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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Dos Crimes Contra a Administração Pública. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRA- ÇÃO GERAL. » RESISTÊNCIA » DESOBEDIÊNCIA » DESACATO Resistência Art. 329 – Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena – detenção, de dois meses a dois anos. » Figura qualificada: § 1º – Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena – reclusão, de um a três anos. § 2º – As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. » Conduta: Opor-se à execução (criar obstáculo) de ato legal. No entanto, não é qualquer oposição que leva ao crime. Necessário que seja mediante violência ou ameaça dirigida ao funcionário ou a quem o auxilia. Então, a oposição passiva não leva ao crime, podendo, se for o caso, caracterizar o crime de deso- bediência (artigo 330 do CP). » Sujeito ativo: Qualquer pessoa. » Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar, e, em segundo plano, a pessoa contra quem está sendo dirigida a oposição. » Objeto jurídico: O bom andamento da Administração Pública. » Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de praticar violên- cia ou ameaça contra executor de ato legal, com a consciência, ainda, da legalidade do ato a ser executado. Se, todavia, o acusado crê, equivocadamente, que o funcionário público objetiva a execução de um ato ilegal, ocorrerá erro de tipo e não erro de proibição ou uma hipótese de excludente de ilicitu- de. » Consumação: Com a efetiva prática de violência ou ameaça, independentemente da produção de resultado, ou seja, do impedimento da prática do ato. » Figura qualificada: Qualifica-se o delito pelo resultado, ou seja, a pena é de reclusão, de um a três anos, se em razão da resistência o ato não se executa. Desobediência Art. 330 – Desobedecer à ordem legal de funcionário público: Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. Conduta: Desobedecer à ordem legal de funcionário público. Em verdade, o desobedecer signifi- ca deixar de cumprir, fazendo ou deixando de fazer algo em oposição à ordem emanada de funcio- nário público. » Sujeito ativo: Qualquer pessoa, inclusive funcionário público que, neste caso, não deve estar no exercício de sua função ou, estando, descumpre ordem que não guarde relação com seu dever de ofício. Caso contrário, poderá estar configurado o crime de prevaricação. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 » Sujeito passivo: O Estado, apenas e tão somente. » Objeto jurídico: A Administração Pública, especialmente os interesses patrimoniais e morais do Poder Público. » Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de desobedecer, de contrariar ordem alheia, infringindo-a, violando-a. Não existe a modalidade culposa, de modo que o engano exclui o dolo e, por consequência, o próprio crime. Se, todavia, o acusado crê, equivocadamente, que a ordem dada pelo funcionário público é ilegal, ocorrerá erro de tipo e não erro de proibição ou uma hipótese de excludente de ilicitude. » Consumação: Quando houver desobediência, independentemente do prejuízo material efetivo para a Administração. O crime é de mera conduta. Quando a ordem legal impõe um dever de agir (um fazer), o crime se aperfeiçoa com o não fazer (abstenção). De outra banda, quando o dever é de não agir (um não fazer) o crime se aperfeiçoa com o fazer, o agir. » Atenção: Não haverá o crime quando o descumprimento da ordem, de acordo com a lei, acarretar ao agente outra consequência jurídica sem que preveja expressamente a possibilida- de de incidir em crime de desobediência. É o caso daquele que deixa de apresentar a documentação do seu veículo à autoridade policial. Sofrerá o desobediente as consequências administrativas previstas em lei. Não responderá por crime de desobediência. Portanto, quando a lei prevê ao desobediente uma sanção administrativa, admitir-se-á a respon- sabilidade pelo crime de desobediência, caso esta conste expressamente do dispositivo legal. É o que se dá, por exemplo, com a testemunha faltosa, quando, no CPP (artigo 219)1, o legislador permite a aplicação da sanção prevista no artigo 453 do mesmo diploma legal, além da responsabilidade pelo crime de desobediência. Desacato Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Não podemos nos esquecer de que o desacato é uma espécie de injúria. Todavia, não é crime contra a honra, mas sim contra a administração geral. » Conduta: Desacatar (desprezar, menosprezar, humilhar), funcionário público no exercí- cio da função ou em razão dela. Vale ressaltar que, de acordo com a doutrina, o desacato só ocorrerá se a ofensa for na presença do funcionário público. Caso contrário, haverá crime contra a honra. A conduta, portanto, pode ser praticada contra o funcionário no exercício da função, oportuni- dade em que a ofensa a ele dirigida pode ser de qualquer natureza. Assim, neste caso, não se exige que a ofensa tenha alguma relação com a condição de funcionário público. No entanto, quando não está no exercício da função, por estar em férias, por exemplo, a ofensa deve ser a ele dirigida em razão de sua condição de funcionário público. É necessário, então, haver nexo entre a ofensa e a condição de funcionário público. Segundo decisões reiteradas do STJ2 “No crime de desacato, para a perfeita subsunção da conduta ao tipo, o que se perquire é se a agressão, ofensiva à honra e/ou dignidade do agente público, foi a ele dirigida em razão da função 1 Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência. 2 STJ – HC 19352 – Relator: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma – Data do julgamento: 20/02/2003. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 4 pública exercida, ou seja, busca-se a motivação, a causa da conduta reprovável, estabelecendo-se o nexo causal. Apesar de o objeto jurídico tutelado ser a Administração Pública, esta se materializa na pessoa de seu agente que a representa.”. Ainda, de acordo com o STJ3: “O crime de desacato (art. 331 CP) configura-se ainda que o funcionário público não esteja no regular exercício de suas funções, mas é ofendido em razão delas”. Sobre a inexistência de crime de desacato quando a ofensa é pessoal e dirigida ao funcionário público fora do exercício funcional, asseverou o STJ4 que “não houve desacato ao Magistrado em razão da função jurisdicional, tendo sido as ofensas a ele dirigidas em caráter pessoal, decorrentes desua atitude como passageiro de companhia aérea, inexis- tindo, portanto, a subsunção da conduta descrita ao tipo insculpido no art. 331 do Código Penal, o que, evidentemente, não autoriza a persecução criminal”. » Sujeito ativo: Qualquer pessoa. » Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar, e, em segundo plano, o funcionário desacata- do. » Objeto jurídico: A Administração Pública, especialmente os interesses patrimoniais e morais do Poder Público. » Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de manifestar desrespeito, humilhação ou menosprezo ao funcionário público no exercício da sua função. Ademais, apesar de entendimento em sentido contrário, não se exige o ânimo calmo e refleti- do, pois em regra a ofensa ocorre quando há exaltação. » Consumação: Quando houver desacato, independentemente de prejuízo material efetivo para a Administração. Pode haver tentativa, na forma plurissubsistente do crime. » Da ação Penal: O crime deverá ser apurado por meio de ação penal pública incondiciona- da. No entanto, de acordo com o STF o funcionário ofendido também poderá propor a ação penal privada. Assim, de acordo com a jurisprudência há legitimação concorrente entre o Ministério Público e o funcionário público ofendido. 3 STJ – RESP 253139/PA – Relator: Ministro José Arnaldo da Fonseca – 5ª Turma – Data do julgamento: 27/11/2001. 4 STJ – HC 21228/PI – Relatora: Ministra Laurita Vaz – 5ª Turma – Data do julgamento: 20/02/2003. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 5 Exercícios 01. Quando alguém se opõe à execução de ato legal, mediante ameaça a funcionário competente para executá-lo, pratica o seguinte crime: a) desobediência b) resiliência c) resistência d) desacato e) corrupção ativa 02. O crime de desacato praticado contra funcionário público é considerado um crime: a) material b) formal c) culposo d) omissivo e) eventual Gabarito 01 - C 02 - B
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