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A Importância da Linguagem no Desenvolvimento Infantil

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O Desenvolvimento linguístico e o Pensamento.
Professora Me Cláudia Mara Witt Ratochinski – Disciplina Processos Psicológicos Básicos.
Normalmente, por volta dos dois anos de idade, uma criança começa a falar, as pessoas à sua volta não se dão conta de que algo fantástico está acontecendo.
Em geral, os adultos ficam fascinados com os esforços que as crianças fazem para nomear algo presente em seu ambiente – um objeto, um animal, uma pessoa ou mesmo uma ideia, divertindo-se com as trocas e confusões que inevitavelmente ocorrem.
Passa, no entanto, despercebido um fato fundamental, que se refere, justamente, ao impacto que a aquisição da linguagem tem sobre a vida da criança e daqueles que interagem com ela.
Então: por que a linguagem é tão importante? Qual é o seu papel no desenvolvimento infantil? 
Pode-se, de um lado, afirmar que a linguagem é fator de interação social. É ela que permite a comunicação entre os indivíduos, a troca de informações e de experiências. 
Neste sentido, a linguagem é, sem dúvida, um fenômeno que diferencia os homens dos animais. Estes últimos só ganham informações através do contato direto com o ambiente. Os seres humanos, no entanto, são capazes de fazer uso da linguagem para se apropriarem das experiências significativas de gerações precedentes.
A linguagem permite, assim, que as conquistas alcançadas ao longo de milhares de anos sejam assimiladas. Por exemplo, quando a criança pergunta à mãe: - O que é isso? – e ela responde: - É um avião!
Quando a criança passa a frequentar a escola, ao aprender a ler, a escrever e a manejar números, ela está apropriando-se de toda uma experiência humano-social que levou séculos para ser construída e que está sendo continuamente modificada pelo conjunto dos homens.
 
Esta é, portanto, a primeira das funções da linguagem: permitir a comunicação, a transmissão de informações produzidas ao longo de muitos séculos de prática da atividade individual isolada,histórico-social e, consequentemente, a assimilação de uma infinidade de conhecimentos que de forma alguma poderia resultar.
Pode-se descrever ainda as seguintes Funções da Linguagem: 
- A função comunicativa: que é a função que garante a socialização do indivíduo;
- Como suporte do pensamento: particularmente de sua forma evoluída, como pensamento lógico e abstrato;
- A linguagem como instrumento de expressão dos estados emocionais, de vivências internas, subjetivas;
- A linguagem como afirmação do eu e de instituição das oposições eu/mundo, eu/tu, eu/outros.
- A linguagem na sua dimensão artística e/ou lúdica: como elaboração e expressão do belo, do dramático do sublime ou do terrível, isto é, a linguagem como poesia, como literatura.
Edvard Munch – O Grito
Miséria
Quando a criança começa a designar objetos e eventos do mundo exterior com palavras isoladas ou combinação de palavras, está discriminando esses objetos, está prestando atenção em suas características, podendo guardá-las na memória.
Com isso, a criança está livre do aqui-agora: pode, com a ajuda da linguagem, relembrar situações passadas e prever eventos futuros.
Pode lidar com objetos, pessoas e fenômenos do ambiente, mesmo quando eles não se encontram presentes.
A linguagem permite, assim, que o ser humano se distancie da experiência imediata, fato que assegura o aparecimento da imaginação e do ato criativo.
Há, ainda, que mencionar um outro aspecto essencial da linguagem. As palavras não servem apenas para representar coisas e eventos. Na verdade, atuam no sentido de abstrair as propriedades e características fundamentais das coisas e eventos a que se referem.
Com isso, tornam possível relacionar elementos semelhantes entre si e agrupá-los em categorias. Dessa forma, propicia processos de abstração e generalização que são muito importantes para o raciocínio.
Por exemplo: as palavras “cachorro” e “cadeira” não nomeiam apenas um certo cachorro e uma certa cadeira. Ao contrário, representam todos os cachorros e todas as cadeiras, independentemente de seu aspecto exterior podem ser chamados de cachorro.
A este fato dá-se o nome de generalização. É por meio da linguagem, portanto, que se passa do nível dos sentidos ao nível do racional, possibilitando a formação do pensamento abstrato e lógico.
Por fim, a linguagem pode ser também considerada como um elemento central no processo de regulação do comportamento humano.
Inicialmente, a conduta das crianças é regulada pelos pais. Estes indicam aos seus filhos que devem comer verduras, escovar os dentes, ajudar no trabalho da casa.
No princípio, a criança subordina-se às prescrições do mundo adulto. Mas logo ela aprende a organizar e controlar seu próprio comportamento e a prever as consequências da sua ação futura, analisando-a à luz da experiência anterior, seja ela transmitida ou vivida.
Desta forma, na base do comportamento voluntário, encontra-se sempre a palavra, ainda que não manifesta, evocando eventos passados e regulando ações futuras.
As várias linguagens do pensamento.
Até agora muita ênfase foi dada à importância verbal – que se apoia na palavra – para o processo de formação do pensamento lógico e abstrato.
No entanto, o pensamento pode fazer uso de outras modalidades de linguagem, diferentes da verbal. Uma dessas modalidades é dada pelo uso de imagens visuais, outra pelos sons, outra pelo tato, outra pelo movimento, etc.
Existem pessoas que usam predominantemente o pensamento verbal, outras o visual, outras o pensamento que se apoia no som ou no movimento.
Um exemplo prático pode ilustrar essa situação. Quando estudam, preparam um trabalho científico ou artístico, ou quando organizam uma agenda, as pessoas fazem anotações verbais e não verbais sobre aquilo que estão pensando.
Isto parece ocorrer porque o pensamento tem uma configuração peculiar e bem conhecida: é rápido, dinâmico e mutável.
Para não perdê-lo, frequentemente se registra – de forma telegráfica e condensada, com palavras e sinais – a avalanche de ideias que se tem ao pensar.
Tais registros servem exclusivamente para o pensador. Somente após trabalho sistemático sobre as anotações, de modo a expandi-las e torná-las comunicáveis, é que o pensamento se completa, adquirindo permanência e estabilidade.
O fato de existirem diferentes formas de se registrar o pensamento indica que este pode ser representado, armazenado e transmitido de várias maneiras.
A forma de pensar que acaba por se impor ao longo do desenvolvimento intelectual da criança depende das condições oferecidas pelo mundo à sua volta: as atividades culturais disponíveis no ambiente, os interesses da família e da escola, os bens materiais aos quais se tem acesso e o papel desempenhado por adultos e professores.
Aos poucos, o aprendiz vai construindo os conteúdos do seu pensamento e desenvolvendo uma forma de pensar que nada mais é do que o produto da ação conjunta de todos estes fatores.
Dessa forma, o pensamento, enquanto busca constante de significados e que permeia, contribui e dá forma a todas as atividades humanas, pode se amparar em diferentes linguagens.
Nota-se, no entanto, que, qualquer que sela ela, os conteúdos do pensamento e sua forma de se expressar não constituem meros reflexos do mundo que rodeia a criança.
A apreensão de novos conhecimentos requer, sobretudo, apoio em estruturas e processos internos já desenvolvidos.
Sobre esta base, noções e relações novas entrelaçam-se com relações e noções antigas, num processo ativo e dinâmico.
Nesse sentido, todas as modalidades de linguagem utilizadas pelo pensamento são importantes, na medida em que se promovem sua organização, orientação e comunicação, ao longo da interação social.
A linguagem na escola.
Geralmente, a escola exige das crianças que falem e escrevam de acordo com o padrão considerado “culto”, estigmatizando e censurando as variações linguísticas utilizadas pelos alunos, ou seja, suas formas específicas de falar.
Esse padrão “culto” de linguagem, entretanto, corresponde à forma de falar dos grupos sociaisprivilegiados. Na escola que atende crianças das camadas sociais desprivilegiadas, parte do fracasso escolar pode ser atribuída ao tratamento que a escola dá à questão da linguagem.
O Pensamento.
Uma forma de analisar o pensamento, enquanto processo de pensar, é aquela que distingue os seguintes aspectos ou momentos do pensamento: a forma ou estrutura do pensamento, o curso do pensamento e o conteúdo ou temática do pensamento.
O curso do pensamento.
É o modo como o pensamento flui, a sua velocidade e ritmo ao longo do tempo.
As principais alterações do curso do pensamento são a aceleração, a lentificação, o bloqueio e o roubo do pensamento.
Aceleração do pensamento
O pensamento flui de forma muito acelerada, uma ideia se sucedendo à outra rapidamente. Ocorre nos quadros de mania, em alguns esquizofrênicos, nos estados de ansiedade intensa, em psicoses tóxicas (anfetamina e cocaína) e em alguns casos de depressão ansiosa.
Lentificação do pensamento
Aqui o pensamento progride lentamente, de forma dificultosa. Há uma certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas. Ocorre principalmente nas depressões graves, em alguns casos de rebaixamento do nível de consciência, em algumas intoxicações (por substâncias sedativas).
Bloqueio do Pensamento
Verifica-se o bloqueio do pensamento quando a pessoa ao relatar algo, no meio de uma conversa, repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo aparente. A pessoa relata sem saber por que “o pensamento para”, é bloqueado. É uma alteração quase que exclusiva da esquizofrenia. 
Roubo do pensamento
É uma vivência, frequentemente associada ao bloqueio do pensamento, na qual a pessoa tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por alguma força ou ente estranho, por alguma máquina, uma antena, etc. O roubo do pensamento também é alteração típica da esquizofrenia. 
A forma do pensamento.
É a sua estrutura básica, a sua “arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
O conteúdo do pensamento.
Pode ser definido como aquilo que dá substância ao pensamento, os seus temas predominantes, o assunto em si.
Na psicopatologia, os principais conteúdos que preenchem as formas de pensamento são:
- de perseguição;
- depreciativos; 
- religiosos;
- sexuais;
- de poder, riqueza ou grandeza;
- de ruína ou culpa;
- conteúdos hipocondríacos. 
Bibliografia.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre. Artmed. 2000.
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na Educação. 2ªEd. São Paulo. Cortez. 2004.

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