Curso Sociologia

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Curso de Extensão
O ENSINO DA SOCIOLOGIA PARA PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
Contribuindo para a formação continuada dos professores de Sociologia do ensino médio do Rio Grande do Sul
“Portfólios Educacionais – Ensino de Sociologia, v. 7”.
Por que estudar Sociologia no Ensino Médio?
		
A ciência da Sociedade
Severo, Danielli Brondani. 
Instituto Estadual de Educação Deputado Ruy Ramos
Polo de São Sepé
TEMATICA DE ESTUDO: Contextualização, problematização e justificativa.
		A Sociologia, sendo uma ciência da sociedade, tem como principal objetivo levar o aluno a pensar, criticar e debater. Partindo desse marco, resolve-se problematizar porque algumas disciplinas que são consideradas “ciência” são vistas como mais “importantes” que outras? 
		A Sociologia em si é uma ciência, mas será que somente uma ciência? É partindo desse aspecto é que o aluno desenvolve a sua capacidade de argumentação e criticidade diante de uma indagação. Pois, é este o objetivo da Sociologia, não apenas explicar e fazer-se entender, mas sim, despertar no aluno a sua visão de mundo e visão crítica das coisas que nos cercam.
	É fundamental que o aluno interprete, compreenda e questione as questões sociais, partindo da
importância da Sociologia no desenvolvimento do seu conhecimento. É fundamental desenvolver a criticidade e o pensamento autônomo em relação à aprendizagem da Sociologia na escola e tal importância que ela nos favorece e agrega o conhecimento. 
Sabe-se que a Sociologia além de ser uma disciplina muito importante no currículo escolar é também um elo de comunicação entre as outras disciplinas por se tratar das questões da sociedade. É por isso, que a sua ausência ou exclusão implica em tornar um currículo mais precário e reprodutivo em termos de conteúdos.
PERSPECTIVA TEÓRICA escolhida/sugerida
Este trabalho teve como principal questionamento entender e discutir o ensino aprendizagem da 
Sociologia no Ensino Médio, visto que, muitos dos alunos e até mesmo parte de alguns docentes terem em mente a Sociologia apenas como um complemento na formação educacional do estudante, não entendendo seu caráter científico e a tamanha importância para a formação de alunos pensantes e críticos diante da realidade e da sociedade.
Foucault criticou intensamente as relações de poder entre as ciências, gerando assim poder de 
conhecimento e importância entre elas. Foucault vê no poder um problema que está presente em toda a nossa sociedade, a começar pela nossa própria organização educacional, percebendo no seu tempo as dificuldades que os componentes curriculares têm de se unirem, se integrarem formando um elo comunicativo. Porém, percebe-se que a disputa pelo saber já é cultural.
Segundo Bourdieu, autor que iniciou a visão crítica da escola julgou o “jogo da reprodução” de 
valores e saberes gerando questionamentos sobre as teorias, sobre a fragmentação e domínio de algumas ciências no currículo da escola.
É importante que se faça uma reflexão acerca da organização e estrutura curricular da escola
para que não permeie a dificuldade da interdicisplinaridade e deixar de ter a visão de poder sobre as ciências. 
	De acordo com Comte (1973), mais conhecido como “Pai da Sociologia”, caracterizou as 
condições que diferenciava essa ciência, a Sociologia, das demais, fez com que as pessoas tivessem diferentes pontos de vista em relação a um mesmo aspecto social. A Sociologia nasceu da própria sociedade, não podendo elas estar isoladas, fora de um contexto social, político, econômico ou cultural.
		No Brasil, a Sociologia foi destacada por Freire, sociólogo brasileiro, que salientou as particularidades dessa ciência e fez perceber o quão útil esta ciência seria se o homem a entendesse melhor e colocasse a Sociologia em prática para melhor conviver e entender as ações dos seres humanos. Como dizia Fernandes (1980):
“ ...Afirmo que iniciei minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade”. (FERNANDES,1980)
		A partir desse pensamento é que se pode ter uma ideia que sem o ensino-aprendizagem da Sociologia, o homem não teria uma visão ampla do mundo e/ou comunidade da qual está inserido. A Sociologia como ciência traz um conjunto de conhecimentos sistematizados e práticos dentro do contexto social, por isso, o seu entendimento não é apenas relevante, mas sim, essencial no currículo escolar.
PRÁTICA PEDAGÓGICA
Partindo do contexto escolar do Instituto Estadual de Educação Deputado Ruy Ramos, 
localizado na periferia da cidade de Rosário do Sul, onde muitos de seus agentes têm dificuldade de 
entender a importância e relevância da Sociologia na grade curricular das escolas é que surgiu a necessidade de analisar, questionar e entender o que é o ensino e aprendizagem dessa disciplina indispensável para a formação do aluno bem como a melhor integração desta, como elo entre as outras disciplinas, facilitando a interdisciplinaridade. A atividade foi realizada em duas aulas consecutivas, em uma turma de 1º ano do Curso Normal.
		Primeiramente foi proposto um debate em sala de aula com a seguinte pergunta: Por que estudar 
Sociologia? Os alunos deram suas opiniões e expuseram seus pensamentos sem que o professor intervisse, com o objetivo de coletar as respostas dos alunos para que assim, se pudesse avaliar o entendimento geral deles. 
		
		Analisando e debatendo em aula sobre o ensino-aprendizagem da Sociologia na escola, pôde-se perceber que a grande maioria dos alunos ainda não alcançou o entendimento da importância da Sociologia no currículo escolar do Ensino Médio, o porquê estudar Sociologia e quais os benefícios que essa disciplina trás para o aprendizado. Também foi percebido que eles não sabem discernir Sociologia como ciência da sociedade.
		A dinâmica foi realizada dialogada, debatida e questionada. Os alunos analisaram as suas respostas, debateram porque a Sociologia tem a carga horária menor que, por exemplo, Português e Matemática e o porquê chegou-se a esse conceito. Na conversa em aula, muitos disseram nunca parar para pensar o porquê. Iniciou-se a conversa e entendimento acerca dos poderes de saberes entre as ciências humanas, exatas, naturais e linguagens. 
		Ao final, os questionamentos e debates que foram surgindo na sala de aula fez com que os educandos vissem essa disciplina como uma “porta” para ampliar os seus conhecimentos e superar dificuldades de interpretação, conhecimento prévio e visão de mundo. É necessário que tais alunos entendam a importância do estudo da Sociologia.
RELEVÂNCIA da proposta para a Sociologia no Ensino Médio
		É de extrema importância entender os conceitos básicos da Sociologia para a compreensão da história cotidiana e da realidade social. A Sociologia não deixa de ser uma ciência da qual estuda a sociedade e o modo de ser, agir e pensar das pessoas, buscando entender as ações do ser humano bem como o desenvolvimento da humanidade. Esta ciência trata-se de uma educação humanista que vem ao encontro do educando para melhor agregar conhecimento juntamente com outras disciplinas do currículo escolar, compreendendo a sociedade em si e o próprio homem, levando em consideração que o educando deve ter uma reflexão crítica da realidade buscando elaborar uma opinião realista e pessoal, fugindo do senso comum. A inserção da Sociologia no currículo da escola além de proporcionar a interdisciplinaridade oferece também o entendimento e a consolidação dessa ciência como um dos mais importantes estudos da sociedade moderna. É necessário entender a Sociologia para consequentemente entender a formação histórica-social-cultural de um país. Compreender o surgimento de inúmeros problemas sociais, a complexidade da sociedade e os novos fenômenos que vão surgindo conforme o pensamento e a ação do homem. Constitui-se assim, a relevância doensino-aprendizagem da Sociologia, com o objetivo específico de estudar, questionar e dialogar o comportamento social dos grupos, as interações humanas e os fatos e acontecimentos sociais que nos cercam no dia a dia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
FERNANDES, Florestan. A Sociologia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1980.
FOUCAULT, M. As Palavras e as Coisas. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
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