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Atividade Filme o Grande Desafio

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN / Campus Natal Central 
Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira II /Docente: Flávia Elizabeth 
Curso:______________________________Turma: __________________________ 
ALUNOS/AS: _____________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
Data de entrega: 29/11/2016. 
 
 
Em dupla 
 
 
Melvin Tolson (Denzel Washington) é um brilhante 
professor e amante das palavras. Embora tenha 
convicções políticas que possam atrapalhar sua 
carreira, ele decide apostar nos seus alunos para 
formar um grupo de debatedores e colocar a 
pequena Wiley College, do Texas, no circuito dos 
campeonatos entre as universidades. Mas o seu 
maior objetivo é enfrentar a tradição de Harvard 
diante de uma enorme plateia. 
 A história, inspirada em fatos reais, se passa nos 
anos de 1930, no Texas, e acompanha a trajetória 
do professor Melvin Tolson (mais tarde, poeta na 
vida real) formando sua equipe de debatedores 
negros da pequena Universidade de Wiley, 
dispostos a enfrentar a tradicional e imbatível 
campeã da modalidade, frequentada por brancos. 
Embora a questão da cor da pele seja pungente, as 
palavras ganham mais força. 
www.adorocinema.com 
 
 
1) Que temática é abordada no filme? 
2) Que aspectos do filme (cenas, personagens, enredo etc.) vocês destacam como relevantes 
para a apresentação da temática abordada? Justifiquem. 
3) O que é silogismo? Numa determinada cena do filme, há o mau emprego do silogismo. 
Identifiquem e descrevam tal cena, e, em seguida, expliquem por que seu uso foi considerado 
errado. 
4) Revejam a cena do porco e seu proprietário, vivida pelo pastor e sua família. O que essa cena 
reflete? Expliquem. 
 
 A seguir, a transcrição do último debate do filme O grande desafio (HARPO FILMS, 
2008), entre as Universidades de Wiley e Harvard. (1h43’45”-1h56’27”) 
 
Tema: A desobediência civil é uma arma moral na luta pela justiça 
UNIVERSIDADE DE WILEY 
FARMER: Proposição: A desobediência civil é uma arma moral na luta por justiça. Mas 
como pode a desobediência ser moral? Creio que isso depende da definição das 
palavras. Da palavra. Em 1919, na Índia, 10 mil pessoas se reuniram em Amritsar, em 
oposição à tirania da coroa britânica. O general Reginald Dyer os encurralou num 
pátio e ordenou que suas tropas disparassem na multidão por 10 minutos. 379 
morreram: homens, mulheres, crianças abatidas a sangue frio. Dyer disse que ensinou 
a eles uma lição moral. Ghandi e seus seguidores responderam não com violência, mas 
com uma campanha organizada de não cooperação. Os prédios do governo foram 
ocupados, as ruas eram bloqueadas por pessoas que não se levantavam, mesmo 
espancadas pela polícia. Ghandi foi preso. Mas os britânicos foram obrigados a 
libertá-lo. Ele chamou isso de “Uma vitória moral”. A definição de moral é a lição 
de Dyer ou a vitória de Ghandi? Você decide. 
UNIVERSIDADE DE HARVARD 
OPONENTE: De 1914 até 1918 durante cada minuto o mundo esteve em guerra. Quatro 
homens perderam as suas vidas. Apenas pense nisso. 240 corajosos jovens eram 
lançados para a eternidade a cada hora, de todos os dias e de todas as noites por 
longos 4 anos. 35 mil horas, 8.281.000 baixas. 240... 240... 240 jovens. Isso foi 
um massacre infinitamente maior do que o que aconteceu em Amritsar. Poderia haver 
alguma moral nisso? Nada. Exceto ter impedido que a Alemanha escravizasse toda a 
Europa. A desobediência civil não é moral porque não é violenta. Lutar por seu país 
com violência pode ser profundamente moral, exigindo de nós o maior sacrifício de 
todos: a própria vida. A não violência é a máscara que a desobediência civil usa 
para esconder seu verdadeiro rosto: a Anarquia. 
UNIVERSIDADE DE WILEY 
SAMANTHA: Ghandi acredita que se deve sempre agir com carinho e respeito por seus 
oponentes, ainda que eles sejam debatedores de Harvard. Ghandi também acredita que 
os transgressores da lei devem aceitar as consequências legais de seus atos. Isso 
lhes parece Anarquia? A desobediência civil não é algo que devamos temer. É enfim 
um conceito americano. Vejam que Ghandi extrai sua inspiração não de uma escritura 
hindu, mas de Henry David Drought, quem eu acredito ter sido formado em Harvard e 
que morava próximo a um lago não muito longe daqui. 
UNIVERSIDADE DE HARVARD 
OPONENTE: Meu opositor está certo a respeito de uma coisa: que Drought se formou em 
Harvard e, como muitos de nós, um tanto intransigente. Certa vez ele disse: 
“Qualquer homem mais certo de seus semelhantes constitui uma maioria de um”. 
Drought idealista jamais previu que Adolf Hitler concordaria com suas palavras. 
Esta é a beleza e o peso da democracia e não há ideia que prevaleça sem o apoio da 
maioria. O povo decide sobre as questões morais do dia e não a maioria de um. 
UNIVERSIDADE DE WILEY 
SAMANTHA: As maiorias não decidem o que é certo ou errado, sua consciência sim. 
Então, por que deveria um cidadão render sua consciência a um legislador? Não, nós 
não devemos jamais nos ajoelhar perante a tirania de uma maioria. 
UNIVERSIDADE DE HARVARD 
OPONENTE: Não podemos escolher quais leis obedecer e quais ignorar. Se pudéssemos, 
não pararíamos num sinal vermelho. Meu pai é um desses homens que se situam entre 
nós e o caos. Ele é um policial. Eu me lembro do dia em que seu melhor colega, seu 
melhor amigo, foi morto no cumprimento do dever. E na mais vívida lembrança, me 
lembro da expressão do rosto do meu pai. E nada que corrói o cumprimento da lei 
pode ser moral. Não importando o nome que lhe dermos. 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE WILEY 
FARMER: No Texas... Lincham-se negros. Meus colegas e eu vimos um homem pendurado 
numa árvore. Ele foi incendiado. Fugimos do bando de linchadores. Pressionamos 
nossas faces contra o piso do carro. Olhei para os meus colegas e vi o medo em seus 
olhos. E pior, a vergonha. Qual foi o crime desse negro, pra que ele fosse 
pendurado sem julgamento numa floresta escura e enevoada? Seria um ladrão? Um 
assassino? Ou apenas um negro? Seria ele um meeiro? Um religioso? Seus filhos 
estariam esperando por ele? E quem somos nós pra saber disso e nada fazer? Não 
importa o que ele fez, os linchadores eram criminosos. Mas a lei nada fez. Deixou 
apenas a pergunta: por quê? Meu opositor diz: “Nada que corrói o cumprimento da lei 
pode ser moral”. Mas não há cumprimento da lei nos estados do Sul, não enquanto aos 
negros for negada a moradia, inclusão em escolas, hospitais, e enquanto forem 
linchados. Santo Agostinho disse: “Uma lei injusta não é lei alguma”. E, portanto, 
eu tenho o direito, mesmo o dever de resistir: com violência ou desobediência 
civil... Rezem pra que eu escolha a última. 
 
5) De que forma está organizado o debate? Quais suas etapas e em que consiste cada uma 
delas? 
6) Identifiquem nas falas dos debatedores os seguintes tipos de argumentos: de autoridade, de 
universalidade e de experiência pessoal. Em seguida, transcrevam-nos abaixo. 
7) A persuasão observada no debate é também uma estratégia argumentativa. Explique essa 
afirmativa.

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