistema rotacionado por um aˆngulo θ. Definindo-se o coseno do aˆngulo entre o eixo i do antigo sistema de coordenadas e j do novo sistema de coordenadas como Cij a seguinte relac¸a˜o pode ser escrita para o novo sistema de coor- denadas. x′1 = x1C1,j + x2C2,j + x3C3,j = 3∑ i=1 xiCi,j Similarmente tem-se x1 = x ′ 1Ci,1 + x ′ 2Ci,2 + x ′ 3Ci,3 = 3∑ j=1 xiCi,j 3 Tensor de segunda ordem No estudo de mecaˆnica dos fluidos, os escalares e vetores na˜o sa˜o suficientes para a completa descric¸a˜o do escoamento. De fato, entidades f´ısicas como as tenso˜es ocorrem em fluidos e podem ser compreendidas como forc¸a˜ por unidade de a´rea. Nesse sentido, definindo-se T como tensa˜o tem-se algo como T = f/A, em que f e´ uma forc¸a e A e´ uma a´rea. Sendo f e A vetores, a quantidade T na˜o esta´ definida. Necessita-se de uma entidade em que duas direc¸o˜es esta˜o associadas. Uma relativa a a´rea e outra relativa a forc¸a. De fato, faz-se necessa´rio a especificac¸a˜o de 9 componentes para que T seja especificada em um sistema de refereˆncia, correspondendo as 9 combinac¸o˜es dos dois vetores base. Ale´m disso, a exemplo do que foi discutido com os vetores, essa quantidade deve mudar apropri- adamente quando o sistema de refereˆncia for modificado. Dessa forma, os respectivos componentes devem mudar adequadamente. Assim, a tensa˜o em um ponto e´ completamente especificada por 9 componentes τij que pode ser escrito na forma matricial da seguinte maneira: τ = τ11 τ12 τ13τ21 τ22 τ23 τ31 τ32 τ33 A especificac¸a˜o dos 9 componentes anteriores de uma tensa˜o em uma superf´ıcie paralela ao eixo de coordenadas determina o estado de tensa˜o em um ponto, uma vez que a tensa˜o em qualquer plano arbitra´rio pode ser determinada. Para tal, basta rotacionar o sistema de coordenadas a exemplo do que foi feito quando definiu-se os vetores. A Figura 3 ilustra as tenso˜es normais e de cisalhamento nas faces de um cubo hipote´tico. Engenharia Qu´ımica Aula 2 - Page 4 of 6 28/02/18 Figure 3: Campo de tenso˜es num ponto. Componentes normais e de cisalhamento 4 Delta de Kronecker O delta de Kronecker e´ definido como δij = 1 se i = j e como δij = 0 se i 6= j. Na forma matricial tem-se δ = 1 0 00 1 0 0 0 1 Um exemplo de aplicac¸a˜o do delta de Kronecker a´ apresentado a seguir na representac¸a˜o do componente de um vetor. De fato, para um ı´ndice que se repete, o operador substitui o ı´ndice pelo ı´ndice do delta de Kronecker. δijaj = δi,1a1 + δi,2a2 + δi,3a3 = ai Uma outra notac¸a˜o que tem devida importaˆncia, principalmente para o estudo da taxa de tensa˜o de deformac¸a˜o e rotac¸a˜o, e´ o s´ımbolo �i,j,k definido como sendo: �i,j,k = 0 se qualquer i, j, k sa˜o similares 1 se i, j, k=123,231 ou 321 (ordem c´ıclica) −1 se i, j, k=321,213 ou 132 (ordem ant-c´ıclica) Dado o vetor ω e o tensor anti-sime´trico Ω a seguir ω = ∣∣∣∣∣∣ ω1 ω2 ω3 ∣∣∣∣∣∣ Engenharia Qu´ımica Aula 2 - Page 5 of 6 28/02/18 Ω = ∣∣∣∣∣∣ 0 ω3 − ω2 −ω3 0 ω1 ω2 − ω1 0 ∣∣∣∣∣∣ tem-se que: Ωi,j = �i,j,kωk 5 Produto escalar O produto escalar de dois vetores u e v e´ definido como um escalar da seguinte forma; u · v = v · u = u1v1 + u2v2 + u3v3 = uivi Visto que u · v = uvcos(θ), em que θ, e´ o aˆngulo formado entre os dois vetores, e u e v sa˜o as magnitudes dos vetores u e v, o produto escalar e´ a magnitude de um vetor vezes o componente do outro vetor na direc¸a˜o do primeiro. Cabe ainda mencionar que o produto escalar u · v e´ a soma dos termos da diagonal do tensor uivi . 6 Produto vetorial O produto vetorial entre dois vetores u e v e´ definido como um vetor w de magnitude u v sen(θ) em que θ e´ o aˆngulo formado entre os vetores e cuja direc¸a˜o e´ perpendicular e segue a regra da ma˜o direita. O produto vetorial pode ser escrito a partir do determinante da matriz abaixo: u× v = ∣∣∣∣∣∣ e1 e2 e3 u1 u2 u3 v1 v2 v3 ∣∣∣∣∣∣ 7 Operador ∇: Gradiente, divergente e rotacional O vetor operador nabla e´ definido como: ∇ = ∂ ∂x e1 + ∂ ∂y e2 + ∂ ∂z e3 Quando aplicado a um escalar φ (func¸a˜o da posic¸a˜o) gera o vetor; ∇φ = ei ∂φ ∂xi O vetor ∇φ e´ chamado o gradiente de φ O divergente do vetor u e´ definido como sendo: ∇ · u ≡ ∂ui ∂xi = ∂u1 ∂x1 + ∂u2 ∂x2 + ∂u3 ∂x3 Ainda podemos generalizar e definir o divergente de um tensor de segunda ordem como um vetor em que o componente i e´ definido como: Engenharia Qu´ımica Aula 2 - Page 6 of 6 28/02/18 (∇ · τ)i = ∂τij ∂xj Ana´lise da operac¸a˜o do divergente evidencia que essa operac¸a˜o reduz a ordem do tensor de uma unidade. Por outro lado, o gradiente aumenta a ordem do tensor de uma unidade. O rotacional do campo vetorial u e´ definido como ∇× u e pode ser escrito como; ∇× u = ( ∂ui ∂xj − ∂uj ∂xi ) com os treˆs componentes ( ∂u3 ∂x2 − ∂u2 ∂x3 ) ( ∂u1 ∂x3 − ∂u3 ∂x1 ) ( ∂u2 ∂x1 − ∂u1 ∂x2 ) Um campo vetorial e´ dito solenoidal se ∇ · u = 0 e irrotacional se ∇× u = 0 8 Leitura adicional • Kundu P.K. e Cohen I.M Fluid Mechanics, 4th Ed. Academic Press, 2008. Cap 2. • R. Aris Vectors, Tensors and the basic equations of fluid mechanics. 1 ed. Dover 1989. Cap 2. Introdução Escalares e vetores Rotação dos eixos: Definição formal de um vetorTensor de segunda ordem Delta de Kronecker Produto escalar Produto vetorial Operador : Gradiente, divergente e rotacional Leitura adicional
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