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CRIAÇÃO DO ESTADO: A primeira situação é o desmembramento, que é a situação mais típica, mais comum, tanto em relação a municípios quanto em relação a estados. A forma normal de criação de municípios ou estados é o desmembramento. Todos esses estados recentes do Brasil foram criados por esse processo de desmembramento: Tocantis, por exemplo, foi tirado de Goiás; Mato Grosso do Sul, tirado de Mato Grosso. Esses processos que tão em trânmite: Pará, Minas, Bahia, etc. Portanto essa é uma situação em q vc tem alteração territorial, uma parte do estado é tirada dele, mas é tirada não pra se incorporar ao vizinho, mas pra formar um novo estado. Uma parte de goiás é tirada pra formar tocantis, uma parte de mato grosso é tirada pra formar mato grosso do sul. Fusão, é uma situação curiosa, que a gente precisa ter uma certa cutela com ela para entender sua especificidade. Na fusão o que vc tem é o desaparecimento de um estado todo, na verdade é o desaparecimento de 2 estados para criar um terceiro estado que não havia antes. Desaparecem dois estados, eles se fundem para a criação de um. “§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si (fusão ou incorporação), subdividir-se (desmembramento que resulta-se na formação de 2 estados, um desmembramento mais específico) ou desmembrar-se para se anexarem a outros (anexação), ou formarem novos Estados ou Territórios Federais (desmembramento), mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”. PROCESSO PARA CRIAÇÃO DE UM ESTADO: O processo tá aí previsto: “mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”. Na verdade a gente tem que dizer que esse processo tem duas partes: uma parte que é uma parte prévia, preliminar, de condições de procedibilidade, condições para q isso aconteça; outra parte que é a efetiva decisão. Quem cria estado novo ou promove qualquer dessas alterações territoriais não é a população diretamente, é o congresso nacional, por lei complementar – que é, aliás, uma expressão errada, um erro dizer isso, congresso nacional por lei complementar, bastava dizer “através de plebiscito, e de lei complementar”; lei complementar supõe congresso nacional e sanção do presidente da república (art. 48), a lei pressupõe participação desses dois poderes políticos, executivo e legislativo, o congresso nacional não faz lei complementar sozinho, é um erro técnico dizer isso. Para que a lei complementar faça isso há uma condição prévia, um requisito, uma exigência prévia, na verdade há dois requisitos. Isso só mostra como a constituição é mal feita, há um segundo requisito que não é referido aqui, vai ser referido mais adiante. Mas isso é um requisito, uma condição, sem a qual não pode haver a criação. A criação dos estados depende disso. “Mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito”. Já houve uns casos em que alguns, não estados, mas municípios foram criados prevendo um plebiscito a posteriori, um referendo, a assembleia criava o município e dizia “ad referendo” da população, e o supremo já declarou que isso é inconstitucional. Quer dizer, a manifestação plebiscitária é prévia, não pode ser colocada pra depois. “Mediante aprovação da população diretamente interessada” Quando a constituição diz população diretamente interessada é a população do triângulo mineiro? Ou é a população de td o estado de MG, que vai perder o triângulo mineiro? Esse é um assunto complicado, a constituição não deixa isso claro, ao contrário do que acontece quando vai falar dos municípios –determina que o plebiscito de dará com a consulta dos municípios envolvidos. A meu ver, o melhor entendimento é no sentido de que a população diretamente interessada é a de todas as partes envolvidas: a criação do estado do triângulo primeiro interessa diretamente, é claro, à população daqueles municípios que irão constituir o novo estado, porém interessa tbm aos municípios do resto de MG, estado que iria perder esse pedaço, esse território. Portanto, a consulta à população diretamente interessada, a meu ver, deve ser feita às duas partes. Qual é a relação que existe entre esse pré-requisito e a decisão? Ou seja, se a decisão plebiscitária for contrária à criação do estado, pode o congresso nacional e o presidente da república deliberarem pela criação? Se a decisão plebiscitária for favorável, o congresso e o presidente tem obrigação de criar o estado? Esse é o ponto central do assunto, é o ponto capital: a relação entre os procedimentos da fase inicial e a efetiva criação. A resposta deve ser colocada nos seguintes termos, a decisão negativa do plebiscito impede a criação do estado. Se é condição, é pré-requisito, condição sine qua non, se não houver essa concordância da população interessada, não pode ser criado o estado. Agora, por outro lado, a concordância da população interessada não obriga a criação do estado. Portanto, o estado não é criação da população interessada, o estado é criação, como eu disse no início, de lei complementar, decisão autônoma do congresso nacional e do presidente, deles quererem criar aquele estado em conjunto. Não é obrigação, não é consequência automática da manifestação plebiscitária. Portanto, manifestação plebiscitária contrária impede a criação do estado. Manifestação plebiscitária favorável não obriga a criação do estado. Estrutura do estado
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