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CAR - Cadastro Ambiental Rural SANTA MARIA - RS 2017 Universidade Federal de Santa Maria – UFSM Centro de Ciências Rurais – CCR Departamento de Engenharia Rural - DER UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO • 1.1 - Introdução ao Cadastro Ambiental Rural • 1.2 - Aspectos legais que definem a política ambiental brasileira • 1.3 - Órgãos responsáveis pela política ambiental brasileira • 1.4 – Análise da Lei nº12.727 e Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012 1.1 - Introdução ao Cadastro Ambiental Rural • O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi instituído pela lei 12.651/2012, em seu art. 29, e regulamentado pelo Decreto 7.830/2012 (semelhante leitura, em seu art. 2º) e pela Instrução Normativa 002/2014 do Ministério do Meio Ambiente. • Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. • O Cadastro Ambiental Rural – CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação: • das Áreas de Preservação Permanente – APP, • das áreas de Reserva Legal - RL, • das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, • das Áreas de Uso Restrito (pantanais e planícies pantaneiras) e • das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Lei nº 12.651, de 2012 , no Art. 3º: • II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; • III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa; ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Preservar Proteger o solo Assegurar o bem-estar RESERVA LEGAL Promover a conservação Auxiliar Reabilitar Assegurar o uso econômico, passível de exploração (MF) Preservação ambiental: Proteção da natureza independentemente de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem como o causador da quebra deste “equilíbrio” ou simplesmente “Manter intacto”. • Conservação ambiental: Uso apropriado do meio ambiente, dentro dos limites capazes de manter sua qualidade e seu equilíbrio, em níveis aceitáveis. • IV - área de remanescente de vegetação nativa - área com vegetação nativa em estágio primário ou secundário avançado de regeneração; No Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, Art. 2o , entende-se por: das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. • IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; (Lei nº 12.651, de 2012 , no Art. 3º). • V - pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006; POSSUIDOR X PROPRIETÁRIO https://nataliafoliveira.jusbrasil.com.br/artigos/433685165/qual-a- diferenca-entre-posse-e-propriedade POSSUIDOR X PROPRIETÁRIO https://nataliafoliveira.jusbrasil.com.br/artigos/433685165/qual-a-diferenca-entre-posse-e-propriedade Benefícios do CAR: • Além de possibilitar o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, a inscrição no CAR, acompanhada de compromisso de regularização ambiental quando for o caso, é pré- requisito para acesso à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios previstos nos Programas de Regularização Ambiental – PRA e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente, ambos definidos pela Lei 12.651/12. Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2017. Situação Atual (jul./2017) O Serviço Florestal Brasileiro disponibiliza regularmente documentos com informações sobre o andamento desta política, com um panorama da situação nacional. • O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi instituído pela lei 12.651/2012, em seu art. 29, e regulamentado pelo Decreto 7.830/2012 (semelhante leitura, em seu art. 2º) e pela Instrução Normativa 002/2014 do Ministério do Meio Ambiente. • Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. • Fonte: FAEP, 2014. O cadastro rural só pode ser feito pelo computador. O procedimento deve ser feito no site do SiCAR. Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2017. Decreto n. 7830/2012: Art. 4o Os entes federativos que já disponham de sistema para o cadastramento de imóveis rurais deverão integrar sua base de dados ao SICAR, nos termos do inciso VIII do caput do art. 8o e do inciso VIII do caput do art. 9º da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Com o objetivo de facilitar o trabalhos dos profissionais que atuam na área, fazendo esses levantamentos, foi criado no Sistema CR Campeiro 7, rotinas de cadastro e de mapeamentos de acordo com as exigências estabelecidas no Decreto n. 7830/2012. Artigo 3º, § 3º: Os orgãos competentes poderão desenvolver módulos complementares para atender peculiariedades locais que sejam compatíveis com o SICAR e observem os Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico – e-ping, em linguagem e mecanismos de gestão de dados. CR Campeiro 7 Assim sugere-se que a inscrição de um Imóvel no CAR bem como o envio de arquivos georreferenciados possa também ser efetuada por “web services” de acordo com protocolos definidos pelo SICAR. Esse mecanismo de transmissão de dados resultaria em maior agilidade no processo de implantação do CAR, e permitiria que os profissionais assistentes dos produtores rurais tenham melhores condições de executar os trabalhos técnicos. O mesmo serve ao profissional executar previamente os levantamentos e manter em um banco de dados particular todas as informações de seus clientes produtores que serão prestadas e repassadas para esses orgões gestores do CAR. Cadastro de Imóveis - Informações básicas de identificação e de localização do imóvel. - Quadro de áreas Cadastro de Áreas do CAR - Áreas consolidadas - Interesse Social - Preservação Permanente - Reserva Legal - Utilização Restrita - Utilidade Pública Indexação de arquivos de levantamentos georreferenciados no BD. - Arquivos gerados em imagens - Arquivos de GPS Formatos: TXT SHP Visualização integrada de todos os elementos ambientais no imóvel Geração da Planta/Croqui Vetorização de áreas de vegetação, reserva legal,etc, e cálculo de áreas de preservação permanente ao longo de rios Exemplo de Imagem do RapidEye, que será usada no CAR – Resolução de 5 metros CENÁRIOS DE INCERTEZA O novo Código Florestal enfrenta quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIN´s), encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que questionam 58 artigos da Lei nº 12.651/2102, de um total de 84 : A PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA (PGR), em 21 de janeiro de 2013, propôs 3 (três) ações (ADI’s 4.901/DF; 4.902/DF e 4.903/DF). A última ADI 4.937/DF, por sua vez, foi ajuizada, em 04 de abril de 2013, pelo PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL). Todas tendo por fundamento, basicamente, a violação a princípio da vedação do retrocesso em matéria de direitos fundamentais. Partes que podem ajuizar uma ADIN: • Presidente da República; • Mesa do Senado Federal; • Mesa da Câmara dos Deputados; • Mesa da Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal • Governador de Estado ou do Distrito Federal; • Procurador-Geral da República; • Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; • Partido político com representação no Congresso Nacional; • Confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional. • ADI 4.901 trata do questionamento de dispositivos relacionados à reserva florestal legal (plantio de exóticas, compensação sem identidade ecossistêmica, consolidação de áreas desmatadas antes da modificação dos percentuais); • ADI 4.902 enfrenta assuntos relacionados à recuperação de áreas desmatadas, anistia de multas e outras medidas de desestímulo à recomposição; • ADI 4.903 trata de matéria relativa às hipóteses de intervenção em áreas de preservação permanente (APP) e questiona o enquadramento de novas situações nas hipóteses de utilidade pública e interesse social como autorizadoras dessa intervenção (tais como as atividades recreativas, gestão de resíduos – aterros -, aquicultura, manguezais e restingas, comprometidos em suas funções ecossistêmicas, para implantação de projetos habitacionais); • ADI 4.937, questiona a instituição das Cotas de Reserva Ambiental e a servidão florestal, como instrumentos de especulação imobiliária, as novas situações autorizadoras da intervenção em APP e a anistia das multas e sanções penais. Audiência Pública (http://www.codigoflorestal.com/2016/03/para-fux-julgamento-do-codigo-florestal.html) • O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou para dia 18 de abril de 2016, audiência pública para discutir questões relativas ao novo Código Florestal. • Segundo o ministro, o assunto é complexo e multidisciplinar e portanto a apreciação das ações não pode se restringir à abordagem estritamente jurídica. Daí a convocação da audiência, onde especialistas teriam 10 minutos para dar sua contribuição acerca de questões técnicas referentes ao Novo Código Florestal, como a aplicação da legislação florestal em áreas rurais e urbanas e suas consequências econômicas e ambientais. Audiência Pública (http://www.codigoflorestal.com/2016/03/para-fux-julgamento-do-codigo- florestal.html) • Entidades estatais envolvidas com a matéria, pessoas e representantes da sociedade civil com experiência e autoridade científica poderiam manifestar seu interesse em participar, indicando expositores até às 20:00 do dia 28 de março de 2016. • Os requerimentos de participação forma encaminhados EXCLUSIVAMENTE para o endereço de e-mail novocodigoflorestal@stf.jus.br até o referido prazo. No site do STF encontram-se várias informações sobre a Audiência Pública realizada no dia 18.04.16, pelo Ministro Luiz Fux, sobre o Código Florestal e as ADIN’s relacionadas ao mesmo. Veja no www.stf.jus.br , coloque no campo de busca “Código Florestal” • Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux : “O julgamento é bastante difícil, bastante complexo, e foi facilitado pelas informações trazidas na audiência”, afirmou. “[A lei] está valendo e tem sido aplicada, mas também tem havido muito descumprimento sob a invocação de sua inconstitucionalidade, ainda em grau inferior. Então, é chegado o momento de o Supremo pronunciar a última palavra sobre se esse Código é constitucional ou inconstitucional para transmitir segurança jurídica para sociedade”, completou. • O ministro disse que o STF cumprirá os ritos das ações: “Marcaremos uma pauta de urgência dentro de dois meses, ainda neste semestre, para julgar a causa”. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA • CARVALHO, Edson Ferreira. Curso de direito florestal brasileiro: sistematizado e esquematizado. Curitiba: Juruá, 2013. 936p. • FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná. Cadastro ambiental rural : orientações sobre o car. Ano I, 2014. Disponível em: < HTTP://WWW.SISTEMAFAEP.ORG.BR/WP-CONTENT/UPLOADS/2015/04/CADASTRO-AMBIENTAL-RURAL.PDF>. Acesso em 17 de agosto de 2015. • FAMATO. Núcleo Técnico e pelo Núcleo de Comunicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso. Código Florestal - Passo a Passo. Cuiabá, 15 de fevereiro de 2013. Disponível em: <HTTP://SISTEMAFAMATO.ORG.BR/SITE/ARQUIVOS/13032013093046.PDF>. Acesso em 23 de agosto de 2016. • • JAGUSZEWSKI, Elon Davi; GOTUZZO, Cristiano Costalunga; CONDORELLI, Eduardo de Mércio Figueira. Capacitação em cadastro ambiental rural: manual do treinando. 3.ed. Porto Alegre: SENAR/AR-RS, 2014. 70p. • MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. MMA em números: Cadastro Ambiental Rural. Disponível em: <HTTP://WWW.FLORESTAL.GOV.BR/CADASTRO-AMBIENTAL-RURAL/NUMEROS-DO-CADASTRO-AMBIENTAL-RURAL>. Acesso em 15 de agosto de 2017. • PETERS, Edson Luiz. Cadastro Ambiental Rural – CAR & Programa de Regularização Ambiental. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2014. 184 p. • RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013. 677p. • TRABALHO 01 • (manuscrito e individual) • Entrega: 16/08/2017 Opinião sobre o CAR: • TRABALHO 02 • (manuscrito e individual) • Entrega: 23/08/2017 Na sua opinião técnica e científica, as ADIN’s citadas anteriormente, podem declarar que a Lei Federal nº 12.651/2012 ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contraria a constituição federal?
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