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WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 1 de 7 MERETÍSSIMO JUIZO FEDERAL DA ____ VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO/RJ (Espaço de 10 linhas) TÍCIO, nacionalidade, estado civil, auxiliar administrativo, portador do CPF nº, da CI nº, órgão expedidor/UF, da CTPS nº, série, e do PIS nº, com endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua, nº, no bairro, CEP, São Gonçalo/RJ, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seu procurador devidamente constituído (procuração anexa), este com endereço profissional na rua, nº, no bairro, CEP, cidade, estado, com endereço eletrônico, onde recebe intimações, ajuizar R EC L AM AÇ ÃO TR A BA L H I S TA pelo RITO ORDINÁRIO nos termos do art. 840, da CLT, c/c art. 319, do CPC/15 em face de ALFA LTDA, empresa inscrita no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, com sede comercial na rua, nº, no bairro, CEP, Rio de Janeiro/RJ, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir: I. DOS DADOS CONTRATUAIS O Autor foi contratado pela empresa Ré em 04/01/2016, para trabalhar na filial localizada no município do Rio de Janeiro/RJ na função de auxiliar administrativo, mediante remuneração mensal no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Em 26/01/2017 teve o seu contrato de trabalho extinto, imotivadamente, por iniciativa da Ré, sem prévio aviso. WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 2 de 7 II. DAS FÉRIAS SIMPLES E PROPORCIONAIS Os artigos 7º, XVII, da CR/88 e 134 da CLT dispõem que as férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregador tiver adquirido o direito, acrescidas do terço constitucional. Na mesma esteira, o artigo 146, parágrafo único, CLT, dispõe que, na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130 do mesmo diploma legal, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. No caso em questão, o Autor laborou durante todo o contrato de trabalho sem nunca ter gozado férias. Tampouco, quando da extinção contratual, recebeu as férias proporcionais. Assim sendo, tendo em vista que o contrato de trabalho foi rompido durante o período concessivo, faz jus, o Autor às férias do período 2016/2017, de forma simples e, em relação às proporcionais, no importe de 2/12 (dois doze avos), todas acrescidas do terço constitucional. III. DO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO O artigo 487, inciso II da CLT, determina que, nas hipóteses de dispensa imotivada (sem justo motivo), não havendo prazo estipulado, a parte que quiser rescindir o contrato de trabalho, deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias, aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. Neste mesmo sentido, a Lei 12.506/11, artigo 1º, parágrafo único, determina que o aviso prévio será proporcional ao tempo de serviço, devendo ser acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 3 de 7 Importante esclarecer que o referido período do aviso prévio, ainda que indenizado, nos termos da OJ nº 82 da SDI-I do TST deve integrar o contrato de trabalho para todos os fins, incluindo o cálculo das demais verbas rescisórias, tendo em vista a projeção da extinção contratual para 28/02/2017. No caso em questão, muito embora já contasse com um ano completo de serviço prestado à empresa Ré, quando da extinção contratual o Autor não recebeu a referida parcela. Assim sendo, frente o acima exposto, faz jus, o Autor, a 33 (trinta e três) dias de aviso prévio. IV. DO SALDO DE SALÁRIO Nos termos do artigo 457 da CLT, compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. No caso em questão, o autor não recebeu o saldo de salário devido em decorrência da extinção contratual. Assim sendo, faz jus, o Autor, a 28 (vinte e oito) dias a título de saldo de salário. V. DA GRATIFICAÇÃO NATALINA PROPORCIONAL O artigo 7º, VIII, da CRFB dispõe que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o recebimento de décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. Neste mesmo sentido, a Lei 4.090/62, caput, §§1º e 2º, dispõem que a gratificação natalina (décimo terceiro salário) será pago na proporção de 1/12 (um doze avos) para cada mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho. No caso em questão, quando da extinção contratual, o Autor não recebeu a gratificação natalina proporcional do ano de 2017. WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 4 de 7 Assim sendo, faz jus, o Autor, ao recebimento de 2/12 (dois doze avos) de gratificação natalina proporcional. VI. DA INDENIZAÇÃO DE 40% SOBRE O FGTS A Lei que regulamenta o FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei 8.036/90, em seu artigo 18, §1º, dispõe que na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. No caso em questão, o Autor foi dispensado sem que o empregador fizesse o recolhimento da indenização de 40% sobre o FGTS. Assim sendo, faz jus, o Autor, ao recolhimento da indenização de 40% sobre o FGTS. VII. DA LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA SAQUE DO FGTS A Lei que regulamenta o FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei 8.036/90, em seu artigo 20, I, dispõe que a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando da despedida sem justa causa. Para tanto, imperioso se faz a expedição de guias TRCT, código 01, bem como chave de conectividade, o que não foi feito pela empresa Ré. Assim sendo, faz jus, o Autor, à liberação das guias TRCT, código 01, e chave de conectividade, garantida a integralidade dos depósitos. Ressalta-se, aqui, que, muito embora a Lei 13.467/17, ao alterar o artigo 477 da CLT, tenha dispensado o empregador da emissão das guias em questão, tendo em vista a existência do e-Social, este programa ainda não está em pleno funcionamento, motivo pelo qual imperioso se faz a liberação das guias, sob pena de lesão a direito do empregado. WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 5 de 7 VIII. DA LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA O SEGURO-DESEMPREGO A Lei nº 7.998/90, a qual regulamenta o Seguro-Desemprego, dispõe, em seu artigo 3º, I, que terá direito a este benefício o trabalhador dispensado sem justa causa (cuja concessão estará sujeitaà verificação dos requisitos específicos pela autoridade administrativa) No caso em questão, a empresa Ré não liberou as guias do seguro- desemprego para o Autor. Assim sendo, faz jus, o Autor, à liberação das guias do seguro- desemprego, para habilitar-se no referido programa, sob pena de indenização substitutiva, caso o Autor não receba por culpa da Ré. Ressalta-se, aqui, que, muito embora a Lei 13.467/17, ao alterar o artigo 477 da CLT, tenha dispensado o empregador da emissão das guias em questão, tendo em vista a existência do e-Social, este programa ainda não está em pleno funcionamento, motivo pelo qual imperioso se faz a liberação das guias, sob pena de lesão a direito do empregado. IX. DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT O Artigo 477, §§ 6º e 8º, da CLT (alterado pela Reforma Trabalhista), dispõe que a entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato e que a inobservância deste prazo sujeitará o infrator à multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário. No caso em questão, a empresa Ré não respeitou o prazo supracitado, sendo certo que, até a presente data, o Autor nada recebeu a título de verbas resilitórias. Tem-se, pois, que o autor faz jus à percepção da multa de que trata o artigo 477 da CLT, no importe de um salário. WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 6 de 7 X. DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT O Artigo 467 da CLT dispõe que, em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. No caso em questão, entende-se que TODAS as parcelas resilitórias são incontroversas, uma vez que não pairam dúvidas acerca da modalidade de extinção contratual. Assim sendo, caso as verbas resilitórias não sejam pagas até a primeira assentada, faz jus, o Autor, ao recebimento da multa de que trata o artigo 467 da CLT, no importe de 50% sobre a totalidade destas verbas. XI. DOS PEDIDOS Requer seja citada empresa Ré para que compareça à audiência inaugural a ser designada por este D. Juízo e para que, querendo apresente contestação, sob pena de revelia e confissão. Frente ao exposto, em final sentença, requer sejam julgados procedentes os seguintes pedidos: a. Férias do período 2016/2017, de forma simples, estas acrescidas do terço constitucional – R$...; b. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço (33 dias) – R$...; c. Saldo de salário (28 dias) – R$...; d. Gratificação natalina proporcional (2/12) – R$...; e. Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional (2/12) – R$...; f. Indenização de 40% sobre o FGTS – R$...; g. Liberação das guias para saque do FGTS (garantida a integralidade dos depósitos) – Não aferível economicamente; WEB AULA 02 – DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 – 2018.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – PROFESSORA GRAZIELA NASCIMENTO BARREIRA Página 7 de 7 h. Liberação das guias para a habilitação no seguro desemprego (sob pena de indenização substitutiva, caso o Autor não receba por culpa da empresa Ré) – Não aferível economicamente; i. Multa de que trata o artigo 477 da CLT, no importe de um salário – R$...; j. Caso as verbas resilitórias não sejam pagas até a primeira assentada, faz jus, o Autor, ao recebimento da multa de que trata o artigo 467 da CLT, no importe de 50% sobre a totalidade destas verbas – R$...; Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente a documental, testemunhal e pericial, além de depoimento pessoal de Representante Legal da empresa Ré, sob pena de confissão quanto à matéria de fato, nos termos do 385, §1º, c/c art. 369, ambos do CPC/15. Requer seja condenada a empresa Ré ao pagamento das custas processuais e honorário advocatícios (art. 791-A, incluído pela Reforma Trabalhista) no importe de 15% (quinze por cento). Dá à causa valor líquido correspondente à soma dos pedidos, superior a 40 (quarenta) salários mínimos Local, data... ADVOGADO OAB...
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