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Laboratório de Mecânica dos Fluídos Relatório 3 - Força hidrostática sobre superfície plana submersa Turma: 2111EC13 Aula prática nº3 Data 03/04/2018 Componentes do grupo: Barbara Zerneri RA: 161010385 George Diban RA: 161011179 Heloisa Chicone Maria RA: 161011152 Maria Paula Nantes RA: 161010342 Raíssa Rodrigues RA: 161012311 OBJETIVOS Este experimento tem como objetivo a determinação de forças hidrostáticas que atuam sobre superfícies planas submersas. INTRODUÇÃO Para a determinação da força resultante em uma superfície plana submersa, utilizamos um corpo inclinado de formato qualquer, com a superfície livre do fluido em contato com a atmosfera, como mostra a figura abaixo: Figura 1- Esquema de uma força que atua em um diferencial de área , localizada em uma profundidade . A força que atua em um diferencial de área , localizada em uma profundidade e imersa em um fluido de peso específico é (1) e é perpendicular à essa superfície. Desse modo pode-se obter a força resultante na superfície somando-se todas as forças diferenciais que atuam na superfície: (2) Onde , então (3) Se forem constantes temos: (4) A integral da equação (4) é o momento de primeira ordem de área. Podemos reescrevê-lo como: (5) Em que é a coordenada do centróide, medido a partir do eixo x que passa através do ponto 0. Portanto a equação (4) pode ser reescrita como: , ou (6) Dessa forma, verifica-se que a força resultante é obtida pelo produto da pressão, no centro de gravidade da superfície, por sua própria área. Podemos perceber que a força resultante independe de e é função apenas do peso específico do fluido, da área total e da profundidade do centróide da superfície. A força resultante não age no centro de gravidade da superfície, mas sim sobre um ponto chamado de centro de pressão. Para encontrarmos o local de ação da força resultante devemos encontrar a coordenada , que é determinada através da soma dos momentos em torno do eixo x. O momento da força resultante deve ser igual aos momentos das forças devidas à pressão, portanto: (7) Como , obtemos: (8) O numerador da equação (8) é o momento de segunda ordem de área, mais conhecido como momento de inércia . Assim, reescrevemos: (9) Utilizando o teorema dos eixos paralelos podemos reescrever o momento de inércia como: (10) Substituindo: (11) Observando a equação (11) podemos ver o porquê a força resultante não passa pelo centro geométrico da superfície, já que . A coordenada pode ser obtida da mesma forma de : (12) METODOLOGIA MATERIAIS Piezômetros; Mangueiras de Silicone; Água; Placa com Orifícios e b=20cm; Túnel de Água; Bomba de Água MÉTODOS Inicialmente, uma placa de largura conhecida e com 8 marcações de níveis foi colocada dentro do túnel de água, perpendicular à superfície do fundo do túnel e esse foi cheio até que a água cobrisse a placa. Também foi preparado um piezômetro com água (como as pressões desse experimento são baixas não foi necessário mercúrio, apenas água), para que observássemos as pressões nos 8 níveis. Cada marcação foi ligada ao seu respectivo piezômetro, sendo que com uma válvula controla-se o nível de água para que esta fique superior a todos os orifícios da placa, como representada na figura: Figura 2: modelo esquemático do experimento. Como a altura da água se manteve constante, todos os piezômetros possuem a mesma (altura inicial) já que os piezômetros atuam como vasos ligantes e estão sujeitos à mesma pressão, portanto teoricamente ficam nivelados. No entanto, pequenas diferenças ocorrem, possivelmente, devido a não retirada completa do ar nas mangueiras e a outros fatores de causa de erro Depois de medida essa altura dos 8 piezômetros, desliga-se a bomba, o que cessa o fluxo de água pelo túnel, e o que faz com que os orifícios fiquem expostos à pressão atmosférica, assim a altura dos piezômetros diminuem até estabilizarem em um nova altura . A diferença de altura ( − ) representa a altura de cada orifício em relação à superfície livre da água e o do orifício 8 coincide com a altura da placa. Feito isso foi possível calcular a pressão relativa (considerando = 0 ) atuante em cada nível de água no túnel, através da equação: = γ .O .( − ) Pode-se também, a partir dos dados coletados, calcular o módulo da força resultante () atuante na placa, partindo-se da equação Sendo: : Diferencial de força; : Pressão; : Diferencial de área. ) Considerando e temos que: Integrando-se, tem-se: ∫= ∫⇒ = como ∫ , sendo a posição do centro de gravidade da placa, e a área da placa: Observando-se que o valor de é equivalente ao de , que é a altura vertical do centro de gravidade até a superfície livre do líquido, obtém-se a equação final para o módulo da força resultante atuante na placa: Nesse caso, = , sendo a pressão atuante no centro de gravidade da placa. O ponto de aplicação da força () pode ser obtido através da seguinte somatória de momentos atuantes: Substituindo-se por obtém-se: . = ⇒ Sabe-se que a expressão ∫ quantifica o valor da inércia da placa (), que pode também ser descrita por + . Substituindo-se então o valor da inércia ( ) obtém-se a expressão para o cálculo do ponto de aplicação da força: RESULTADOS E CÁLCULOS Com a placa totalmente submersa foi possível obter a altura inicial nos pontos 1 a 8; com a diminuição da altura da água foi possível obter a altura final em cada ponto. Os dados coletados estão dispostos na tabela 1 abaixo. Tabela 1: altura inicial e final medidas nos piezômetros piezômetro hi( 10 -²m) hf(10-²m) (10-²m) 1 34,6 29,8 4,8 2 34,7 24,8 9,9 3 34,6 19,8 14,8 4 34,7 14,9 19,8 5 94,5 68,9 25,6 6 94,7 66,9 27,8 7 94,7 62,4 32,3 8 94,7 59,7 35,0 Determinada a altura em cada ponto foi possível calcular a pressão nos pontos 1 a 8 através da fórmula : ; para isso considerou-se o Ponto 1 : P1 = 9810 x 0,048 P1=470,88 N/m² (Pa) O mesmo método de cálculo foi aplicado aos demais pontos e os resultados obtidos estão inseridos na tabela 3 a seguir. Tabela 3: resultado do cálculo da pressão parcial nos pontos 1 a 8 piezômetro pressão ( PaP 1 470,88 2 971,19 3 1451,88 4 1942,38 5 2511,36 6 2727,18 7 3168,63 8 3433,50 A partir do resultado 8 , podemos encontrar a altura da placa () e calcular a força resultante () e a coordena a partir desta: = =0,35 m = = 9810 x 35 x (0,2 x 0,35) = 245 N = Com o resultado da Tabela 2 foi possível montar o gráfico: Pressão x Altura, anexado a seguir: Gráfico 1: Pressão x Altura DISCUSSÕES E CONCLUSÕES A partir desse experimento foi possível entender a atuação da força hidrostática sobre elementos submersos. Notou-se que a força aplicada em determinadoponto depende diretamente da profundidade em que ele se encontra, assim como que o local de atuação da força resultante () difere do centro de gravidade do objeto (). A força resultante também independe do ângulo formado entre a placa e a superfície livre. Vale ressaltar que as medições foram feitas com instrumentos de boa precisão e os cálculos feitos diversas vezes a fim de minimizar os erros envolvidos no experimento, mas ainda assim os erros, mesmo que mínimos, estão presentes. BIBLIOGRAFIA FORÇA HIDROSTÁTICA Disponível em: <https://docslide. com.br/documents/ relatorio-03.html>. Acesso em 5/03/2018. MUNSON, Bruce R. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos / Tradução da 4ª ed. americana, São Paulo, SP: Edgard Blucher, 2004.
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